Já escrevi algumas postagens sobre o triste episódio da queda do avião da Chapecoense. O mundo do esporte está triste e saturado do assunto. Mas prometo ser o último texto sobre isso, questionando algumas coisas:
- O avião, de avançada idade, era do próprio piloto e indicado pela Conmebol? Seria ainda um descuido por pane seca? Será que equipes da Champions League, como Chelsea, Bayern, Real, entre outras, voariam em companhias de uma única aeronave? É claro que a Chapecoense é um clube mais humilde, mas fretar um vôo de uma empresa de aluguel boliviana (e que um dia foi venezuelana), cá entre nós, é estranho.
- Os esforços das autoridades e do povo colombiano são dignos de gente diferenciada (e do bem)! Quanta mobilização e solidariedade. Aliás, o fato do Atlético Nacional desejar que se entregue o título à Chape é exemplo de desportividade na sua essência.
- Por quê o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não viajou para Medellin, já que o vice-presidente (o polêmico Delfim Peixoto) também foi uma das vítimas?
- Imaginem a dor dos sobreviventes, em especial do goleiro que teve a perna amputada (além do trauma emocional da queda)? Que Deus dê forças a ele e aos outros.
- A mobilização dos clubes mundo afora é exemplar. Todos consternados, e de louvável os entendimentos de algumas equipes brasileiras em prol da ajuda ao time catarinense: empréstimos gratuitos de jogadores, desejo de não rebaixamento nas próximas temporadas do Brasileirão e uma certa irmandade dos dirigentes adversários. A relação abalada entre presidentes parece ter se diluído com este acidente, proporcionando um envolvimento solidário entre os cartolas de co-irmãos.
- Alguns preconceitos bobos – como ausência do verde em menções do Corinthians – foram deixados de lado. Ótimo!
Enfim, se pane seca ou não; se bobeada da torre de controle do Aeroporto de Medellín ou apenas mal entendido; seja o que for: nada consolará os familiares das vítimas.
Lamento a morte dos atletas acidentados; do educado, estudioso e diferenciado treinador Caio Jr (com quem tive o prazer de trabalhar em campo e de viver uma situação inusitada com ele e Emerson Leão no TJD da FPF, que não vem ao caso agora); dos jornalistas; do ex-jogador e ex-treinador Mário Sérgio; do preparador físico Luís “Cesinha” Martins (que por muito tempo foi o responsável pelos testes físicos da arbitragem da FPF e nosso profissional nas pré-temporadas do Campeonato Paulista) e, finalmente, aos parentes e amigos dos agora defuntos cidadãos.
#FORÇACHAPE
