– Amigos e Negócios nunca à parte…

“Amigos, amigos. Negócios à parte…” Tal dito não vale para José Sarney, não? Mesmo não sendo mais senador, ainda influencia como tal. Vide as gravações reveladas entre ele e o presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Sobre os golpes e conversas reveladas, Sarney simplesmente creditou ser uma conversa “entre amigos”.

Acreditou? Aliás, está difícil acreditar em políticos…

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– O pênalti por movimento antinatural de Figueirense 2×2 Santos

Para quem tem dúvida sobre a nova orientação da mão na bola, vale assistir o lance que originou o 1o gol do Santos em Santa Catarina.

A bola é cruzada para o ataque santista, e o defensor Ferrugem pula para disputá-la. Seus braços estão abertos, e durante a queda, ao invés de naturalmente os braços caírem, os mantém esticados esperando a bola bater em um deles (e é o que acontece). O árbitro Wagner do Nascimento Magalhães corretamente marcou pênalti.

Repare que o desvio ocorre mesmo ele tendo tempo para recolher o braço. É a chamada “intenção disfarçada”, o movimento antinatural dos braços.

Importante: a Regra não mudou, ele teve intenção e desejo de que a bola batesse no braço tirando o proveito. Nunca diga que pulou de maneira imprudente, pois a imprudência em lances de mãos e braços na bola continua não sendo falta.

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– Havia ou não Ponto Eletrônico em Palmeiras 2×0 Fluminense? E se havia…

Muita polêmica sobre a utilização de um suposto ponto eletrônico ou não do suspenso treinador Cuca e seu banco de reservas na partida do Allianz Arena entre Palmeiras 2×0 Fluminense.

Afinal, isso pode ou não pode?

Aliás, a questão sobre como jogador, treinador e seus auxiliares se comunicam tem sido discutida há algum tempo: tudo começou com Vanderlei Luxemburgo, então treinador do Corinthians, na final do Campeonato Paulista de 2001: Corinthians x Santos jogaram e descobriu-se que Luxemburgo orientava o meia Ricardinho através de um ponto eletrônico escondido em seu ouvido. Era permitido ou proibido?

Ninguém sabia se podia, pois a Regra nada dizia. Dias depois, em uma reunião da International Board (o Organismo que é “dono” das Regras do Futebol) determinou-se que seria proibida a comunicação eletrônica entre treinador e jogadores durante a partida.

Recentemente, passou a ser fato comum a comunicação via celular entre treinadores e seus assistentes. O próprio Luxemburgo, certa feita, assistia o 1o tempo das partidas nas arquibancadas, conversava com seu assistente via rádio e depois dirigia a equipe no 2o tempo no banco de reservas.

Após os estudos de uma equipe de força-tarefa da FIFA em 2011 (grupo formado por ex-atletas e estudiosos do futebol, que visava trazer sugestões), reforçou-se textualmente com a redação da orientação na Regra 4 (Equipamento dos Jogadores):

Os árbitros proibirão o uso de radiocomunicação entre jogadores e o corpo técnico”.

Mas aí veio uma nova modificação. Para 2013/2014, houve alteração do mesmo texto:

Os árbitros proibirão o uso de sistemas eletrônicos de comunicação entre os jogadores e/ou o corpo técnico”.

Aqui a alteração é mais profunda: a comunicação eletrônica por celulares ou rádios era proibida (portanto, a comunicação FALADA), mas nada impedia que a comunicação fosse REDIGIDA através de outro equipamento eletrônico “não sonoro” exceto os citados, como, por exemplo, via tablets ou notebooks. Onde estaria a proibição de que um treinador não poderia se comunicar com os atletas mostrando imagens e informações em um iPad com estatísticas em tempo real? Ou com informações de fora via email?

Agora, a proibição é EXTENSIVA A QUALQUER SISTEMA ELETRÔNICO DE COMUNICAÇÃO e não mais somente entre jogadores e treinadores, mas AMPLIADA ENTRE OS PRÓPRIOS INTEGRANTES DA COMISSÃO TÉCNICA. E um grande exemplo disso: José Mourinho costumava receber informações estatísticas on-line das partidas de seu assistente técnico via tablet, e as repassava através de bilhetinhos escritos a mão para seus jogadores. Isso (informação de fora), agora, não pode! Mas se o treinador quiser passar suas instruções por escrito em uma tecnologia rudimentar, como papel, somente com suas impressões pessoais, PODE!

Na sua última circular antes do início do Paulistão 2014, a FPF reforçou esse lembrete no capítulo 20 das suas orientações:

É PROIBIDO o uso de sistemas eletrônicos de comunicação entre jogadores e/ou comissão técnica. Exemplo: treinador para assistente fora do campo, conforme alt Regra 4, pg 29 do Livro de Regras.[Lembro que não é só fora do campo, mas dentro também].

Eu, particularmente, acho um retrocesso proibir a comunicação externa. Se o clube tem uma equipe técnica profissional e que se atenta a detalhes do jogo para ajudar o treinador, isso deveria ser uma evolução bem vinda ao futebol. Porém, entendo também o que os legisladores da Regra pretendem: se um árbitro não tem um celular para ligar a alguém com imagens e perguntar se foi pênalti ou não, seria desproporcional que treinadores tivessem essa informação privilegiada.

Resta aos mais espertos utilizarem alternativas. Imaginaram bolinhas de papel voando das arquibancadas com informações ao banco? Quem disse que a rudimentar tecnologia de “escrita no papel” está proibida? O texto é claro: somente a eletrônica está proibida.

E nas arenas européias, onde torcedores e comissões técnicas estão próximas: que tal a comunicação boca-a-boca, onde um torcedor assiste o jogo em tempo real via Web em som alto e “sem querer” o treinador escuta?

Alternativas criativas existem! Ou você acha que não? O que não pode, de fato, reforço, é a eletrônica.

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– Lambanças de Flamengo 2×2 Chapecoense

O árbitro Diego Almeida Real teve uma noite infeliz em Volta Redonda, ao dar dois pênaltis inexistentes (1 para cada time) em Flamengo 2×2 Chapecoense.

Aos 10m do 1o tempo, Lucas Gomes (CHA) invade a área e Juan (FLA) vai disputar a jogada. O atacante adianta a bola e se joga. É simulação, mas o árbitro, estando longe do lance, marca pênalti e dá amarelo ao zagueiro. Errou. O detalhe: Lucas ficou no chão fingindo que estava todo dolorido…

Aos 49m do 2o tempo, um Flamenguista cabeceia a bola, ela bate nas costas de um zagueiro catarinense, reboteia e bate despretensiosamente no braço de Marcelo (que estava próximo, com o braço colado ao corpo) e que leva um susto. Nada a se marcar, mas… juizão dá pênalti ao Mengão! Errou absurdamente.

Fica a dúvida: equívoco por deficiência técnica ou fez média pelo erro anterior?

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