A coisa está feia no mundo do apito. Se já não bastassem as confusões nas quais alguns árbitros vêm protagonizando, ora culpados por erros cometidos em jogos, ora vítimas de culpas impostas injustamente pelo STJD, temos agora outra situação vexatória protagonizada pela cartolagem do apito. E dessa vez, com antecedência: a escolha dos árbitros assistentes para o Paulistão 2013!
Entenda: o Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo divulgou uma lista de 48 nomes de bandeiras que trabalharão no Campeonato Paulista da série A1 do ano que vem. Doze observações:
CONSIDERAÇÃO 1: Não deveria ser a Federação Paulista de Futebol quem deveria divulgar a relação? Quem promove o evento é ela, o Sindicato deve lutar pelos direitos dos seus associados!
CONSIDERAÇÃO 2: Por quê é que os bandeiras foram selecionados agora, e os árbitros ainda não foram divulgados? Qual o motivo para tanto suspense? Qual a pendenga que impede a exposição pública dos nomes?
CONSIDERAÇÃO 3: Em São Paulo, existe o ranking da arbitragem, onde não há pontuação, tampouco colocação. Os grupos são divulgados em relação nominal por ordem alfabética, e ao invés de serem divulgados ao final da temporada (se é ranking, deveria funcionar como um campeonato: os melhores, depois dos torneios, liderariam a classificação), tem os nomes divulgados no site da FPF em épocas diferentes: um ano em janeiro, outro dezembro, neste em março… Ou seja, ranking nebuloso e ao mesmo tempo nefasto, pois impede de que o árbitro saiba quanto ele dista do seu companheiro para chegar à elite.
CONSIDERAÇÃO 4: na lista divulgada, temos os seguintes nomes:
- Alberto Poletto Masseira
- Alex Alexandrino
- Alex Ang Ribeiro
- Alexandre Basilio Vasconcellos
- Anderson J. Moraes Coelho
- Bruno Salgado Rizo
- Carlos Augusto Nogueira Junior
- Claudenir Donizeti Gonçalves
- Daniel Luis Marques
- Daniel Paulo Ziolli
- Danilo Ricardo Simon Manis
- David Botelho Barbosa
- Edson Rodrigues dos Santos
- Eduardo Vequi Marciano
- Emerson Augusto de Carvalho
- Everson Luiz Luquesi Soares
- Fabio Rogerio Baesteiro
- Fabricio Porfirio de Moura
- Fausto Augusto Viana Moretti
- Giuliano Neri Colisse
- Gustavo Chacon Moreno
- Gustavo Rodrigues de Oliveira
- Herman Brumel Vani
- Humberto Lellis T. Leite
- João Edilson de Andrade
- Junivan Rodrigues de Souza
- Leandro Matos Feitosa
- Leonardo Schiavo Pedaline
- Maiza Teles Paiva
- Marcelo Carvalho Van Gasse
- Marcelo Ferreira da Silva
- Marcio Luis Augusto
- Marco Antonio de A. Motta Jr
- Marco Antonio Gonzaga da Silva
- Maria Eliza Correa Barboza
- Maria Nubia Ferreira Leite
- Mauro André de Freitas
- Miguel Cataneo R. da Costa
- Patricia Carla de Oliveira
- Paulo de Souza Amaral
- Renata Ruel Xavier de Brito
- Ricardo Pavanelli Lanutto
- Risser Jarussi Correa
- Rogerio Pablos Zanardo
- Sergio Cardoso dos Santos
- Tatiane Sacillotti S. Camargo
- Vicente Romano Neto
- Vitor Carmona Metestaine
Nela, vejo a importante ausência de alguns nomes que trabalharam em clássicos, que estão há um certo tempo na CBF e e que costumam atuar com ótimo desempenho. E, num exaustivo trabalho de tabulação de dados, percebe-se que os bandeiras que foram preteridos são:
- Claudson Begiatto – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Reinaldo Rodrigues – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 40 anos
- Willian Turola – Trabalhou em 2 Campeonatos Paulistas e tem menos de 35 anos
- Luis Nilsen – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 40 anos
- Ricardo Busette – Trabalhou em 2 Campeonatos Paulistas e tem menos de 35 anos
- Servio Buciolli – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Carlos Funari – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Celso Barbosa – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Fabio Freire – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Jumar Nunes – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Marcio Jacob – Trabalhou em 2 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Mauricio Alexandrino – Trabalhou em menos de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- João Bourgalber – Aposentado por idade
- Rafael Ferreira – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Leandro Santos – Trabalhou em 2 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Osny Silveira – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Rodrigo Aragão – Trabalhou em 1 Campeonato Paulista e tem mais de 35 anos de idade
- Caio Mesquita – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem menos de 35 anos
- Matheus Camolesi – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
- Maurício Ferronato – Trabalhou em mais de 5 Campeonatos Paulistas e tem mais de 35 anos
CONSIDERAÇÃO 5: Gostaria de, sinceramente, perguntar a cada um desses bons bandeiras que não estarão no Paulistão 2013: será que foram chamados à entidade para receber a informação sobre os motivos da não convocação para a Primeira Divisão, depois de bons serviços prestados? Houve alguma satisfação?
Arrisco-me a dizer que, na maioria, não tiveram qualquer explicação sobre suas ausências. O árbitro é usado, colocado de lado e abandonando. E fica lá, ignorante dos seus erros (se é que eles existiram).
CONSIDERAÇÃO 6: Se acreditarmos que a dispensa em massa da série A1 se deve a renovação, estaremos errados. Cito alguns que permaneceram, mesmo tendo mais de 5 anos de casa: David Botelho, Mauro André, Giuliano Colisse, Junivan Souza, Risser Jurassi, Alexandre Basílio, Claudenir Donizeti, Eduardo Vequi, Marco Motta.
Aqui, não julgo a competência deles (pois são bons), mas a ausência dos companheiros semelhantes a eles. O que apitaram de diferente? Ou a que se submetem?
Dos novatos, temos: Alex Ang, Edson Rodrigues, Everson Luquesi, Gustavo Chacon, João Edilson, Leonardo Pedaline, Marcelo Ferreira e Sérgio Cardoso. Não vale argumentar que são jovens de 18 anos com muito potencial, já que alguns tem mais de 35 anos de idade (se a desculpa for a idade).
CONSIDERAÇÃO 7: O que justifica nomes bem colocados no ranking (somente os próprios árbitros sabem seu ranqueamento, e não sabem dos seus companheiros), despencarem sem ter cometido erros? Cito: Celso Barbosa (Santos x São Paulo – 2010), Rafael Ferreira (Palmeiras x Corinthians – 2011), Claudson Begiatto (Santos x Corinthians – 2008), Luiz Nilsen (Corinthians x Santos e São Paulo x Santos – 2012) e Carlos Funari (São Paulo x Corinthians – 2011).
CONSIDERAÇÃO 8: Por não serem profissionais, os árbitros se submetem a escalas de toda e qualquer natureza. Por exemplo: campeonatos varzinos, amadores, de clubes, no terrão, etc… Tais torneios servem para jovens iniciantes ou para árbitros amadores, que devem ser escalados pelo Sindicato da Categoria, que funciona (mesmo talvez não devendo ser) como empresa de arbitragem. É constrangedor que um árbitro da série A1, que esteja nessa relação, que trabalhe nesses jogos e divida seu espaço com novatos. Os bandeiras da elite, nas folgas, devem se recuperar e descansar, e não fazer jogo a valor de taxa irrisória, sujeitando-se a lesões e agressões.
CONSIDERAÇÃO 9: Um árbitro dessa relação que se recuse a bandeirar jogos por míseros trocados em periferias da capital, a fim de ficar com a família ou curtir o descanso dos jogos oficiais, sentiria algum constrangimento em abdicar dos jogos?
CONSIDERAÇÃO 10: Não seria importante o Sindicato dos Árbitros defender os seus associados e instigar os critérios da Federação Paulista? Penso que seria importante que esses árbitros, que pagam suas mensalidades e devem ser atendidos, pressionem suas entidades de defesa. Porém, nem Sindicato dos Árbitros ou Cooperativa dos Árbitros se manifestaram. No site do Sindicato, nada do descontentamento. No da Cooperativa, parece que há meses nada é publicado.
CONSIDERAÇÃO 11: Neste difícil momento para os árbitros, não há uma clara incompatibilidade de cargos? Safesp e Coafesp (Sindicato e Cooperativa) são presididos por funcionários da Federação Paulista de Futebol. Se o árbitro recorrer ao presidente do Safesp, sr Arthur Alves Júnior, como ele reclamará a Comissão de Árbitros da FPF, da qual o dirigente faz parte? Ou se escolher o caminho da Cooperativa, solicitando ajuda do presidente Silas Santana, como este fará já que ele é Ouvidor de Árbitros da FPF? Nada em questionar a lisura desses senhores, que são honestos e conhecidos no meio do futebol, mas sim de discutir: não traz constrangimento?
CONSIDERAÇÃO 12: Por quê a FPF não abre publicamente as notas, punições e premiações aos árbitros? Nada disso aconteceria…
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