– Análise da Arbitragem de Corinthians X Santos, Pacaembu, 20/06/2012

Ontem a noite, no Pacaembu, Leandro Pedro Vuaden fugiu das suas principais características e fez uma arbitragem extremamente conservadora, com estilo diferente do que o marcou por toda a sua carreira; porém, segura e eficaz.

Ao contrário do que se esperava, o árbitro não deixou o jogo correr. Segundo o Lancenet!, cerca de 50 faltas foram apitadas na partida (mais de uma falta a cada 2 minutos). O número é alto se levarmos em conta as características da equipe, e mais impressionante ainda se o analisarmos com o tempo de bola rolando. Em 90 minutos, costuma-se ter jogo efetivo, quando muito, entre 60 e 70 minutos. Assim, com tal número de faltas, vimos que o jogo truncado foi a característica principal do jogo.

Antes a partida, o diário gaúcho Zero Hora, reproduziu uma entrevista pré-jogo com Vuaden, que disse:

Revi o jogo anterior na Vila Belmiro, assisti várias partidas entre as duas equipes e estudei todos os jogadores”.

Assim, sabedor das malícias dos atletas, Vuaden abriu mão da sua principal virtude: permitir a disputa de bola até o limite da falta; soltar a partida e não se intimidar com quedas de atletas. Nitidamente, não quis correr o risco de ser criticado por deixar de marcar faltas e optou pela estratégia do “caiu, marcou”. Poucas jogadas foram aquelas em que o árbitro permitiu que o jogo fluísse, sendo que por duas oportunidades aplicou a vantagem e voltou atrás na marcação marcando a falta vencida (correto, mas que ele não costuma praticar).

Vários fatores podem ter sido determinantes para que Vuaden adotasse tal critério: o conhecimento da rivalidade entre as equipes, o estudo feito sobre os atletas confessado por ele e o campo molhado, escorregadio, que leva à maior dificuldade de condução da partida.

Em suma, o árbitro deixou de lado as melhores virtudes da “escola gaúcha” de arbitragem e aplicou o “estilo precavido” das arbitragens mais dignas do interior paulista.

Dentro do critério estabelecido e escolhido, foi coerente. A partida ajudou pela não existência de lances polêmicos. E com jogo travado por faltas, naturalmente as jogadas dentro da área deixam de existir, inibindo complicações ao árbitro em situações duvidosas. Com menos tempo de bola rolando por tudo isso, maior fôlego para suportar a partida. Vide que o árbitro esteve próximo das jogadas durante os 94 minutos disputados.

Assim, o árbitro foi bem; não comprometeu; teve absoluto controle da partida (embora o estilo de arbitragem possa ser discutido eu, particularmente não gosto!) e pecou apenas em dois momentos:

1) No início do segundo tempo, Neymar cavou duas faltas (não foram) e o árbitro marcou. Eram próximas da área, o que poderia trazer confusão caso fosse marcado o gol. Talvez por ser início da etapa, houve uma certa desatenção naquele instante por parte da arbitragem.

2) No final de jogo: depois dos 40 minutos do segundo tempo, não tivemos mais futebol! A demora nas reposições de bola foi constante. Em especial, durante os acréscimos, numa cobrança de tiro de meta, a bola ficou parada entre o minuto 46 e 47. Isso significa que dos 3 minutos acrescentados, 1 não foi jogado. E quando foi, tivemos mais 30 segundos para a cobrança de uma falta. Acréscimos desprezados e que deveriam ser novamente acrescentados…

Destaque para os assistentes: O bandeira 2 Alessandro Matos esteve bem; discreto e preciso. Já o assistente 1, Altermir Haufman, abusou na marcação das faltas. Até aquelas que são de responsabilidade maior do árbitro foram assinaladas por ele, sem necessidade. De 8 lances, 3 ele colaborou corretamente, pois estava melhor posicionado e ajudou o árbitro. Outras 3 foram concomitantes ao árbitro (lances que não precisava levantar o instrumento). Outras 2 foram erradas, pois os lances foram normais, de disputa de bola, e o árbitro confirmou a falta talvez para prestigiar seu bandeira. Sem contar a cômica utilização do “spray em parábola”! Inédito.

Entretanto, algo importante: todos os impedimentos marcados por Altemir foram corretíssimos: muitos, e de altíssimo grau de dificuldade. Neste ponto, o assistente deve levar a nota máxima, com total louvou. Preciso, não errou um lance sequer, parabéns!

2 comentários sobre “– Análise da Arbitragem de Corinthians X Santos, Pacaembu, 20/06/2012

  1. Eu só acho que este estilo adotado pelo árbitro de marcar qualquer falta, prejudicou o time que estava determinado a jogar futebol, conseqüentemente ajudou muito quem só queria travar a partida. (isto não é Libertadores) Se era pra marcar tudo, por que não apitou pênalti para o Santos, quando Danilo empurrou por traz? Em minha opinião, ele só queria o empate.

    Curtir

  2. Concordo com Sand Demmis Donero, quando o árbitro adotou essa postura atrapalhou o time que queria jogar, pricipalmete com velocidade, basta você assistir o jogo novamente para contar inumeros contra-ataque para o Santos que o Vuaden opitou pela falta ao invés da lei da vatagem clara no lance, evitando com que eles(os contra-ataques) se conquetizassem.

    Curtir

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.