– Colégios preocupados com cigarro eletrônico entre alunos.

Uma febre, mas também uma praga: os cigarros eletrônicos nas escolas

Que moda burra!

Extraído de: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/uso-de-cigarros-eletronicos-entre-adolescentes-poe-colegios-em-alerta/?utm_source=social&utm_medium=twitter-feed&utm_campaign=saude-cnn-brasil&utm_content=link

USO DE CIGARROS ELETRÔNICOS ENTRE ADOLESCENTES PÕE COLÉGIOS EM ALERTA

Algumas escolas privadas enviaram comunicados aos pais alertando sobre o dispositivo, com venda proibida no Brasil

Por Júlia Marques, do Estadão Conteúdo

O uso de cigarros eletrônicos pelos adolescentes tem colocado colégios brasileiros em alerta. A preocupação cresceu neste ano, com a retomada das aulas presenciais. O consumo é comum em ambientes reservados, como nos banheiros, e há casos até de venda dos dispositivos, que são proibidos no Brasil, nas escolas.

Colégios privados fazem comunicados aos pais e abordam em aulas os riscos da substância, vista muitas vezes como inofensiva. O desafio do cerco ao cigarro eletrônico, no entanto, é grande: como são discretos (alguns se parecem com pendrives), podem passar despercebidos pelos professores.

Os dispositivos funcionam por meio de uma bateria que esquenta um líquido interno (uma mistura de água, aromatizante alimentar, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal). Também chamado de vape ou pod, o dispositivo é tragado pela boca e cria uma fumaça branca e sem cheiro ou com um cheiro que se dissipa rapidamente no ar.

Adolescentes ouvidos pelo Estadão dizem que o consumo é comum entre grupos de estudantes, principalmente do ensino médio, nos banheiros, no fundo da sala de aula ou nas quadras. Os jovens enviam mensagens de celular uns aos outros para marcar encontros em áreas mais reservadas das escolas, onde fumam juntos. O uso também ocorre fora do colégio, na saída da aula ou no intervalo entre os turnos.

Os estudantes fazem ainda vaquinhas para comprar cigarros eletrônicos. Como são caros – um vape pode custar de R$ 60 a R$ 680 -, o hábito é mais comum em escolas particulares. Apesar de proibidos no Brasil, cigarros eletrônicos são facilmente encontrados em tabacarias, lojas de conveniência e redes sociais. Na escola, são passados de mão em mão ou dentro dos estojos, contam os estudantes.

Em alguns casos, os jovens já conhecem os riscos da substância, mas usam como forma de pertencer ao grupo ou como válvula de escape para questões emocionais. Em outros, se surpreendem com a informação de que pode ser cancerígeno, viciante e causar danos aos pulmões.

Moda

Diretora de um colégio particular na zona sul de São Paulo, Ana Paula de Oliveira diz que o auditório da escola, formado por alunos do ensino médio e fundamental, “foi abaixo”, surpreso, durante uma palestra sobre os riscos do cigarro eletrônico na semana passada. “Eles não entendem que tem nicotina, o mal que faz para a saúde. Apenas cumprem uma moda”, diz.

A palestra ocorreu depois que a escola presenciou a venda do vape entre dois estudantes – esses alunos foram convidados a se desmatricular. “Cumprimos o que nosso regimento prevê”, explica a diretora, citando a proibição da venda de drogas lícitas ou ilícitas na escola. Para ela, após o afastamento do ambiente escolar na pandemia, os adolescentes retornaram com dificuldades de seguir as regras.

O cigarro eletrônico é um problema crônico em outros países, como os Estados Unidos. No Brasil, ganhou força mais recentemente. “Vai todo o mundo para a cabine de cadeirante (no banheiro), mais espaçosa, e ficam todos lá”, conta um adolescente de 17 anos, aluno de uma escola particular em Brasília. Outra estudante, da rede estadual paulista, de 14 anos, diz ter começado a usar há um mês, na escola, e compartilha o vape de sabor de uva com três colegas. O consumo, diz, é para aliviar tensões. “Nunca tive relação boa com minha mãe e, desde o início da pandemia, só tem piorado.”

Um colégio particular tradicional de Salvador, o Antônio Vieira, enviou comunicado aos pais no fim de março sobre o risco do cigarro eletrônico. A direção diz não ter registrado consumo no colégio, mas percebe aumento do problema entre jovens de modo geral. O comunicado fala até em “transferência compulsória” em caso de uso na escola.

“Eles acham interessante a tecnologia do aparelho, que pode botar água e o sabor que quer”, diz a diretora acadêmica do Antônio Vieira, Ana Paula Marques. “As próprias famílias muitas vezes não têm clareza do que é isso.” Os professores vêm buscando informações sobre o tema.

Novidades como sabores diferentes e dispositivos que brilham no escuro atraem os adolescentes. “Há a sensação de que não é viciante e pode parar a qualquer momento”, diz Mario Fioranelli Neto, coordenador pedagógico no Centro Educacional Pioneiro, na zona sul de São Paulo. A escola registrou um caso pontual de uso no colégio – o próprio estudante buscou a direção -, mas também se preocupa com a difusão do cigarro eletrônico fora do ambiente escolar, como em festas ou na saída dos alunos para o almoço.

Luciana Nogueira, professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), diz ter recebido relatos de colégios sobre o problema e afirma que a visão positiva em relação ao vape torna o dispositivo ainda mais perigoso. Diferentemente do cigarro tradicional, que tem cheiro forte e incomoda quem está perto, o eletrônico é socialmente aceito, “como algo cool, legal, da moda”.

Ela alerta que mesmo dispositivos eletrônicos sem nicotina são viciantes, já que o vício de fumar não tem apenas origem química, mas principalmente psíquica. “Eles estão adquirindo o hábito de levar um objeto à boca e tragar”, diz Luciana, especialista em vulnerabilidades da adolescência.

Autoafirmação

Outro problema é a dificuldade de identificar o dispositivo. “Pelo fato de (o cigarro eletrônico) ter a carinha pequena, camuflada, moderna, para passar batido é muito fácil, a menos que você esteja procurando por ele”, conta Edgar Crispino, professor de Biologia da Escola Carandá Educação, na zona sul de São Paulo. Ele afirma ter flagrado um grupo com o vape certa vez na porta do banheiro e, a partir disso, começou um trabalho de trazer informação para dentro da sala de aula.

O assunto entrou em pauta, nas perguntas dos próprios estudantes, em aulas sobre fisiologia e poluição. “Se eles estão usando é por um motivo, precisamos entender qual é e conversar sobre o assunto. Muitas vezes, usam porque é a coisa legal do momento, por pressão social”, diz o professor, que também vê impacto do distanciamento causado pela pandemia na necessidade de autoafirmação dos adolescentes. “Queremos que procurem ajuda sem se sentirem acuados ou demonizados, o que pode fazer com que se afastem da gente e continuem usando.”

Depois que o tema foi abordado, o professor diz que houve uma “quebra de gelo” entre professores e estudantes, que se sentiram mais abertos para dialogar até sobre outros temas espinhosos da adolescência. No Pioneiro, também estão previstas abordagens em aulas de convivência ética. Procurada, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo reforça que o consumo é proibido e diz desenvolver projetos e produzir conteúdos de conscientização para os alunos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cigarro eletrônico
Nery Zarate/Unsplash

– Gastos Surpreendentes com a Educação no Brasil.

O Instituto Brasileiro de Economia, departamento da FGV, fez uma pesquisa interessante: quanto o Governo Federal, somado aos Estaduais e Municipais, investem em Educação no país. O trabalho coordenado pelo economista Fernando Veloso trouxe o seguinte número:

– p/ cada aluno do ensino fundamental, houve o investimento de R$ 147,75 / mês;
– p/ cada aluno do ensino superior, houve o investimento de R$ 985,00 / mês.

Como curiosidade, nos países desenvolvidos, em média, o investimento tanto no ensino superior quanto no fundamental é quase equivalente.

Para você: tem a mesma sensibilidade de que há muito mais investimento público nas universidades do que no ciclo básico? A mim, sim.

E isso é bom? Fica a dúvida…

Resultado de imagem para Educação Infantil

Imagem extraída da Internet, autoria desconhecida. Quem conhecer, favor informar para o crédito.

– Menina de 6 anos é presa nos EUA por se comportar mal na escola. Ops: como?

Parece irreal, mas aconteceu há 3 anos e acontece ainda hoje: na Flórida, uma criança de 6 anos foi presa por mau comportamento na escola.

Não sei bem o que pensar; só sei que, nesta idade, pai e mãe deveriam ter plena responsabilidade pelos desvios dela. Mas… polícia? Me parece um absurdo.

Já imaginaram se fosse no Brasil?

Extraído de: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/02/26/menina-de-6-anos-e-detida-algemada-em-escola-dos-eua-por-mau-comportamento.htm

MENINA DE 6 ANOS É ALGEMADA E PRESA EM ESCOLA DOS EUA POR MAU COMPORTAMENTO NA ESCOLA

Uma menina de seis anos identificada como Kaia Rolle foi detida e algemada na escola Lucious & Emma Nixon, em Orlando, no estado norte-americano de Flórida, por mau comportamento. O caso aconteceu em 19 de setembro do ano passado, mas as imagens só foram divulgadas ontem.

De acordo com a BBC, que veiculou o vídeo, o escritório de advogacia Smith & Eulo afirmou que a família decidiu tornar público o registro porque quer mostrar como a prisão da garota aconteceu.

A gravação foi feita pela câmera corporal usada por Dennis Turner, um dos policiais que atenderam ao caso. Ele e outro agente foram chamados à escola após reclamações da escola de que a menina estaria se comportando mal em sala de aula.

“OK, ela terá que ir conosco agora”, diz Turner na gravação ao se encontrar com a Kaia em uma dependência da escola.

“Você tem que ir com eles agora”, reforça uma pessoa possivelmente ligada à escola.

“Levante-se. OK, venha aqui”, diz o policial, mostrando à menina um par de algemas plásticas.

“Isso aqui é para quê?”, questiona a garota.

“São para você”, responde o policial.

Kaia então começa a chorar. “Não coloque as algemas… Me ajude!”, pede a menina no vídeo.

“Vamos”, diz o policial.

“Sua avó virá e vai te levar para casa, OK?”, reforça a pessoa da escola.

“Eu não quero ir para o carro de polícia”, implora a menina enquanto deixa o prédio da escola.

“Você não quer?”, pergunta a pessoa da escola.

“Não, por favor”, responde.

“Você precisa”, responde a interlocutora.

“Não, por favor. Me dê uma segunda chance”, pede a menina, enquanto é colocada no banco traseiro da viatura. “Por favor! Por favor, não!”

Mais tarde, uma responsável por Kaia Rolle compareceu à escola e perguntou se as algemas de plástico “eram necessárias” na menina.

“Sim. Se se ela fosse maior, ela teria usado algemas comuns. A pessoa mais jovem que eu já prendi tinha sete anos. Já prendi seis mil pessoas em 28 anos. Muita gente”, afirmou o policial responsável pela prisão.

“Ela tem seis anos”, informou a familiar.

“Ela tem seis? Agora ela quebrou o recorde. Caramba, ela quebrou o recorde”, respondeu o oficial.

Segundo a imprensa da Flórida, Dennis Terner prendeu outra criança — um menino — de seis anos no mesmo dia. No entanto, segundo a procuradora Aramis Ayala, as acusações de mau comportamento contra Kaia foram retiradas. A menina foi transferida para outra escola.

De acordo com a BBC, o policial Dennis Turner não seguiu o protocolo correto, que afirma que um agente de segurança pública precisa de autorização de um supervisor para prender qualquer criança com menos de 12 anos no estado da Flórida. Após investigação interna, ele foi demitido.

Ouça o podcast Ficha Criminal (https://noticias.uol.com.br/podcast/ficha-criminal/), com as histórias dos criminosos que marcaram época no Brasil.

Este e outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.

Vídeo registra Kaia Rolle sendo colocada em viatura; menina foi transferida de escola pela família, e policial foi demitido - BBC/Reprodução

Imagem extraída do link acima.

– Professores e Aprendizes.

Como ensinar, se você não aprende?

Os ensinamentos só existem por conta do aprendizado contínuo. Por isso a necessidade dessa missão dupla dos professores.

Concordo com a imagem e a mensagem:

– O plano de Educação Familiar do Governo Chinês.

Do ano passado, mas nada mais se soube… abaixo:

Limitação de tempo de jogos pela Internet, fim do culto às celebridades da mídia, cuidados para a adoração de pessoas como se fosse “ópio espiritual”, aumento de tempo de recreação com atividades físicas e mais masculinização dos homens: eis alguns pontos da nova lei de Educação Familiar na China, que pode levar os pais à punição, caso os filhos não os cumpram.

Diante disso, uma questão, independente da lei: até onde um Governo pode ou deve regular a relação íntima de pai, mãe e filhos?

Abaixo, extraído de: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/china-elabora-lei-para-punir-pais-por-mau-comportamento-dos-filhos/

CHINA ELABORA LEI PARA PUNIR PAIS PRO MAU COMPORTAMENTO DOS FILHOS

O parlamento da China vai analisar uma legislação para punir os pais se seus filhos pequenos exibirem “comportamento muito ruim” ou cometerem crimes.

No projeto de lei de promoção da educação da família, os tutores serão repreendidos e obrigados a passar por programas de orientação de educação da família se os promotores encontrarem um comportamento considerado “muito ruim ou criminoso” nas crianças sob seus cuidados.

“Há muitas razões para os adolescentes se comportarem mal, e a falta de educação familiar inadequada é a principal causa”, disse Zang Tiewei, porta-voz da Comissão de Assuntos Legislativos do Congresso Nacional do Povo (NPC).

O projeto de lei de promoção da educação familiar, que será analisado do Comitê Permanente do NPC nesta semana, também pede aos pais que providenciem tempos para descanso, brincadeiras e exercícios para seus filhos.

Pequim tem conduzido a China com uma mão paternal mais assertiva neste ano, combatendo o vício dos jovens nos jogos online, que são considerados uma forma de “ópio espiritual”, até reprimir a adoração “cega” de celebridades da internet.

Nos últimos meses, o Ministério da Educação chinês limitou as horas de jogo para menores de idade, permitindo-lhes jogar online por uma hora apenas às sextas, sábados e domingos.

O país também proibiu aulas de reforço depois de aulas para matérias importantes durante o fim de semana e feriados. A decisão demonstra uma preocupação com a pesada carga acadêmica sobre as crianças do país.

A China tem pedido aos jovens para serem menos “femininos” e mais “masculinos”. Em uma das medidas adotadas pelo país, o Ministério da Educação instou as escolas a promoverem esportes presenciais, como o futebol.

China: governo, economia, aspectos naturais - Brasil Escola

Imagem extraída de: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/china-1.htm

– Métodos tradicionais ou modernos para estudar?

Uma discussão bacana: até onde os métodos tradicionais de estudo funcionam? Com o advento da tecnologia, estudar pode ser algo diferente. E nesta matéria, abaixo, uma reflexão: não estaríamos próximos do ensino oral, via computadores?

Interessante, extraído de Época Negócios, Caderno inteligência, pg 66-68, ed 32.

AFINAL, A DECOREBA FUNCIONA?

por Lelivaldo Marques Filho e Robson Viturino

Há muito os educadores discutem qual seria a melhor forma de aprender: a elaboração dos conceitos ou as técnicas de memorização? Em busca de uma resposta, a edição de janeiro da revista Science indica que, no futuro, é provável que a pedagogia empreenda algumas mudanças nos métodos de aprendizado. Segundo um estudo divulgado na publicação, estudantes estimulados a ler textos, resgatar e reconstruir o conhecimento em intervalos regulares obtêm melhores resultados do que os colegas que recorrem à criação de mapas conceituais – aqueles diagramas em que os “nós” representam conceitos e as conexões entre esses “nós” simbolizam a relação entre os conceitos.
Para confrontar as duas técnicas, os pesquisadores da americana Purdue University realizaram um experimento em que 200 alunos estudaram textos de diferentes disciplinas científicas. Na primeira prova, próxima das seções de estudo, não houve diferença significativa no resultado. No entanto, uma semana depois, quando se mediu o sucesso da retenção no médio prazo, o grupo que se valeu de técnicas de resgate regular da informação colheu resultados 50% melhores do que seus colegas. As avaliações incluíam tanto perguntas literais, cuja informação estava diretamente no texto, quanto questões que requeriam interpretação.

De acordo com os autores do estudo, Jeffrey D. Karpicke e Janell R. Blunt, atualmente há uma tendência entre pedagogos no sentido de encorajar práticas baseadas no “estudo elaborado” em detrimento da velha e boa releitura. Os maiores interessados no assunto estão no mesmo barco. Karpicke e Blunt dizem que os próprios estudantes, antes que vissem o que diz a pesquisa, avaliaram que a primeira técnica seria a mais eficiente para solidificar o aprendizado.

Para os pesquisadores, a prática de resgate das informações sugere uma nova visão de como a mente funciona. “O resgate não é apenas uma leitura do conhecimento estocado na mente – o ato em si de reconstrução do conhecimento aumenta o aprendizado. Esta perspectiva da dinâmica da mente humana pode pavimentar uma via para o desenho de novas atividades educacionais”, afirmaram, no artigo que ganhou as páginas da Science.

Máquinas acionadas pela voz e linguagem visual irão
aposentar a palavra escrita, afirmam cientistas

Estendendo o horizonte de discussão, alguns cientistas já estão estudando como seria o aprendizado em um mundo sem textos. O futurólogo William Crossman supõe que, em 2050, a palavra escrita vai ser uma tecnologia obsoleta e, acredite se quiser, cairá em desuso como forma de armazenar conhecimento. A interação com computadores que respondem a comandos de voz e o avanço da iconografia terão chegado a tal ponto que não se ensinará mais os alunos a ler e escrever, diz ele. Todo o conhecimento e as informações do dia a dia virão desses repositórios interativos e inteligentes de informação.

Em seu livro VIVO [Voice-In/Voice-Out]: The Coming Age of Talking Computers (algo como “A nova era dos computadores que falam”), Crossman chega a descrever com detalhes como seria um dia normal na vida de uma família embebida dessa cultura oral. Desde o despertar até o final do dia, as atividades de uma mãe e seus dois filhos em idade escolar são realizadas sem nenhum contato com informação escrita.

É uma alegoria do futuro, como várias que vimos no passado. Algumas se configuram e outras não. Mas vale a pergunta: será mesmo possível aprender com profundidade sem o distanciamento e a introspecção que a leitura exige? Ou essa questão é apenas fruto de nossa tendência de nos apegar ao que já conhecemos?

Imagem extraída de: https://unileao.edu.br/blog/decoreba-funciona/

– A tecnologia e os costumes tradicionais se conciliando na Educação Escolar.

Jaume Carbonell, renomado pedagogo espanhol, deu uma entrevista muito bacana em sua última passagem pelo Brasil. Abordou a necessidade do professor não ditar pensamentos, mas ensinar o aluno a pensar. Também falou de algo importante: a precisão de usar as tecnologias para o aprendizado sem abrir mão das coisas boas dos costumes tradicionais, como, por exemplo, folhear um livro impresso!

Destaco a seguinte fala:

“A escola deve ir em consonância com os progressos culturais, científicos e tecnológicos. As tecnologias contribuem para grandes mudanças, possibilidades e oportunidades para uma melhor aprendizagem. No entanto, esse mundo tão acelerado está gerando um problema: a falta de atenção e concentração. Eu penso que não é o mesmo ler no celular e ler em um livro de papel, porque fazemos isso de maneiras diferentes. Então, o papel ainda precisa existir. Ler em um livro impresso traz uma leitura mais pausada, tranquila, profunda e crítica. A instituição de ensino deve proteger a infância desse mundo acelerado, deve ser um espaço tranquilo. E deve haver diálogo: a conversação do professor com os alunos é fundamental para que, conjuntamente, façam um bom uso das tecnologias“.

A conversa toda no link em: https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/jaume-carbonell-entrevista/?fbclid=IwAR2eCBFNALLYYBe4CAMY29VYsIXAHr6RyrV-gTasZ0L6xVEJmMQlLwRnAqA

jaume carbonell

O pedagogo Jaume Carbonell: escola precisa fomentar a escuta e o respeito pela opinião divergente. Crédito: Rafaela Paludo/Desafios da Educação.

– O custo em Educação e o retorno duvidoso (infelizmente)

Vi esse caso de “cálculo de gastos com escolas” versus “salário futuro”. É um exemplo extremista, mas… não teria uma certa razão discutir certos valores e o retorno?

Abaixo:

– Os efeitos da massificação do EAD na carreira dos docentes.

E quando o Ensino à Distância quer “substituir na marra” o Presencial?

E quando os professores são dispensados em massa por conta da modalidade?

Questões interessantes para discussão. Abaixo:

Extraído de: (https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62072764)

APOSTA EM EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA GERA DEMISSÃO EM MASSA

Quando definia o foco de seu novo estudo, o pesquisador Yuri Lima considerou primeiramente analisar o impacto da covid-19 no Brasil sobre uma gama ampla de profissões. Mas a situação dos professores chamou sua atenção a ponto de se tornar o eixo principal do trabalho.

Lima observou que a aposta de instituições privadas no ensino a distância (EaD), uma tendência que vem dos anos 2010 e se consolidou fortemente na pandemia, tinha relação com o ritmo de diminuição dos quadros de funcionários e a precarização das condições de trabalho de docentes.

Em listas sobre as profissões com “mais futuro”, como um importante estudo da Universidade de Oxford (Inglaterra) de 2013, os professores aparecem entre as funções com mais chances de resistir à automação.

Mas o pesquisador do Laboratório do Futuro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) diz que o ensino a distância surge como “uma forma indireta de automação”, que “está embutida no modelo de negócios de certas empresas”.

Atualmente, parte da carga horária dos cursos é ocupada por vídeos gravados previamente, que podem ser usados durante anos pelas faculdades, e substituem o material dado de forma presencial por um professor.

Rodrigo Barbosa e Silva, pesquisador-sênior de políticas públicas em tecnologias do Transformative Learning Technologies Lab da Universidade de Columbia (EUA), explica que “vemos talvez há quase duas décadas uma série de cursos online na área de lato sensu [cursos voltados para atualização e especialização] em que a aula era gravada, algumas vezes com estudantes presencialmente ou interagindo à distância.”

“E o que acontece com essa aula? Já vi contratos em que essa aula fica válida por três anos com possibilidade de prorrogação. A aula que foi feita por um docente, vamos dizer por 10 horas, acaba sendo retransmitida ao longo de três anos ou mais.”

O principal ponto de virada da tecnologia é o tamanho das turmas: uma sala presencial com, por exemplo, 50 alunos, que seria considerada “inchada” a depender do espaço físico, hoje dá lugar a salas virtuais que comportam em alguns casos até mil alunos.

Essas mudanças têm permitido uma redução significativa de custos para empresas educacionais nas suas folhas de pagamento.

A BBC News Brasil pediu posicionamento sobre a situação dos professores para a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), que representa faculdades particulares em todo o país, mas a entidade preferiu não se manifestar.

Entre março de 2020 e dezembro de 2021 o número de docentes no ensino superior como um todo caiu 7,14%, com a saída de quase 30 mil profissionais, segundo o Ministério do Trabalho.

O ano de 2020, o primeiro da pandemia do coronavírus, também marcou a primeira vez na história que graduações a distância tiveram mais alunos novos do que cursos presenciais. Em dez anos, o crescimento do EaD foi de 428% no país.

Antes mesmo da quarentena em razão da covid, uma portaria assinada pelo então ministro da Educação Abraham Weintraub permitiu que graduações presenciais pudessem ter 40% de aulas virtuais em relação à carga horária total (uma exceção é o curso de Medicina).

O Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Educação, órgão independente associado ao MEC que formula e avalia a política nacional de ensino, não responderam aos pedidos de posicionamento da BBC News Brasil sobre o tema.

“A diferença entre as duas modalidades é significativa do ponto de vista de estrutura. O presencial exige muitos professores em sala de aula. Exige uma infraestrutura física, administrativa, muito grande”, diz Lima.

Ele faz questão de enfatizar que o ensino a distância não deve “ser visto como vilão” nem que seu estudo representa uma postura “neoludita” (referência ao movimento de trabalhadores que destruíam as novas máquinas que os substituíram durante a revolução industrial inglesa).
“Eu, como uma pessoa que vem da área de tecnologia, acredito muito no potencial dela para melhorar a educação”, diz. “É possível utilizar a tecnologia de forma que amplie a qualidade em vez de precarizar o ensino e o trabalho.”

Para Barbosa e Silva, “é importante observar que o fenômeno não está na tecnologia — não é a existência do EaD e das possibilidades de comunicação e interação a distância que estão causando esse problema. E, sim, a estrutura social por trás da educação ou de necessidades financeiras para instituições educacionais”.

Demissão por “pop-up”

O professor Rodrigo Mota Amarante soube de sua demissão do quadro da faculdade Uninove, em São Paulo, por meio de um pop-up: uma mensagem que surgiu na tela do computador quando iniciava sua jornada semanal.

“A demissão por pop-up é muito esquisita, né? Os professores simplesmente entraram no sistema para dar aula, era uma segunda-feira, dia de aula normal. Então, você acessa o sistema para dar aula e você está bloqueado: você foi demitido.”

“É muito frio, é muito distante. Cruel, para ser bem sincero”, diz.

Amarante, que somava quase 25 anos de carreira como docente, foi desligado em um corte de 300 profissionais da Uninove em 22 de junho de 2020.

As atividades do dia para os estudantes foram substituídas por uma palestra motivacional com participação do ex-secretário municipal de Educação Gabriel Chalita e do Padre Fábio de Mello intitulada “Fortaleça o seu interior e acredite em você”.

Em dezembro do mesmo ano ocorreu mais uma demissão em massa na Uninove. Segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo, o total de cortes em 2020 representou quase metade do antigo corpo docente da faculdade.

A BBC News Brasil tentou entrar em contato com a Uninove em duas ocasiões, mas, apenas para encaminhar os questionamentos, a empresa exigiu que o repórter cedesse uma série de dados pessoais, como CPF. Isso foi recusado.

Amarante também relata que, de 2017 para 2018, foram demitidos todos os professores do curso 100% EaD de engenharia de produção na Uninove.

“Era um curso que pagava o mesmo valor de hora-aula que era pago ao professor de sala de aula física. O que fizeram na sequência foi a contratação de tutores. Saíram os professores que fizeram os materiais, que gravaram as aulas, e contrataram estagiários ou recém-formados, com um salário menor.”

Lima, do Laboratório do Futuro da UFRJ, explica que “a grande função do tutor é acumular essas capacidades de interação com o aluno que não sejam relacionadas a preparo da aula, entrega da aula. Tirar uma dúvida do conteúdo, resolver um problema às vezes administrativo, (por exemplo): ele manda no chat um problema com a mensalidade. Então quando a gente olha para essa estrutura, o conteúdo está pronto”.

“Dizem hoje que a melhor maneira de ser demitido por uma faculdade é terminando o doutorado. Porque você se torna um profissional muito caro para instituição. É perceptível este movimento em que se busca alguém para dar uma aula magna, para ser o que se chama muitas vezes o professor convidado, e existem tutores ou muitas vezes estagiários da própria instituição, ainda cursando a graduação, para fazer o que se chama de mediação”, diz Barbosa e Silva, pesquisador-sênior na Universidade de Columbia.

“Com o advento da reforma trabalhista de 2017, consolidou-se o regime horista. Esse regime ficou sedutor para essas instituições que não querem investir tanto na pesquisa e na extensão [trabalho da universidade de volta para a comunidade, como atendimento de saúde] e sim contratar docentes de uma maneira que pode ser chamada de ‘uberização'”.

“Se a pessoa está numa posição de carreira, de 40 horas, ela consegue conversar com estudante sobre pesquisa, sobre o conteúdo da aula, sobre o próprio futuro profissional. Essas pessoas que são só contratadas por disciplina ou regimes horistas nem são pagos por esse tempo. Mas não deixam de atender quando os estudantes estão em contato.”

Reflexo na qualidade do ensino

Yuri Lima afirma que, além dos reflexos na qualidade de ensino, há um predomínio do que chama de “EaD conteudista” na formação do estudante.

“O quanto que eu consigo desenvolver habilidades com uma pessoa sentada dentro de casa, assistindo a vídeos e respondendo um questionário? Isso não atende as demandas do mercado de trabalho mais moderno”, diz.

“São vários fatores a observar nessa transformação do ensino superior e se questionar o quanto que ela está indo no sentido que a gente gostaria para a educação no país.”

Ele afirma que outro desafio “é de entregar empregabilidade para essas pessoas estão se formando, ou seja, a capacidade de um aluno egresso de uma instituição de ensino conseguir entrar no mercado de trabalho com um emprego de qualidade”.

Falta explorar no currículo educacional o que “a automação e a tecnologia ainda não são capazes de fazer”.

O professor Amarante, de sua parte, diz que sente “muita falta de sala de aula”, mas que “financeiramente não vale a pena”.
Hoje, ele trabalha como especialista de dados de uma empresa varejista.

“O horário de saída ou de intervalo era um momento de troca. Às vezes você ia para a sala dos professores conversando com dois ou três alunos e o papo era bom. Muitos deles aproveitam isso. Uma conversa sobre o estágio ou o trabalho, as expectativas dele. A gente não tem como substituir esse tipo de conversa porque ela é uma conversa espontânea, não é planejada.”

– Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62072764

– Aulas nas Faculdades Brasileiras se tornam mais Exigentes!

Há 1 ano… repost:

Boas notícias: as faculdades brasileiras estão imitando os métodos de Harvard, exigindo que os alunos estudem as matérias antes das aulas. Veja (extraído de Folha de São Paulo, 22/12/, Caderno Educação, pg E1)

FACULDADES PRIVADAS MODERNIZAM AULAS COM MÉTODO DOS EUA

Por Fábio Takahashi

Estudantes em filas, professor à frente, explicação na lousa ou no projetor. É tudo que algumas faculdades particulares têm buscado evitar em seus cursos de graduação.

Há pouco mais de um ano, ao menos quatro instituições brasileiras adotaram metodologias em que os estudantes precisam ler textos ou ver vídeos antes das aulas, para terem um conhecimento básico prévio do conteúdo.

Nas aulas há debates entre os alunos, e não a convencional exposição do professor. A tradicional escola Belas Artes de São Paulo foi uma das que adotou o método.

Educadores afirmam que o formato, inspirado em aulas da Universidade Harvard (EUA), deve se espalhar pelo país, ainda que haja dificuldades de implementação.

Na nova metodologia, ao professor cabe apresentar temas a serem debatidos e acompanhar se as conclusões dos alunos caminham para a direção correta.

Os alunos são distribuídos em mesas redondas de oito lugares cada uma, em geral. O grupo deve apresentar resposta a uma pergunta posta pelo docente -que conduz as discussões até que todos saibam a alternativa certa.

Um dos métodos, chamado “peer instruction” (formação por pares), foi criado pelo professor Eric Mazur, que leciona física em Harvard.

Ele estava incomodado com o fato de que poucos docentes conseguiam prender a atenção dos estudantes por uma aula inteira -problema que atinge cursos superiores no mundo todo.

Pesquisas de Mazur mostram que, com o novo formato, os alunos fixam melhor conteúdos e ganham capacidade de resolver problemas.

ATUALIZAÇÃO

“As aulas precisam ser mesmo atualizadas”, disse o consultor de ensino superior Roberto Lobo, ex-reitor da USP. “Mas os temas a serem abordados devem ser bem administrados, senão, os alunos ficam com lacunas”.

Diretor acadêmico da Unipac (MG), Gustavo Hoffmann afirma ser essencial, no novo formato, que o aluno se prepare antes das aulas. “No modelo tradicional, os professores até podem pedir leitura prévia. Mas a aula ocorre normalmente se o aluno não se preparar”, afirma.

“No novo modelo, não se consegue debater algo sem que você tenha uma base.”

O preparo prévio exige cerca de uma hora por dia do aluno. Os cursos são presenciais, ou seja, ao menos 80% da carga horária tem de ser cumprida na faculdade.

“No começo, ficamos preocupados”, disse José Augusto dos Santos Dias, 23, que teve a nova metodologia em algumas matérias do curso de direito da Unisal (Lorena-SP). Um dos conteúdos que ele estudou no sistema foi quais recursos poderiam ser impetrados para cada decisão judicial. “No final, gostei.”

A inclusão da nova metodologia nas grades curriculares varia entre as faculdades. As mesmas instituições também têm adotado outras modalidades parecidas ao “peer instruction”, como a resolução de problemas.

Neste caso, o professor apresenta um problema real, enfrentado por uma instituição, e os alunos têm de apresentar soluções. Depois, compara-se com a solução adotada no caso concreto.

“A ideia é evitar que o aluno vá para a aula apenas para ouvir o professor. Hoje, ele deve ser ativo”, disse Marcilene Bueno, da área de novas metodologias da Unisal.

Sua escola é uma empresa! Saiba como lidar com isso - Wakke

– Primeiros Passos e com sucesso!

Amo tudo isso!

Terminei de lecionar mais um curso “Primeiros Passos”, voltado ao Empreendedorismo, no Senai de Bragança Paulista.

Curso presencial, gratuito e com ótimos alunos! Uma iniciativa Sebrae, IBS Americas e Governo do Estado de SP.

📝 #Educação

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– O Analfabetismo Científico.

O que dizer sobre isso: “Boa parte dos Universitários dos EUA acreditam que as pirâmides foram construídas por ETs”?

Esse é um dos muitos exemplos de ignorância dos estudantes americanos… E olhe a qualidade de ensino que eles têm por lá. E se fosse aqui no Brasil?

Veja outros absurdos abaixo, retratados pela Folha de São Paulo em pesquisa recente:

Extraído de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/802161-universitarios-acreditam-que-et-fez-piramides-analfabetismo-cientifico-nos-eua-preocupa.shtml

ANALFABETISMO CIENTÍFICO PREOCUPA

Após ouvir cerca de 10 mil alunos de graduação nos EUA, pesquisadores descobriram que só 35% discordavam da ideia de que ETs teriam visitado civilizações antigas da Terra e ajudado a construir monumentos como as pirâmides do Egito.

Poucos se manifestaram contra outras teses sem base, como o suposto status de ciência da astrologia (não confundir com a astronomia) e a ideia de que existem números da sorte -22% e 40%, respectivamente.

Além disso, mais de 40% disseram que antibióticos matam tanto vírus quanto bactérias –na verdade, só as bactérias são vulneráveis a esse tipo de medicamento.

Para o autor do estudo americano, o astrônomo Chris Impey, os números refletem um problema do país: os alunos de ensino médio não precisam fazer cursos de ciência. A maioria estuda biologia, mas menos de metade tem aulas de química e só um quarto estuda física.

“O ensino médio americano é forte em história, conhecimentos gerais, esportes, computação, mas bastante fraco mesmo em ciências”, diz Renato Sabbatini, biomédico e educador da Unicamp.

“Mas as perguntas que fizeram são hiperelementares, um adolescente minimamente informado que assista televisão saberia responder.”

Preocupante, diz Impey, é que o pior desempenho foi justamente o dos alunos de cursos na área da educação.

Não há números parecidos que indiquem qual a realidade brasileira. Embora aulas de ciência sejam obrigatórias no ensino médio por aqui, a baixa qualidade do ensino não garante muita coisa.

Conspirando contra a compreensão científica no país, diz Sabbatini, há o fato de que cerca de 70% dos brasileiros só conseguem ler textos curtos e tirar informações esparsas deles. “Têm letramento insuficiente. É impossível serem bem informados sobre a ciência moderna.”

Tal analfabetismo, diz Impey, não deixa de ser um problema político: “Esses conhecimentos são importantes para avaliar posições políticas sobre mudança climática ou células-tronco.”

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Imagem extraída da Internet.

– Ser Professor é… Cachaça!

Muito verdadeira tal declaração de Amor pelo Ensino do prof Nalini! Ser professor é ser vocacionado, não tendo na remuneração sua satisfação maior, mas o reconhecimento do aluno.

Compartilho, pois vale a leitura! Abaixo:

Em: https://renatonalini.wordpress.com/2020/05/25/o-retrato-de-um-mestre/

O RETRATO DE UM MESTRE

Por Prof Dr José Renato Nalini

Ser professor é uma cachaça. Passei a lecionar em 1969, a convite do inesquecível Professor Nassib Cury, Diretor do Instituto de Educação Experimental de Jundiaí. Hoje o nome é Escola Estadual Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, o primeiro Bispo de Jundiaí, a caminho dos altares.

Nunca mais deixei de ter esse encontro criativo com o alunado. Continuo a aprender com eles. Vivenciei a experiência de participar do drama dos 230 mil professores da Rede Pública Estadual, quando não consegui recusar a convocação do Governador Geraldo Alckmin para assumir a Secretaria da Educação em fase terrível de múltiplas crises. Vi que há verdadeiros heróis nas salas de aula. Lutam contra tudo: estrutura carcomida, falta de reconhecimento, salários vis. Mesmo assim, muitos deles não perdem o idealismo.

Ensinar é vocação. O prêmio que o professor recebe não está na remuneração. Ela é insuficiente a satisfazê-lo. Ele precisa do reconhecimento do aluno. Mais do que isso, do carinho, da amizade, do respeito do aluno.

Tais sentimentos existem, ainda que em proporção diminuta, considerado o prestígio do Magistério em outros tempos. Basta verificar como é que os ex-alunos antigos se referiam a seus mestres.

A leitura de “Velhas Figuras de São Paulo”, de Pelágio Lobo, me fornece exemplo singular dessa devoção. Ele reconstitui seu curso de Ciências Jurídicas na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Faz um perfil de cada professor. Escolhi Herculano de Freitas, porque ele é ascendente de meus filhos. Meu sogro, Francisco Glicério de Freitas Filho, era neto de Herculano.

Vejam como ele é descrito pelo seu discípulo: “Na Cadeira de Direito Público tivemos Herculano de Freitas. Era um dominador da tribuna que, na cátedra, e no nosso curso de excepcional e inesperada assiduidade, se impôs à nossa benquerença, como se impusera à nossa admiração fervorosa pelo brilho de suas lições, a variedade e vivacidade dos seus argumentos e o tom risonho com que sublinhava fatos políticos e históricos ou críticas a intérpretes da lei básica, numa profusão de ideias que nos deixavam dominados pelo fulgor daquelas cintilações. Com ele estudamos, além das bases do Direito Constitucional e Público, a Constituição de 1891 e aprendemos a conhece-la e admirá-la; o regime republicano, as funções dos três poderes, o sistema de contrapesos, destinado a manter sua harmonia e equilíbrio, a autonomia dos Estados e a questão de distribuição de rendas – tudo isso era exposto com a clareza de um mestre consumado e a esbelteza de um conferencista de alta linhagem tribunícia. Todos os sistemas eleitorais, escrutínio simples e de lista, voto cumulativo e os regimes eleitorais desde os da Monarquia, tudo isso era exposto, criticado com fertilidade de fatos e noções e com o tom risonho, muitas vezes faceto em que o mestre era exímio”.

Herculano de Freitas, genro de Francisco Glicério, o prócer da República, foi Ministro da Justiça e, em seguida, Ministro do Supremo Tribunal Federal. Morreu em 1926. Daqui a alguns anos, celebrar-se-á o seu aniversário de morte. Mas enquanto houver quem dele se lembre, viverá na memória coletiva, como um brasileiro de que a Pátria deve se orgulhar.

_ José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-Graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2019-2020.

Qual a importância do professor na formação do aluno?

Foto extraída de: https://blog.unicep.edu.br/qual-a-importancia-do-professor-na-formacao-do-aluno/

– Suécia e a Ideologia de Gênero ao nível máximo!

Na Suécia, as escolas cada vez mais estão criando metodologias para que meninos e meninas sejam tratados sem distinção. E para isso, não usam mais os pronomes Ele ou Ela (Han e Hon), mas a palavra inventada Hen (que não distinguiria o gênero masculino e feminino).

E aí, você acha tal medida positiva ou negativa? Eu, particularmente, penso ser um erro muito grande querer “assexuar” a criança a fim de que ela escolha o que quer ser (como se isso fosse uma opção a ser escolhida) em algum momento da infância.

Deixe seu comentário:

(Abaixo, relato da pioneira escola, cujo método se espalhou para outras)

Extraído de: http://is.gd/S0yH6g

PRÉ ESCOLA PROÍBE QUE CRIANÇAS SEJAM TRATADAS COMO MENINOS OU MENINAS

Em conformidade com um currículo escolar nacional que busca combater a “estereotipação” dos papéis sexuais, uma pré-escola do distrito de Sodermalm da cidade de Estocolmo incorporou uma pedagogia sexualmente neutra que elimina completamente todas as referências ao sexo masculino e feminino.

Os professores e funcionários da pré-escola “Egalia” evitam usar palavras como “ele” ou “ela” e em vez disso se dirigem aos mais de 30 meninos e meninas, de idades variando entre 1 e 6 anos, como “amigos”.

“A sociedade espera que as meninas sejam garotinhas gentis e elegantes, e que os meninos sejam viris, duros e expansivos”, Jenny Johnsson, uma professora de 31 anos na escola que é sustentada por impostos dos trabalhadores suecos, disse para o jornal Daily Mail. “Egalia lhes dá uma oportunidade fantástica de ser quem quer que eles queiram ser”. A diretora Lotta Rajalin disse para a Associated Press que a escola contratou um “pedagogo de diversidade sexual” para ajudar os professores e funcionários a remover as referências masculinas e femininas na linguagem e conduta, indo ao ponto de garantir que os jogos infantis de blocos Lego e outros brinquedos de montagem sejam mantidos próximos aos brinquedos de utensílios de cozinha a fim de evitar que algum papel sexual tenha preferência.

Os pronomes suecos “han” e “hon” (ele e ela), por exemplo, foram substituídos na escola pela palavra sexualmente neutra “hen”, um termo inventado que não existe em sueco, mas é amplamente usado pelas feministas e homossexuais.
“Nós usamos a palavra ‘Hen’ por exemplo, quando um médico, policial, eletricista ou encanador, etc., está vindo à pré-escola”, disse Rajalin. “Nós não sabemos se é ele ou ela. Por isso, dizemos: ‘Hen está vindo aqui lá pelas 14h’.
Então as crianças poderão imaginar tanto um homem quanto uma mulher. Isso amplia a perspectiva delas”.

Além disso, não há livros infantis tradicionais como Branca de Neve, Cinderela ou os contos de fadas clássicos, disse Rajalin. Em vez disso, as prateleiras têm livros que lidam com duplas homossexuais, mães solteiras, filhos adotados e obras sobre “maneiras modernas de brincar”.

“Um exemplo concreto poderia ser quando as meninas estão brincando de casinha e o papel de mãe já foi pego por uma e elas começam a disputar”, disse Rajalin. “Então sugerimos duas ou três mães e assim por diante”.

Contudo, nem todos os pais suecos estão apoiando a agenda de seu país que está eliminando os papéis sexuais.

“Diferentes papéis sexuais não são problemáticos enquanto têm valor igual”, Tanja Bergkvist disse para a Associated Press, denunciando o que ela chamou de “loucura da diversidade sexual” na Suécia.

Bergkvist comentou que aqueles que estão promovendo a igualdade entre os sexos com iniciativas que demolem os papéis sexuais “dizem que há uma hierarquia onde tudo o que os meninos fazem recebe importância mais elevada, mas fico pensando: quem é que decide o que é que tem valor mais elevado? Por que há um valor mais elevado em brincar com carros?”

Bergkvist, que é uma crítica eloquente da promoção que o Estado faz de uma estrutura sexualmente neutra nas escolas e de ambientes acadêmicos focados em estudos de diversidade sexual, comentou em seu blog como exemplo da “loucura da diversidade sexual” no país que o Conselho de Ciências da Suécia, que é sustentado pelo governo, deu uma verba de 80 mil dólares para bolsas de estudos de pós-doutorado para pesquisas no “trompete como símbolo de diversidade sexual”.

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Imagem extraída da Internet, autoria desconhecida. Quem souber o autor, favor informar para crédito.

 

– Na escola, não pode (nem deve) ter partido!

Eu me assusto quando ouço discussões sobre as escolas terem com certa frequência professores de “Direita” ou “Esquerda”.

Não é função do professor ideologizar, assim também como não é função da escola fingir que isso não existe.

Nas instituições de ensino, nos assuntos pertinentes, os professores devem mostrar todos os lados, sem influência pessoal, e permitirem ao aluno o desenvolvimento do espírito crítico. Fora isso, torna-se algo perigoso: militância! E em alguns casos, pior: doutrinação.

Senso crítico: o que é e como desenvolver? - Blog do Stoodi

Imagem extraída de: https://www.stoodi.com.br/blog/filosofia/como-eu-faco-para-desenvolver-meu-senso-critico/

– O que houve, Uninove?

Nesta situação ocorrida no ano passado, infelizmente parece que a “Uninove não foi 10”, parafraseando seu bordão de outrora.

Para quem não viu: a universidade teve o bloqueio de mais de ½ bilhão de reais por multa em decorrência de suposta sonegação de impostos após pagamento de propinas a envolvidos na “Máfia dos Fiscais”.

Que tudo possa ser esclarecido. Afinal, uma importante instituição de ensino como ela precisa explicar publicamente tal fato grave. E não vi mais nada no noticiário…

Extraído na época de: https://www1.folha.uol.com.br/amp/cotidiano/2021/04/justica-bloqueia-r-562-mi-da-uninove-por-suposta-participacao-em-esquema-de-corrupcao.shtml

JUSTIÇA BLOQUEIA R$ 562 MILHÕES DA UNINOVE POR SUPOSTA PARTICIPAÇÃO EM ESQUEMA DE CORRUPÇÃO.

por Rogério Pagnam e Artur Rodrigues

A Justiça de São Paulo determinou na noite desta segunda-feira (26) o bloqueio de bens de mais de R$ 560 milhões da Uninove, uma das maiores faculdades privadas do país, por suposta participação em esquema de corrupção para fugir do pagamento de impostos ao município de São Paulo.

A decisão do juiz José Eduardo Cordeiro Rocha, da 14ª Vara da Fazenda Pública da capital, atende pedido do Ministério Público de São Paulo em ação civil pública. A decisão, em caráter liminar, estende-se a ex-fiscais do município e a empresário que forneceu notas fiscais frias à universidade.

De acordo com a ação civil pública proposta pela Promotoria do Patrimônio Público na semana passada, o esquema durou de 2003 a 2012 e teve participação direta de integrantes da cúpula da instituição e de fiscais corruptos, integrantes da chamada máfia de fiscais.

Entre os funcionários da universidade que estariam envolvidos está o reitor, Eduardo Storópoli, e o pró-reitor administrativo, Marco Antônio Malva, que admitiram o pagamento de propina aos agentes municipais, mas se colocam como vítimas de extorsão praticada por fiscais.

Um deles é José Rodrigues Freitas, então fiscal da prefeitura de São Paulo que ficou conhecido como rei dos fiscais, cujo patrimônio milionário foi revelado pela Folha em 2015.

Na esfera criminal, tanto Freitas quanto lideranças da Uninove foram condenados em primeira instância em razão desse esquema.

Agora, na área cível, o promotor Silvio Marques quer reaver aos cofres municipais os valores devidos, R$ 556 milhões relativos a isenções de ISS, IPTU e ITBI a que a universidade supostamente não tinha direito, mas conseguiu graças ao esquema montado pelos servidores.

Também requer devolução dos valores recebidos pelos fiscais a título de propina, R$ 4,6 milhões.

Caso não ocorra acordo durante o processo, uma condenação por improbidade administrativa pode prever multa, o que elevaria o valor a ser pago em mais de R$ 2 bilhões.

A Promotoria afirma que a instituição de ensino deveria ter procurado a Polícia Civil ou o Ministério Público para relatar a suposta extorsão. Não o fez porque, segundo a ação, a imunidade concedida pelos fiscais era indevida e poderia ser suspensa facilmente.

De acordo com a ação, a Uninove não tinha direito à imunidade tributária porque, concluiu a prefeitura, diretores e mantenedores alugavam imóveis à própria instituição por valores acima dos praticados no mercado. “Em alguns casos, o valor da locação pago aos mantenedores era superior ao dobro do total considerado razoável”, afirma a Promotoria.

Essa prática gera conflito de interesses e, também, caracteriza obtenção de lucros por parte desses dirigentes, algo vedado para a obtenção de imunidade tributária por instituições sem fins lucrativos.

Segundo a ação, Freitas procurou a Uninove em 2003, quando teria pedido propina ao então pró-reitor administrativo Marco Antônio Malva para manter a imunidade tributária da universidade.
Após conversar com o reitor Storópoli, diz a ação, Malva decidiu ir à Secretaria de Finanças para pedir informações sobre o processo administrativo. Depois disso, segundo o relato, o fiscal voltou à Uninove.

“O demandado [Freitas] afirmou, então, que todo o setor estava envolvido no ‘esquema de propina’ e que ele representava a organização criminosa. Os representantes da Uninove, então, concordaram em realizar o pagamento de vantagem indevida a José Rodrigo de Freitas, de modo a garantir à instituição de ensino a imunidade tributária”, diz a ação.

Os pagamentos, de R$ 1.607.962,50 entre 2003 e 2009, foram feitos por meio de várias empresas que não prestavam qualquer serviço à universidade, aponta a Promotoria. De 64 cheques, 43 foram destinados à Emsergraf Serviços Gráficos Ltda., segundo a documentação.

Segundo a Promotoria, a Emsergraf Serviços Gráficos, hoje extinta, tinha como sócio-administrador Ilcio Alves Lucas, que era amigo de José Rodrigo de Freitas.

De acordo com a Promotoria, em 2008, a universidade foi procurada pelo auditor fiscal Leonardo Leal Dias da Silva. “O demandado apresentou-se como ‘chefe dos fiscais’ e, valendo-se do mesmo modus operandi de José Rodrigo, solicitou pagamento de valores indevidos com idêntica finalidade de não cassar ou suspender a imunidade da entidade de ensino”, diz a ação.

Segundo a ação, o auditor disse que tinha poderes para indeferir o pedido de imunidade tributária “e deixou claro que os valores por ele arrecadados também eram destinados a outros agentes públicos, cujos nomes não foram revelados”. “O demandado recebeu da Uninove em 2009, a título de propina, o total de R$ 1 milhão, em espécie, dividido em quatro parcelas”, diz.

– Ensinar é sempre um prazer!

Nesta manhã, estive no Centro Profissionalizante Julio Zanoni, em Jarinu, falando sobre MEI e a importância da capacitação e da formalização.

É ótimo ver a iniciativa pública ajudando os cidadãos esforçados, e empresas sérias, como o Sebrae e a IBS Américas, protagonizando esse ensino de qualidade tão necessário!

Viva a Educação!

– As crianças com HIV nas escolas da Tanzânia!

Chegamos a um tempo onde a falta de noção e desrespeito às condições mínimas de dignidade deveriam ter sido extirpadas do planeta. Mas em algumas nações, o preconceito ridículo ainda ocorre.

Veja só nessa matéria da BBC (http://is.gd/Y4aX5S) a absurda situação: na Tanzânia, país que sofre com a epidemia de Aids, as crianças são obrigadas a se identificarem como portadoras do HIV nas escolas, vestindo-se diferente!

Estúpido, não?

ESCOLAS DA TANZÂNIA OBRIGAM ALUNOS COM AIDS A USAREM UNIFORMES COM ETIQUETA

Ativistas de direitos humanos na Tanzânia denunciaram a prática adotada por algumas escolas de obrigar alunos portadores do vírus HIV a usar etiquetas vermelhas em seus uniformes.

A ativista Rebecca Mshumbusi, diretora de um grupo local que luta pelos direitos dos portadores do vírus HIV, descreveu a prática como um abuso de direitos humanos e disse que é ilegal obrigar uma pessoa a revelar seu estado de saúde.

Diretores de escolas na Tanzânia, porém, defendem a prática. Segundo eles, estudantes com a etiqueta no uniforme são poupados de tarefas mais pesadas, que poderiam prejudicar sua saúde.

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Foto extraída do link acima citado.

– 23 anos de Ensino Superior.

Não vou deixar passar batido: há exatos 23 anos ministrava minha primeira aula em turmas de ensino superior.

Agradeço de coração a Profa. Raquel Pereira, da Uninove, por me confiar tal oportunidade e acreditar em um jovem de 22 anos à frente de uma turma de Administração de Empresas. Depois veio a segunda turma, a terceira… e não parou mais!

Obrigado a todos.

Professor inteligente em frente a lousa | Vetor Premium

Imagem extraída da Internet, autoria desconhecida.

– Como aprender melhor?

A dificuldade de aprendizado é um grande problema para muitas pessoas. E para você?

Talvez a questão seja simples: apenas mudar o hábito!

Compartilho ótimo texto, extraído de Época Negócios, ed Janeiro 2015, pg 90

TENHA O HÁBITO DE ROMPER HÁBITOS

O cérebro precisa de situações variadas para entender e lembrar

por Márcio Ferrari

Seguir horários fixos, fazer os mesmos itinerários, ter uma mesa de trabalho, comer nas horas certas e curtir os amigos de sempre pode dar conforto. Mas, segundo Benedict Carey, reporter de ciência do The New York Times e autor do recém-lançado “Como Aprendemos”, a rotina limita a habilidade cerebral de desenvolver conhecimentos e habilidades.

Como é impraticável jogar tudo para o alto e viver cada dia de um modo diferente, Carey sugere que estejamos atentos para variar hábitos – como mudar o caminho de casa para o trabalho de quando em quando – e para isso, três regras:

1) Dividir o tempo de aprendizado em dois – Em vez de estudar duas horas hoje, melhor estudar uma hora hoje e uma amanhã – a capacidade de lembrar das informações dobra, diz. A ideia por trás disso é que o cérebro só retém o que parece útil. Se voltarmos ao tema de ontem, é sinal de que não queremos que aquele conhecimento fique “trancado” na mente.

2) Mudar o ambiente de trabalho – Levar o material de leitura ou estudo para a mesa de um café, por exemplo, fará o cérebro “acordar” de novo para o aprendizado

3) Distrair-se quando houver um bloqueio de entendimento – Em geral, o bloqueio acontece porque o cérebro está insistindo na tecla errada. É melhor parar e começar de novo mais tarde.

dicas para estudar da ciência

Imagem extraída de: https://www.napratica.org.br/dicas-para-estudar-melhor-ciencia/

– Oito dicas para formar um bom aluno!

A Revista Época (link abaixo) trouxe uma oportuna matéria: Como se Forma um Bom Aluno.

São 8 lições interessantes a nós, educadores, pais e estudantes. São elas:

1- O PODER DO INCENTIVO

2- O PRAZER DE APRENDER

3- ORGULHO DOS RESULTADOS

4- RESISTÊNCIA A FRUSTRAÇÕES

5- O GOSTO DA COMPETIÇÃO

6- PENSAMENTO SOLTO

7- A INSPIRAÇÃO DE ALGUÉM

8- PLANOS DE MUDAR O MUNDO

Abaixo, a matéria com os tópicos abordados.

Extraído de: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI125633-15228-1,00-COMO+SE+FORMA+UM+BOM+ALUNO.html

COMO SE FORMA UM BOM ALUNO

por Camila Guimarães, Juliana Arini, Marco Bahé e Nelito Fernandes.

Não há pai ou mãe que não sonhe com isso: que seu filho vá bem na escola, encontre uma vocação e faça sucesso. É por isso que os pais brasileiros, ouvidos em uma pesquisa do Movimento Todos pela Educação, disseram participar com afinco da vida escolar de seus filhos. Essa participação, porém, tem suas falhas – como mostra um detalhamento da pesquisa de 2009, feito com exclusividade para ÉPOCA. Em alguns casos, há falta de tempo (a queixa mais comum de quem tem filho em escola particular). Em outros, o principal obstáculo é o desconhecimento do conteúdo ensinado (para quem tem filho em escola pública).

A pesquisa também detectou conceitos ultrapassados de como impulsionar o conhecimento. A maioria dos pais presta demasiada atenção às notas e preocupa-se menos em estimular a leitura ou acompanhar se a criança está aprendendo.

Em outras palavras: há mais cobrança que incentivo. É como se os pais considerassem que sua tarefa principal é garantir o acesso à escola – a partir daí, a responsabilidade seria dos professores. Isso é pouco, principalmente num país que não tem avançado satisfatoriamente na área da educação. O nível de ensino das escolas brasileiras, mesmo as de elite, é baixo, na comparação com os países mais avançados. Um relatório do Ministério da Educação, ainda incompleto, mostra que atingimos apenas um terço das metas do Plano Nacional de Educação, entre 2001 e 2008. A evasão escolar no ensino médio aumentou de 5% para 13%. Só 14% dos jovens estão na universidade. Menos de um quinto das crianças até 3 anos frequenta creches.

E, no entanto, há ilhas de excelência. Há alunos brilhantes, curiosos, esforçados, interessados, capazes. Não estamos falando de superdotados. São meninos e meninas comuns, de colégios públicos e particulares, pobres ou ricos, que vão para a escola e… aprendem. Mais: formam-se. Estão no caminho de se tornar cidadãos melhores, pessoas melhores, gente de sucesso. Fazer com que uma criança seja assim não está inteiramente ao alcance dos pais. Pesquisas mundiais mostram que o envolvimento paterno responde por, no máximo, 20% da nota final. O restante seria determinado pela qualidade da escola, a relação com os professores, a influência dos colegas e, claro, seu próprio talento. Mas há, em cada um desses fatores, também uma influência dos pais. Cabe a eles analisar a escola, monitorar os professores, perceber o ambiente em que seu filho vive, estimular-lhe os talentos naturais. Talvez não seja possível fabricar bons alunos. Mas, como atestam as experiências dos garotos e das garotas desta reportagem, há boas receitas para ajudá-los a descobrir esse caminho.

1. O  PODER DO INCENTIVO

O menino Pedro Manzaro seria um personagem improvável para uma reportagem sobre bons alunos. Aos 7 anos, ele começava o 3o ano sem saber escrever direito e com falhas de leitura. Em breve iniciaria aulas de reforço, com pouco resultado. Pedro era um retardatário na turma de alfabetização. Naquele momento, a diretora do colégio, de uma rede particular de São Paulo, chamou seus pais para uma conversa. Era preciso agir. Quando estão aprendendo as letras, as crianças têm um “clique”, um momento muito pessoal a partir do qual a escrita e a leitura deslancham. O “clique” de Pedro estava demorando demais.

Que pai não ficaria apreensivo com uma situação dessas? Foi como Andréia e Sidnei Manzaro se sentiram. Mas logo trataram de agir. A estratégia foi usar a leitura – o menino adorava livros, vivia com eles embaixo do braço, apesar da dificuldade de entendê-los. Na casa da família, já havia a tradição de cada criança (Pedro tem dois irmãos mais novos) ter seu “dia de filho único”, quando os pais ficam só com ele. Durante a recuperação de Pedro, que levou um ano, seus dias de filho único eram sempre passados dentro de livrarias. Andréia passou a ler os livros de aventura, gênero favorito de Pedro, para conversar com ele sobre os vaivéns dos heróis das histórias (ela pegou gosto: está lendo agora o segundo livro da série Píppi Meialonga, sobre uma garota que viaja pelo mundo e odeia a escola).

Hoje, Pedro é considerado um aluno acima da média. Não é um colecionador de notas 10. Mas isso não preocupa ninguém. “O principal é ele gostar do que está fazendo”, afirma Andréia. O sucesso foi resultado de um esforço conjunto. A escola lhe deu atenção especial, com correção cuidadosa dos textos. O hábito da leitura fez outro tanto. Ler estimula a capacidade de compreender um texto, é um hábito fundamental na formação de seres pensantes. Está entre os quatro fatores comuns aos melhores alunos, segundo uma pesquisa feita pelo Ministério da Educação em 2007 (os outros são fazer lição de casa, ter atividades extracurriculares e pais engajados).

O terceiro impulso, crucial, para a recuperação de Pedro foi a torcida dos pais. O incentivo e os elogios deles ajudaram a construir autoconfiança e gosto pelo esforço. “A gente vivia dizendo para ele: ‘Filho, olha o que você conseguiu!’”, diz Andréia. O elogio é capaz de transformar. Mas é preciso ter cuidado com ele. Há uma ciência em seu uso. Segundo pesquisas americanas, crianças que recebem congratulações por seu desempenho e seu talento tendem a ficar mais preguiçosas e menos criativas. Aparentemente, ficam com medo de arriscar, porque um fracasso destruiria a imagem que conquistaram. Crianças que recebem elogios por seu trabalho duro, pelo esforço despendido para chegar àquele resultado têm reação inversa. Tornam-se mais persistentes, desenvolvem gosto pelo risco. E, quando fracassam, atribuem isso a um esforço insuficiente, não à incapacidade. Foi o que aconteceu com Pedro. “Mesmo com os sucessivos erros, nunca ouvi o Pedro se recusar a escrever um texto”, diz Beatriz Loureiro, a professora que acompanhou sua recuperação.

Se os pais não sabem reconhecer as paixões naturais dos filhos, inibem o aprendizado, em vez de promovê-lo

2. O PRAZER DE APRENDER

Guilherme Ortolan, de 9 anos, tem dificuldade de passar para a próxima fase. Não na escola. Essa ele tira de letra. O problema de Guilherme é que, quando joga um de seus games preferidos com o pai, esquece o objetivo. “Ele para o jogo para me dizer que a classificação de um dos bichos na tela está errada: aquele dinossauro não pode ser herbívoro e viver naquela parte da floresta se tem dentes tão pontiagudos, típicos dos carnívoros”, diz o pai, também Guilherme. A paixão do menino pelos dinossauros começou cedo. Ele nem era alfabetizado. Os pais souberam estimular seu interesse. Começaram comprando lagartos de brinquedo. Depois vieram os livros. E as pesquisas na internet. E os recortes de jornais e revistas (muitos deles presenteados pelos professores). A família inteira ficou envolvida pela mania, e Guilherme acabou virando “especialista”. Quando vai brincar com seus dinossauros, ele os organiza por período geológico. Ou por hábitos alimentares.

Esse processo mostra como uma paixão ajuda a estimular a criatividade, ensina a pesquisar por conta própria, tirar conclusões, fazer conexões. Se os pais e professores não sabem reconhecer e estimular as paixões naturais das crianças, se insistem para ela “largar de bobagens e se concentrar no que é sério”, inibem o aprendizado, em vez de promovê-lo. Com Guilherme, aconteceu o contrário. “O repertório dele é superior ao dos colegas”, diz Maria Isabel Gaspar, coordenadora pedagógica da escola em que ele estuda, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. “Não são raras as vezes em que ele já tem informações sobre o que está sendo ensinado na sala de aula.”

Esse tipo de aluno – capaz de fazer associações e reflexões mais sofisticadas – as melhores universidades do país procuram. Em seus vestibulares, elas evoluíram da cobrança de acúmulo de informações para a capacidade de solucionar problemas. O Enem, a prova unificada de seleção aplicada pelo Ministério da Educação, segue a mesma linha.

3. ORGULHO DO RESULTADO

Nem sempre o prazer de aprender vem da paixão por algo específico. Muitas vezes, trata-se do prazer de fazer bem feito, uma espécie de orgulho de ter realizado algo. Esse perfeccionismo move Gabriela Vergili, de 13 anos. Na primeira semana de aula, no mês passado, ela e a irmã mais nova, Geovana, chegaram em casa, em São Paulo, com a mesma tarefa (embora estejam em séries diferentes, ambas têm um professor em comum). Elas tinham de descobrir em que data cairia o Carnaval deste ano. Como sempre, as duas sentaram no mesmo horário para fazer o dever (a regra, na casa de dona Mércia, sua mãe, é fazer a lição logo depois do almoço). Geovana, eficiente, descobriu logo a data pedida: 16 de fevereiro. E foi brincar. Gabriela demorou mais. Pesquisou na internet, na enciclopédia Larousse, voltou para a internet. E escreveu um longo texto sobre Quaresma, Equinócio, fases da Lua e concílios religiosos. “A disciplina e a organização da Gabriela a ajudam a ‘aprender a aprender’ qualquer coisa”, afirma Luís Junqueira, professor dela no ano passado. “Por isso ela é tão versátil: tem texto redondo, sabe fazer um documentário em vídeo, vai bem na aula de artes e até na educação física.”

Essa disciplina é um ponto de honra para Mércia. Ela sempre foi rigorosa com os estudos das filhas. Além do horário da lição, à noite ela e o marido chegam do trabalho e tiram dúvidas das crianças. Quando a escola passa uma pesquisa, manda ler um livro, Mércia acompanha por telefone se as obrigações foram cumpridas. Essa rigidez – acompanhada do exemplo, senão o efeito pode ser o oposto – cria comprometimento com o estudo. “Quase sempre a criança vai buscar em casa como ela vai se relacionar com a vida acadêmica”, diz Débora Vaz, pedagoga e diretora de um colégio particular de São Paulo. Gabriela é concentrada para fazer seus deveres, cumpre o combinado com os professores, respeita o sinal da escola, devolve o livro da biblioteca dentro do prazo.

Como mostra a pesquisa do MEC de 2007, o dever de casa é outro ponto em comum entre os bons alunos. Vários estudos comprovam que a lição de casa ajuda a assimilar conteúdos. Também é a forma mais fácil de verificar o aprendizado dos filhos. Por isso, os pais devem se envolver – mas não muito. A lição de casa tem de ser feita apenas pelo aluno. “É quando a criança está sozinha para lidar com todo o conhecimento que adquiriu em sala e vai decidir o que fazer com ele”, diz Harris Cooper, um acadêmico da Universidade Duke, Carolina do Norte, que há mais de 20 anos estuda a relação dos pais com a lição de casa (leia suas recomendações).

4. RESISTÊNCIA A FRUSTRAÇÕES

Outra forma de a disciplina se manifestar é na resiliência. O termo designa a propriedade de um corpo de voltar à forma original depois de sofrer uma deformação. Por extensão, passou a ser usado por psicólogos como a capacidade de uma pessoa se recobrar de episódios ruins ou resistir a dificuldades. Em geral, a resiliência é alimentada pela determinação, uma característica encontrada em grande parte dos bons alunos. Um exemplo é Leandro Siqueira, de 16 anos. Ele acorda às 4h30. Pega um trem em Cosmos, Zona Oeste, a região mais pobre do Rio de Janeiro, rumo ao Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Fukow Fonseca (Cefet), uma das melhores escolas técnicas do país. Sai de casa sem tomar café – ou não chegaria a tempo à primeira aula, às 7 horas. Leandro faz a primeira refeição do dia às 12h30, no intervalo do período integral. Chega em casa às 20h30, janta e estuda até as 22 horas. Como seu quarto é pequeno, e a sala geralmente está ocupada, Leandro usa a varanda para ter a concentração de que precisa.

A maratona massacrante se justifica. Quando entrou na escola técnica, numa vaga que disputou com 50 candidatos, Leandro sentiu um baque. Ele sempre havia sido bom aluno, mas o desnível em relação à escola pública de onde vinha era grande demais. Pegar recuperação em três disciplinas não foi o pior. Pelas regras da escola, quem é reprovado duas vezes é expulso. Leandro teve medo de perder sua conquista. “Eu me cobrava muito e ficava pensando no dinheiro que meu pai gasta para eu estar aqui todo dia e almoçar”, afirma, logo depois do almoço num restaurante a quilo, onde gastou R$ 11. Suas notas se estabilizaram acima da média graças à severidade de seu plano de estudos, que inclui mais algumas horas de caderno aos domingos, assistido por uma tia professora de matemática. Os pais de Leandro, um instalador de gás desempregado e uma dona de casa, estudaram até a 8a série. Não conseguem ajudá-lo com os estudos. Mas não poderiam dar lição melhor que o sacrifício que fazem para lhe dar a oportunidade de um bom estudo.

Será possível incutir determinação em alguém? Em termos. A resiliência é, provavelmente, uma característica da personalidade. Mas os pais podem influenciar. Em geral, fazem isso para o lado errado. “Vemos muitos pais lenientes, enchendo seus filhos de facilidades”, afirma Maria Lúcia Sabatella, uma educadora especialista em crianças superdotadas. O resultado são crianças mimadas, com pouca resistência a frustrações. E uma tendência a desistir ante as dificuldades. Por isso, em seu programa dedicado a localizar bons alunos na rede pública, os pais também recebem aulas. Eles aprendem a estimular seus filhos e, especialmente, a não boicotá-los. “Temos de ensiná-los a formar indivíduos autônomos, independentes”, diz Sabatella.

5. O GOSTO DA COMPETIÇÃO

Os trigêmeos Joeverton, Joemerson e Joebert de Oliveira Maia, de 12 anos, foram medalhistas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) no ano passado. Joeverton foi medalha de ouro. Joemerson e Joebert ficaram com o bronze. Não é preciso dizer que eles são o orgulho do pai, José Jorge Maia, chefe da família de classe média baixa que vive na periferia de João Pessoa. Professor de matemática da rede pública da Paraíba, tudo o que José conseguiu até hoje foi com esforço: a casa onde mora e ter criado os três filhos só com seu salário, já que sua mulher, Selma, também professora, parou de trabalhar para cuidar dos bebês. “Sobrevivo com tudo o que aprendi na escola. É só isso que eu tenho e é isso que eu quero garantir para meus filhos”, diz.

Não é só discurso. José e Selma dão aos trigêmeos, todos os dias, três horas extras de aula, além da lição de casa. É como um treino de atletismo, com esforço repetitivo. José copia provas de olimpíadas de matemática antigas e dá como treino para os meninos. A vontade de vencer, atingir metas mais altas, destacar-se é um poderoso incentivo para os estudos. “Os melhores alunos não têm medo do desafio”, fiz Suely Druk, diretora da OBMEP.

As aulas, no terraço da casa simples da família, não são apenas de matemática. Incluem ciências, português e história. Os meninos não se incomodam em suar a camisa. “Sempre foi assim aqui em casa”, diz Joemerson. O reforço ajuda a compensar as deficiências da escola municipal onde estão matriculados no 8o ano do ensino fundamental. “Queria que a escola puxasse mais. Estamos sem professor de história e de inglês”, diz Joebert.

A postura de José faz com que os filhos não enxerguem a escola como um fardo, mas como solução. Os três querem se formar em engenharia da computação. Informática passou a ser a paixão dos meninos depois que Joemerson ganhou um computador num concurso de redação, há dois anos. De lá para cá, têm como passatempo navegar em redes de relacionamento, bate-papo e sites de jogos, como qualquer pré-adolescente. A diferença é que eles só fazem isso depois dos estudos.

6. PENSAMENTO SOLTO

Um caminho alternativo, quase oposto ao da persistência dos trigêmeos Joebert, Joemerson e Joeverton, é a aposta na criatividade. Trata-se de, em vez de perseguir notas, liberar a imaginação. Pode-se construir uma argumentação forte contra a ênfase do sistema de ensino nas notas. Quando uma pessoa (criança, jovem ou adulto) se concentra em demasia no grau que receberá por um trabalho, deixa de apreciar o valor intrínseco dele. Em boa medida, a importância dada à nota é subtraída da alegria de aprender.

Por isso é tão revitalizante observar crianças como Larissa Silvestre, de 9 anos, descobrindo o mundo, formulando conceitos, brincando. “A Larissa sempre foi criativa”, afirma sua professora de artes, Maria Luisa de Godoy. “Se eu pedia para ela recortar uma árvore, numa aula sobre contornos, ela me vinha com um varal cheio de roupas. Se eu ensinava a fazer uma peteca de sucata, em cinco minutos a peteca virava outro brinquedo.”

Sua mãe, Arlete de Epifânia, estudou até a 4a série e é cozinheira há 13 anos em uma casa de um bairro nobre de São Paulo. No ano passado, entrou pela primeira vez em um museu, quando a escola de Larissa convidou os pais a acompanhar os filhos numa visita ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). “Nunca imaginei que existisse um lugar como aquele e que minha filha fosse capaz de fazer o que ela fez ali”, diz Arlete. De lá para cá, quando tem tempo livre, ela tenta fazer programas que envolvam algum tipo de atividade artística. Se não dá, ajuda a filha a costurar roupinhas para suas bonecas.

Parecem atividades que têm pouco a ver com as disciplinas escolares. Não é assim. A sensibilidade de Larissa para as artes faz dela uma criança observadora – o que a favorece na hora de resolver um problema de matemática ou associar fatos históricos. Segundo Maria Lúcia Sabatella, especialista em crianças superdotadas, gente criativa é extremamente concentrada. “Os grandes inventores, os maiores estrategistas, nos negócios ou na guerra, não fazem a sequência lógica de raciocínio”, diz. “Eles são criativos. Seu caminho para chegar à resposta pode até ser mais longo. Mas é singular.”

Esse argumento é contrário à má imagem dos alunos que ficam “rabiscando o papel” em vez de estudar a sério para a prova. “A produção artística exige do aluno um esforço que pode ser maior do que nas outras disciplinas”, afirma Paulo Portella, coordenador do Serviço Educativo do Masp. “A criatividade das artes exige construção de conhecimento – e não a simples repetição deles.” Uma criança com pendor para as artes pode ter um caminho de sucesso até maior que o de um aluno “certinho”, em áreas menos convencionais. Ou pode levar vantagem no próprio campo do estudo. Larissa, por exemplo, diz que não quer ser artista quando crescer. Ela quer ser veterinária.

7. A INSPIRAÇÃO DE ALGUÉM

Todo mundo tem alguém que admira. Pode ser a mãe, um professor, uma personagem histórica. Essa figura nos faz almejar ser melhor. Isso também é verdade nos estudos. Quase todo bom aluno tem um professor inspirador, um parente que quer imitar, um bom exemplo. Felipe Brum, de 10 anos, morador de Brasília, tem dois: seu avô materno, Ribamar Ferreira, e Bruno, seu irmão mais velho. Ribamar é engenheiro e serve de inspiração para Felipe desde que, numa visita à construção de uma pousada da família na Bahia, mostrou-lhe que a matemática serve para construir coisas. “Quero construir robôs para ajudar a salvar a humanidade do desmatamento”, diz o menino. “Para fazer meu robô, sei que vou ter de estudar engenharia.” Bruno, seu irmão mais velho, também segue a carreira do avô. Passou no vestibular com 16 anos. “Eu também quero passar na UnB”, diz Felipe, sem saber direito o que significa a sigla, da Universidade de Brasília. Seu plano para conseguir a vaga já está em prática. Estuda duas horas todos os dias e tem como meta a nota mínima 8.

A rotina de estudos de Felipe foi organizada pela mãe, Isabella, para que o menino superasse suas dificuldades de aprendizado. Há dois anos, ele foi diagnosticado com transtorno de déficit de atenção (TDA). Isabella, que é médica, mudou seus horários para se dedicar aos estudos do filho. O irmão mais velho também ajuda. “Ele me estimula a aplicar os cálculos em tudo o que faço”, diz Felipe. “Nunca imaginei que para construir computadores a gente usava matemática.”

Ter o avô e o irmão como heróis é a motivação de Felipe. “São muitos os casos em que ter um referencial, um exemplo a ser seguido, é determinante para a motivação do aprendizado”, afirma Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia. “Estimular isso é válido, mas com o cuidado de respeitar a individualidade da criança.” Porque pode acontecer o contrário: a criança se sentir intimidada pela figura de sucesso e se frustrar ao não conseguir ser como ela.

Não parece ser o caso de Felipe. No ano passado, ele tirou 9,6 em matemática, disciplina em que tinha ficado em recuperação no ano anterior. “Agora só quero boas notas, sei que isso ajuda a passar rápido no vestibular, como foi com o Bruno.”

8. PLANOS DE MUDAR O MUNDO

Para que serve a escola? Em parte, ela é a instituição conformista por natureza. É lá que aprendemos os meios e modos do mundo, as tradições de nossa cultura, o que devemos fazer para ter sucesso, de acordo com as expectativas da sociedade. Mas ela é, também, o lugar do exercício das possibilidades. É nela que aprendemos a pensar por conta própria. Uma boa educação inclui a capacidade de questionar, experimentar, criar. Um traço comum entre maus alunos é que seus interesses estão fora da escola. Mas esse é também um traço comum entre os bons alunos. A única diferença é que os maus alunos perseguem seus interesses em detrimento do estudo. Os bons mesclam suas atividades ao estudo. Com isso, ganham capacidade crítica, vivência, experiência.

No ano passado, Marcelo Monteiro, de 16 anos, dedicou boa parte de seu tempo livre a um projeto especial: recuperar a imagem do grêmio estudantil do colégio onde cursa o 3o ano do ensino médio, em Porto Alegre. Sua função como primeiro secretário era negociar com a diretoria atividades para os alunos e melhorias na escola, tarefa complicada dada a reputação do grêmio até então. As gestões anteriores deixaram a organização quebrada. Ao assumir, Marcelo e seus colegas de chapa encontraram a sede pichada, sofás depredados, computador quebrado. “Tivemos de reconquistar a confiança do diretor e dos coordenadores para emplacar nossos projetos”, diz ele. Para reformar a sede, arrecadou dinheiro com os alunos (cobrando pelo serviço de fazer carteirinhas de estudantes) e pais de alunos (enviou cerca de 1.500 boletos opcionais no valor de R$ 20 para o endereço residencial dos colegas. Mais da metade dos pais depositou o dinheiro).

Também organizou uma campanha para mobilizar o colégio a participar de uma espécie de gincana. O prêmio, dado para a escola com o maior número de inscritos, era um computador. Levou. No final do ano, já com a sede reformada e o prestígio do grêmio recuperado, Marcelo conseguiu autorização da diretoria para fazer um festival de música. Cada convidado levou 1 quilo de alimento, doado para entidades carentes. “Não sei quanto deu no final, mas lotamos a Kombi que a escola nos emprestou para fazer a entrega.”

Mesmo tão ocupado com articulações estudantis e organização de eventos, Marcelo está no topo das notas de sua turma. Vai tentar o vestibular para Direito. “Ele não tem medo de se meter em encrencas”, diz um de seus professores, Ivanor Reginatto, no colégio há 25 anos. “Nem todo bom aluno questiona tanto quanto Marcelo, mas essa sua capacidade o coloca entre os melhores.” De certa forma, Marcelo segue os passos de seus pais, Marisa e Rui. Ambos participaram de grêmios estudantis no colégio e na faculdade. Durante cinco anos, presidiram a Associação de Pais e Mestres onde Marcelo estuda. “Tentamos passar a ideia de que se engajar em atividades fora da sala de aula daria a ele a base que vai definir seu futuro profissional e pessoal”, diz a mãe. “Eles me ensinaram a priorizar o diálogo, a discutir questões que acho importantes”, diz Marcelo. É para isso que serve a educação. Para atuar no mundo.

Alunos dos desenhos animados com lousa em branco | Vetor Premium

Foto: Web.

– Educação e Fé, Ciência e Religião, Razão e Emoção: conciliam bem nas Escolas ou são contradições?

Uma atual (porém histórica) discussão sempre foi sobre a relação harmoniosa ou não no comportamento social entre a fé e a razão, ou melhor: a religião e a ciência.

Mas quem disse que elas devem ser concorrenciais, e não complementares ou colaborativas no caráter e educação das pessoas (embora poucos pensem assim)? Gosto demais de uma frase de São João Paulo II de que “A Fé e a Razão são assas que nos elevam para o Céu”.

Leio na edição 2582 da Revista Superinteressante, pg 8-9, sobre o debate da religiosidade e crenças dentro das instituições de ensino e pesquisa. Claro que o assunto é bem delicado, pois manter-se livre de proselitismo de crença (como todo professor tem que fazer) não pode ao mesmo tempo “descatequizar” um discente ao passo de transformá-lo em ateu. São coisas distintas, e reforço: desde quando a fé é inimiga da inteligência? Emoção e razão em equilíbrio, para um mundo melhor, por favor.

Algumas coisas discordo e outras concordo, mas gostaria de compartilhar. Abaixo:

LUGAR DE CRIANÇA É NA ESCOLA. LUGAR DE DEUS É NA IGREJA

As religiões são um pilar fundamental de quase todas as sociedades. Mas elas não devem pautar nem a educação pública, nem os laboratórios.

Por Bruno Vaiano

O método científico é simples. Consiste no que uma criança faz por instinto. Ela observa a areia da praia e percebe que a cor e a textura lembram Nescau ou Toddy. Ela levanta a hipótese de que a areia talvez tenha gosto de achocolatado. Ela testa essa hipótese com um experimento – isto é, comer a areia. O experimento revela que a hipótese está errada. Hora de refinar a hipótese, ou rejeitá-la. E aí partir para uma nova observação, que recomeça o processo (aquela bola de gude parece uma bala. Será uma bala?)

A rotina de um cientista adulto é parecida. Em 2017, 40 biólogos de várias nacionalidades espalharam 3,1 mil lagartinhas verdes de massa de modelar em 31 lugares. Eles queriam testar uma hipótese antiga da ecologia: a de que, em regiões próximas do Equador, há mais aves, mamíferos e insetos atrás de comida (ou, para usar o termo técnico, há mais interações entre espécies). Eles deixavam as presas fake alguns dias na natureza selvagem e depois verificavam se elas haviam sido mordidas. Conclusão? “Uma lagarta próxima aos polos tem oito vezes menos chance de ser mordida que uma lagarta no Equador”, me contou na época Larissa Boesing, da USP. “Para cada grau a mais de latitude, a probabilidade de a lagarta sobreviver intacta aumenta em 2,2%.”

Essa é uma maneira de adquirir conhecimento. Verificar uma hipótese na unha. A outra é consultar alguém que já verificou a hipótese. Quando uma criança faz isso, ela busca uma fonte confiável – a mãe, por exemplo. Um cientista, quando lê a descrição de um experimento realizado por outro cientista, avalia cada passo para saber se pode confiar nas conclusões.

Um cientista usa o conhecimento adquirido por outros cientistas como ponto de partida de seu trabalho. Caso contrário, a ciência seria um empreendimento coletivo estagnado. “Vou estudar uma lua de Júpiter. Vou começar testando pela enésima vez essa hipótese chamada gravidade.” Quando um certo número de crianças testam a mesma hipótese (de que areia teria gosto de Nescau) e chegam à mesma conclusão (de que não tem), forma-se uma teoria. Os cientistas chamam de teoria uma hipótese verificada várias vezes.

A palavra “teoria”, então, tem um significado diferente para a ciência: é uma explicação para algum aspecto da natureza que já foi testada e assinada embaixo. Não tem o significado de “suposição” ou “especulação” que os não cientistas costumam lhe atribuir. A teoria da tectônica de placas de Wegener e Wilson, a teoria da evolução por seleção natural de Darwin e a teoria da relatividade geral de Einstein são aceitas como fatos.

Dogmas, por outro lado, são informações sobre a natureza que não foram confirmadas experimentalmente. A única maneira de justificar a crença em um dogma é o argumento de autoridade: um livro sagrado carrega a palavra de Deus, e ela é indiscutível. Por isso mesmo, o único conhecimento que pode constar do currículo escolar é o científico. Todos têm direito à fé em algum dogma; todos têm direito a ter seu dogma respeitado e o dever de respeitar o dogma alheio.

Mas é essencial que o professor deixe o dogma na porta quando pega o giz. Nenhum professor deve afirmar que areia tem gosto de achocolatado, pois qualquer criança pode verificar que é mentira. Tampouco ele pode dizer que Jesus caminhou sobre as águas, que Deus ditou o Corão a Maomé ou que pular sete ondas para Iemanjá garante sorte. Nenhuma dessas hipóteses provou-se verdadeira. São todas questão de fé – algo profundo e estritamente pessoal.

E isso nos leva a outro problema da religião na escola pública: cada grupo tem a sua religião (principalmente em um país com tanta diversidade cultural como o nosso). Um cristão pode achar engraçado um índio Kaiapó acreditar que uma onça inventou a carne assada. O índio acha engraçado que o cristão acredite em uma mulher virgem que dá à luz. Um professor não tem tempo de abordar cada uma das várias fés que existem no Brasil. Não em pé de igualdade. E, se ele privilegiar uma, obviamente será em detrimento de outra. Alguém sempre acaba desrespeitado. A solução é ater-se à ciência – que vale para todos.

ANALFABETISMO CIENTÍFICO

Outro motivo para que o ensino público atenha-se à ciência é o maior déficit do País: o de conhecimento. Nossos estudantes ignoram fatos científicos básicos. 40% dos jovens entre 15 e 16 anos declaram não saber se o ser humano foi vítima de dinossauros carnívoros (a resposta é não). 44% não sabem que o planeta Terra tem 4,5 bilhões de anos de idade. Um terço acha falsa a afirmação de que o homem descende de outra espécie de primata. Os dados são de um estudo de 2015 com 2.404 alunos da rede pública de todo o Brasil.

Uma sociedade de analfabetos científicos é incapaz de combater, por exemplo, problemas de saúde pública. A versão resistente a antibióticos do bacilo de Koch, que é consequência da evolução por seleção natural, mata 250 mil pessoas por ano, segundo a OMS. Essa tuberculose anabolizada não distingue crentes e ateus. Sem a tectônica de placas de Wegener e Wilson, por sua vez, é impossível estudar terremotos, vulcões e tsunâmis – como o que matou 429 pessoas na Indonésia em dezembro. O bom das teorias é que elas valem até para quem não acredita nelas. Assim, permitem entender o mundo e torná-lo melhor.

Perceba que alfabetização científica não tem a ver com ser ou não ateu. 8% das teses e dissertações do departamento de biologia da USP contêm agradecimentos a Deus na dedicatória. Na veterinária, sobe para 38%. O biólogo Antonio Carlos Marques, que levantou esses dados, me confessou em 2016: “Eu entendo a necessidade pessoal de explicações metafísicas, mas como é que o próprio aluno não sente o conflito dentro de si quando religião e ciência se encontram?” De fato, é um conflito. Mas não há por que cobrar ateísmo de todo cientista. Cabe ao profissional entender-se com a própria consciência, contanto que ele separe aquilo que é fé daquilo que é fato.

E isso vale para todos os brasileiros. Este texto não advoga contra a fé nem pede que ninguém a deixe de lado. Só é preciso concordar que a religião, seja ela qual for, não pode interferir em políticas públicas de educação, de ciência ou de tecnologia. A separação entre Igreja e Estado, afinal, é como a teoria da evolução: sempre dá certo quando é testada. Deixá-la para trás a essa altura seria um retrocesso – um recuo tão grande quanto se voltássemos todos a comer areia.

Imagem extraída de: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-conflito-entre-fe-razao.htm

– Felizmente, Negros e Pardos são maioria nas Universidades da Rede Pública!

Um número para comemorar: desde 2019, 50,3% dos estudantes da Rede Pública de Ensino Superior são negros ou pardos, diminuindo a desigualdade social / educacional no Brasil.

Abaixo, extraído de: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/11/13/pela-1a-vez-pretos-e-pardos-sao-mais-da-metade-dos-universitarios-da-rede-publica-diz-ibge.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1

PELA PRIMEIRA VEZ, PRETOS E PARDOS SÃO MAIORIA NO ENSINO SUPERIOR NA REDE PÚBLICA

Pela primeira vez, a população que se declara de cor preta ou parda passou a representar mais da metade – o número exato é 50,3% – dos estudantes de ensino superior da rede pública, de acordo com a pesquisa Desigualdades Sociais por Cor ou Raça Brasil, divulgada nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Com democratização do acesso ao ensino superior e também com mais jovens se declarando de cor preta ou parda, atingiu-se pela primeira vez essa proporção, de mais da metade. A pesquisa mostra melhoras em geral na educação, mas existe ainda desigualdade grande”, afirmou Luanda Botelho, pesquisadora do IBGE.

Sancionada em 2012, a Lei Federal de Cotas definiu que metade das matrículas nas universidades e institutos federais deveriam atender a critérios de cotas raciais e sociais em quatro anos. Segundo Luanda, a política de cotas explica, contudo, apenas uma parcela da maior presença de negros.

Embora represente agora mais da metade dos estudantes do ensino superior, a população de cor preta ou parda permanece sub-representada, já que representa 55,8% da população brasileira. Para os indicadores educacionais, o instituto baseou-se em indicadores pesquisados em 2018.

Esse maior acesso de pretos ou pardos na educação também está presente nos primeiros anos de estudos. A frequência das crianças de até 5 anos na creche ou escola cresce de 49,1% em 2016 para 53% em 2018. O abandono escolar também diminuiu, embora ainda seja maior do que entre brancos.

Outro indicador em trajetória de melhora é a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, que passou de 9,8% em 2016 para 9,1% em 2018. A proporção com pelo menos o ensino médio completo cresceu por essa mesma base de comparação, de 37,3% para 40,3%, considerando a população com 25 anos ou mais de idade.

Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

– Métodos tradicionais ou modernos para estudar?

Uma discussão bacana: até onde os métodos tradicionais de estudo funcionam? Com o advento da tecnologia, estudar pode ser algo diferente. E nesta matéria, abaixo, uma reflexão: não estaríamos próximos do ensino oral, via computadores?

Interessante, extraído de Época Negócios, Caderno inteligência, pg 66-68, ed 32.

AFINAL, A DECOREBA FUNCIONA?

por Lelivaldo Marques Filho e Robson Viturino

Há muito os educadores discutem qual seria a melhor forma de aprender: a elaboração dos conceitos ou as técnicas de memorização? Em busca de uma resposta, a edição de janeiro da revista Science indica que, no futuro, é provável que a pedagogia empreenda algumas mudanças nos métodos de aprendizado. Segundo um estudo divulgado na publicação, estudantes estimulados a ler textos, resgatar e reconstruir o conhecimento em intervalos regulares obtêm melhores resultados do que os colegas que recorrem à criação de mapas conceituais – aqueles diagramas em que os “nós” representam conceitos e as conexões entre esses “nós” simbolizam a relação entre os conceitos.
Para confrontar as duas técnicas, os pesquisadores da americana Purdue University realizaram um experimento em que 200 alunos estudaram textos de diferentes disciplinas científicas. Na primeira prova, próxima das seções de estudo, não houve diferença significativa no resultado. No entanto, uma semana depois, quando se mediu o sucesso da retenção no médio prazo, o grupo que se valeu de técnicas de resgate regular da informação colheu resultados 50% melhores do que seus colegas. As avaliações incluíam tanto perguntas literais, cuja informação estava diretamente no texto, quanto questões que requeriam interpretação.

De acordo com os autores do estudo, Jeffrey D. Karpicke e Janell R. Blunt, atualmente há uma tendência entre pedagogos no sentido de encorajar práticas baseadas no “estudo elaborado” em detrimento da velha e boa releitura. Os maiores interessados no assunto estão no mesmo barco. Karpicke e Blunt dizem que os próprios estudantes, antes que vissem o que diz a pesquisa, avaliaram que a primeira técnica seria a mais eficiente para solidificar o aprendizado.

Para os pesquisadores, a prática de resgate das informações sugere uma nova visão de como a mente funciona. “O resgate não é apenas uma leitura do conhecimento estocado na mente – o ato em si de reconstrução do conhecimento aumenta o aprendizado. Esta perspectiva da dinâmica da mente humana pode pavimentar uma via para o desenho de novas atividades educacionais”, afirmaram, no artigo que ganhou as páginas da Science.

Máquinas acionadas pela voz e linguagem visual irão
aposentar a palavra escrita, afirmam cientistas

Estendendo o horizonte de discussão, alguns cientistas já estão estudando como seria o aprendizado em um mundo sem textos. O futurólogo William Crossman supõe que, em 2050, a palavra escrita vai ser uma tecnologia obsoleta e, acredite se quiser, cairá em desuso como forma de armazenar conhecimento. A interação com computadores que respondem a comandos de voz e o avanço da iconografia terão chegado a tal ponto que não se ensinará mais os alunos a ler e escrever, diz ele. Todo o conhecimento e as informações do dia a dia virão desses repositórios interativos e inteligentes de informação.

Em seu livro VIVO [Voice-In/Voice-Out]: The Coming Age of Talking Computers (algo como “A nova era dos computadores que falam”), Crossman chega a descrever com detalhes como seria um dia normal na vida de uma família embebida dessa cultura oral. Desde o despertar até o final do dia, as atividades de uma mãe e seus dois filhos em idade escolar são realizadas sem nenhum contato com informação escrita.

É uma alegoria do futuro, como várias que vimos no passado. Algumas se configuram e outras não. Mas vale a pergunta: será mesmo possível aprender com profundidade sem o distanciamento e a introspecção que a leitura exige? Ou essa questão é apenas fruto de nossa tendência de nos apegar ao que já conhecemos?

– Qual o livro da sua infância escolar?

A literatura dos anos 80: quem não teve que ler alguns desses títulos na escola?

O meu preferido: Menino de Asas!

Ver essas capas é voltar a um passado tão bom…

– A volta às aulas presenciais obrigatória é precipitada ou não?

O Governo do Estado de São Paulo determinou que as escolas voltem às aulas obrigatoriamente presenciais. Faculdades terão outras regras e creches à critério dos municípios (a grosso modo falando).

Estão livres da presença:

– Gestantes e puérperas
– Comorbidades com idade a partir de 12 anos que não tenham completado ciclo vacinal contra a Covid
– Menores de 12 anos que pertencem a grupos de risco para a Covid e ou condição de saúde de maior fragilidade.

Perguntas e respostas sobre a volta às aulas, em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/10/13/volta-as-aulas-presenciais-obrigatoria-em-sp-perguntas-e-respostas.ghtml

VOLTA ÀS AULAS

Abaixo, o g1 listou as principais perguntas e respostas sobre a mudança:

Qual é a regra válida para o funcionamento das escolas no estado de SP atualmente?

Resposta: No início de agosto, o governo estadual liberou o retorno às aulas presenciais com 100% ocupação respeitando os protocolos sanitários, o que em algumas unidades exigiu revezamento de grupos.

Apesar da autorização, o envio do estudante para a sala de aula era facultativo aos pais. Na ocasião, as prefeituras também tinham autonomia para definir as datas e regras de abertura.

Como deverão funcionar a partir da próxima segunda, dia 18?

Resposta: A partir da semana que vem, na rede estadual, só poderão deixar de frequentar as escolas presencialmente os estudantes que fazem parte dos seguintes grupos:

  • Gestantes e puérperas
  • Comorbidades com idade a partir de 12 anos que nao tenham completado ciclo vacinal contra a Covid
  • Menores de 12 anos que pertencem a grupos de risco para a Covid e ou condição de saúde de maior fragilidade

A mudança vale para todas as redes de ensino?

Resposta: Sim, a determinação é para as escolas privadas e públicas, mas começa a valer no dia 18 para a rede estadual.

As escolas privadas terão prazos e regras determinados pelo Conselhos de Educação.

Além disso, as cidades que têm conselho municipal próprio poderão ter outra regra, mas os municípios que são regulados pelo Conselho Estadual, que geralmente são os municípios pequenos do estado, deverão seguir a orientação estabelecida sobre o Conselho Estadual de Educação de SP.

A obrigatoriedade também vale para creches e ensino superior?

Resposta: Segundo o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, as regras para o ensino superior devem ser definidas pelo Conselho Nacional de Educação. Ainda será feita uma reunião com o órgão para definir como será feito nas universidades do estado.

Já no caso das creches, a regra deve ser definida pelas prefeituras.

O distanciamento entre carteiras será mantido?

Resposta: O distanciamento entre as carteiras será incialmente mantido, mas deixará de ser exigido a partir do dia 3 de novembro.

A determinação vale para todas as cidades ou as prefeituras têm autonomia para decidir?

Resposta: As cidades que têm Conselho de Educação próprios poderão definir as regras de retorno, como é o caso da capital paulista. As demais devem seguir a determinação da gestão estadual.

Como será essa obrigatoriedade nas escolas que não têm estrutura física para receber 100% dos alunos respeitando o distanciamento?

Resposta: Nessas escolas, o esquema de rodízio deverá ser mantido até o início de novembro, quando não será mais exigida a manutenção da medida.

Nas escolas particulares em que hoje o sistema é híbrido, os alunos terão de ir todos os dias à escola? Em todos os níveis de ensino?

Resposta: O governo orienta que a regra seja cumprida em todas as redes de ensino, mas os critérios e prazos serão definidos pelo conselho de educação de cada município.

O que acontece se uma pessoa testar positivo em uma turma? Os demais alunos devem continuar a ir às aulas presenciais?

Resposta: Governo não esclareceu a orientação, disse que os casos são informados à Vigilância em Saúde, que define se a escola deve permanecer aberta, e qual medida tomar com relação ao grupo.

Alunos, professores e demais funcionários deverão seguir usando máscara?

Resposta: O uso de máscara por parte de estudantes e funcionários permanece obrigatório para todos, assim como a utilização de álcool em gel nas escolas e equipamentos de proteção individual por parte de professores e demais funcionários.

Vacinação no estado de SP

Segundo dados do Vacinômetro atualizados até as 7h17 desta quarta (13), foram aplicadas 66,7 milhões de doses no estado, o que representa:

  • 99,37% da população adulta com uma dose
  • 80,27% da população adulta com esquema vacinal completo
  • 82,78% da população total com uma dose
  • 61,55% da população total com esquema vacinal completo

Em setembro do ano passado, o estado retomou as aulas presenciais durante a pandemia, mas manteve um percentual limitador de 35% dos alunos matriculados por dia.

Durante a fase emergencial, em março deste ano, as instituições ficaram abertas apenas para acolhimento de crianças em situação de maior vulnerabilidade e oferta de merenda.

Em abril, as escolas foram liberadas para voltar a receber alunos, desde que mantendo a capacidade máxima de 35%.

VOLTA ÀS AULAS EM SP: Alunos sentam em carteiras separadas na Escola Estadual Thomaz Rodrigues Alckmin, no bairro do Itaim Paulista, na Zona Leste da cidade de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (7) — Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

VOLTA ÀS AULAS EM SP: Alunos sentam em carteiras separadas na Escola Estadual Thomaz Rodrigues Alckmin, no bairro do Itaim Paulista, na Zona Leste da cidade de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (7) — Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

– Lição de Matemática com cocaína?

Coisas ridículas de algum professor insensato: em Itaberaí, interior de Goiás, um professor do 8o ano passou exercícios de matemática baseando os cálculos em… pinos de cocaína!

Que “mestre da Educação“, não?

Extraído de: https://g1.globo.com/google/amp/go/goias/noticia/2021/10/08/pais-se-revoltam-com-licao-de-matematica-envolvendo-calculo-para-colocar-cocaina-em-recipiente.ghtml

PAIS SE REVOLTAM COM LIÇÃO DE MATEMÁTICA ENVOLVENDO CÁLCULO DE COCAÍNA

Questão era a primeira de uma página de exercícios para alunos do 8º ano. Secretaria de Educação de Itaberaí e escola se desculparam e disseram que vão tomar as medidas necessárias.

Por Vanessa Martins e Ludmilla Rodrigues

Pais de alunos da Escola Municipal Padre Elígio Silvestri, em Itaberaí, se revoltaram ao ver, na tarefa de casa dos filhos, uma questão envolvendo cálculo para colocar cocaína em pino de plástico. A pergunta era a primeira da lição de matemática enviada a duas turmas de 8º ano.

Por meio de nota, a escola pediu desculpas à comunidade e disse que a questão “foge do alinhamento do trabalho pedagógico”.

A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou à TV Anhanguera, por telefone, que abriu um processo administrativo para apurar o caso e que, ao final da investigação, vai tomar as medidas cabíveis contra os responsáveis – professora, coordenadora e gestora da escola.

Indignado, um dos pais, que preferiu não ter a identidade divulgada, quer que o filho passe a estudar em outra unidade de ensino.

“Olha se tem como uma escola mandar para um menino de 14 anos resolver um problema baseado em pino de cocaína. […] Porque não baseou em outra coisa? Tinha que ser logo cocaína? Não pus meu filho lá para estudar sobre cocaína”, disse. Esse pai contou que alertou o Conselho Tutelar sobre a situação. O órgão disse à TV Anhanguera que está ajudando a família na possibilidade de transferência do adolescente de escola.

Também segundo o Conselho, a escola recebeu uma visita de agentes do órgão assim que soube do que aconteceu. Eles informaram que a diretora reconheceu que houve erro e que o objetivo de propor um problema na questão poderia ser alcançado usando outras substâncias como exemplo.

Mãe de outro estudante que recebeu a lição também achou um absurdo ver a droga ser usada em uma questão.

“A coordenadora disse que isso era um cálculo comum, como se fosse com arroz, feijão. Que não estão influenciando os alunos a vender ou a usar”, reclamou.

– Quais as grandes consequências da não existência de diplomas nas empresas?

Muita gente comentou o fato do Google e de outras corporações não exigirem mais diploma para seus funcionários.

E o que isso pode significar?

O professor José Renato Santiago Sátiro responde com esse ótimo artigo que escreveu a respeito dessa questão:

O ADEUS AOS DIPLOMAS PODERÁ RENDER UMA GRANDE CONTRIBUIÇÃO

Tem causado certo borburinho e muitas discussões o fato de algumas organizações mundiais terem afirmado que deixaram de considerar a posse de um certificado de graduação e/ou similar como uma premissa essencial para a contratação de seus novos colaboradores. Foram inúmeras as opiniões controversas a respeito do tema sobretudo no que diz respeito a queda de um paradigma importante que diz respeito a exigência de uma formação superior. Sobretudo nos anos 1960 eram frequentes as empresas que possuíam apenas uma pequena parte de seus colaboradores possuídores de algum título formal de graduação. Naquele momento o motivo era a escassez. Ainda eram poucas as universidades se comparadas com a quantidade de pessoas presentes no mercado de trabalho. Sendo assim ter uma graduação concluída era um diferencial que poderia ser decisivo na escolha final da vaga. Este cenário começou a mudar sobretudo a partir do final dos anos 1970 e início dos 1980, quando se verificou um crescimento frenético no número de vagas universitárias. Não demorou para que os diplomas passassem a ser um requisito básico. Aos que não os possuíssem restariam subempregos.

Dentro da análise conceitual promovida pelo genial Peter Drucker, ainda nos anos 1960, havia o entendimento que “os trabalhadores do conhecimento” seriam aqueles que dominariam o mercado organizacional. Caberia a eles terem a plena compreensão sobre o processo de construção do conhecimento, desde a formação dos dados, sua contextualização em informações e, posterior, inserção ao dia a dia. A estruturação deste conhecimento seria possível, em parte, a partir de maneira explícita, muito por conta dos cursos de capacitação. Já a outra parte, aliás bem significativa, seria obtida de forma tácita, devida as experiências obtidas por conta do convívio com profissionais mais ‘antigos’. Não haveria, portanto, necessariamente a plena obediência aos métodos pedagógicos convencionalmente estabelecidos. Diante disso ‘aos bebedores’ dessa fonte a surpresa foi ver o quanto as organizações se afastaram dessa linha em direção as formalidades oferecidas pelos programas de ensino.

Também é fato que já faz muito tempo que os critérios convencionalmente escolhidos para a ocupação das vagas mais significativas no mercado de trabalho estejam sendo as indicações feitas por outros colaboradores e ex-colegas. A razão que costuma suportar esta prática não está relacionada apenas com o fato de se ter a referência qualitativa que costuma estar presente neste tipo de atitude, mas principalmente por conta dos currículos preparados com tanto garbo não costumarem representar nem por um parco momento qualquer sinalização de eficiência ou algo sequer próximo disso. O que se é explícito no papel tem se mostrado obscuro na prática. Outro fato que costuma também estar muito presente, diz respeito ao distanciamento cada vez maior dos conteúdos ministrados nas carteiras universitárias e nos vários cursos de extensão ministrados da realidade vigente no mundo corporativo, caracterizado pelo aumento sistemático da quantidade das informações disponíveis, da imprevisibilidade e da ambiguidade dos pontos de vistas vigentes.

Diante disso é de uma exatidão irrefutável que as empresas que anseiam alcançar os melhores resultados em suas atividades deixem de lado a frieza dos registros, certidões e certificados conquistados por potenciais colaboradores e em seu lugar busquem a identificação das características que realmente sejam as decisivas para a formação dos melhores profissionais. Estas certamente não passam por manuais e poucas vezes estão presentes nas atuais salas de aulas repletas com quase centena de alunos que se engafinham entre as carteiras donde comandam seus celulares durante as explanações dos seus professores, em boa parte deles ‘empoeirados’. O fortalecimento da formação tácita talvez venha a ser a maior contribuição que este mundo, dito como tão inovador, poderá dar à humanidade.

– A fala do Ministro da Educação e os cuidados em ser compreensível.

Na semana passada, Milton Ribeiro, Ministro da Educação, polemizou dizendo que “as Universidades deveriam ser ‘espaços para poucos’ e que os institutos federais de ensino técnico sejam os verdadeiros protagonistas no futuro.”

Seu antecessor Abraham Weintraub, quando Ministro, disse a mesma coisa com outras palavras.

A questão é: Ribeiro exemplificou ainda que tem “muito engenheiro dirigindo Uber”, e na lógica dele, explicada em outras oportunidades, há bastante gente fazendo faculdade para pouca oferta de emprego. Ao invés de bacharéis em “alguma coisa”, seria mais propício que se fizessem cursos técnicos para conseguir trabalho.

É uma linha de pensamento – na qual discordo completamente. Defendo sim os cursos técnicos como ETAPA para se alcançar a faculdade, não como paliativo à empregabilidade.

Aliás, o problema não é a graduação para se conseguir trabalho! É “ter” o trabalho ofertado para a pessoa.

– O problema do assédio sexual em instituições de ensino

Um dos problemas mais delicados ultimamente é o do Assédio Sexual. E isso acontece em diversos setores da sociedade.

Compartilho uma reportagem interessante da Folha de São Paulo (de dias atrás) a respeito de casos que envolveram alunos e professores em faculdades. Vale a pena tomar cuidado!

Abaixo, extraído de: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2019/02/professores-universitarios-sao-demitidos-apos-denuncias-de-agressao-sexual.shtml

PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS SÃO DEMITIDOS APÓS DENÚNCIAS DE AGRESSÃO SEXUAL

Um dos docentes trabalhava na Federal Fluminense e outros dois na Federal de Goiás; eles negam as acusações das alunas

Três professores de universidades federais brasileiras foram demitidos após denúncias de alunas por agressão sexual e longos processos administrativos dentro das instituições.

A Folha conversou com sete alunas que dizem ter sofrido assédio e preferiram não se identificar. Os relatos delas incluem envio de elogios, músicas românticas e pedido de casamento por WhatsApp, convites para jantar, pedidos de encontro na casa do docente, tentativas de beijo e toques íntimos à força e boicote de uma classe inteira a aulas.

Em dois dos casos, as estudantes afirmam que o assédio aconteceu durante viagens para participação em congresso científico. Duas outras alunas acusaram um mesmo professor de estupro.

A primeira das três demissões ocorreu na UFF (Universidade Federal Fluminense) de Campos dos Goytacazes, no Rio. Em abril de 2018, o professor de ciência política José Henrique Organista foi demitido, acusado de assediar 16 alunas.

No segundo caso, o professor de engenharia agronômica Américo José dos Santos Reis foi acusado por quatro estudantes da UFG (Universidade Federal de Goiás), do campus de Goiânia, de praticar assédio sexual contra elas. Três delas afirmam que foram assediadas por ele durante viagens a canaviais. Ele foi demitido em junho de 2018.

Por último, o professor de medicina veterinária Rogério Elias Rabelo foi demitido em julho da UFG, campus de Jataí, após apuração interna da universidade concluir que ele estuprou duas estudantes. Rabelo também foi denunciado no Ministério Público Federal e na Delegacia Especializada da Mulher.

Por meio do advogado Manoel Oliveira, José Henrique Organista nega que tenha cometido os assédios, classifica as denúncias de levianas e afirma que sua demissão da UFF “obedeceu a um critério político-partidário, já que ele jamais se alinhou com a direção do campus da UFF em Campos dos Goytacazes e denunciou fraudes, sobretudo, nas eleições internas”.

Seu advogado cita também sentença judicial que desconsiderou a autoria do crime de assédio sexual. Segundo decisão da juíza, a conduta de Organista, embora “reprovável, inconsequente e inconveniente”, não configuraria assédio sexual, visto que “não houve, em momento algum, ameaças de que as alunas seriam prejudicadas de alguma forma em suas vidas acadêmicas caso não correspondessem à intenções do docente”.

Américo José dos Santos Reis, por meio de seu advogado, negou que tenha assediado sexualmente alunas da UFG e as acusa de estarem perseguindo-o. Segundo o advogado Ezequiel Morais, “as supostas vítimas se conheciam e todas ‘criaram’ motivos para retaliar o referido professor em decorrência da não apresentação, pelas mesmas, de relatórios e de apresentação de trabalhos incompletos”.

Procurado pela reportagem por mais de um mês, Rogério Elias Rabelo não respondeu aos pedidos de entrevista. A UFG também não quis comentar o caso.

Leia abaixo os detalhes dos três casos de demissão após denúncias de assédio e violência sexual em universidades brasileiras.

Estudantes dizem ter sido assediadas por docente da UFF por WhatsApp

No primeiro dia de aula, o professor José Henrique Organista, que ensinava ciência política na UFF (Universidade Federal Fluminense) de Campos dos Goytacazes (RJ), pedia que os alunos anotassem seus emails e telefones numa lista, para, segundo ele, agilizar a comunicação com a classe.

Alunas dele, porém, afirmam que ele usava os contatos para assediá-las.

Após sua primeira aula com Organista, em 2014, a estudante Maria (nome fictício) diz ter recebido uma mensagem do professor no WhatsApp. Ele enviou uma foto da própria aluna no aplicativo com um elogio. A estudante ignorou, mas houve outras mensagens.

Segundo ela, semanas depois surgiram convites para sair e jantar. Maria diz que tentava desviar o assunto e respondia que o professor deveria convidar a classe toda, mas ele dizia que queria se encontrar apenas com ela.

Depois de mais um convite, ela disse ao docente que ele estava extrapolando os limites. Segundo a aluna, Organista pediu desculpas e implorou para que ela não contasse a história a ninguém.

Após uma semana, porém, tudo recomeçou. O professor enviava músicas românticas no email e no WhatsApp de Maria. A aluna reclamava, ele pedia desculpas e, dias depois, voltava a escrever para ela.

Certo dia, diz Maria, ele mandou uma mensagem em que a pedia em casamento. Ela decidiu desabafar com algumas colegas de turma e descobriu que não era a única aluna que Organista assediava.

Rita (nome fictício) diz que também recebeu mensagens após a primeira aula. Em seu status do WhatsApp ela dizia “hoje não”. Organista lhe escreveu dizendo “hoje sim”. A aluna não respondeu.

Rita bloqueou o contato do professor no aplicativo, mas ela afirma que o assédio continuou na universidade. Ela diz que durante as aulas o professor fazia elogios à aluna; nos corredores, abordava-a. A estudante passou a usar roupas largas e a chegar atrasada para não encontrá-lo na porta e até a perder aulas.

No ano seguinte, em 2015, Rita não se matriculou na disciplina ministrada por Organista. O docente voltou a mandar mensagens, de outro número, indagando a razão de sua ausência e disse que, caso ela quisesse fazer a disciplina, ele abonaria suas faltas.

Ana (nome fictício) também afirma que, no mesmo dia em que pediu seu telefone, o professor enviou uma mensagem. Segundo ela, Organista elogiou sua aparência e perguntou se ela tinha namorado.

Ela conta que dias depois ele a chamou para sair. Diante da insistência do professor, Ana, que é lésbica, imaginou que seria melhor deixar clara a sua orientação sexual.

Deu-se o oposto. A partir daí, segundo ela, o professor passou a enviar mensagens de cunho sexual. Organista perguntava quem era a namorada da estudante e pedia para sair com as duas. Também convidava a estudante para visitá-lo em sua casa.

Maria, Rita e Ana afirmam que foram assediadas por José Henrique Organista durante cerca de um ano e meio.

No 2º semestre de 2015, quando a turma teria novamente uma matéria com o docente, as coisas começaram a mudar. Os alunos, tanto meninos como meninas, decidiram não se matricular na disciplina em protesto.

A advogada Semirames Khattar, à época professora substituta na UFF, soube dos relatos e se dispôs a ajudar as vítimas a tomarem as medidas cabíveis. Instruídas por ela, as estudantes fizeram, no início de 2016, uma denúncia formal à ouvidoria da universidade contra Organista.

A denúncia deu início a uma sindicância, finalizada em outubro de 2016, e cujo relatório final concluiu pela necessidade da instauração de um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do docente. Nesse ínterim, Organista entrou com uma ação judicial contra elas por injúria, calúnia e difamação. A ação foi arquivada por falta de provas.

Com o apoio de Khattar, Maria, Rita e Ana ingressaram com uma queixa-crime contra o professor na Polícia Federal. Enquanto isso, na universidade, somente no final de maio de 2017 o processo disciplinar foi aberto. Segundo as estudantes, isso só ocorreu porque a universidade foi intimada pela Polícia Federal.

De fato, embora tenha ignorado por meses a determinação de sua comissão interna, a UFF foi bastante célere após a PF requerer da instituição documentos referentes ao caso –bastaram seis dias para o processo ser instaurado.

Enquanto a apuração se desenrolava, novas vítimas apareceram. Ao final, 16 estudantes relataram ter sido assediadas por José Organista. Em abril de 2018, o docente foi demitido por improbidade administrativa.

As estudantes afirmam não ter recebido qualquer amparo da universidade. Algumas das alunas dizem ter desenvolvido transtornos de ansiedade e de pânico.

O caso mostra as dificuldades das instituições de ensino superior do país de lidar com denúncias de assédio sexual e sua apuração. Segundo Maria, quando ela levou à coordenadora do curso de ciências sociais as razões do boicote à disciplina que seria dada por Organista, a docente lhe pediu que falasse baixo porque outras pessoas poderiam ouvir que ela estava falando mal de um professor.

Desde 2011 José Henrique Organista vinha sendo denunciado por assédio sexual no campus da UFF de Campos dos Goytacazes.

Outro lado: professor nega as acusações e diz que denúncia é leviana

José Henrique Organista, por meio de seu advogado, Manoel Oliveira, nega que tenha cometido os assédios, classifica as denúncias de levianas e afirma que sua demissão da UFF “obedeceu a um critério político-partidário, já que ele jamais se alinhou com a direção do ESR Campos [sigla do campus da UFF em Campos dos Goytacazes] e denunciou fraudes, sobretudo, nas eleições internas”.

Oliveira cita, em defesa de Organista, sentença judicial “que desconsiderou a autoria e materialidade do crime de assédio sexual”.

Em sua decisão, a juíza Giovana Calmon escreve que o “delito de assédio sexual exige que o sujeito ativo seja superior ou tenha ascendência, em relação laborativa, sobre o sujeito passivo, ressaltando-se que este, por sua vez, deve ser o subordinado ou empregado, o que não ocorre no caso”.

Além disso, escreve a juíza, a conduta de Organista, embora “reprovável, inconsequente e inconveniente”, não configuraria assédio sexual, visto que “não houve ameaças de que as alunas seriam prejudicadas de alguma forma em suas vidas acadêmicas caso não correspondessem à intenções do docente”.

Manoel Oliveira também menciona o parecer do chefe da Procuradoria Federal para a UFF, requerendo que a demissão fosse revista. O órgão fundamenta seu parecer na sentença de Calmon.

Por fim, o advogado critica o fato de a portaria de demissão de Organista ter se dado por improbidade administrativa, “o que sequer foi investigado no PAD [Processo Administrativo Disciplinar]”.

A UFF afirma que “os processos administrativos e de sindicância são construídos com base no trabalho de comissões e se firmam como instrumentos legitimados e competentes para apurar irregularidades no exercício público, imputando quando necessário as sanções previstas”.

“Ressaltamos que o PAD, que via de regra é sigiloso, tramitou observando os princípios constitucionais e, nesse sentido, a UFF reafirma seu compromisso com a justiça e com o devido processo legal.”

Alunas acusam professor da Federal de Goiás de assediá-las em canaviais

Como professor de engenharia agronômica da Universidade Federal de Goiás (UFG), Américo José dos Santos Reis visitava com frequência usinas de cana do interior do estado com seus alunos.

Três ex-alunas de pós-graduação afirmam que foram assediadas por ele nessas situações. Denunciado, Reis foi demitido em junho de 2018, após longo processo.

Depois de ter feito estágio com Reis durante a graduação em engenharia agronômica, Joana (nome fictício) entrou em 2010 no mestrado da UFG sob a orientação dele.

Como prestavam assistência a usinas de cana do interior do estado, aluna e professor viajavam juntos com frequência. Segundo ela, certa vez o docente pegou na mão da aluna, segurou-a por alguns instantes e a soltou.

Durante as férias de julho, ele ligou pedindo que fossem juntos para uma usina. Ela achou a conversa estranha, já que Reis enfatizou que havia reservado apenas um quarto para os dois. Joana arranjou uma desculpa e não foi.

No segundo semestre daquele ano, um congresso de melhoramento genético aconteceu fora de Goiânia. Segundo ela, o professor pediu que Joana achasse um quarto para os dois. A aluna não o fez e ficou num quarto com colegas.

No primeiro dia, as estudantes foram para uma boate. Reis, conta Joana, passou a noite ligando para saber onde ela estava. Dias depois, de madrugada, ele bateu na porta do quarto dela, dizendo que precisava de sua ajuda para algumas análises. A estudante pediu para as amigas dizerem que ela estava dormindo.

Na volta, em um ônibus fretado, a aluna pediu para uma colega sentar ao seu lado, mas, afirma, Reis se antecipou e ocupou o assento ao lado.

Segundo ela, quando todos estavam dormindo, ouviu o barulho de uma braguilha sendo aberta. Joana afirma que Reis pegou sua mão e a alisou. Joana a puxou de volta.

Foi também num ônibus, no ano anterior, na volta de um congresso, que outra aluna, Patrícia (nome fictício), diz ter sofrido um dos assédios.

Na volta da parada do ônibus, Reis sentou ao lado da aluna. Depois da partida do veículo, ela conta que o professor pegou a mão dela. Ela a puxou de volta e virou para o lado, fingindo que dormia. Na sequência, diz, o docente colocou a mão no seio dela. Patrícia se desvencilhou de novo. Ele então tentou colocar a mão por baixo de sua roupa, e ela se virou num solavanco.

Meses antes, ela diz que Reis já havia tentado beijá-la à força quando ambos realizavam um experimento em um canavial. Segundo Patrícia, ela correu para o carro; ele chegou logo depois e conversou como se nada tivesse acontecido.

Joana e Patrícia contam que passaram a se esquivar de Reis. Elas também preferiram manter o silêncio, com receio de represálias. Segundo Patrícia, a vontade de terminar o doutorado fez com que tentasse esquecer o assunto.

Reis, porém, era seu orientador. Ela diz que não tinha mais coragem de encontrá-lo sozinha e o professor passou a evitá-la. Mesmo tendo cumprido todas as disciplinas, Joana abandonou o curso e voltou para a sua cidade natal.

Outras duas alunas que relatam terem sido assediadas por Reis, Bárbara e Sandra (nomes fictícios) também concluíram seus cursos, mas afirmam que mudaram seus planos de carreira por causa dos assédios.

Bárbara sonhava em trabalhar com melhoramento de cana, mas diz que desistiu da carreira porque adquiriu medo de andar nos canaviais após ter sido assediada por Reis, no início de 2012.

Segundo ela, em uma viagem, Reis pegou sua mão e a levou em direção ao seu pênis. Ela diz ter tomado um susto e puxado o braço, mas o professor lhe disse que iria apenas fazer uma massagem. Ele então segurou a mão dela sobre o câmbio do automóvel e a acariciou. A estudante conta que não sabia se abria a porta e pulava do carro ou se gritava.

Ao chegarem na usina, onde passariam a noite, o professor correu para a recepção e disse que precisava de mais um quarto. Ele tinha reservado apenas uma acomodação.

Outra aluna de Reis que relata ter sido assediada por ele, Sandra (nome fictício) continuou na profissão, mas recusou um estágio de pós-doutorado porque, diz, tudo o que queria era deixar a UFG.

Em 2011, durante o doutorado, a estudante foi até a sala de Reis tirar uma dúvida de um experimento. O professor quis mostrar no computador como resolver e ela se postou de pé, ao lado dele.

Sandra conta que, como vinha do trabalho de campo, usava um macacão largo, com bolsos para ferramentas. Reis, afirma, enfiou a mão dentro do macacão e começou a descê-la até a cintura da estudante. Ela teve um sobressalto e estava prestes a dar um grito quando ouviu alguém se aproximando. O professor puxou a mão e a aluna saiu correndo.

Sandra ainda teve de fazer uma disciplina ministrada por Reis, após insistência dele.

A estudante recebeu investidas misturadas a retaliações. Nas aulas, o professor ignorava suas perguntas; quando ela estava no computador, Reis se aproximava por trás e encostava no seu pescoço. Ela recebeu a pior nota da turma.

Após abandonar o mestrado e retornar à sua cidade natal, Joana se isolou. Ignorava emails da UFG e ligações de números que conhecia. Em meados de 2012, porém, recebeu um telefonema da coordenadora da pós-graduação.

Ela lhe disse que a universidade recebera um email anônimo que dizia que o sumiço da aluna era decorrente de assédio sexual e perguntou se era verdade. Ela disse que sim.

Uma comissão foi criada dentro do programa de pós-graduação em genética e melhoramento de plantas para apurar o caso, e ela foi chamada para depor.

Mas, segundo a estudante, os membros da comissão pareciam propensos a encerrar o caso. Ela afirma que um dos professores só se referia ao professor como Ameriquinho e repetia que o docente nunca assediaria uma aluna. A estudante diz que não pôde relatar detalhes do assédio.

As alunas foram ouvidas, mas durante cerca de um ano e meio nada aconteceu. A troca de reitor, em 2014, afirmam as estudantes, foi determinante para o processo andar.

Em 2015, as quatro foram novamente convocadas.

Durante o longo processo, Bárbara conta que teve ainda de lidar com comentários nos corredores da universidade. Segundo a estudante, as pessoas diziam que ela deveria esquecer o ocorrido, que aquilo já havia passado e passou a ser conhecida como a menina do assédio.

Outro lado: Docente diz que é inocente e acusa alunas de perseguição

Procurado pela Folha, Américo José dos Santos Reis, por meio de seu advogado, negou que tenha assediado sexualmente alunas da UFG e as acusa de estarem perseguindo-o.

Segundo o advogado Ezequiel Morais, “as supostas vítimas se conheciam e todas ‘criaram’ motivos para retaliar o referido professor em decorrência da não apresentação de relatórios e de apresentação de trabalhos incompletos. Tais fatos poderiam ensejar reprovação das alunas e perda de bolsa de estudo.”

Morais aponta que as representações contra Reis foram feitas todas quase no mesmo dia, “dois anos depois do suposto assédio e pouco tempo antes do encerramento dos cursos e entrega de notas e relatórios, situação que demonstra complô para prejudicar o professor, de forma, repete-se, injusta e arbitrária.”

Além disso, segundo o advogado, as alunas convidaram Reis para “casamento e respectiva festa”. Reis, de fato, foi convidado para o casamento de uma das estudantes. O convite, no entanto, ocorreu antes do assédio, segundo a aluna. Na cerimônia, ocorrida após o assédio, ele não compareceu.

O advogado também critica a maneira como se deu o julgamento do recurso administrativo, em novembro. “Com direito à ‘plateia’, ‘cartazes’, ‘vaias’ etc., a dita (e parcial) sessão de julgamento do recurso administrativo pareceu um seminário onde se discutiram temas como abuso sexual e assédio moral; daí aproveitaram a sessão para julgar o recurso.”

“Frisa-se que o relatório do caso foi lido em conjunto com o voto do relator somente após a sustentação oral do advogado do professor Américo, quando o correto seria que o relatório fosse lido antes da sustentação oral, em clara afronta ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal. Isso é um verdadeiro absurdo”, diz Morais.

A UFG afirma que “o processo administrativo disciplinar que resultou na demissão de um servidor correu sob sigilo visando proteger a identidade das vítimas. Em razão de seu caráter sigiloso, a Administração Superior da UFG não se manifestará sobre o assunto”.

O advogado afirma que seu cliente exigirá seus direitos na Justiça Federal com responsabilidade e consciência de ser plenamente inocente.

Professor da Federal de Goiás foi denunciado sob acusação de estupro

No início de 2017, três estudantes de medicina veterinária da Universidade Federal de Goiás em Jataí denunciaram o professor Rogério Elias Rabelo em âmbito administrativo, duas por estupro e uma por assédio sexual.

Rabelo também foi denunciado no Ministério Público Federal e na Delegacia Especializada da Mulher.

O MPF de Rio Verde (GO), em agosto de 2017, denunciou Rabelo por assédio sexual e estupro de vulnerável. Segundo nota da assessoria de comunicação do órgão, “os assédios eram feitos por meio de abordagens presenciais e mensagens no aplicativo WhatsApp com o intuito de obter favorecimento sexual (…).”

Já um dos estupros, prossegue a nota, “teria ocorrido na madrugada de dezembro de 2016, enquanto a aluna dormia, em um apartamento localizado em Goiânia, para onde alguns alunos foram após participação em congresso ocorrido na capital”.

Rabelo também foi indiciado pela delegacia da mulher. As denúncias foram aceitas e hoje ele é réu tanto na Justiça federal como na estadual.

Dentro da UFG, após um processo administrativo que durou 14 meses, Rabelo foi demitido em julho de 2018.

Ao longo da apuração interna, outras mulheres disseram ter sido vítimas do professor.

Outro lado: Em texto, professor afirma que foi acusado sem provas

Rogério Elias Rabelo foi procurado pela reportagem durante mais de um mês por email, mas não respondeu aos pedidos de entrevista.

Um documento intitulado “Manifestação de apoio ao professor Rogério Elias Rabelo”, datado de 16 de julho de 2018 e publicado na internet sem autoria, afirma que “o profissional foi destratado, humilhado, ignorado e rechaçado por seu empregador, que nunca se preocupou em conhecer a bilateralidade dos fatos, jamais prestou apoio e amparo, preferindo ser omissa, cruel e unilateral ao receber, ouvir e orientar somente as partes acusatórias, além de permitir o livre acesso de terceiros a um processo cujo teor requeria zelo e sigilo”.

O texto diz que “o docente foi denunciado por estupro de duas alunas após uma ‘noitada’, em que oito pessoas pernoitaram juntas em uma quitinete” e que em seguida o professor foi acusado de assédio sexual sem qualquer prova.

Afirma ainda que provas apresentadas no processo comprovaram a estreita, íntima e afetuosa relação entre o docente e a principal denunciante e que “não há como justificar o deslize extraconjugal cometido pelo docente, mas que não cabe a esta esfera pública avaliar e penalizar o docente por tal conduta”.

O documento pede que a UFG reanalise o processo e reconsidere a demissão.


Se você, universitário ou universitária, passou por situações como as descritas na reportagem (de professor, orientador ou superior hierarquicamente superior) e quer compartilhar seu relato, por favor escreva para saude@grupofolha.com.br. 

– A quem interessa o Analfabetismo Funcional de muitos brasileiros?

O Brasil (números oficiais) possui 6,6% da sua população composta por analfabetos acima de 15 anos, ou, se preferir, 11 milhões de brasileiros. É muita gente! A taxa de analfabetismo salta para 13,9% da população no Nordeste.

Mas um número mais assustador ainda pode ser o de analfabetos funcionais. O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (INAF) mostrou que 30% da população não consegue interpretar textos simples! É quase 1/3 da população e que, sabemos, boa parte está na escola e não consegue melhorar seus conhecimentos.

Aí vem outra observação: o que se tem feito para acabar com esse problema? Nos diversos últimos governos (sabidamente, de ideologias diferentes entre si) não tivemos nenhuma medida drástica / prioritária. Seria, portanto, má gestão da Educação, falta de recursos para investimentos ou, na pior das hipóteses, manter o povo ignorante?

Triste o país que não se preocupa com o ensino.

Analfabetismo Funcional Afeta Ensino Superior

– Ideologia do Gênero: entendendo e discutindo.

Concordo (e muito) com esse vídeo que compartilho abaixo, elucidando o que é a Ideologia do Gênero, tão discutida atualmente. Ele tem apenas 2 minutos e explica muito bem o que se propõe tal causa.

Escola, para mim, é lugar de educação e cultura, não de CRIAÇÃO DE IDENTIDADE SEXUAL.

Menino é menino. Menina é menina. Por quê promover a assexualidade de gênero quando vão para as escolas, e precocemente sexualizá-los?

Gosta da idéia de banheiros com meninas e meninos, ou melhor, adolescentes sem “sexo definido” juntos?

Eu não. São nossos filhos e filhas, e Educação e Valores Sociais, Morais, Religiosos e Sexuais começam, em nossa família, EM CASA. Pai e mãe devem ser os primeiros educadores e catequistas das crianças.

Vale a pena compartilhar (em tempo: aqui, não tem nenhum tom de preconceito ou homofobia, estamos falando da Educação Sexual precoce, perigos de erotização a crianças e outras questões próximas).

Veja, em: http://www.youtube.com/watch?v=j7zbS1RYdpg

 

– Lições da educação para um mundo pandêmico

Pais, professores, alunos… todos nós sofremos com a Educação e o Ensino neste difícil tempo da Pandemia.

E que lições tiramos desse momento?

Compartilho esse material bem interessante, abaixo, extraído de: https://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-pandemia.htm

8 LIÇÕES APÓS UM ANO DE ENSINO REMOTO DEVIDO A PANDEMIA

Alunos equipados com notebook foram uma minoria, e a maioria faz contato com professores por WhatsApp - Getty Images
Alunos equipados com notebook foram uma minoria, e a maioria faz contato com professores por WhatsApp. Imagem: Getty Images

No momento em que a alta de mortes por covid-19 no Brasil torna ainda mais complexas as discussões sobre volta às aulas presenciais, o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas famílias — assim como não ter acesso à educação à distância continua a ser a realidade de grande parte da população mais vulnerável.

Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado também de lições inéditas para professores, alunos e pesquisadores.

A BBC News Brasil compilou alguns estudos nacionais e internacionais que ajudam a traçar um retrato da educação na pandemia para entender o que funcionou e o que ainda precisa melhorar.

1 – O enorme impacto da demora do poder público e da baixa conectividade

O Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e o Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) avaliaram a eficiência dos planos de educação remota de Estados e capitais.

Foram analisados os meios usados para as aulas (como TV ou internet), seu alcance e qualidade entre as diversas etapas de ensino e os materiais e tecnologias oferecidos aos alunos.

Os resultados, mensurados entre março e outubro de 2020, mostram um cenário bem ruim: a nota média dos planos estaduais no Índice de Educação à Distância foi de 2,38 (de 0 a 10) e de 1,6 para os das capitais.

Chamou a atenção dos pesquisadores a demora na apresentação de um plano depois do fechamento das escolas. Em média, as capitais levaram 43 dias, e os Estados, 34.

Também faltou supervisão para verificar se alunos estavam de fato acompanhando as aulas e houve pouca oferta de formas de acesso, dando aparelhos ou a conexão de internet para que os estudantes conseguissem assistir às aulas online.

“A quase totalidade dos Estados decidiu pela transmissão via internet, (mas) apenas cerca de 15% deles distribuíram dispositivos e menos de 10% subsidiaram o acesso à internet”, escrevem os pesquisadores Lorena Barberia, Luiz Cantarelli e Pedro Schmalz.

No Brasil, poucas redes se preocuparam em fornecer meios para os alunos se conectarem - Getty Images - Getty Images
No Brasil, poucas redes se preocuparam em fornecer meios para os alunos se conectarem. Imagem: Getty Images

A maioria dos planos falhou em oferecer estratégias de interação com professores, e também de supervisão e estímulo à presença, concluiu o estudo.

“Este é um elemento crucial para políticas de ensino remoto, por permitir interações que considerem as necessidades e dificuldades específicas de cada aluno, sobretudo em um contexto de elevadas taxas de abandono escolar.”

“Temos de cobrar do gestores que as políticas para a educação estejam na mesma velocidade da pandemia. Não podemos deixar que passem meses ou semanas sem intervir e ‘no próximo semestre melhoramos'”, diz Barberia à BBC News Brasil.

“O que choca é, em geral, ainda não ter um plano B (entre os gestores)”, acrescenta ela, citando como exemplo a interrupção das aulas na cidade de São Paulo quando, em março passado, as escolas voltaram a fechar por conta da fase emergencial no Estado.

Para Luiz Cantarelli, outros problemas graves foram a falta de coordenação nacional por parte do Ministério da Educação e os cortes orçamentários substanciais na área, que vão dificultar investimentos em acesso ao ensino remoto em 2021.

Cantarelli recorda que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou, por questões orçamentárias, projeto de lei aprovado no Congresso que previa investimento em acesso gratuito à internet para alunos e professores da rede pública.

2 – WhatsApp virou o principal meio de aula

Diante desse pouco acesso a planos de dados ou a dispositivos, a alternativa de muitas famílias e professores tem sido se conectar via WhatsApp.

Uma pesquisa do Instituto Península apontou que 83% dos professores mantinham contato com alunos por meio dos aplicativos de mensagens (e foi pelo WhatsApp que ocorreu a absoluta maioria das interações), muito mais do que pelas próprias plataformas de aprendizagem (34%).

Isso mostra que a imagem de um estudante fazendo aulas diante de um tablet ou notebook corresponde à realidade de um número restrito de crianças, diz Inés Dussel, pesquisadora de educação no México que recentemente participou de um seminário virtual brasileiro sobre tecnologia e ensino, promovido pelo instituto Itaú Social.

Dussel afirma à BBC News Brasil que o mesmo fenômeno ocorreu em todo o continente. “O uso do WhatsApp foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras ferramentas (massificadas de conexão) na América Latina”, aponta.

“A maior parte do ensino foi feita pelo celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários membros da família). Então, é algo muito desafiador.”

Mas o WhatsApp tem seus limites: evidências indicam que alunos conseguem passar mais tempo de aula diante de computadores do que diante de celulares, aponta um guia de boas práticas escolares durante a pandemia elaborado pela Ofsted, a agência governamental britânica que supervisiona as escolas do país.

3- Depois de conectar, engajar com o ambiente remoto

Uma revisão de estudos sobre ensino remoto na educação básica dos Estados Unidos lembra que as evidências em torno do tema são “esparsas”. E, também lá, o acesso a dispositivos foi um grande desafio, seguido de outro: “garantir que estudantes e famílias se engajem com o ambiente de aprendizado” remoto.

“Só oferecer computador ou conectividade ou distribuir apostilas pode não ser suficiente para um engajamento produtivo”, diz o estudo da Universidade do Estado da Geórgia.

“Felizmente, mensagens direcionadas ou incentivos são uma forma relativamente barata e escalável de aumentar o engajamento parental online e melhorar o desempenho dos estudantes.”

Entre as estratégias que aumentaram o uso das plataformas de estudo estão o envio de mensagens que incentivavam os pais a entrar na plataforma de ensino para acompanhar o progresso dos filhos.

E conversas entre professores e as famílias para ressaltar que as tarefas ainda precisam ser entregues pelos alunos mesmo à distância.

4 – Simplicidade e foco no essencial

Na avaliação da Ofsted, “não é necessário complicar em excesso os recursos (de aprendizagem) com muitos gráficos e ilustrações que não acrescentam conteúdo”.

Na educação digital remota, a plataforma não deve ser muito complicada de usar, nem as aulas devem ser elaboradas demais. “A aula remota geralmente se beneficia de uma interface direta e simples”, diz a agência em seu guia sobre o que funcionou melhor no ensino remoto britânico, publicado em janeiro de 2021.

O WhatsApp foi uma ferramenta muito importante na educação na América Latina na pandemia - Reuters - Reuters
O WhatsApp foi uma ferramenta muito importante na educação na América Latina na pandemia. Imagem: Reuters

Sendo assim, a recomendação é “focar no básico” ao adaptar o currículo. “Cuidado para não oferecer muito conteúdo novo de uma só vez. Antes, tenha certeza de que pontos fundamentais foram entendidos plenamente. (…) Leve em conta o conhecimento ou conceitos mais importantes que os alunos precisam entender e foque neles.”

Em muitos casos, diz a Ofsted, “praticar e exercitar habilidades prévias pode ser útil, como escrita à mão e aritmética simples”.

5 – Feedback e colaboração são ‘mais importantes do que nunca’

Ainda segundo a Ofsted, embora dar um retorno aos alunos (ou feedback) sobre as atividades feitas à distância seja mais difícil do que no ensino presencial, é algo que ganhou ainda mais importância neste momento, por melhorar a motivação e o desempenho deles.

“É importante que os professores mantenham contato regular com os alunos. (…) Alguns habilitaram o envio de emails automáticos para perguntar em que etapa da atividade os estudantes estão. Isso também passa a percepção de que os professores estão ‘assistindo’ enquanto os alunos aprendem remotamente”, diz a agência.

Ainda em abril de 2020, no início da pandemia, a fundação britânica Endowment Education fez uma meta-análise de pesquisas prévias sobre o ensino remoto, e uma das conclusões foi sobre a importância de cultivar interações entre os estudantes mesmo quando eles não estão no mesmo ambiente físico, “como forma de motivar os alunos e melhorar seus resultados”.

Inés Dussel observou a mesma coisa durante a pandemia: colaborar é importante, para alunos e professores.

“Aprendemos que precisamos dos demais: comparar estratégias, falar com outros professores e dar mais oportunidades de trabalho coletivo, mesmo que seja cada um na sua casa”, afirma.

Uma das iniciativas que chamaram sua atenção foi feita em uma turma de pré-escola na Argentina: “A professora pediu que os alunos lessem os poemas e editou um vídeo com todos juntos, transformando a leitura em uma produção coletiva”, explica.

Diários compartilhados da vida durante a pandemia também deram certo em muitas escolas.

Guia britânico sugere estimular autonomia e cooperação entre alunos, para melhorar resultados do ensino remoto - Reuters - Reuters
Guia britânico sugere estimular autonomia e cooperação entre alunos, para melhorar resultados do ensino remoto. Imagem: Reuters

Mas as iniciativas do tipo se beneficiam, em grande parte, da conexão prévia entre professores, alunos e famílias, acrescenta Dussel.

“(A pandemia) ressaltou a importância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”, diz a pesquisadora. “Nas escolas que não tinham esse vínculo, as coisas (atividades remotas colaborativas) não funcionaram tão bem.”

6 – É momento de estimular autonomia e independência

A Ofsted também concluiu, a partir de revisões de estudos, que é possível obter melhores resultados quando se estimula a autonomia dos estudantes no ensino remoto, claro que levando em conta suas idades e circunstâncias.

“Estimular os alunos a refletir sobre seu trabalho ou avaliar estratégias que vão usar se travarem (em alguma parte da tarefa) foram destacadas como (ações) valiosas”, aponta a agência.

“Evidências mais amplas sobre metacognição e autorregulação sugerem que alunos carentes tendem a se beneficiar em particular de apoio explícito que os ajude a trabalhar de modo independente, por exemplo, criando checklists ou planejamentos diários.”

Mais do que fazer aulas expositivas, é o momento de “pedir ideias e participação dos jovens”, diz à BBC News Brasil Rebeca Otero, coordenadora de educação no Brasil da Unesco, braço da ONU para a educação e cultura. “Queremos formar cidadãos globais, capazes de qualificar o planeta.”

Um dos exemplos citados por ela é o do Imprensa Jovem, programa criado em 2005 como uma agência de notícias formada oir alunos da rede municipal de ensino em São Paulo.

Durante a pandemia, o projeto migrou para o ambiente digital, mas manteve os alunos engajados construindo conteúdo para, entre outras coisas, combater a desinformação em torno da covid-19 e ensinar jovens a identificar notícias verdadeiras ou falsas.

“Isso incentiva seu protagonismo e sua autonomia para aprender, se comunicar e saber buscar informações”, afirma Otero.

7- Para muitas crianças, o ano foi duro (e as perdas serão sentidas por toda a sociedade)

“Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos estudantes, (os economistas americano e alemão) Eric Hanushek e Ludger Woessmann estimam que estudantes da educação básica impactados pelos fechamentos podem esperar uma renda 3% menor ao longo de toda sua vida para cada três meses de ensino efetivamente perdido”, diz estudo recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre a educação na pandemia.

O estudo lembra que 1,5 bilhão de crianças em 188 países do mundo ficaram fora da escola em ao menos parte do ano passado, e o Brasil está entre os países que fecharam as escolas por mais tempo.

As possíveis perdas econômicas derivam de dificuldades concretas. Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com 9,4 mil adolescentes brasileiros, ouvidos entre junho e setembro do ano passado, apontou que 59% diziam ter falta de concentração e 47,8% afirmavam estar entendendo pouco das aulas à distância.

Em dezembro, quando o Instituto Península entrevistou 2,9 mil professores do país, 60% disseram que seus alunos remotos não estavam evoluindo no aprendizado. E 91% acreditavam que isso aumentará a desigualdade educacional entre os alunos mais pobres.

Um terceiro estudo, feito com professores de pré-escola em duas cidades pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal apontou sinais de que crianças de 4 e 5 anos estavam com mais dificuldades de expressão oral e corporal, principalmente as mais vulneráveis, que têm menos oportunidades de pintar, desenhar, recortar e ouvir histórias dentro de casa.

Pesquisas apontam exaustão de professores - Reuters - Reuters
Pesquisas apontam exaustão de professores. Imagem: Reuters

São retratos que evidenciam as dificuldades que aguardam as redes de ensino e escolas ao longo deste ano letivo.

“Todos trabalharam em condições muito adversas (em 2020), com muitas perdas”, conclui Dussel.

“Vamos precisar pensar em como agrupar os alunos e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como enfrentar essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos (letivos) de transição. (…) O poder público será fundamental para isso. Ou teremos uma situação de enorme precariedade.”

8 – A exaustão dos professores, em números

Os professores se reinventaram e, em sua maioria, aprenderam novas formas de se conectar e ensinar durante a pandemia. No entanto, a experiência tem deixado muitos deles exauridos.

“Acordo e durmo pensando nas coisas inacabadas que tenho que fazer”, disse uma professora quando questionada em pesquisa da Fundação Carlos Chagas no ano passado, à qual 80% dos docentes afirmaram que estavam gastando mais tempo planejando aulas, principalmente os que ensinam nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.

Além disso, a maioria deles disse que estava conciliando isso com o aumento de suas tarefas domésticas (ou com ajudar os próprios filhos nas tarefas escolares).

Uma grande dificuldade que se apresentou nos meses finais de 2020, quando algumas redes públicas e privadas retomaram as atividades presenciais, foi dar conta do ensino híbrido. Alguns professores tiveram de dar aulas simultaneamente para alunos presenciais e remotos.

“Isso exige muito do professor, desde a conexão até a atenção dividida”, explica Inés Dussel.

O Instituto Península também questionou os professores brasileiros quanto a seu estado de ânimo em dezembro: 53% disseram estar mais cansados do que antes.

Mas, a despeito disso, 61% contaram que estão motivados para ensinar em 2021.

– A letra Y é uma vogal ou uma consoante?

Sempre aprendi na escola que tínhamos 5 vogais: a, e, i, o, u. Mas nunca me perguntaram sobre o Y, que passou a fazer parte oficial do nosso alfabeto há pouco tempo.

No meu tempo, Y era uma semivogal com som de vogal. Ao menos, ERA…

Será que estou certo? Parece que não. Temos, então, 6 vogais?

Extraído de: https://aprenderportugues.com.br/y-e-vogal-ou-consoante/

Y É VOGAL OU CONSOANTE?

Talvez você nunca tenha se perguntado se a letra Y é vogal ou consoante? Mas não tem problema, nós criamos a dúvida e, em ato contínuo, trazemos a resposta para você.

Até o ano de 2009, a Língua Portuguesa possuía oficialmente 23 letras (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, L ,M ,N ,O, P, Q, R, S, T ,U, V, X, Z), sendo 18 consoantes e 5 vogais.

Porém, no Brasil, após o advento do novo acordo ortográfico, foram introduzidas mais 3 letras, quais sejam: K, W e Y.

Atualmente, no Brasil, o alfabeto oficial é o seguinte: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L ,M ,N, O, P, Q, R, S, T ,U, V, W, X, Y, Z.

Antes mesmo da incorporação, comumente já víamos palavras estrangeiras sendo usadas com essas letras ao nosso redor. Veja alguns exemplos: Whisky, Km (quilômetro), Kaiser, Flanfklyn, Yoga, Web, Kart, Layout, Nylon, Wi-fi, Karaokê, Yakisoba.

Mas afinal… Y é vogal ou consoante?

Em que pese a polêmica que esta pergunta gerou entre os gramáticos e no público em geral, a maioria entende que a letra y (ípsilon) é uma vogal, que deve ser empregada com o mesmo som da vogal i.

Em razão disso, as vogais do nosso idioma são: A, E, I, Y, O, U.

Portanto, podemos usar corretamente, a título de exemplo, as seguintes palavras:

  • Yago
    Yasmin
    Yoga
    Youtube
    Yamaha

Existem ainda teses apontando que o y é uma semivogal e não uma vogal. Mas isso extrapola o nosso objetivo aqui.

Então, em meio a grandes polêmicas, devemos saber que a letra Y não é uma consoante.

O conhecimento de que ela é uma vogal já nos basta. Se você gostou deste conteúdo, então compartilhe-o com seus amigos. Propague o conhecimento!

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Imagem extraída da Internet, autoria desconhecida. Quem souber, favor informar para divulgação dos créditos.

– Quantos estarão preparados para o Homeschooling?

Ensinar o aprendizado escolar aos filhos em casa, de fato, não é fácil. Pouquíssimos tem condições para isso, levando-se em conta: o tempo, a paciência e a intelectualidade.

Embora as crianças mais crescidas / adolescentes tenham maior independência para isso, é obvio que a fiscalização e o auxílio dos pais deve ser presente. Para tanto, algumas condições ideais devem ser criadas em casa (como um ideal ambiente de estudo), além de atender à legislação (que está sendo regulamentada).

Abaixo, o projeto de homeschooling brasileiro, extraído de: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2021/05/17/projeto-de-educacao-domiciliar-exige-que-um-dos-responsaveis-pelo-aluno-tenha-diploma-de-ensino-superior.ghtml

O PROJETO DE HOMESCHOOLING EM PAUTA

A versão final do projeto de lei que regulamenta o ensino domiciliar no Brasil deve ser votada em plenário na Câmara dos Deputados até junho. No texto, há a exigência de que pelo menos um dos responsáveis legais pelo aluno tenha diploma de ensino superior.

Além disso, os alunos que forem educados em casa devem estar associados a uma escola regular, que fará o monitoramento da aprendizagem. Segundo o projeto, as avaliações periódicas serão bimestrais (para educação infantil) ou anuais (para ensino fundamental ou médio).

Caso o estudante seja reprovado por dois anos consecutivos, perderá o direito ao “homeschooling”.

As normas estabelecidas pelo projeto de lei não satisfizeram todos os apoiadores do modelo de ensino. Ao G1, a Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned) afirmou que ainda não vai comentar o texto, porque está buscando revê-lo, já que “há uma série de inconsistências que serão debatidas com a relatora”.

Entre as críticas, a Aned menciona a exigência do curso superior para os pais dos alunos. “Se não houver mudanças, nós e a imensa maioria das famílias e organizações irão se manifestar de maneira contrária a essa proposta, pois pior que não ter um lei é ter uma lei ruim que inviabilize a prática”, afirma Rick Dias, presidente da Aned.

O tema é considerado prioritário no governo Bolsonaro, mesmo diante de problemas educacionais que afetam grupos maiores (exclusão digital, déficit de aprendizagem durante a pandemia e evasão escolar, por exemplo).

Pelo projeto, as famílias que decidirem educar seus filhos em casa deverão obedecer às seguintes normas:

  • matricular obrigatoriamente o estudante em escola regular, que fará um acompanhamento do que está sendo ensinado e aprendido;
  • entregar relatórios bimestrais a essa escola, mostrando os registros das atividades feitas pelo aluno;
  • comprovar que ao menos um dos responsáveis legais pela criança/jovem concluiu o ensino superior;
  • apresentar certidões criminais da Justiça Federal e Estadual ou Distrital de cada um dos pais ou responsáveis;
  • cumprir os conteúdos previstos na Base Nacional Comum Curricular, com a possibilidade de acrescentar mais disciplinas ou conteúdos;
  • comparecer a encontros presenciais semestralmente com tutores da escola;
  • permitir que o Conselho Tutelar faça inspeções do local onde o aluno aprende;
  • garantir a convivência em sociedade.

Para chegar à versão final do projeto, a relatora e deputada Luísa Canziani (PTB-PR) organizou oito debates, entre abril e maio, com especialistas em educação — parlamentares ligados ao assunto, representantes da União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime), fundações de apoio à infância (Instituto Alana), associações ligadas ao “homeschooling” e pesquisadores da área.

Conversas com bancadas partidárias

A deputada Canziani afirmou nesta segunda (17) que buscará se reunir com as principais bancadas partidárias até o fim da semana, para buscar apoio e ouvir possíveis sugestões de mudanças.

Na terça, ela conversará com representantes do PSL (Partido Social Liberal).

“Se a gente achar que é conveniente fazer alguma alteração, não tem problema nenhum, se for pra melhorar e zelar por essas crianças — não só pelo aprendizado, mas pela integridade física delas”, disse a parlamentar em transmissão on-line.

Por mais que a educação domiciliar seja uma bandeira da atual gestão, o debate existe há quase três décadas no país: nos últimos 27 anos, projetos de lei foram apresentados para exigir a legalização do movimento. Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a educação domiciliar não é inconstitucional, mas precisa de uma normatização para ser permitida.

Três anos depois, em março de 2021, um dos projetos de regulamentação avançou na Câmara, e a deputada Canziani foi nomeada relatora da matéria. Agora, depois dos debates com especialistas e da emissão de um parecer dela, o texto segue para votação.

De um lado, há quem alegue que os pais devem ter o direito de escolher como educar as crianças. Do outro, estão especialistas preocupados com as consequências pedagógicas e sociais de manter um aluno fora da escola.

Educadores críticos ao modelo apontam possíveis prejuízos na falta de interação, já que um dos maiores ganhos da escola regular é justamente proporcionar a convivência constante entre pessoas de diferentes universos.

Também afirmam que o ensino domiciliar poderia dificultar a identificação de casos de abuso infantil ou de violência doméstica, que seriam detectados pelos professores na sala de aula convencional.

Mesmo sem autorização, em 2019, mais de 11 mil famílias educavam crianças e jovens fora do ambiente escolar no país, segundo os dados mais recentes da Aned.

Projeto de homeschooling propõe 14 regras que pais devem cumprir