Há coisas sem sentido e que repercutem muito pouco. Por exemplo: a invasão à Igreja em Curitiba para protesto contra o congolês morto no Rio de Janeiro.
Resumidamente: o Brasil ficou chocado com a cruel morte do refugiado Moïse Kabagambe, covardemente espancado até perder a vida e amarrado numa escada. Racismo, xenofobia e intolerância contra um humilde trabalhador que foi reclamar seu salário atrasado.
Porém, na semana passada, no Paraná, o vereador Renato Freitas (PT) convocou uma manifestação em desagravo ao ocorrido, e o fez nas escadarias da porta da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (na hora da Missa).
Perguntas pertinentes:
1- Um vereador curitibano montando manifestação de um problema acontecido em terras cariocas? É lógico que podemos e devemos nos manifestar contra a barbárie, mas não cheira um pouco de… oportunismo?
2- Com tanto lugar para protestar, fazer em frente a uma igreja, na hora da Missa que requer respeito e silêncio para a manifestação religiosa / espiritual?
3- Após o pedido do Pároco local para que se respeitasse a celebração sem fazer barulho até o término dela, os manifestantes entraram no templo e continuaram seus atos. Não é um pedido de respeito a partir de um gesto de desrespeito?
Tá tudo errado! E ciente disso, o próprio vereador pediu desculpas pelos seu erro, em: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2022/02/10/vereador-que-participou-de-invasao-em-igreja-durante-protesto-em-curitiba-pede-desculpas-nao-foi-intencao-ofender-o-credo-de-ninguem.ghtml
Fica a questão: as pessoas estão perdendo o respeito para com o seu próximo? É morte gratuíta de um inocente, protestos em hora de oração, demagogia política em época de ano eleitoral… que coisa.
Manifestação contra o racismo, em Curitiba, foi registrada em vídeo, com entrada do grupo em igreja — Foto: Reprodução

