– O Fator “Arbitragem” no Brasileirão nas últimas rodadas

Nas rodadas derradeiras do Brasileirão, os nervos de jogadores, torcedores e dirigentes estão à flor da pele. Claro: agora, vale rebaixamento, título, classificação para a Libertadores…

Se a ansiedade é grande para os clubes, a preocupação com a arbitragem é na mesma proporção. E, infelizmente, na reta decisiva, os árbitros estão pressionados. Eles darão conta do recado?

Vivemos uma entressafra na arbitragem devido a vários fatores: má gestão da Comissão de Árbitros, falta de bons nomes, impaciência no processo de renovação e politicagem.

Ontem, prova de tudo isso pode ser vista, acumulada em 2 jogos: Fluminense X Ponte Preta e Atlético-MG X Sport, apitados respectivamente por Nielson Dias (PE) e Flávio Guerra (SP).

Os dois times mandantes brigam pelo título. Os dois são fortes politicamente. Os dois reclamam sistematicamente de arbitragem (Alexandre Kalil que o diga; já que, mesmo quando não tem lances errados contra seu time, adora “jogar para a torcida”). Os dois jogaram contra times pequenos e fracos politicamente.

Ora, Guerra, respeitosamente, não é árbitro de 1a divisão. Nielson já deu mostras que tecnicamente é fraco e também não merece a quantidade de jogos que recebeu na série A.

Para quem assistiu as duas partidas (fáceis de se apitar e que os árbitros se complicaram), perceberam os claros erros a favor dos mandantes. Nada de má intenção, mas de má condição técnica. E é isso que me preocupa: esses árbitros foram escalados em condições de suportar pressão? Apitar jogos do Fluminense, Flamengo, Corinthians, Atlético Mineiro, entre outros, precisa-se ter colhão. Não dá para experimentar árbitros com esses times expressivos ou escalar gente de baixa qualidade técnica, principalmente nesse momento do campeonato.

Fico pensando: teríamos que trazer árbitros de fora do país, por falta de contingente capacitado? Enquanto que as federações abrem inúmeros cursos de arbitragem, colocando muita gente para apitar, sem dar sequência de jogos e boas condições de preparação a eles, erra-se em querer conseguir talento pela quantidade de nomes, não pela boa preparação de alguns poucos bons candidatos.

Nos pontos corridos, pelo número de jogos, normalmente os erros se compensam. Mas há exceções, como qualquer regra: times grandes e fortes politicamente, podem ter erros contrários em menor número, por vários motivos; um deles: árbitros mais gabaritados em seus jogos fora de casa / e menos competentes e mais suscetíveis a pressão em casa; a contrapartida será lógica: se alguém é beneficiado, os clubes pequenos e de força política menos expressiva terão o prejuízo.

A questão é: carece-se de inteligência e independência nessa atual fase do campeonato para fazer as escalas.

Exemplo? Nielson Dias tem no ano a péssima atuação na partida Grêmio X Santos (além de outras ruins ao longo do campeonato) e continua prestigiado. Expulsou equivocadamente Neymar e sentiu a pressão do Estádio Olímpico. E ainda assim foi para Fluminense X Ponte Preta. Ora, acho justo a queixa da Ponte Preta, que teve 4 jogadores pendurados recebendo o cartão amarelo para a próxima partida contra o Sport/PE (aqui, vem a observação do presidente da equipe campineira, Márcio Della Volpe, de que o árbitro também é de Pernambuco…), fora o pênalti equivocado.

Em suma: precisa-se de árbitros que não tenham medo de time grande, nem sintam pressão de dirigentes politicamente fortes e que sejam competentes. Traremos árbitros de fora? Para eles, é mais fácil: vem, apita e vai embora, sem se preocupar com veto.

Observação: o Náutico reclamou sistematicamente das arbitragens. Nas últimas rodadas, só tivemos FIFAs apitando jogos dele… vale a pena chiar?

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