Vi nas Redes Sociais que Rodrigo Martins Cintra abdicou na última sexta-feira da carreira de árbitro de futebol. Ele, que está trabalhando num cargo diretivo do Comitê Local das Obras da Copa 2014 em Natal/RN, e que também arbitrava pela Federação Bahiana de Futebol, agora é comentarista da TV Bahia, no lugar de Manuel Serapião (membro da Comissão de Árbitros da CBF, que está exercendo interinamente o cargo de presidente em virtude da enfermidade de Sérgio Correa da Silva).
Cintra surgiu como uma grande sensação, anos atrás, após um lance polêmico o qual acertou entre Palmeiras X União Barbarense (uma jogada em que a bola parada é levemente tocada, colocando-a em jogo, enganando o adversário que fica esperando a cobrança em um lance só).
No ano anterior, Cintra bandeirou para mim na extinta série B1B (5ª divisão). De lá foi para o apito, e rapidamente chegou à CBF. Sempre bem condicionado fisicamente, sendo jovem, era costumeiramente cotado como possível FIFA. Com Armando Marques na gestão, Rodrigo Cintra apitou clássicos pelo Brasil inteiro.
Porém, muitas vezes o árbitro foi criticado por uma certa “arrogância” creditada a ele pelos clubes de futebol: um misto de autosuficiência e prepotência.
Trabalhei vários jogos com Cintra (além de conviver com ele em 3 pré-temporadas), e posso dizer que tal impressão é ilusória. Rodrigo Martins Cintra é uma pessoa inteligente, soube usar bem a mídia e suas qualidades no apito para mostrar a figura de ousado, extremamente seguro e confiante. Tais atributos, às vezes em excesso, poderiam aflorar um excesso de vaidade, o que trazia a confusão entre o árbitro Cintra e o homem Cintra.
O certo é que na gestão do Cel Marinho a carreira do árbitro começou a ser questionada. A Comissão de Árbitros Estadual pedia muita discrição, o que não combinava com o comportamento dele. Qualquer árbitro novato via em Cintra o ídolo a ser seguido, seja pelas folclóricas histórias de situações diversas de jogo, ou até enfrentamentos em vestiário (são públicas as confusões acontecidas com agressão sofrida em vestiário no Brinco de Ouro e expulsão coletiva de gandulas em Araras).
Por fim, Rodrigo Martins Cintra é do bem; sujeito honesto e trabalhador. Desejo a ele boa sorte nas searas que assumiu e aguardo o tão prometido livro que escreverá, dito a mim num encontro casual num restaurante, ano passado.
Vá em frente! Torço por você.