– Análise do Árbitro: Corinthians X Boca Jrs, Finalíssima da Libertadores. Como foi o árbitro?

O Corinthians é campeão da Libertadores da América, e a êxtase do título faz com que a arbitragem nem seja discutida e passe desapercebida, com seus erros e acertos. Mas, na neutralidade que exige tal análise, vamos falar da atuação de Wilmar Roldán.

 

A partida foi de muita paciência, inteligência e malandragem por parte das equipes. O árbitro, com muita rodagem na Libertadores (10 jogos na temporada), apesar da juventude (apenas 32 anos, porém, como seu compatriota colombiano Oscar Ruiz, também surgiu cedo na arbitragem internacional), teve muito trabalho no jogo que se mostrou nervoso.

 

Veja o cenário inicial e diga se a atenção não deveria ser máxima:

 

– 16 segundos e primeira falta em Jorge Henrique. Cobrada aos 47s.

– 01 minuto e 05 segundos, falta de Emerson em Sosa, cobrada aos 01m34s.

– 02 minutos e 50 segundos, nova falta, agora para o Corinthians. Cobrada aos 03m10s.

 

Com 3 minutos, já tínhamos 3 faltas e pouca bola rolando. E esse seria o panorama do jogo: muita pegada, catimba e cera.

 

Aos 3m22s, falta de Mouche em Chicão. Chicão revida e Mouche cai. Amarelo para ambos. Perfeito, certou o árbitro.

 

Chega de contabilizar faltas e bola parada no minuto-a-minuto, já ficou claro que tivemos pouquíssimo jogo efetivo. E Wilmar Roldán não se fez de rogado: segurou o jogo mesmo, sentindo o clima unfair-play da partida. Talvez a melhor opção a ser adotada, pois se não tomasse cuidado, muitas expulsões poderiam acontecer.

 

E como o jogo era tenso, fatos não-corriqueiros aconteceram: aos 32 minutos, o goleiro Oreon se machuca. Sua saída é lenta, com sorriso amarelo, sem graça… E muita demora. Os 5 minutos de acréscimos ao término da etapa foram poucos, se somado com toda a cera da partida.

 

Aliás, onde é que estava o quarto árbitro Buitrago, que não viu que as cores do goleiro reserva Sosa Silva eram parecidas com a do Corinthians? Ridícula a demora para o reinício do jogo, trocando o shorts à beira do gramado. Deveria ter visto isso bem antes…

 

No segundo tempo, o árbitro continuava a apitar tudo; para times que gostam de amarrar o jogo, o Pacaembu é ótimo para tal estratégia. Mais faltas, e mais cera. Vide falta em Riquelme aos 40 segundos, cobrada somente a 1m36s. Ou o primeiro escanteio, que demorou quase 1 minuto para ser cobrado. Cera pura!

 

Porém, no segundo escanteio: novamente cera e Santiago Silva agride Jorge Henrique sem bola. Errou o árbitro, deveria ter expulsado El tanque, que socou o adversário.

 

06m: Schiavi atinge Danilo com um pontapé, amarelo bem aplicado.

09m: Caruzzo acerta Emerson, cartão amarelo bem aplicado.

12m: Jorge Henrique atinge Riquelme no contra-ataque, Cartão Amarelo.

 

Como vale tudo em final (para alguns), após o gol, é a vez do Corinthians fazer cera: expulsão do gandula que retia a bola. Aí é fácil: tomar providência contra cera de gandula, mas não tomar providência contra cera de atleta.

 

Outro erro do árbitro no segundo tempo: aos 32m, Schiavi atinge Danilo com forte pontapé, deveria receber 2º amarelo e ser expulso. É o segundo não-expulso do Boca Jrs.

 

Dos 35m aos 38m, Emerson Sheik e Caruzzo se ameaçam de todas as formas, sendo que o corinthiano toma a iniciativa. No auge das provocações (feitas sem a percepção do árbitro no começo, mas à sua vista no final) deveriam receber a advertência. O fim das provocações se deu com Emerson mordendo a mão de Caruzzo! Deveria ser expulso, mas a arbitragem não viu. Será que a Conmebol procederá como a UEFA (que utiliza o recurso eletrônico para tais lances), usará as imagens e punirá severamente Sheik pela selvageria?

 

Nos acréscimos, não houve jogo. Só foram minutos protocolares.

 

Enfim, a arbitragem não influenciou no resultado da partida, acertou nos lances técnicos com estratégia de arbitragem conservadora (que não vai de encontro com seu costumeiro estilo), razoável tecnicamente em jogo difícil e fraco disciplinarmente, sendo conivente com a cera. Na várzea, se costuma dizer que “o juizão não quis se complicar”, já que com pouca bola rolando, menor as chances de lances polêmicos surgirem.

 

Parabéns ao Corinthians. Para nós, brasileiros, é muito mais prazeroso assistir a um possível Corinthians X Chelsea no Mundial Interclubes do que ver o Boca em seu lugar. Desde que não apareça um Mazembe no meio do caminho…

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