Clóvis Rossi, colunista da Folha de São Paulo, escreveu ontem o artigo “Espíritos Nada Santos”, em crítica ao Vaticano.
O autor faz uma relação sobre a iluminação dos bispos em conclave para a escolha dos Papas, à Luz do Espírito Santo, num certo desdenho dessa mesma escolha e das decisões do Santo Padre. Tudo isso devido aos escândalos que envolveram essa semana Paolo Gabriele, mordomo do Papa Bento XVI (que, na prática, é uma espécie de assessor). O texto amarra erros de decisão dos bispos no dia-a-dia.
Ora sabemos que o Espírito Santo sopra onde, quando e em quem quer (“Spiritus ubi vult inspirat“). É lógico crermos que a Inspiração do Espírito Santo sobrecai sobre aqueles que oramos, desde que seja essa a vontade do Divino. E mais lógico ainda que Deus quer a Iluminação à Santa Igreja.
Mas há algo importante: homens são falíveis, e estar aberto ao Espírito Santo é uma questão pessoal. Deus não nos violenta, ele, de tanto amor, respeita a nossa individualidade para aceitarmos ou não a sua Graça. Não podemos associar o erro de um cidadão à uma corrupção generalizada na Igreja, tão pouco creditar à fé o desvio de conduta.