O que penso particularmente sobre a declaração de Emílio Odebrecht, que disse ter “dado a Arena de Itaquera como presente ao Lula”, conforme divulgado no último domingo?
Precisamos fazer algumas considerações:
– É presente para o Corinthians ou para o Lula?
Aparentemente, um afago para o ex-presidente onde o Timão se beneficiou por tabela.
– Mas o Estádio não precisa ser pago?
Claro que sim. As condições de financiamento, documentação, burocracia e outros detalhes foram mais generosos do que costume.
– O custo foi superfaturado?
Pelos valores estratosféricos, é evidente. Mas aqui não é corrupção governamental, e sim institucional, ou seja, das pessoas que estavam envolvidas na construção da arena.
– O Estádio foi uma jogada de marketing do Lula?
É esse o cerne (ou “um dos”) da frase do patriarca da família Odebrecht. Se o Estádio para o Mundial era provavelmente o Morumbi (se especulou até na construção de um praça esportiva em Pirituba), Lula ganhou com a boa vontade da Odebercht os louros da conquista do tão sonhado estádio corintiano, evitando que os rivais “festejassem” o fato de serem sede da abertura da Copa do Mundo.
– E quem, de fato, financiou o estádio?
Pelo que se sabe, bancos públicos deram dinheiro para o consórcio criado pela Odebrecht, sendo que o Corinthians paga à construtora boa parte. Em tese, o estádio é da construtora, que recebe o dinheiro do clube. Se ambos derem o calote, o dinheiro público que saiu dos bancos é quem “dançou”.
– E se o Corinthians não pagar?
Já imaginaram alguém desmontando o estádio e levando os tijolos embora? Ou a Odebrecht, enrolada até o pescoço na Lava-Jato, tomando a Arena para si?
– Então…
Então, moralmente a Construtora viabilizou a construção da Arena Corinthians para ganho politico-eleitoral de Lula, sendo esse custo bancado por dinheiro público, sabedores do risco de levar um calote.
O que os torcedores rivais, os corintianos menos fanáticos e a população mais equilibrada sempre suspeitou é: a Odebrecht “desforraria” esse dinheiro gasto no Itaquerão com concorrências de outras obras públicas de valores absurdos vencidas, ganhando benesses e bancando (e muito) os valores gastos (e possivelmente não recebidos) do Estádio? Ainda: agradaria o presidente Lula e a torcida sedenta de um estádio?
O grande problema sempre será provar o superfaturamento, o tráfico de influências e colocar os envolvidos na cadeia.
Relembre: em 31 de agosto de 2010, quando Andrés Sanches divulgou que o Corinthians teria um estádio para Copa, ele disse que “pagaria a Arena somente com a venda dos Naming Rights”. Na oportunidade, escrevemos que se isso fosse verdade, seria o maior valor obtido em todo o planeta, se comparado com outras praças. Relembre em: http://wp.me/p4RTuC-7fg .
A única coisa certa é: FOI MUITO DINHEIRO GASTO SABE-LÁ-DEUS PRA ONDE OU PRA QUEM…

Na foto da Folha de São Paulo, da esquerda para a direita: Dona Marisa, Andrés Sanches, Lula e Emílio Odebrecht

[…] Fonte: – O Estádio do Corinthians foi ou não um presente? Lembrando do pagamento via naming rights&… […]
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