O árbitro Anderson Daronco se sentiu um “pinto no lixo” no Maracanã! Marcou todas as faltas que pode (fez a festa, pois é seu estilo), permitindo algo incomum praticado pelo Flamengo: o rodízio de faltas.
Isso não significa que foi um jogo violento, mas sim com inúmeras faltas táticas, aquelas que “minam o time adversário”. Felipão fazia muito bem isso nos anos 90, mas o mestre dessa tática era o saudoso Marcelo Veiga. E o juizão, experiente, não soube coibir tal estratégia.
Três lances polêmicos:
1. A entrada de Felipe Melo em Gabigol no primeiro tempo: Você pode interpretar de duas formas: Felipe Melo visou somente a bola mas não se preocupou em evitar um contato com Gabigol (ação temerária, Cartão Amarelo), ou que Felipe Melo foi extremamente viril, com excesso de força, desprezando a integridade física do adversário tentando pegar ele e a bola (jogo brusco grave, Cartão Vermelho). Insisto: lance interpretativo, e eu aplicaria Cartão Vermelho, pois entendi que ele foi na bola e em Gabigol propositalmente.
2. A entrada de Felipe Melo em Gabigol no segundo tempo: ali, é menos interpretativo, pois você tem a Regra do Jogo dando algumas diretrizes. Por exemplo: no rápido ataque do Flamengo, Gabigol corria em direção ao gol, ou para a lateral? Nino, que seria o segundo jogador depois de Felipe Melo, o alcançaria para disputar a bola ou não?
Portanto: Felipe Melo deveria ser expulso por impedir uma situação clara e manifesta de gol, pois Gabigol corria para o gol (e não para a lateral) e não haveria um outro jogador para impedi-lo (a distância de Nino não impediria).
Entretanto, há um outro motivo para a expulsão de Felipe Melo: a entrada que ele deu! Por trás e com força excessiva, uma clássica situação de “Escola de Árbitros” para exemplificar aos alunos quando é para Cartão Vermelho.
O inadmissível nessa situação é que um árbitro FIFA como Daronco tenha dado Cartão Amarelo, pois ele tinha DOIS motivos para expulsá-lo. Precisa da VAR Daiane Muniz para corrigi-lo?
3. O pisão de Gabigol em Ganso: em um primeiro momento, no recorte do lance, pareceu-me intencional. Se você pegar uma fotografia do pisão, daria Cartão Vermelho. Mas não é assim que se interpreta uma jogada e nem a ferramenta que um árbitro deve ter para tomar a decisão. Revendo o lance todo, na velocidade normal, perceba que foi totalmente acidental. Gabigol está tentando o equilíbrio e Ganso está com a perna em movimento no chão, tentando roubar a bola. Entendo ter sido uma casualidade, não foi um pisão evitável, proposital no adversário. Ali, não se deve nem marcar a falta (repito: acidente de trabalho).
Até pelo fato de quê: não existe pisão “temerário” na Regra do Jogo (e olhe que eu a leio faz tempo…). Pisou de propósito: agressão e cartão vermelho. Pisou sem querer: segue o jogo.
Pensando com meus botões: e se essa partida tivesse sido apitada por Leandro Pedro Vuaden, aquele dos anos 2000 (não o de hoje)? Ou se fosse um árbitro estrangeiro?
Imagino que poderíamos ter uma partida mais agradável (e mais justa).
Em tempo: o lance da expulsão de Felipe Melo é diferente da de Halter em Goiás x Palmeiras (tratamos aqui: https://professorrafaelporcari.com/2023/05/07/o-lance-polemico-de-goias-x-palmeiras/).
Creio que faltou abordar as simulações de recebimento de tapas no rosto de Gabigol e Samuel Xavier. Deveriam ser aparelhados?
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