– Beatles viram Ciência na PUC!

Para os beatlemaníacos, um curso melhor como esse não há: a PUC/RJ acaba de criar uma especialização em Beatles!

Extraído de: http://is.gd/9EsK8G

PUC/RJ INOVA E CRIA ESPECIALIZAÇÃO SOBRE BEATLES

Curso de extensão aborda a história, a evolução artística e a influência cultural do conjunto inglês na sociedade pós-moderna

Por Luisa Girão

Roger Waters e Pink Floyd criticam o sistema em “Another Brick In The Wall”. Alice Cooper celebra – de uma forma bem rebelde – a formatura em “School’s Out”. A sala de aula e o Rock n’Roll têm uma relação complicada e não faltam exemplos. Mas desde a última semana a tradicional faculdade PUC- Rio mostra que está disposta a romper com o tabu e oferece em sua grade um inusitado curso de extensão inteiramente dedicado a uma das principais bandas da história: Os Beatles.

“Beatles: história, arte e legado”, ministrado pelo departamento de Letras da universidade, aborda toda a história, evolução artística e influência cultural e midiática do conjunto na sociedade pós-moderna. “Pretendemos cobrir toda a história dos Beatles, através dos discos e músicas mais relevantes, utilizando de clipes a trechos de filmes e aproximando o grupo da história do seu tempo. Além da história, vamos entender a filosofia do grupo inglês e, por exemplo, como a banda influenciou o movimento tropicalista aqui no Brasil”, explica o doutor em Literatura Brasileira pela PUC, pós-doutor pela Universidad de Salamanca, na Espanha, e coordenador do curso, o professor Júlio Diniz.

A ideia da especialização surgiu depois que  Eduardo Brocchi, professor de Engenharia na PUC e beatlemaníaco confesso, descobriu que a Universidade de Liverpool, na Inglaterra, tem um mestrado sobre o quarteto. “Eu e alguns amigos ficamos com vontade de fazer, mas o curso demora quatro anos. Então, pensamos: temos que fazer isso aqui no Brasil!”, disse ele, que tem mais de 400 livros sobre o Fab Four e uma coleção de apetrechos raros como CDs, vinis etc.

São sete professores com as profissões mais distintas. Tem filósofo, jornalista e até dentista. Todos usando o seu connhecimento adquirido em livros, viagens e pesquisas sobre o quarteto de Liverpool. “Somos aficionados pelo universo dos quatro músicos mais importantes da segunda metade do século passado”, afirma o professor Luis Otávio Pinheiro, que também é titular no curso de Engenharia da PUC.

– Quem quer Brincar?

Por que temos que abdicar de momentos gostosos com nossos filhos para nos preocuparmos com coisas mundanas?

 

Esse sorriso vale a pena!

– Um País que Nasceu Desregrado Pelo Imperador: O Demonão ou Fogo Foguinho

Descobriu-se que a Hispanic Society of America, em Nova York, possuía algumas cartas do imperador brasileiro Dom Pedro I. E eram inéditas!

Tais cartas agora são divulgadas. E não é que as cartas eram para a amante do imperador, a Marquesa de Santos? E nosso libertador usava nomes como “Demonão” ou “Fogo foguinho”, chamando a amante de “Titília”.

A Imperatriz Leopoldina, sua esposa, deve se revirar ao túmulo ao saber de tais relatos. Leiam o que Dom Pedro escrevia:

Ontem mesmo fiz amor de matrimônio para que hoje, se mecê estiver melhor e com disposição, fazer o nosso amor de devoção. Aceite, meu benzinho, meu amor, meu encanto e meu tudo, o coração constante. Deste seu fiel amante, o Demonão.”

Desde aquele tempo não dá para confiar em político, não? O imperador dizia a amante que fez sexo só por compromisso com a esposa e que o fogo estaria com a amante! Cara-de-pau o Dom Pedro!

– Corrigir ato Racista vale 30 mil euros?

Na Itália, a Juventus de Turim foi condenada a pagar 30 mil euros porque sua torcida manifestou de forma racista, com gritos preconceituosos aos adversários da Lazio.

Até quando?

Toda vez vemos clubes sendo multados. E fica assim mesmo? Pague a multa e tudo bem?

Confesso que gostaria de ver os clubes perdendo pontos e os bandidos travestidos de torcedores na cadeia!

– Professores na Lista Negra!

Zurique, na Suiça, criou a lista negra dos professores locais.

Após avaliações de diretores de diversas escolas, foi criada uma lista de professores cujos hábitos fossem indesejados em sala de aula. Nela, estão incluídos os que frequentemente são acusados de má educação, grosseria e falta de dedicação.

Se a moda pega…

– Punições Carnavalescas? Não são sérias…

Um verdadeiro circo carnavalesco: a Império da Casa Verde, que causou tanta confusão na apuração do carnaval de SP 2012, vai desfilar de novo, sendo que deixará de receber R$ 700 mil de verba cultural da prefeitura de São Paulo. As demais, pagarão 6 mil reais de multa.

Ficou barato! Punições para inglês ver. E a da Gaviões? Não dará nada?

– Jornalistas & Cachoeira?

Quando surgiram rumores que Carlinhos Cachoeira bancava jornalistas, fiquei com o pé atrás. Eis que a Polícia divulga escutas que comprometem Wagner Relâmpago (Rede TV), Policarpo Júnior (Veja) e Jorge Kajuru!

O Brasil está nas mãos desse contraventor! Incrível.

– Estudar garante Emprego?

Segundo a Rádio Band News, uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estudos de Porto Alegre mostra um dado alarmante: quanto mais você estuda, mais difícil será arranjar emprego!

Calm. A lógica é a seguinte: Quanto menor a escolaridade, mais sujeita a pessoa fica ao desemprego. Assim, aceita ganhar salários menores e se sujeita às atividades profissionais sem exigir muito. Em contrapartida, quanto mais graduada, maior a exigência ao aceite de empregos.

Se não estudar, “faz-se qualquer coisa”. Se estudar, não se aceita qualquer emprego. Que dilema, não?

É claro que devemos estudar. Sempre, sempre e sempre…

– A Copa do Mundo começou para o Apito Brasileiro!

Se a Seleção de Mano Menezes ainda não convenceu de que estará afinada para o Mundial de 2014, ao menos teremos por quem torcer: Wilson Luís Seneme está na eminência de ser o árbitro brasileiro na próxima Copa do Mundo.

Segundo o comentarista da Rede Globo, o ex-árbitro Leonardo Gaciba, fonte fidedigna lhe confidenciou a lista de 10 nomes que a CONMEBOL entregou a FIFA. Para 2014, 5 dos árbitros abaixo trabalharão na competição:

DIEGO ABAL (ARG)

RAUL OROSCO (BOL)

WILSON SENEME (BRA)

ENRIQUE OSSES (CHI)

WILMAR ROLDAN (COL)

CARLOS VERA (ECU)

ANTONIO ARIAS (PAR)

VICTOR CARRILLO (PER)

ROBERTO SILVERA (URU)

JUAN SOTO (VEN)

Pela relação, as especulações de que o Brasil poderia ter 2 representantes se encerram. Em 2002, a briga era entre Carlos Eugênio Simon e Paulo César de Oliveira, e deu Simon. Em 2006, repetiu-se as mesmas especulações. Paulo César estava em melhor fase, mas deu Simon novamente. Em 2010, a briga ficou entre Simon, Sálvio e Gaciba, e Simon fez a trinca.

Para 2014, os nomes pré-selecionados eram Wilson Seneme, Paulo César e Heber Roberto Lopes. Corriam por fora Vuaden, Sandro Ricci e até mesmo Marcelo de Lima Henrique.

Pelas atuações nas competições internacionais, o nome não poderia ser outro: Seneme tem sido escalado com mais frequência nas competições promovidas pela Conmebol. O competente árbitro de São Carlos/SP era a bola da vez e parece confirmar seu favoritismo.

Agora, fica a questão: quem serão os 5 representantes sulamericanos para a Copa do Mundo 2014?

O uruguaio Roberto Silveira e o brasileiro Wilson Luís Senemes são os 2 tops da relação, indiscutíveis. Orosco (da Bolívia), Osses (do Chile) e Roldan (da Colômbia) estão bem cotados, se o Mundial fosse hoje (vide o número de escalas e suas boas atuações). Carlos Vera também tem o nome bem apreciado. O peruano Carrillo, o venezuelano Soto e o paraguaio Arias não seriam unanimidades. E, para surpresa geral, sobraria o argentino Alba, ilustre novato em competições internacionais.

Pelos critérios técnicos, surpreendentemente, poderemos ter uma Copa do mundo sem árbitro da Argentina! Claro que nossos hermanos tem força política. Será ela suficiente para levar seu representante para o Mundial?

Apostem suas fichas! A Copa está a todo vapor no apito…

– Preservar a Floresta a troco de Grana?

Você já ouviu falar do Parque Yasuní? Ele fica no Equador, é declarado como Reserva Mundial da Biosfera, habitado por 2274 espécies de árvores e 655 espécies de animais por hectare, além de possuir tribos indígenas que não tiveram contato com o homem ainda.

Segundo Larissa Veloso, da IstoÉ, Ed 2181, pg 125-126, o Governo Local descobriu reservas enormes de petróleo (846 milhões de barris), valendo mais de US$ 7 bilhões. E para não explorá-la, uma proposta inusitada: Quer que a comunidade internacional banque esse valor para manter intacto o Parque.

Em suma: se pagarem o equivalente ao lucro obtido na venda do petróleo, não precisa desmatar.

O que você acha de tal proposta? Deixe seu comentário:

– Agora, nossa Língua Portuguesa é diferente!

E essa, poucos perceberam!

No último dia 03, Aloizio Mercadante (Ministro da Educação) e a presidente Dilma Roussef modificaram uma regra da língua portuguesa. As profissões, quando comum de dois gêneros, deverão diferenciar o profissional masculino e feminino.

Por exemplo: “o bombeiro” e “a bombeiro” virarão: “o bombeiro” e “a bombeira”.

Assim, poderemos chamar dona Dilma de presidenta tranquilamente.

E como fica: “o jornalista” e “a jornalista”? Teremos “Jornalisto”? Dentisto? Repórtera?

Ironias a parte, está abaixo a lei:

LEI Nº 12.605, DE 3 DE ABRIL DE 2012.

Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido.

Art. 2º As pessoas já diplomadas poderão requerer das instituições referidas no art. 1º a reemissão gratuita dos diplomas, com a devida correção, segundo regulamento do respectivo sistema de ensino.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de abril de 2012; 191º da Independência e 124º da República.

DILMA ROUSSEFF

Aloizio Mercadante

Eleonora Menicucci de Oliveira

Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.4.2012

– Os Sabonetes que Enganam os Consumidores

Protex, Lifebuoy e Dettol: os 3 sabonetes que prometem acabar com bactérias, realmente as eliminam?

Pois é… A Proteste (aquela instituição que sempre testa os produtos ao extremo) fez a prova com 10 marcas. O resultado? Que poucos eliminam bactérias. O Protex, por exemplo, é líder de vendas e não eliminou nenhuma!

Extraído de: http://is.gd/FRoz5t

PROTEX E OUTROS SABONETES NÃO PROTEGEM CONTRA BACTÉRIAS, DIZ PROTESTE

Sabonetes bactericidas prometem acabar com as bactérias e germes presentes no corpo, mas, segundo teste da Proteste, nem todos eles cumprem a promessa. Protex (em barra e líquido) e Lifebuoy líquido não eliminaram nenhuma das quatro bactérias testadas, apesar de se autointitularem bactericidas. O Dove hidratante também não eliminou bactérias.

Foram analisados dez produtos bactericidas, sendo três líquidos e sete na versão em barra, entre eles dois sabonetes hidratantes – Dove e Granado Tradicional – eleitos o melhor do teste e a escolha certa pela Proteste no ano passado.

Os três produtos mais bem avaliados são em barra. E esses produtos devem ser usados com frequência apenas nas mãos.

Oito sabonetes eliminaram a bactéria Escherichia coli, presente no intestino grosso e nas fezes humanas. “A constatação mais surpreendente foi quanto ao Protex. O sabonete, líder nesse segmento, garante acabar com 99,9% das bactérias presentes na pele. Porém, não eliminou, nem sequer reduziu, qualquer micro-organismo usado no teste”, diz a publicação do instituto de proteção ao consumidor.

Dos cinco sabonetes que anunciavam proteger a pele contra o S. aures, somente o Dettol em barra confirmou sua ação. Protex e Lifebuoy, nas versões sólidas, ainda garantem eliminar a S. marcescens, o que só o Lifebuoy conseguiu. Vale ressaltar que Granado Antisséptico, Ypê, Racco e Protex não indicam em seus rótulos para quais bactérias devem agir. No entanto, fora o Protex, esses produtos demonstraram ação bactericida.

Para fazer o teste de eficácia bactericida, utilizamos uma solução padrão, composta de sujeira “criada em laboratório” e quatro bactérias específicas. A solução foi colocada em diferentes placas e, em cada uma delas, foi aplicada uma quantidade de sabonete. Foram bem avaliados aqueles produtos que conseguiram eliminar, em um período de cinco minutos, a 20oC, a maior quantidade de bactérias.

Outro lado

A Colgate, companhia da linha Protex informa que ainda não tem um posicionamento sobre os resultados do teste da Proteste. A Unilever, detentora da marca Lifebuoy, esclarece que o produto fabricado pela empresa atende todas as normas vigentes no Brasil, tanto com relação aos processos de fabricação, quanto aos ingredientes presentes. “A empresa não recebeu da Pro Teste o laudo de análise do produto citado, portanto desconhece os critérios e metodologias utilizadas para se posicionar sobre tais resultados”. Já sobre o Dove, a assessoria da marca afirma que o produto não divulga ter propriedades bactericidas.

 

RESPOSTA DA COLGATE-PALMOLIVE

COMUNICADO DA COLGATE-PALMOLIVE À IMPRENSA

Líder no segmento de sabonetes antibacterianos, a marca Protex® cuida da saúde das famílias, ajudando a eliminar as bactérias da pele além de criar uma barreira protetora de longa duração.

Protex® é clinicamente comprovado para eliminar 99,9% das bactérias. Mundialmente, os benefícios de Protex® são comprovados por diversos estudos científicos que seguem reconhecidos padrões internacionais.  Estes estudos são realizados com pessoas usando o sabonete Protex® e água. A prova da eficácia de Protex® foi analisada e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Recentemente, uma revista ao consumidor analisou a eficácia antibacteriana de várias marcas de sabonete, incluindo Protex®. Os detalhes da metodologia, que não envolvem pessoas usando os sabonetes, não foram disponibilizados e por isso não podemos comentar sobre o seu mérito científico.

A marca Protex® tem eficácia comprovada com suporte de vários estudos científicos e respeita muito a confiança das famílias brasileiras adquirida ao longo de mais de 25 anos.

– Sim pela Vida! E o Estatuto do Nascituro?

Publico esse texto sem saber o resultado final da votação sobre a permissão do aborto para os casos de gravidez de anencéfalos, que ocorrerá hoje.

Independente da decisão da Justiça, quero marcar minha opinião: sou contra qualquer forma de aborto. Para mim, a vida sempre estará em primeiro lugar.

Infelizmente, no Congresso não se discutiu o “Estatuto do Nascituro”, e parece nem querer! Onde estão os políticos engajados pela causa?

Respeito as opiniões contrárias a minha, mas é minha posição e convicção.

Sobre nascituros, publico informação sobre a data da reflexão por eles: 08 de Outubro.

DIA DO NASCITURO

O Dia do Nascituro é um dia de reflexão em defesa da vida, onde há apologia de todos os nascituros (que quer dizer, aqueles que nascerão) e de combate a qualquer forma de aborto. É um dia pelo direito à vida daqueles que estão no ventre. Também é um dia de apoio às mulheres grávidas que passam por dificuldades de quaisquer formas: financeiras, de saúde, de amparo, entre outras.

Uma de suas mártires é a italiana Santa Gianna Beretta Molla, canonizada há pouco tempo. Abaixo, sua história:

Santa Gianna Beretta Molla (1922-1962)

Gianna Beretta Molla, o décimo segundo filho do casal Alberto Bereta e Maria de Micheli, ambos da Ordem Terceira Franciscana, nasceu em Magenta (Milão,Itália), no dia 4 de outubro de 1922, dia de São Francisco. Desde sua primeira juventude, acolhe plenamente o dom da fé e a educação cristã, recebidas de seus ótimos pais. Esta formação religiosa ensina-lhe a considerar a vida como um dom maravilhoso de Deus, a ter confiança na Providência e a estimar a necessidade e a eficácia da oração.

No dia 4 de abril de 1928, com cinco anos e meio, fez a Primeira Comunhão. Desde esse dia, mesmo muito pequena, todos os dias acompanhava sua mãe à Santa Missa. Foi Crismada dois anos depois na Catedral de Bérgamo.

Durante os anos de estudos e na Universidade, enquanto se dedicava diligentemente aos seus deveres, vincula sua fé com um compromisso generoso de apostolado entre os jovens da Ação Católica e de caridade para com os idosos e os necessitados nas Conferências de São Vicente. Formou-se com louvor em medicina e cirurgia em 30 de novembro de 1949 pela Universidade de Pavia (Itália), em 1950 abre seu consultório médico em Mêsero (nos arredores de Milão). Entre seus clientes, demonstra especial cuidado para as mães, crianças, idosos e pobres.

Especializou-se em Pediatria na Universidade de Milão em 1952, mas freqüentou a Clínica Obstétrica Mangiagalli, pois por seu grande amor às crianças e às mães pretendia unir-se ao seu irmão, Padre Alberto, médico e missionário no Brasil que, com a ajuda do seu outro irmão engenheiro, Francesco, construíram um hospital na cidade de Grajaú, no Estado do Maranhão. A Beata Gianna, por sua saúde frágil, foi desaconselhada pelo Bispo Dom Bernareggi em vir ao Brasil.

Enquanto exercia sua profissão médica, que a considerava como uma «missão», aumenta seu generoso compromisso para com a Ação Católica, e consagra-se intensivamente em ajudar as adolescentes. Através do alpinismo e do esqui, manifesta sua grande alegria de viver e de gozar os encantos da natureza. Através da oração pessoal e da dos outros, questiona-se sobre sua vocação, considerando-a como dom de Deus. Opta pela vocação matrimonial, que a abraça com entusiasmo, assumindo total doação «para formar uma família realmente cristã».

Em 1954 conheceu o engenheiro Pietro Molla. Noivaram em 11 de abril de 1955. Prepara-se ao matrimônio com expansiva alegria e sorriso. Ao Senhor tudo agradece, e ora. Na basílica de São Martinho, em Magenta, casa aos 24 de setembro de 1955, tendo a cerimônia sido presidida por seu outro irmão Padre Giuseppe. Transforma-se em mulher totalmente feliz. Em novembro de 1956, já é a radiosa mãe de Pedro Luís (Pierluigi); em dezembro de 1957 de Mariolina (Maria Zita) e, em julho de 1959, de Laura. Com simplicidade e equilíbrio, harmoniza os deveres de mãe, de esposa, de médica e da grande alegria de viver.

Na quarta gravidez, aos 39 anos em setembro de 1961 no final do segundo mês de gravidez, vê-se atingida pelo sofrimento e pela dor. Aparece um fibroma no útero. Três opções lhe foram apresentadas: retirar o útero doente, o que ocasionaria a morte da criança, abortar o feto, ou a mais arriscada, submeter-se a uma cirurgia de risco e preservar a gravidez. Antes de ser operada, embora sabendo o grave perigo de prosseguir com a gravidez, suplica ao cirurgião “Salvem a criança, pois tem o direito de viver e ser feliz!” , então, entrega-se à Divina Providência e à oração. Submeteu-se à cirurgia no dia 6 de setembro de 1961. Com o feliz sucesso da cirurgia, agradece intensamente a Deus a salvação da vida do filho. Passa os sete meses que a distanciam do parto com admirável força de espírito e com a mesma dedicação de mãe e de médica. Receia e teme que seu filho possa nascer doente e suplica a Deus que isto não aconteça.

Alguns dias antes do parto, sempre com grande confiança na Providência, demonstra-se pronta a sacrificar sua vida para salvar a do filho: “Se deveis decidir entre mim e o filho, nenhuma hesitação: escolhei – e isto o exijo – a criança. Salvai-a”. Deu entrada, para o parto, no hospital de Monza, na sexta-feira da Semana Santa de 1962. Na manhã do dia seguinte, 21 de abril de 1962, nasce Joana Manuela (Gianna Emanuela). Apenas teve a filha por breves instantes nos braços. Apesar dos esforços para salvar a vida de ambos, na manhã de 28 de abril, em meio a atrozes dores e após ter repetido a jaculatória “Jesus eu te amo, eu te amo” morre santamente. Tinha 39 anos. Seus funerais transformaram-se em grande manifestação popular de profunda comoção, de fé e de oração. A Serva de Deus repousa no cemitério de Mêsero, distante 4 quilômetros de Magenta, nos arredores de Milão (Itália).

“Meditata immolazione” (imolação meditada), assim Paulo VI definiu o gesto da Beata Gianna recordando, no Ângelus dominical de 23 de setembro de 1973, “uma jovem mãe da Diocese de Milão que, para dar a vida à sua filha sacrificava, com imolação meditada, a própria”. É evidente, nas palavras do Santo Padre, a referência cristológica ao Calvário e à Eucaristia.

O milagre da beatificação aconteceu no Brasil, em 1977, na cidade de Grajaú, no Maranhão, naquele hospital onde queria ser missionária, onde foi beneficiada uma jovem protestante que tinha dado à luz.

Foi Beatificada pelo Papa João Paulo II, em 24 de abril de 1994 no Ano Internacional da Família, tendo sido considerada esposa amorosa, médica dedicada e mãe heróica, que renunciou à própria vida em favor da vida da filha, na ocasião da gestação e do parto.

– Aposentados de Itupeva e seus Direitos

por Reinaldo Oliveira

No dia 11 de abril, com início às 20h, no salão da Paróquia São Sebastião, aposentados de Itupeva participaram de uma palestra com esclarecimentos e orientações sobre seus direitos, promovida pela Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí e Região em parceria com a Pastoral Fé e Política. Por conta disso, diretores da AAPJR e um agente da Pastoral Fé e Política, falaram ao público presente. Iniciando a palestra o presidente da AAPJR, Edegar de Assis, falou sobre o trabalho da Associação que é voltado à defesa dos direitos dos aposentados e sobre benefícios que a entidade oferece ao associado. Falou também que a brutal defasagem salarial que atinge a classe dos aposentados tem dois motivos: o primeiro é o fator previdenciário – que numa luta da categoria foi derrubado no Congresso Nacional, porém o presidente Lula, quando ainda no cargo, vetou. O outro motivo é o atual sistema de aumento no pagamento do aposentado, citando como exemplo os índices para neste ano. Para àqueles que recebem um salário mínimo o índice foi de 14,13% e para os que ganham acima do salário mínimo foi de 6,08%. Sobre notícias alarmantes quanto a situação financeira da Previdência Social, esclareceu que para fazer a correção de direitos em atraso, para todos os aposentados do País, o gasto seria entre R$ 4 ou R$ 5 milhões, sendo que o saldo atual em caixa da Previdência é superior a R$ 45 milhões, ou seja: existe condição financeira, porém não existe vontade política. Informou que a Previdência Social do País é a melhor do mundo, dados já conhecidos através de pesquisa mundial. E isto graças ao recolhimento feito da atual massa de trabalhadores aposentados. Falou também da Desvinculação de Recursos da União (DRU), que abocanha 20% de tudo que é arrecadado, e esta montanha de dinheiro é gasto pelos vários setores do Governo Federal sem precisar prestar conta de como e onde ela foi gasto. A título de informação falou que o dinheiro da Previdência Social, em décadas passadas foi usado para os mais diferentes meios como: a construção de Brasília, da Transamazônica, da Ponte Rio-Niterói, da Usina de Itaipu e outras obras faraônicas. Isto porque neste período havia muita arrecadação, pouco controle de como o dinheiro era aplicado e baixo número de pedidos de aposentadorias. Falou sobre o benefício pago pela LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social, que paga benefício de um salário mínimo às pessoas abandonadas e que vivem na rua e não têm nenhuma renda comprovada para a sobrevivência. Este benefício só é pago quando em vida, não sendo pago como pensão para dependente após a morte. Falou da nova e cruel Desvinculação da Receita, as mais recentes medidas que o Governo Federal legislou, onde para agradar as grandes empresas e empresários, estas terão isenção de alguns impostos, fato que afetará gravemente a arrecadação da Previdência Social. Isto porque parte da arrecadação destes impostos são destinados à Previdência Social. Logo é uma decisão bastante incoerente, pois beneficia a empresa e o aposentado não. Ou seja: o trabalhador continua contribuindo e as empresas favorecidas, não. Muitos outros assuntos de interesse do aposentado foram apresentados e, próximo do final uma sugestão importante feita pelo público presente: que a cada dois meses seja realizada nova palestra sobre assuntos específicos voltados ao esclarecimento e informação do aposentado e/ou àqueles que estiverem próximos a requererem o benefício da aposentadoria. A data da próxima palestra será divulgada oportunamente.

– Itaú Unibanco namorando HSBC?

Está na IstoÉ Dinheiro dessa semana: O Itau Unibanco está namorando o HSBC no Brasil. Já imaginaram tal aquisição?

Lembrando: no Chile, o Itau Unibanco adquiriu o HSBC local.

Hum… nessa fumaça está parecendo que há fogo mesmo!

– Boas Dicas de Cursos

Quando conhecemos boas coisas, vale a pena compartilhar!

Conversando com o Prof Antonio dos Santos, do Centro de Desenvolvimento de Engenharia Aplicada (CDEA), soube da série de bons cursos voltados ao mercado profissional. E aqui vale a dica: por quê não cursá-los?

São módulos de aperfeiçoamento profissional, e os alunos que estão na Faculdade podem convalidar estes cursos como Atividades Complementares.

A quem interessar, mais informações:

 CDEA – Centro de Desenvolvimento de Engenharia Aplicada

AUDITOR INTERNO DE QUALIDADE – ISO 9001:2008

Dias: 05, 12 e 19 de Maio de 2012   (12 horas/aula, aos sábados no período da tarde)

Horário: Das 13:00 às 17:00 hs

EXCEL AVANÇADO

Dias: 26 de Maio, 02, 16 e 23 de Junho de 2012  (16 horas/aula, aos sábados no período da tarde)

Horário: Das 13:00 às 17:00 hs Obs. Neste curso o participante deve trazer o seu próprio computador.

Os cursos serão realizados no Edifício Nino Plaza, sito à Rua Abílio Figueiredo, 92 – Anhangabaú – Jundiaí – SP

Referência: Correio na Praça da Bandeira, descida para a Avenida 9 de julho.

Interessados poderão se inscrever preenchendo a Ficha de Inscrição em anexo e enviando para o e-mail:  cdea.engenharia@gmail.com.

O conteúdo programático dos cursos encontra-se no site:  www.cdea.com.br .

– Cachoeira Multi Partidário

E dos comunistas aos neoliberais, Carlinhos Cachoeira está em todas!

Agora, a inteligência da Polícia descobriu negociatas com Agnelo Queiroz, chamado de “Zero-Um”.

Cada vez mais percebemos que a contravenção está mandando no país…

– O Que é Tranco Legal?

Objetiva na regra, mas subjetiva na aplicação, a questão do “Tranco Legal” se torna cada vez mais discutível nos gramados.

Na Europa, crê-se que os árbitros têm mais tolerância para jogadas de contato físico, como o tranco. Mas será que tem?

Considere:

1- O berço do futebol moderno é a Inglaterra; foi de lá que o futebol moderno e o rúgbi, irmãos, tiveram o cordão umbilical cortado das diversas práticas de football do século XIX. Portanto, é entendível que se admita maior força física no jogo de futebol.

2- Os atletas europeus costumam lutar pela posse de bola com mais virilidade do que os brasileiros; só desistem quando recebem a falta. Aqui, nossos jogadores abdicam da contínua tentativa da disputa pela bola, tentando trocar o último empenho pela falta cavada. Culturalmente, os árbitros daqui entendem que um primeiro lance supostamente faltoso já seja suficiente para sancionar a infração. Os de lá, esperam até o último momento da disputa de bola para decidirem se o atleta realmente sofreu uma falta decisiva para a posse de bola (trocando em miúdos: os brazucas tentam cavar faltas ao primeiro contato físico).

3- Na Libertadores da América, vemos que o tranco viril é mais aceito. De fato, argentinos e uruguaios fazem valer essa verdade. Mas repare que são atletas eurodescendentes, e carregam arraigada essa cultura futebolística. Os brasileiros, miscigenados, com atletas afrodescendentes e de outras etnias, possuem outra cultura: a da fuga do contato físico. Portanto, é natural que não aceitem o tranco e caiam com mais frequência; afinal, tendem a tentar mais o drible.

4- Repare que, se em sua cultura há mais predisposição em usar o tranco e se em outra não há, teremos uma questão comportamental decisiva para ajudar (ou atrapalhar) os árbitros em suas decisões: o “saber disputar um tranco”. Explico: na Bundesliga, PremierLeague ou outra importante Liga Européia, numa bola que está sendo disputada entre zagueiro e centroavante, ambos estão prontos para trancar e conquistar o domínio da bola. No Brasil (pela questão cultura citada), no Peru ou na Bolívia (com descendentes indígenas), o zagueiro é o único que está pronto para trancar, já que o centroavante quer ganhar a bola pela velocidade e não pela força física. Repare que a quantidade de trancos numa partida europeia é muito maior que nos jogos brasileiros. E estes, quando aqui ocorrem, sempre mostram zagueiros que ganham a bola trancando centroavantes, que normalmente caem e pedem falta (e as vezes a conquistam). O problema é: atacante brasileiro não costuma usar o tranco, pois quer velocidade e drible, e acha que sofreu infração ao ser trancado.

Portanto, é válido responder a indagação inicial desse artigo em 2 partes:

SIM, árbitros europeus interpretam mais corretamente o tranco; árbitros argentinos e uruguaios também, e árbitros brasileiros, quando em partidas continentais, fazem valer a certeira aplicação da regra.

– Porém, a diferença dos árbitros brasileiros em competições domésticas é que, sabedores da busca de faltas cavadas em trancos sofridos por centroavantes, da impopularidade do tranco na cultura nacional, por acomodação costumam apitar esses lances.

Fica aqui o mea culpa da nossa arbitragem. Um dia, Wilson de Souza Mendonça começou a aceitar o tranco, mas se perdeu ao longo dos jogos por outras questões técnicas (e até folclóricas). Recentemente, tivemos o efeito Vuaden, onde foi criticado pois alguns entendiam que ele não marcava faltas reais (e que depois mudou visivelmente seu estilo).

Enfim: alguns amigos sempre perguntam, nos bate-papos e nas rodas, o que é tranco. Ora, a Regra explica claramente o que pode num tranco ou não, mas deixa no ar alguma subjetividade.

Vamos lá:

Em “Diretrizes das Regras do Jogo”, na regra 12, nos é dito que:

O ato de dar um tranco em um adversário representa uma disputa por espaço, usando o contato físico, mas sem usar braços ou cotovelos, e com a bola a uma distância de jogo.

É uma infração dar um tranco em um adversário:

– de maneira imprudente (significa que o jogador mostra desatenção ou desconsideração na disputa de um adversário, ou atua sem precaução). Não será necessária punição disciplinar se a falta for imprudente;

– de maneira temerária (significa que o jogador age sem levar em consideração o risco ou as consequências para seu adversário). Deverá ser punido disciplinarmente com cartão amarelo.

– com uso de força excessiva (significa que o jogador excedeu na força empregada, correndo o risco de lesionar gravemente seu adversário). Deverá ser punido disciplinarmente com cartão vermelho.”

Imagine a situação hipotética entre o forte zagueiro da equipe do Linense Fabão, com mais de 2 metros de altura, trancando o centroavante Liedson, apelidado de “Levezinho”. O tranco legal é ombro a ombro, conforme a regra. Qualquer tentativa de trancar Liedson, pela diferença física, o levará a um risco de queda.

A Regra de Jogo seria discriminatória aos mais fortes ou mais fracos?

Não. Fabão não pode ser punido por ser mais viril, nem Liedson beneficiado por ser mais franzino. A queda é algo natural do jogo de futebol, pois há contato físico (permitido pelo tranco, como as diretrizes retratam). Na disputa de espaço, se Liedson não estiver pronto para receber a falta, sempre cairá. O que deve ser sancionado é o fato do zagueiro usar força acima do que se considera necessário para disputar a bola, caso o faça. E é aí o grande problema: como mensurar até onde a força foi desproporcional? É muita subjetividade.

Finalizando: o tranco é válido e usual no futebol; jogador cair em tranco não é indicador de falta; o limite do tranco é relativo, caberá à boa vontade do árbitro, que pode desconsiderar falta ou até marcá-la, dependendo da intensidade, com expulsão!

– Ministro do Esporte quer Ingresso Grátis para Bolsa-Família

Eu pago meus impostos em dia. E Religiosamente nunca atrasei.

Eu gosto de futebol, mas sei que custa caro.

Eu tenho prazer em assistir nos estádios, mas muitas vezes não dá.

Eu trabalho de sol a sol, e ninguém me dá ajuda.

Por que o Ministro Aldo Rebelo quer dar ingresso de graça aos beneficiários do Programa Bolsa-Família?

Por que não a mim, a você…

São essas coisas que revoltam. Quem paga imposto e sustenta esses políticos demagogos, sempre perdem nesse país!!!

– Multa por Velocidade Média?

A Prefeitura de São Paulo está testando equipamentos para multar o motorista que ultrapassa a velocidade média da via. Ou seja: se a via é de 60km/h, você não será multado por passar em frente ao radar a 70 km/h, mas sim pela média no trecho.

O viés é lógico: se eu trafegar 500 metros a 80 km/h e 500 a 40, não serei multado.

A sede em multar é tão grande, que ninguém quer saber de policiar o trânsito. O radar parará carro suspeito de roubo? Ou ele flagrará motorista embriagado? Mas para “meter o lápis” no talãozinho de multas…

– Irã Proibirá Canto e Dança em Escola Infantil

Coisas de um país onde a ditadura destrói a vida do cidadão: o Irã proibirá aulas de canto e dança nas escolas infantis de lá.

Motivo?

As cantigas (segundo as autoridades locais) incentivam a precoce imoralidade!

Meu Deus… onde chegaremos com tal ridículo fundamentalismo?

– A Crise das Universidades Particulares

Quebra da São Marcos, Possível fraude na Unip e Propaganda Enganosa da Uniesp: esses são alguns dos pontos abordados na matéria da Isto É sobre o momento delicado de algumas universidades particulares:

SINAL AMARELO PARA AS UNIVERSIDADES PARTICULARES

Por Rachel Costa – Isto É, ed 04/04/2012, pg 56-58

Fechamento de faculdade, denúncias de fraude em exame do MEC em 30 instituições privadas e ondas de demissão de professores colocam o governo diante do desafio de regular um setor no qual estudam 78% dos alunos do ensino superior. Em menos de três meses, a repercussão de problemas em cinco grandes grupos educacionais particulares acendeu o sinal de alerta para o ensino superior privado brasileiro.

Só nos últimos dez dias, o Ministério da Educação (MEC) descredenciou a Universidade São Marcos, em São Paulo, e divulgou auditoria para investigar possíveis fraudes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) da Unip e de outras 30 instituições. Na mesma semana, o Serviço de Proteção ao Consumidor (Procon) de Campinas notificou a União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo (Uniesp) por suspeita de propaganda enganosa relativa ao Programa de Financiamento Estudantil (Fies). A mesma instituição já foi proibida pelo MEC de usar a sigla Uniesp – por sugerir que se trata de uma universidade – e responde a diversos processos. Some-se a isso a demissão de cerca de dois mil professores pelos grupos educacionais Galileo e Anhanguera, seguida por queixas relativas ao aumento do número de alunos por sala de aula, a redução da carga horária presencial e a perda de qualidade nos cursos. Este cenário conturbado leva a uma pergunta obrigatória: estaria o aluno que ingressa nas faculdades particulares muitas vezes levando gato por lebre? Por todo o País, as instituições privadas multiplicam-se rapidamente. De acordo com o último Censo da Educação Superior, elas já somam mais de 2.099 instituições – em 2000, esse número era menos da metade. Nelas estão 78% das matrículas no ensino superior e um poder de movimentação financeira de mais de R$ 28 bilhões anuais, de acordo com o último relatório do grupo Hoper, consultoria especializada em educação. O tamanho desses números impõe ao Ministério da Educação o desafio de não deixar que a educação se torne mero negócio. “Não há dúvida de que vamos precisar de mais gente e de pessoal especializado para dar conta dessa demanda”, diz Luís Fernando Massonetto, responsável pela recém-criada Secretaria de Regulação do Ensino Superior do MEC. O órgão, em funcionamento há menos de um ano, é uma resposta do Ministério aos mandos e desmandos perpetrados por instituições privadas. “Esperamos que com a secretaria se tornem mais claras as regras que devem ser seguidas pelas instituições particulares”, diz Adércia Hostin, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino.

Diante da dificuldade de controlar o setor, o que se vê são muitos alunos à deriva, sem saber o que fazer diante de arbitrariedades. Caso de Luiz Augusto de Sá, 24 anos, que foi obrigado a mudar sua formação superior de filosofia para psicologia. Aluno da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, ele descobriu, no início do ano, que seu curso havia sido extinto. “A reitoria achou inviável mantê-lo e o encerrou. Fomos informados da decisão só em janeiro”, conta. O fechamento súbito soma-se a duas ações coletivas na Justiça contra a instituição, recém-adquirida pelo grupo Galileo: uma por causa do aumento abusivo de mensalidades (que, no cálculo dos alunos, variou entre 18% e 40%) e outra para reverter a demissão em massa dos professores. “Com base nas homologações que recebemos, já são mais de 400 demitidos”, diz Wanderley Quêdo, presidente do Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro. “Não tem como manter qualidade do ensino sem corpo docente.” O acúmulo de problemas tem incomodado os alunos. “Desde o início do ano, fizemos duas assembleias, com cerca de 500 estudantes em cada uma”, diz Igor Mayworm, aluno de história na Gama Filho e presidente da União Estudantil do Estado do Rio de Janeiro. “Em uma delas conseguimos levar o reitor, que prometeu sanar a falta de professores, mas isso ainda não aconteceu.” Procurado por ISTOÉ, o grupo Galileo não quis se manifestar.
Situação semelhante, porém ainda mais grave, acontece na Universidade São Marcos. Descredenciada pelo MEC por descumprir ordem de não realizar vestibular e sem pagar os professores, a instituição deixou ao léu seus mais de dois mil estudantes. Douglas Claudino, 30 anos, aluno do último período de administração da São Marcos, descobriu que a transferência obrigatória para outra universidade irá lhe valer ao menos mais um ano de curso. “Ia me formar agora, no meio de 2012”, diz. Embora muitos estudantes não tivessem a informação, a situação crítica da São Marcos não é nova. “Desde 2007 estamos alertando o MEC sobre problemas nessa instituição”, diz Celso Napolitano, presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp). “Ela já deveria ter sido fechada há muito tempo.” Napolitano critica o Ministério pela morosidade na avaliação das denúncias e na tomada de medidas.

Quem estuda o ensino superior brasileiro, porém, garante que os casos assistidos nos últimos meses são apenas a ponta do iceberg. Por detrás desses escândalos está a incompatibilidade entre a regulação existente e as mudanças que têm ocorrido no setor, cada vez mais dominado por grandes grupos empresariais. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação e outras portarias e decretos nos anos 1990 promoveram uma flexibilização muito grande do marco regulatório”, diz Aparecida Tiradentes, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio. A especialista critica a falta de limites aos grupos empresariais que optam por maximizar seus lucros sem se preocupar com a qualidade do ensino. Para o professor Otaviano Helene, ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o risco que se corre é o de deixar a educação sujeita apenas à lógica de mercado. “O que temos hoje são cursos de baixo retorno social, concentrados em poucas áreas de conhecimento, com carga horária pequena e distribuição geográfica equivocada”, resume.

– O Que é Tranco Legal?

 

Objetiva na regra, mas subjetiva na aplicação, a questão do “Tranco Legal” se torna cada vez mais discutível nos gramados.

 

Na Europa, crê-se que os árbitros têm mais tolerância para jogadas de contato físico, como o tranco. Mas será que tem?

Considere:

 

1- O berço do futebol moderno é a Inglaterra; foi de lá que o futebol moderno e o rúgbi, irmãos, tiveram o cordão umbilical cortado das diversas práticas de football do século XIX. Portanto, é entendível que se admita maior força física no jogo de futebol.

 

2- Os atletas europeus costumam lutar pela posse de bola com mais virilidade do que os brasileiros; só desistem quando recebem a falta. Aqui, nossos jogadores abdicam da contínua tentativa da disputa pela bola, tentando trocar o último empenho pela falta cavada. Culturalmente, os árbitros daqui entendem que um primeiro lance supostamente faltoso já seja suficiente para sancionar a infração. Os de lá, esperam até o último momento da disputa de bola para decidirem se o atleta realmente sofreu uma falta decisiva para a posse de bola (trocando em miúdos: os brazucas tentam cavar faltas ao primeiro contato físico).

 

3- Na Libertadores da América, vemos que o tranco viril é mais aceito. De fato, argentinos e uruguaios fazem valer essa verdade. Mas repare que são atletas eurodescendentes, e carregam arraigada essa cultura futebolística. Os brasileiros, miscigenados, com atletas afrodescendentes e de outras etnias, possuem outra cultura: a da fuga do contato físico. Portanto, é natural que não aceitem o tranco e caiam com mais frequência; afinal, tendem a tentar mais o drible.

 

4- Repare que, se em sua cultura há mais predisposição em usar o tranco e se em outra não há, teremos uma questão comportamental decisiva para ajudar (ou atrapalhar) os árbitros em suas decisões: o “saber disputar um tranco”. Explico: na Bundesliga, PremierLeague ou outra importante Liga Européia, numa bola que está sendo disputada entre zagueiro e centroavante, ambos estão prontos para trancar e conquistar o domínio da bola. No Brasil (pela questão cultura citada), no Peru ou na Bolívia (com descendentes indígenas), o zagueiro é o único que está pronto para trancar, já que o centroavante quer ganhar a bola pela velocidade e não pela força física. Repare que a quantidade de trancos numa partida europeia é muito maior que nos jogos brasileiros. E estes, quando aqui ocorrem, sempre mostram zagueiros que ganham a bola trancando centroavantes, que normalmente caem e pedem falta (e as vezes a conquistam). O problema é: atacante brasileiro não costuma usar o tranco, pois quer velocidade e drible, e acha que sofreu infração ao ser trancado.

 

Portanto, é válido responder a indagação inicial desse artigo em 2 partes:

SIM, árbitros europeus interpretam mais corretamente o tranco; árbitros argentinos e uruguaios também, e árbitros brasileiros, quando em partidas continentais, fazem valer a certeira aplicação da regra.

– Porém, a diferença dos árbitros brasileiros em competições domésticas é que, sabedores da busca de faltas cavadas em trancos sofridos por centroavantes, da impopularidade do tranco na cultura nacional, por acomodação costumam apitar esses lances.

 

Fica aqui o mea culpa da nossa arbitragem. Um dia, Wilson de Souza Mendonça começou a aceitar o tranco, mas se perdeu ao longo dos jogos por outras questões técnicas (e até folclóricas). Recentemente, tivemos o efeito Vuaden, onde foi criticado pois alguns entendiam que ele não marcava faltas reais (e que depois mudou visivelmente seu estilo).

 

Enfim: alguns amigos sempre perguntam, nos bate-papos e nas rodas, o que é tranco. Ora, a Regra explica claramente o que pode num tranco ou não, mas deixa no ar alguma subjetividade.

 

Vamos lá:

 

Em “Diretrizes das Regras do Jogo”, na regra 12, nos é dito que:

O ato de dar um tranco em um adversário representa uma disputa por espaço, usando o contato físico, mas sem usar braços ou cotovelos, e com a bola a uma distância de jogo.

É uma infração dar um tranco em um adversário:

– de maneira imprudente (significa que o jogador mostra desatenção ou desconsideração na disputa de um adversário, ou atua sem precaução). Não será necessária punição disciplinar se a falta for imprudente;

– de maneira temerária (significa que o jogador age sem levar em consideração o risco ou as consequências para seu adversário). Deverá ser punido disciplinarmente com cartão amarelo.

– com uso de força excessiva (significa que o jogador excedeu na força empregada, correndo o risco de lesionar gravemente seu adversário). Deverá ser punido disciplinarmente com cartão vermelho.”

Imagine a situação hipotética entre o forte zagueiro da equipe do Linense Fabão, com mais de 2 metros de altura, trancando o centroavante Liedson, apelidado de “Levezinho”. O tranco legal é ombro a ombro, conforme a regra. Qualquer tentativa de trancar Liedson, pela diferença física, o levará a um risco de queda.

 

A Regra de Jogo seria discriminatória aos mais fortes ou mais fracos?

 

Não. Fabão não pode ser punido por ser mais viril, nem Liedson beneficiado por ser mais franzino. A queda é algo natural do jogo de futebol, pois há contato físico (permitido pelo tranco, como as diretrizes retratam). Na disputa de espaço, se Liedson não estiver pronto para receber a falta, sempre cairá. O que deve ser sancionado é o fato do zagueiro usar força acima do que se considera necessário para disputar a bola, caso o faça. E é aí o grande problema: como mensurar até onde a força foi desproporcional? É muita subjetividade.

 

Finalizando: o tranco é válido e usual no futebol; jogador cair em tranco não é indicador de falta; o limite do tranco é relativo, caberá à boa vontade do árbitro, que pode desconsiderar falta ou até marcá-la, dependendo da intensidade, com expulsão!

– Defasagem Salarial dos Aposentados será tema de palestra em Itupeva

por Reinaldo Oliveira

No dia 11 de abril, às 20h, no salão paroquial da Igreja Matriz de São Sebastião haverá uma palestra aos aposentados e demais pessoas de Itupeva sobre a grande defasagem salarial que atinge a classe dos aposentados. A palestra será ministrada por uma equipe da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí e Região em parceria com a Pastoral Fé e Política. De acordo com o presidente da AAPJR, Sr. Edegar de Assis, a Associação nos últimos meses tem promovido uma série de mobilizações em Jundiaí e Região, e várias caravanas de aposentados têm ido a Brasília/SP pressionar os parlamentares sobre a situação em que se encontra o aposentado. Os atos mais recentes foi uma manifestação em Aparecida do Norte/SP, com a paralisação da Via Dutra e no dia 29 de março uma paralisação na Marginal Tietê, em São Paulo. Além da defasagem salarial, na palestra também serão abordados outros assuntos como a assistência médica oferecida pelo SUS, a alta no custo dos medicamentos e o grande número de golpes que os aposentados têm sofrido, até pelos próprios familiares, com relação ao empréstimo consignado. Edegar também informou que está ministrando esta palestra nas cidades da região de abrangência da AAPJR, pois acredita que só através da informação e conscientização, o aposentado poderá reivindicar melhorias. Toda a população de Itupeva está convidada para este evento, que terá informações e esclarecimentos aos aposentados e para quem está prestes a se aposentar. Participem!

– Coisas que Valem a Pena!

Ser atropelado pela balança da filhinha é muito divertido. Principalmente pelas gargalhadas!

Filhos: dádiva de Deus! Com eles, o stress vai embora…

http://www.youtube.com/watch?v=mXYjh6YwaMg

– Bom Dia Inspirador!

Acordar de bem com a vida é sempre muito bom!

Para aqueles que têm a oportunidade de madrugar, nada mais inspirador do que levantar, realizar atividades físicas e contemplar a Criação de Deus!

Hoje, fui presenteado com esse belíssimo amanhecer. Não nos faz estarmos mais dispostos?

 

Com tal alvorada, o convite é automático: o de agradecer ao Céu por mais um dia de vida; lembrar-se de compartilhar bons momentos com a família e de motivar o próximo!

Ou não é essa a razão de viver de cada um de nós? A de fazer o mundo um lugar melhor, prazeroso, alegre, tolerante e solidário?

Bom dia a todos!

– A Vergonha da FERJ nos Cartões Vermelhos de Vasco X Flamengo

Um episódio lamentável, condenável e repugnante no futebol carioca: na última rodada, no “Clássico dos Milhões” (Vasco da Gama X Flamengo), Wagner dos Santos Rosa expulsou 5 jogadores vascaínos após o término da partida. Pelas brigas e confusões naquele momento, não pode mostrar o Cartão Vermelho e relatou na súmula. Tudo ok.

O árbitro pode expulsar atletas antes, durante, no intervalo e após o término de um jogo. Mostrar o cartão vermelho é uma sinalização/convenção para que todos entendam o ocorrido. Quando acontece a impossibilidade de mostrar o cartão (seja ele amarelo ou vermelho) por um fator complicador (tumulto generalizado), o árbitro deve relatar na súmula o acontecido, e a equipe informada na Comunicação de Penalidades (é o documento que contém o relato dos cartões do jogo, assinado pelo árbitro e pelos capitães após a partida).

Sendo assim, se houve uma briga no término da partida e o árbitro não pode mostrar o Cartão Vermelho, deve proceder como acima relatado: ou seja, comunicar a penalidade no documento.

Fico pasmo ao saber que no Rio de Janeiro os documentos ainda são manuais, e as penalidades / súmulas / demais documentos estão marcados em papel, não-informatizados.

Assusto mais ainda ao saber que, após a discussão das expulsões, a FERJ rasurou por conta própria a súmula e apagou com corretivo as marcações do árbitro!

Para quem não viu, eis a súmula entregue pelo árbitro (no site da FERJ):

 

E a mesma súmula “corrigida” pela FERJ: (Repare que os cartões veremlhos foram apagados!)

 

O que dá para dizer? Se a súmula estava lá dentro da FERJ, quem a adulterou?

No modelo original, vê-se que os atletas foram expulsos e que devem cumprir a suspensão automática. Se o adulterador foi membro da CEAF-RJ, diretor, supervisor, seja lá quem for, deve ser punido seriamente!

Triste. Justo na Capital da Copa 2014!

– Oxxo, rede de lojas de conveniência de distribuidora da Coca-Cola, quer vir ao Brasil

Se confirmado, seria um investimento gigantesco: a Oxxo, rede de lojas de conveniência da Femsa (maior engarrafadora da Coca-Cola) quer chegar enfim ao Brasil. Começando por São Paulo, o temor da empresa não é crescer no país, mas sim, um inimigo identificado: as padarias!

Extraído de: http://is.gd/D5jZTs

FRANQUIA DA COCA-COLA QUER CHEGAR AO BRASIL

A gigante mexicana Femsa, maior engarrafadora de Coca-Cola do mundo em volume de vendas, planeja abrir uma rede de lojas de conveniência no Brasil, mas tem medo da concorrência das padarias.

As lojas de conveniência Oxxo (pronuncia-se óquisso) devem chegar ao país em “menos de cinco anos”, diz José Antonio Fernández Carbajal, presidente do Conselho de Administração e diretor-geral executivo da Femsa, em Monterrey, no México, onde fica a sede mundial da empresa.

“Queremos abrir a Oxxo em outros países. Obviamente, o Brasil, dado o tamanho do país e sua importância, nos interessa. Acreditamos que possamos competir nesse mercado.”

Ele não estimou um prazo exato, número inicial de lojas nem o investimento previsto. As primeiras unidades da Oxxo devem ser abertas na cidade de São Paulo.

Mas antes disso os executivos da Femsa trabalham para entender o mercado brasileiro e adaptar os produtos e serviços oferecidos na rede.

“O Brasil é um mercado muito diferente do México, mas, se conseguirmos mostrar que a Oxxo se adapta às necessidades e gostos do consumidor, então podemos ir ao país”, declara Carbajal.

As compactas lojas Oxxo, que geralmente funcionam anexas a postos de gasolina, são uma febre no México, onde lideram o mercado, com mais de 9.000 unidades e 7,5 milhões de clientes por dia.

Vendem refrigerante, água, cerveja, salgadinhos, doces e sanduíches prontos frios. Também oferecem serviços, como pagamento de contas de luz, água e celular e até passagens aéreas. O sucesso delas se baseia no hábito do mexicano de usar as pequenas “vendas” locais para fazer refeições ligeiras e até mesmo algumas compras para consumir em casa.

Pão quente e cerveja à vontade no Brasil preocupam a Oxxo

Um dos problemas para a Oxxo entrar no Brasil com sucesso são as padarias, segundo avaliam os próprios executivos da empresa, que já andaram pesquisando o mercado.

“O brasileiro compra pão quentinho feito na hora. Pode tomar cerveja em qualquer lugar. Gosta de comer salgadinhos, como pão-de-queijo. Não vai querer sanduíche pronto”, diz Maximiliam Zimmermann, gerente de Relações com Investidores da Femsa.

No México, é proibido tomar cerveja na rua, e as lojas Oxxo não têm licença para servir álcool, só para vender e o cliente levar para outro lugar.

Zimmermann diz que as padarias brasileiras estão em todos os lugares, muito perto dos postos de gasolina, locais onde as unidades vão se instalar. “Talvez tenhamos de ter uma pequena padaria dentro das nossas lojas. Estamos estudando. A Oxxo no Brasil terá de começar do zero.”

Um trunfo da empresa é a oferta de serviços bancários, para pagamentos de contas variadas, como já ocorre no Brasil em lotéricas e supermercados.

A Oxxo ainda terá de combater a realidade de que as lojas de conveniência no Brasil vendem produtos mais caros que os encontrados em lanchonetes e pequenos mercados, afirma Zimmermann. No México, seus preços são baixos, iguais aos das pequenas vendas, para serem competitivos.

A Femsa está cautelosa. O único país fora do México onde ela tem lojas Oxxo é a Colômbia. Está lá já há dois anos, mas existem apenas 20 unidades. Isso mostra dificuldades de adaptação ao mercado local. Os executivos dizem que ainda estão avaliando a melhor forma de atender ao gosto dos colombianos. “Vamos crescendo pianinho [devagar]”, diz Carbajal.

O mercado já havia especulado anteriormente, em 2008, sobre a vinda da Oxxo ao Brasil, mas isso acabou não acontecendo.

– O que Influencia um Árbitro na Tomada de Decisão?

Vejam só: estupendo trabalho de pesquisa, publicado pelo ótimo site da Universidade do Futebol (citação abaixo), mostra: numa partida de futebol, o árbitro é influenciado por:

1) Presença de barulho da multidão condicionando a marcação de infrações (um árbitro inexperiente deixa de marcar faltas do time da casa, mas continua marcando as do time visitante).

2) desvantagem do time anfitrião no marcador (a intimidação à agressão levaria um árbitro a ser mais caseiro),

3) tempo de acréscimo (menor ou maior conforme o controle do árbitro na partida) e

4) pagamentos sociais, que têm relação direta com a atuação (o reconhecimento à sua atuação, valorização da carreira e do nome).

Além disso, há outras explicações sobre motivação e desmotivação da carreira.

Abaixo, extraído da Universidade do Futebol, em: http://is.gd/ZMc7Y1

Importante: o trabalho não levou em conta Influência de Dirigentes / Clubes / Federações.

E você, o que acha dos dados acima e das explicações que estão abaixo?

FATORES QUE PODEM INTERFERIR NA TOMADA DE DECISÃO DO ÁRBITRO DE FUTEBOL

Por Alberto Inácio da Silva* e Mario Cesar Oliveira**

Os árbitros de futebol são preparados para interpretar as regras do futebol de forma imparcial durante uma partida. Porém, eles podem mostrar um poder discricionário considerável, em particular ao acrescentar tempo extra, marcar penalidades, usar os cartões amarelos ou vermelhos e decidir os tiros livres ou impedimentos. Como consequência, os árbitros têm uma influência muito importante no resultado final de uma partida de futebol.

Vários estudos publicados em revistas científicas demonstraram uma gama de fatores que podem interferir na toma de decisão do árbitro no transcorrer de uma partida. Portanto, o objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento destes estudos e apresentar de forma resumida suas conclusões.

Recentemente o técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo comentou em várias emissoras de televisão que ele havia observado e tinha gravado em uma fita de vídeo uma partida de futebol sem a presença de torcedores. Nesta partida o árbitro apresentou menos cartões e várias faltas sinalizadas pelos árbitros quando o estádio esta cheio de torcedores lá não foram marcadas. Ou seja, na prática ele observou que o comportamento do árbitro durante uma partida sem torcida era totalmente diferente do seu comportamento quando o estádio estava tomado por uma multidão. Esta observação foi objeto de alguns estudos.

A presença do barulho da multidão tem efeito dramático nas decisões tomadas pelos árbitros. Nevill et al. (2002) forneceram evidência experimental de que os árbitros de futebol são afetados pelo barulho da torcida. Eles mostraram algumas disputas de bola ocorridas em jogos da Primeira Liga Inglesa, gravadas em vídeo, para dois grupos de árbitros qualificados que tiveram que decidir se marcariam ou não uma falta. Um grupo assistiu o videoteipe sem o barulho da torcida, enquanto o outro grupo ouviu o barulho. Aqueles que enfrentavam os desafios com o barulho da multidão de fundo ficavam mais inseguros no momento de tomar a decisão e marcaram significativamente menos faltas (15,5%) contra o time da casa, quando comparado com os que assistiram em silêncio. É notável que as decisões tomadas pelo grupo de árbitros que ouviu o barulho estejam significativamente mais de acordo com as decisões tomadas pelo árbitro original da partida do que as decisões tomadas pelo grupo que assistiu as entradas silenciosamente.

Com respeito a um julgamento tendencioso em potencial na tomada de decisão, o árbitro pode colocar importância igual na informação audível da torcida e na informação visual, levando a desequilíbrio de decisões a favor do time da casa. Pesquisas anteriores sugerem que a experiência pode ajudar a reduzir potencialmente efeitos negativos de estresse no desempenho (Janelle et al., 1999; Williams e Elliott, 1999). Árbitros experientes provavelmente teriam maior controle sobre suas emoções (Hardy et al., 1996) e bases de conhecimento de tarefa específica ampliadas que facilitam a tomada de decisão com habilidade em ambientes com alto nível de estresse (Williams et al., 1999).

De forma interessante, o estudo de Nevill et al. (2002) indicou que o efeito dominante do barulho da torcida era para reduzir significativamente o número de infrações marcadas contra o time da casa, em lugar de aumentar o número de infrações contra o time visitante.

Dado que fazer uma marcação ruim e o barulho da torcida elevarão os níveis de tensão nos árbitros do grupo exposto ao barulho, de modo semelhante ao do árbitro da partida (fontes de tensão percebidas como difíceis de controlar), a estratégia para lidar com isso é provavelmente evitá-la. Como é provável que a torcida deixe claro que eles sentem que a decisão foi ‘errada’, evitar isso poderia ser interpretado como simplesmente não tomar a decisão impopular para penalizar o time da casa ao avaliar os desafios menos claros ou contenciosos. Sempre que um jogador da casa comete uma infração, a reação da torcida é capaz de ativar uma tensão potente de fazer marcação ruim, assim aumentando o nível de incerteza ou indecisão dos árbitros, resultando em nenhuma decisão (evitar) e menos infrações contra o time de casa (Nevill et al., 2002).

Observa-se constantemente na imprensa algumas pessoas palpitando que seria prudente interromper o jogo em determinados lances para que uma equipe decidisse o lance. Desta forma, seria prudente que, se os corpos administrativos, como a Fédération Internationale de Football Association (FIFA), considerarem empregar o replay do vídeo para ajudar os árbitros em campo, fosse empregado mais de um árbitro para ajudar a julgar tais replays contenciosos e, mais importante: os árbitros deveriam julgar em uma cabine à prova de som, evitando a influência da torcida.

Nos estudos apresentados acima, houve um desequilíbrio significativo nas decisões tomadas, por árbitros experientes, com e sem barulho da torcida, demonstrando que árbitros mais experientes são menos afetados pelas vaias da torcida. Os anos de experiência tiveram efeito significativo no número de infrações marcadas pelos árbitros contra os jogadores do time da casa, aumentando com os anos de experiência até um pico aos 16 anos de experiência (aproximadamente) e, depois disso, foi observado um declínio (Nevill et al., 2002). O outro efeito principal da experiência do árbitro foi aumentar significativamente o número de decisões incertas pelos árbitros experientes, ou seja, mais velhos.

Dohmen (2008) afirma que sociólogos e psicólogos sociais reconhecem que as decisões dos indivíduos não só são governadas pelos pagamentos materiais (dinheiro), mas também por pagamentos sociais (reconhecimento) não-materiais que surgem no ambiente social dos tomadores de decisão; por exemplo, na forma de aprovação social ou de sanções sociais. Este tipo de pressão social pode fazer com que os árbitros tomem decisões que acomodem as preferências de um grupo social (torcida) até mesmo se eles não estiverem de acordo com os próprios interesses do tomador de decisões (árbitro). Dohmen (2008) se refere a este ponto de vista como a “hipótese da pressão social”.

Em uma partida de futebol, é de interesse particular do árbitro ser imparcial, enquanto os torcedores querem o sucesso de seu time e, portanto, deveriam ter interesse em trabalhar por um objetivo comum, entretanto contestam as decisões do árbitro que não favorecem seu time e aprovando somente as decisões favoráveis, em uma atitude totalmente parcial e irracional.

Dohmen (2008) desenvolveu estudo que forneceu evidência complementar do comportamento tendencioso do árbitro com base nos dados de 3.519 jogos da Primeira Bundesliga (Campeonato Alemão), que apóia a visão de que o ambiente social pode afetar as decisões do árbitro. A análise empírica que confirma que árbitros profissionais que são designados e pagos pela Associação de Futebol Alemão (DFB) e de quem se espera que sejam imparciais, na realidade sistematicamente favorecem o time da casa. O favoritismo é manifestado no tempo de acréscimo, marcação de gols e cobranças de pênalti. Os dados também forneceram evidências de que características da torcida, tais como a composição da torcida e a distância do campo de futebol que esta se posiciona, prejudicam as decisões dos árbitros, de forma que é consistente com a hipótese de pressão social; quer dizer, que as forças sociais influenciam o comportamento do árbitro.

Dohmen (2008) relata que a extensão do comportamento tendencioso depende da composição da torcida: a parcialidade da casa tende a ser menor quando mais partidários do time visitante assistem à partida. Isto é consistente com a ideia de que a aprovação social e as sanções sociais têm efeito de valor contrário em recompensas sociais líquidas. Os partidários de cada time, que têm o interesse comum, que o time preferido deles alcance sucesso, trabalham para este objetivo aclamando decisões favoráveis do árbitro e expressando descontentamento com as decisões desfavoráveis. Os julgamentos dos árbitros evocam a aprovação social dos torcedores do time favorecido e sanções sociais do time oposto. Espera-se que um árbitro que não é influenciado, quer dizer, que não deriva utilidade intrínseca de uma determinada partida e valoriza pagamentos sociais, pense nos custos e benefícios sociais do acontecimento esportivo.

Outro dado importante desta pesquisa foi perceber que o favoritismo do time da casa é mais forte quando a partida acontece em um estádio sem pista de atletismo ao seu redor, ou seja, quando a torcida fica fisicamente mais próxima do campo e do árbitro – nesse caso há uma intensidade da pressão social indiscutivelmente maior. Essa descoberta empresta suporte para a conjetura que forças sociais influenciam a decisão dos árbitros, seja por causa da pressão social da torcida, diretamente acionando o julgamento parcial da arbitragem, ou por um canal mais oblíquo, no qual, por exemplo, a torcida cria uma atmosfera que encoraja os jogadores no campo para exercer pressão sobre o árbitro. Portanto, times da casa que jogam em estádios com uma pista de atletismo são afetados de forma diferente do que os times que jogam em estádios sem uma pista ao redor do campo (Dohmen, 2008).

O árbitro acrescenta mais tempo na partida se o time da casa está perdendo (Dohmen, 2008). De forma interessante, torcedores têm incentivos muito mais fracos para influenciar o árbitro em partidas decididas na qual o último resultado da partida é improvável que mude durante o tempo de acréscimo. Analisando dados de duas temporadas da Primeira Liga de Futebol Espanhol, Garicano, Palacios-Huerta e Prendergast (2005) perceberam que os árbitros espanhóis favoreciam o time da casa prolongando o tempo da partida em quase 2 minutos quando o time da casa estava perdendo por um gol, quando comparado à situação na qual o time da casa está ganhando por um gol. Eles também investigaram se o tamanho da torcida e a proporção de frequência-capacidade fazia diferença e descobriram que o aumento no desvio padrão na frequência aumenta a parcialidade em cerca de 20%, enquanto uma proporção de frequência-capacidade mais alta reduz a tendência à parcialidade. Eles concluíram que incentivos não monetários, em particular a pressão social da multidão, provocam o tratamento preferencial.

Sutter e Kocher (2004) destacam que, como são os árbitros que decidem a quantidade de tempo extra a favor ou não do time da casa, não há nenhuma razão pela qual os árbitros deveriam acrescentar mais tempo extra quando o time da casa está perdendo por um gol depois dos primeiros 45 min, porque ainda há o segundo tempo a ser jogado. Em vez disso, os árbitros poderiam ficar tentados a acrescentar menos tempo extra se o time da casa estiver perdendo por um gol no primeiro tempo para evitar mais danos (o time visitante poderia marcar mais um gol) e dar ao time da casa a oportunidade de se reorganizar o mais rápido possível durante o intervalo.

Outra informação a ser destacada no estudo de Dohmen (2008) diz respeito à marcação de faltas. Este autor observou diferença estatisticamente significativa, que implica que times da casa tiveram mais gols marcados incorretamente ou discutíveis a seu favor, em relação aos times visitantes. Notavelmente, é menos provável que gols concedidos sejam corretamente marcados quando um time está perdendo, especialmente quando o time da casa está perdendo. É particularmente provável que o time da casa receba a marcação de gol com base em uma decisão errada ou discutível se estiver perdendo por um ou dois gols.

Os árbitros também parecem favorecer os times da casa em decisões de cobrança de pênalti. Os dados brutos revelam que uma fração menor de pênaltis para o time da casa é corretamente marcada (65,20% vs 72,57%). Diferenças observadas nas frequências de decisões injustas, corretas e discutíveis foram estatisticamente significativas. Novamente, a fração de decisões erradas ou discutíveis a favor do time da casa é maior quando o time da casa está perdendo. Porém, deve ser notado que os árbitros também tomam mais decisões discutíveis a favor do time visitante, quando o time visitante está perdendo por apenas um gol. Foi constatado que o time da casa recebe significativamente mais gols ilegítimos do que o time visitante. Também foi observado que é mais provável que os times visitantes tenham negados um gol ou uma cobrança de pênalti legítimos ou discutíveis, pois o time visitante teve um pênalti legítimo injustamente negado em 35,75% dos casos; mas com o time da casa isso só aconteceu em 29,59% dos casos. No caso de decisões a respeito de pênaltis discutíveis, a evidência do favoritismo do time da casa é ainda mais pronunciada: os times da casa têm 28,67% dos pênaltis discutíveis marcados, mas os times visitantes têm apenas 20,27%. Portanto, os dados indicaram que é significativamente mais provável que os times da casa recebam uma cobrança de pênalti quando esta deveria objetivamente ser marcada e quando uma marcação de pênalti é discutível. As estimativas também mostram que os árbitros tendem a marcar menos cobranças de pênalti discutíveis e injustificadas quando a torcida está separada do campo por uma pista de atletismo.

Outra diferença ocorre quando a análise envolve situações ambiguas, em que até mesmo a subsequente análise do vídeo não pôde determinar claramente se esta situação deve ser punida com penâlti. Nestas situações ambíguas, a equipe da casa teve frequentemente mais pênaltis marcados do que a equipe adversária (Dohmen, 2008). Esta é uma prova de que o árbitro, em situações ambíguas, não decide casualmente, mas contraditoriamente. No caso da vantagem da equipe da casa, poderiam os gritos da plateia ter estimulado o árbitro a realizar esta sinalização. Askins (1978) sustentou que durante o curso de qualquer competição há muitos incidentes que parecem ambíguos, até mesmo para os árbitros mais veteranos. Quando isto acontece, os árbitros fazem o que todos os humanos fazem, basicamente, em tal situação: eles buscam esclarecer a situação por qualquer meio disponível. A reação da torcida às vezes pode fornecer a dica que incita a decisão.

Dohmen (2008) afirma ter ficado evidenciado que os árbitros mais experientes tendem a ser menos parciais, o que sugere que os indivíduos podem aprender a resistir à pressão social.

Na ampla literatura sobre a vantagem do time da casa em esportes nos quais ocorre o enfretamento entre duas equipes, a pressão social exercida pela torcida mostrou ser de grande importância (Courneya e Carron, 1992; Nevill e Holder, 1999). Há dois canais principais pelos quais o fator torcida se torna efetivo. Primeiro, as torcidas podem estimular o time da casa a se desempenhar melhor. Embora a literatura não seja conclusiva nesse aspecto, um recente estudo realizado por Neave e Wolfson (2003) pôde unir a composição da torcida à reação fisiológica dos jogadores. Mais especificamente, eles mostram que os jogadores têm um nível de testosterona significativamente mais alto nos jogos realizados em casa do que quando jogam fora de casa, o que poderia ser causado por um desejo natural de defender seu próprio território. Em segundo lugar, o barulho criado pela torcida pode influenciar o árbitro para, subconscientemente, favorecer o time da casa. As torcidas liberam sua raiva em grande parte e bastante depressa nos árbitros por causa de decisões que não favorecem seu time (Sutter e Kocher, 2004).

Exames estatísticos de registros de jogo indicam que os times da casa ganham mais frequentemente que os times de fora; os times da casa recebem mais penalidades favoráveis e recebem menos cartões (Nevill et al., 1996). Por exemplo, em um estudo sobre o número de penalidades marcadas a favor dos times da casa nas ligas inglesas e escocesas, os resultados mostraram evidências claras de que os times da casa com grandes torcidas recebem mais penalidades a seu favor, enquanto os times de fora recebem mais penalidades contra, com mais jogadores sendo expulsos (Nevill et al., 1996).

Folkesson et al. (2002) mostraram que a concentração e o desempenho dos árbitros, particularmente dos mais jovens, foram influenciados pelas ameaças e agressões dos jogadores, dos treinadores e do público. Reforçando esta afirmação, McMahon e Ste-Marie (2002) mostraram que as decisões dos árbitros de rúgbi eram tomadas em função da experiência – e não tanto pela descoberta de infrações decorrentes de fatores que não estavam presentes na jogada, ou seja, de informações extracampo.

Coulomb-Cabagno et al. (2005) publicaram um estudo que teve como objetivo examinar a agressão exibida pelos jogadores e analisar as decisões dos árbitros sobre estes comportamentos como uma função do gênero dos jogadores no futebol francês. Foi percebido que os jogadores do sexo masculino praticaram atos agressivos mais violentos que os jogadores do sexo feminino. Não obstante, em relação ao número total de punições aos atos agressivos cometidos, os árbitros penalizaram mais as mulheres do que os homens. Estereótipos de gênero poderiam ser uma explicação pertinente para estes resultados, uma vez que o futebol geralmente é percebido como um esporte do tipo masculino, particularmente na França, e a agressão como uma característica tipicamente masculina, afirmam os autores.

No contexto desportivo, há também uma evidência crescente de que os homens são mais agressivos ou percebem a agressão como sendo mais legítima do que as mulheres o fazem (Conroy et al., 2001; Tucker e Parks, 2001). Este fato poderia justificar o porque das mulheres serem mais penalizadas por infrações às regras em faltas similares cometidas pelos homens durante uma partida de futebol.

Apesar da falta de consenso na definição do que é agressão no esporte, uma que é frequentemente aceita é o comportamento que transgride as regras da atividade considerada com a intenção de prejudicar ou ferir alguém (Tenenbaum et al., 1996). Os árbitros estão diretamente preocupados com a agressão porque eles são responsáveis por fazer com que as regras sejam cumpridas adequadamente, pois o risco de um jogador sofrer ferimento é cerca de 1.000 vezes maior do que o encontrado na maioria de outras profissões (Fuller et al., 2004).

Investigações de atos de agressão do espectador e observações de torcedores demonstram uma relação entre a agressão do torcedor e as atividades dos jogadores no campo. Smith (1983) sugerem que quando o desempenho dos jogadores no campo for percebido como violento, os espectadores e os partidários do esporte tendem a agir ambos violentamente durante e após a partida.

As regras do jogo instruem os árbitros em como eles deveriam responder quando jogadores, substitutos, substituídos ou oficiais de equipe se utilizam de um linguajar abusivo e/ou gestos no sentido de contrariar a sua decisão. Um estudo, que teve como objetivo verificar a relação da aplicação dos cartões amarelo e vermelho, frente a uma agressão verbal, levando em consideração o disposto no item que trata de faltas e incorreção do caderno de regras da FIFA, mostrou que somente 55,7% dos árbitros teriam tomado uma atitude correta relacionada à ofensa verbal ocorrida no transcurso de uma partida (Praschinger et al., 2011), apesar da literatura mostrar que o abuso verbal dos jogadores nos árbitros é percebido como uma das situações mais embaraçosas em um jogo (Kaissidis e Anshel, 1993). Em outras palavras, a regra 12 não estaria sendo cumprida em sua plenitude.

O estudo desenvolvido por Praschinger et al. (2011) demonstrou que os árbitros são inconsistentes em suas aplicações das regras em relação a ofensas verbais, vindas de dentro ou de fora do campo de jogo. A mesma palavra sendo dita para dois árbitros diferentes pode desencadear reações diferentes, embora as regras do jogo sejam idênticas em relação à situação de agressão verbal.

Entretanto, de um lado temos as regras do jogo, as quais os árbitros devem seguir, do outro lado, nós temos uma situação altamente complexa e dinâmica: uma partida de futebol. Os árbitros parecem resolver este dilema aplicando a “administração do jogo” (Praschinger et al., 2011). Eles balanceiam suas decisões através da sua sensibilidade a várias influências, por exemplo: tempo de jogo, nível de agressividade dos jogadores dentro da partida, tamanho da torcida presente no estádio, se a partida está sendo televisionada, se há policiamento no campo de jogo, os antecedentes do jogador etc. A administração do jogo parece ser um pré-requisito necessário para a aplicação das regras do jogo, apesar de, em algumas situações, contrariar o que esta escrito nas regras, sendo aplicada de maneira diferente em situações específicas durante uma partida.

Folkesson et al. (2002) examinaram as circunstâncias pertinentes a ameaças e agressão (físicas ou verbais) durante as partidas de futebol que foram vivenciadas por 107 árbitros da Associação de Futebol da Província de Värmland (região ocidental da Suécia). Foram identificadas três fontes de agressão: (1) jogadores de futebol, (2) técnicos/treinadores e (3) espectadores. A incidência de ameaças e agressão teve efeito na concentração, no desempenho e na motivação, inclusive nas preocupações antes da partida. Além disso, descobriu-se que os resultados foram afetados pela idade, pelo grau de experiência e pela orientação de vida dos árbitros. Percebeu-se que os árbitros mais jovens eram os mais sujeitos a ameaças e agressão. Com relação à motivação para arbitrar uma partida, este estudo concluiu que os árbitros com orientação geralmente pessimista experimentaram menos motivação, desempenho pior e maiores problemas para enfrentarem o comportamento agressivo dos torcedores, quando comparados com árbitros com orientação geralmente otimista.

Rainey (1994, 1995) examinou fontes de tensão entre 782 árbitros qualificados (certificados) de beisebol e de softboll. Foram revelados quatro fatores correlacionados: medo de fracasso, medo de dano físico, pressão do tempo e conflito interpessoal. O estudo sugeriu que esses fatores podem ser fontes comuns de tensão entre os árbitros e que há necessidade de se pesquisar as fontes de tensão em árbitros de outros jogos esportivos.

Andersson (1983) examinou os motivos que levam os árbitros de futebol a continuarem arbitrando partidas de futebol apesar de ser um trabalho aparentemente ingrato. Este estudo incluiu 36 árbitros de futebol da Associação da região de Göteborg, Suécia, para os quais foi pedido que respondessem perguntas organizadas na forma de um questionário. Os resultados indicaram que dois terços dos árbitros tiveram intenção de desistir do seu trabalho como árbitro. A razão mais comum para isto era que arbitrar ocupava muito de seu tempo e que eles tinham se cansado de toda a crítica que eles tiveram que aceitar no papel de árbitro. Geralmente, eles também percebiam as exigências feitas a eles como sendo irracionais. Vinte por cento dos respondentes (7 entre 36) tinham ficado tão chateados por causa das críticas que consideraram a possibilidade de renunciar ao trabalho. Vários árbitros (aproximadamente 30%) queriam que os jogadores e os treinadores recebessem uma formação melhor e ensinamentos a respeito das regras e regulamentos do jogo. A razão principal pela qual os árbitros continuaram arbitrando, apesar de tudo, foi o amor que tinham pelo jogo.

Em um estudo que examinou as razões dos árbitros de futebol e seus motivos para atuar como árbitro (Isberg, 1978); 80 árbitros de associação e de distrito participaram do estudo. Os resultados mostraram que a razão mais importante para se tornar um árbitro de futebol era manter o contato com o esporte depois de uma carreira ativa como um jogador de futebol. Um forte interesse pelo jogo também foi um fator crítico. O desejo contínuo de se tornar um árbitro melhor era um dos motivos para eles continuarem atuando como árbitros de futebol. Foram listadas oportunidades de contato humano e chances de melhoria na função de árbitro entre as experiências positivas deles. Entre as experiências negativas deles figurou o nível elevado de crítica gerada pela mídia e pelos técnicos.

Os resultados do estudo de Friman et al. (2004) descrevem as percepções de ameaças e agressões vivenciadas pelos árbitros. Apesar disto, e de certa forma surpreendentemente, muitos deles declararam que é divertido ser árbitro de futebol. Por exemplo, em comunidades pequenas o valor do sucesso é muito importante. Da mesma forma, uma decisão que não favorece o time da casa foi relacionada a reações emocionais fortes (irritação e agressão) entre o público que assiste ao jogo. Uma possível explicação para as ameaças e as agressões que os espectadores dirigiram ao árbitro pode ser por falta de conhecimento sobre as regras do jogo. Por exemplo, vários participantes validam a raiva que os jogadores, os técnicos e a torcida expressaram em situações quando eles não estavam completamente certos das regras ou da mais recente interpretação das regras (Friman et al., 2004). Segundo Mack (1980), pode-se garantir que menos de um porcento da população brasileira leu uma regra de futebol – e isto, sem dúvida nenhuma, dificulta a atuação do árbitro durante uma partida, tendo em vista os fatos mencionados anteriormente.

A atenção é um aspecto importante do comportamento do árbitro. Quando o árbitro não corre no campo como se espera que faça, os jogadores ficam obviamente aborrecidos. Se o árbitro frequentemente perder situações importantes, os jogadores eventualmente perderão a confiança no árbitro e começarão a agir agressivamente e ameaçadoramente.

Friman et al. (2004) afirmam que há esperança de que um treinamento mais extensivo de jogadores e técnicos sobre as regras e os regulamentos do jogo reduziriam as experiências negativas causadas por ameaças e agressões. Além disso, os resultados realçam a importância de se espaçar as partidas. Muitos jogos por semana parecem afetar a atenção dos árbitros.

Todos estes resultados apóiam a evidência de que atitudes tendenciosas podem estar presentes no processo de tomada de decisão dos árbitros. Este fato também é confirmado por outros estudos que incluíram variáveis como a cor dos uniformes, a reputação dos times ou as decisões anteriores dos árbitros. Assim, Frank e Gilovich (1988) indicaram que os árbitros de futebol e hóquei no gelo percebiam os jogadores com uniformes pretos como sendo mais agressivos. Por conseguinte, eles também tenderam a penalizar mais esses jogadores, talvez porque a cor preta seja associada com agressividade. Jones et al. (2002) estudaram o impacto da reputação agressiva de um time nas decisões tomadas por árbitros de futebol. Cinquenta incidentes, divididos entre cinco categorias – faltas manifestas cometidas pelo time; faltas ambíguas cometidas pelo time; faltas manifestas cometidas contra o time; faltas ambíguas cometidas contra o time. e nenhuma falta cometida –, foram mostrados a 38 árbitros, primeiro com informação explícita sobre reputação agressiva do time, depois sem qualquer informação a respeito da reputação do time. O último grupo apenas teve que julgar cada incidente em seu próprio mérito. Os resultados revelaram que a informação sobre a reputação agressiva do time afetou o número de cartões amarelos e vermelhos (a severidade da sanção), mas não o número total de decisões marcadas. O time com reputação agressiva foi penalizado mais severamente do que o outro time. Finalmente, Plessner e Betsch (2001) informaram que as decisões também podem ser influenciadas por decisões anteriores; era menos provável que os árbitros marcassem uma penalidade para um time se eles tivessem marcado uma penalidade para o mesmo time antes, e era mais provável que marcassem uma penalidade para um time se eles tivessem marcado para o outro time antes. Ou seja, uma vez que o árbitro concedeu um pênalti a uma equipe, ele supostamente muda seu critério de conceder pênalti ao mesmo time para um nível mais alto em situações subsequentes.

Na ótica de Buther (2000), o estado emocional influencia o comportamento de técnicos, atletas, torcedores, árbitro e assistentes durante o desenvolvimento de um jogo. Ninguém tem a noção exata da natureza, extensão e profundidade dos impactos dos fenômenos sociológicos e psicológicos sobre o comportamento dos indivíduos dentro dos estádios de futebol.

Os árbitros mais jovens estão mais expostos e são mais vulneráveis à ameaça e à agressão. Uma possível explicação para esta situação pode ser que os árbitros mais jovens tenham frequentemente menos experiência em arbitragem de partidas de futebol (Folkesson et al., 2002).

Poderia se especular que um tipo diferente de experiência seja relevante, alguma maneira de “experiência de vida” que permite que o árbitro mais velho apresente maior eficácia para desarmar as tendências à ameaça e à agressão em uma fase inicial. Outra explicação pode ser que os jogadores de futebol, os técnicos e o público podem perceber um árbitro mais velho como sendo mais merecedor de respeito que um árbitro mais jovem, i.e., sugerindo a existência de algum mecanismo “patriarcal” (Folkesson et al., 2002).

Por outro lado, o fator idade não parece influenciar a motivação e o desempenho dos árbitros. Ambos os árbitros com orientação pessimista e orientação otimista se sentiram expostos à ameaça e à agressão a um grau equivalente, mas os árbitros pessimistas sofreram mais com os efeitos. Os árbitros com orientação pessimista tiveram maiores problemas de motivação – e o seu desempenho tendeu a se deteriorar quando comparado com árbitro com orientação otimista. Além disso, os árbitros pessimistas tiveram maiores problemas para lidar com o comportamento agressivo dos espectadores. Parece ser o caso de que uma perspectiva de vida otimista pode afetar em grande parte a forma como a pessoa lida com as tensões e as exigências dos jogos esportivos fisicamente e psicologicamente (Folkesson et al., 2002).

Na Suíça existem duas comunidades, divididas em língua francesa e língua alemã (Messner e Schmid (2007). Estes autores desenvolveram um estudo com o intuito de verificar se uma equipe possui alguma vantagem quando se trata da mesma cultura do árbitro. Foram analisados 1.033 jogos do campeonato da primeira divisão de futebol suíço (masculino). Verificou-se que uma equipe tem vantagem quando se trata da mesma cultura do árbitro. O benefício foi evidente no número de vitórias, a quantidade de pontos ganhos, o número de cartões amarelos e o número de expulsões.

Outra característica especial do árbitro é o poder discricionário entre diferentes punições. No uso da advertência verbal ou do cartão amarelo ou do cartão vermelho é necessário o critério do árbitro. Contudo, espera-se que a equipe defensiva seja com mais frequência punida. Uma equipe visitante tem jogo defensivo mais do que uma equipe da casa. Por isso, espera-se que uma equipe visitante seja penalizada com mais frequência do que a equipe da casa (Courneya & Carron, 1992; Pollard, 2006). E, portanto, recebe a equipe da casa menor número de cartões amarelos e menos expulsões do que a equipe visitante (Sutter & Kocher, 2004).

A vantagem de uma equipe numa partida pela proximidadade cultural não é bem clara. Neste ponto a pesquisa difere de um estudo no futebol australiano. Mohr e Larsen (1998) encontraram maior número de jogos do campeonato australiano nos quais os tiros livres diretos eram favoraveis às equipes de regiões tradicionais do futebol australiano do que em comparação com as equipes das regiões em que o esporte foi introduzido mais tarde. Eles explicam este efeito pela condição social do árbitro, pois os árbitros provêm, na maioria das vezes, de áreas tradicionais.

Outros fatores podem influenciar na atenção concentrada, conforme análises resultantes dos estudos de Maughan e Leiper (2006), os quais relatam que houve interferência na performance em testes de função cognitiva quando o nível de desidratação alcançou 2% do peso corporal inicial. A desidratação dos árbitros durante a partida foi estudada no Brasil. No primeiro estudo constatou-se que a perda total de água corporal pelo árbitro durante a partida era equivalente a 2,05% do seu peso corporal (Da Silva e Fernández, 2003). Já, em outro estudo, foi constatado que a perda hídrica estimada do árbitro foi de 2,16% do peso corporal (Roman et al., 2004). Entretanto, estes dois estudos foram desenvolvidos na região sul do Brasil, mais especificamente no Paraná. Na literatura consta que a perda hídrica média do árbitro de futebol atuando no Estado de São Paulo é, de 3,20% do peso corporal (Da Silva et al., 2010).

As regras do jogo constituem a base de cada esporte. Os jogadores poderiam conhecê-las e os árbitros deveriam apenas supervisioná-las durante o jogo, pronunciar julgamentos com o intuito de apenas sancionar as ações permissivas. Contudo, uma vez que o árbitro sofre influência intra e extracampo, o que inclui jogadores, treinadores e torcida, ele deve apresentar um nível de tolerância para a condução de uma partida. A tarefa dos árbitros é de difícil execução, pelo fato de que cada decisão tomada não pode ser explicitada por escrito. Os árbitros devem controlar a partida, a qual inclui interações sociais e psicológicas (fatores como dinâmica de grupo e liderança) (Praschinger et al., 2011). Possivelmente, porque um jogo de futebol requer administração do jogo ao invés de uma simples aplicação das regras pelo árbitro.

Apesar da regra 5 estabelecer que o árbitro fará cumprir a regra do jogo durante uma partida de futebol, Mascarenhas et al. (2002) discutem que os árbitros aplicam certo tipo de administração do jogo. Isto significa que os árbitros em geral estão dispostos a aplicar as regras de jogo, mas durante uma partida eles têm de ser sensíveis para com a fluência do jogo. Isto os leva a situações nas quais não aplicam as regras de acordo com o propósito que estas indicam. Segundo Praschinger et al. (2011), os árbitros se consideram como os administradores do jogo, ao invés de se considerarem como administradores das regras do jogo.

Como foi possível observar nesta revisão, são inúmeros os fatores que podem interferir no momento da formulação da decisão de um árbitro de futebol no instante que ele tem que interferir na partida. Estas informações são importantíssimas para os profissionais que trabalham com psicologia do esporte, pois há necessidade de se desenvolver metodologias de trabalho para minimizar a influência destes fatores, para que as decisões dos árbitros sejam cada vez mais imparciais e, desta forma, se reduzindo a responsabilidade do árbitro no resultado da partida.

Durante este estudo, não foram abordados tema com corrupção, suborno, que envolve constantemente dirigentes de clubes e federações, membros de Comissão de Arbitragem, e árbitros de futebol. Estes temas são encontrados freqüência em jornais, revistas e telejornais. Como inúmeras vezes denunciado, a decisão de um árbitro de futebol pode também sofrer influencia de suborno, recomendações, e interesse de subir na carreira, já que os critérios para que um árbitro de futebol saia do nível regional para o nível internacional são obscuros, sendo constantemente denunciado que para este avanço na carreira alguns árbitros, conduzem uma partida de futebol de acordo com interesses pessoais ou de terceiros. Para uma melhor compreensão sobre o tema corrupção, suborno no meio futebolístico, recomendasse a leitura dos artigos intitulados “Árbitro de futebol e legislação esportiva aplicável” e “Ética no futebol: será possível?”.

*Professor do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, Paraná
**Prof. Universidade Federal de São Paulo, Programa de Pós-Graduação, Centro de Estudos em Medicina da Atividade Física e do Esporte – CEMAFE

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– Quando a Luta é pela Sobrevivência

Leio no Twitter do jornalista Jamil Chade:

DIRETO DA ONU: Situação na Síria é tão grave que mais de mil pessoas migram para o Iraque, país que também vive guerra há anos.

Já imaginou o estado de desespero do cidadão que considera o Iraque um lugar seguro para se viver? E ninguém toma providências…

– Até onde Confiar no Idesp?

Coisas incríveis que só acontece na Educação do Brasil: na realização do Saresp (prova que avalia o índice de desempenho dos alunos de ensino fundamental), 100% dos alunos tiraram nota 10!

Há 2 anos, a mesma escola tirava nota 2…

Como explicar tal evolução, sem passar pela cabeça a hipótese de fraude?

DESEMPENHO NOTA 10 PARA 100% DA TURMA É RARO

Por Marina Morena da Costa, do IG, extraído de: http://is.gd/fzZLiD

O fato de todos os 27 alunos do 5º ano do ensino fundamental da escola estadual Reverendo Augusto da Silva Dourado terem tirado nota máxima na prova de matemática do Saresp é visto como um caso raro por especialistas em educação. Nesta segunda-feira, o iG revelou que alunos da escola que tirou a nota mais alta no Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp) afirmam ter tido ajuda de professores durante o Saresp, prova de português e matemática que avalia o desempenho dos estudantes e base para o cálculo do bônus dos docentes.

De acordo com o boletim da escola, que teve nota 9,3, a média de seus alunos foi 10 em matemática e 9,13 em português. Em 2010, a nota dos alunos da Reverendo Augusto da Silva Dourado havia atingido 6,94 em matemática, e 5,55 em português. No ano anterior, eram menores ainda, 2,13 em matemática e 4,53 em português. Nas últimas três avaliações, todos os estudantes da escola fizeram o Saresp, segundo os boletins.

Romualdo Luiz Portela de Oliveira, professor doutor do Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação USP, avalia que é raro todos os estudantes de uma turma tirem a nota máxima em matemática, dada à heterogeneidade dos grupos. “Mas é possível”, pondera. Nenhuma outra unidade do Estado teve desempenho nota 10 em nenhuma das duas disciplinas.

A doutora e especialista em psicologia da educação Silvia Colello estranha o desempenho 100% em matemática, mas avalia que saltos no desempenho são possíveis, desde que a escola tenha passado por uma mudança estrutural. “Tecnicamente a possibilidade de crescimento existe, mas não acontece por milagre, depende de um investimento em toda a estrutura da escola, no projeto pedagógico e na relação com o professor”, destaca. A escola teve Idesp 3,21, em 2009, 6,07, em 2010, e saltou para 9,3, no ano seguinte.

Bônus

Como a bonificação dos professores e funcionários está ligada ao desempenho dos estudantes na rede estadual de São Paulo, a pressão por melhores resultados é grande. “Em função dessa supercobrança, abre-se a perspectiva para a fraude. Mas não dá para endossar uma denúncia sem apuração”, aponta Silvia.

O professor da Universidade Federal de Mina Gerais (UFMG) e um dos maiores especialistas em avaliações educacionais de larga escala do País, Francisco Soares, defende o destaque de escolas e projetos que conseguem garantir mais efetivamente os direitos dos alunos a uma educação de qualidade. “Mas isso não deve ser confundido com políticas de carreira e salarial”, salienta.

Soares foi um dos idealizadores de um programa de bônus da rede de ensino da Prefeitura de São Paulo, que leva em conta o nível socioeconômico dos alunos e também os resultados dos dois anos anteriores. “Ou seja, o aprendizado de alunos que trazem menos de casa é mais valorizado. O Idesp não tem estas duas características o que o fragiliza”, opina.

Para a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, o sistema de bonificação é falho por não considerar as diferentes condições de trabalho dos professores. “O bônus compra resultado. O professor sabe que vai sobrar para ele se a nota não for a esperada. E o contrário também acontece, alunos que não gostam do professor não respondem a prova”, avalia.

A reportagem tentou contato com a direção da escola, mas não obteve sucesso.

Investigação

A Secretaria Estadual de Educação disse na última segunda-feira, após a publicação das denúncias, que pedirá esclarecimentos à Fundação Vunesp, responsável pela aplicação do Saresp. Mesmo avisada sobre os depoimentos de pais e alunos, a pasta afirma que, de acordo com os seus registros, professores de outras escolas aplicaram o Saresp na Reverendo Augusto da Silva Dourado. Pode haver punição administrativa e penal.

O Ministério Público Estadual de São Paulo em Sorocaba decidiu investigar o caso na última terça-feira, após tomar conhecimento das denúncias pela reportagem do iG.

– O Antiteísmo Alavanca

Cresce cada vez mais pessoas que buscam provar a inexistência de Deus. Diferente de um ateu (que não crê), o antiteísta é aquele que busca aniquilar a crença num Criador.

Depois do biólogo Richard Dawkins e do físico Stephen Hawking, surge outra estrela intelectual nessa mesma linhagem: o cosmologista Lawrence Krauss.

À Época (Ed 09/04/2012, por Peter Moon), disse que:

Os religiosos dizem que Deus criou o Universo. Isso é preguiça intelectual

É a militância dos ateus crescendo no século XXI. Se não crê, respeite quem tem fé!

– EUA pagam Gasolina 50% mais barato do que no Brasil

O que pensar sobre isso? O galão de gasolina custa 50% mais caro no Brasil, se comparado com o preço dos EUA. Sem dizer que o salário médio de um americano é maior que o do brasileiro

Extraído de: http://www.dci.com.br/gasolina-no-brasil-custa-mais-caro-do-que-nos-eua-id288148.html

GASOLINA NO BRASIL CUSTA MAIS CARO DO QUE NOS EUA

Os consumidores brasileiros pagam mais caro pela gasolina do que os dos Estados Unidos. Segundo o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, o preço no Brasil é 50% mais caro, uma vez que o preço do galão, com 3,8 litros, custa em torno de US$ 4 nos Estados Unidos e no Brasil chega a US$ 6.

No Relatório de Inflação, divulgado hoje pelo BC, a instituição manteve a previsão de que não haverá reajuste no preço da gasolina no país este ano. Também foi mantida a previsão de reajuste zero para o botijão de gás.

As projeções para as tarifas de telefonia fixa e de eletricidade, este ano, foram mantidas em 1,5% e 2,3%, respectivamente. Para os preços administrados, foi mantida a previsão de 4%.

– Empresas que Decepcionam

Já teve a experiência desagradável de descobrir que sua empresa descontava o FGTS de seu holerit, mas não o recolhia?

Aliás, você confere os depósitos realizados no FGTS e INSS?

Vale a pena verificar junto ao site do Ministério da Previdência (para isso, tenha o PIS a mão).

Pior do que tudo isso, é saber que depois de 3 meses, a empresa não paga o proporcional do seu salário trabalhado quando você pede demissão. Imagine o sufoco que é para o funcionário que é demitido!

– O que Influencia um Árbitro na Tomada de Decisão?

 

Vejam só: estupendo trabalho de pesquisa, publicado pelo ótimo site da Universidade do Futebol (citação abaixo), mostra: numa partida de futebol, o árbitro é influenciado por:

 

1) Presença de barulho da multidão condicionando a marcação de infrações (um árbitro inexperiente deixa de marcar faltas do time da casa, mas continua marcando as do time visitante).

 

2) desvantagem do time anfitrião no marcador (a intimidação à agressão levaria um árbitro a ser mais caseiro),

 

3) tempo de acréscimo (menor ou maior conforme o controle do árbitro na partida) e

 

4) pagamentos sociais, que têm relação direta com a atuação (o reconhecimento à sua atuação, valorização da carreira e do nome).

 

Além disso, há outras explicações sobre motivação e desmotivação da carreira.

 

Abaixo, extraído da Universidade do Futebol, em: http://is.gd/ZMc7Y1

 

Importante: o trabalho não levou em conta Influência de Dirigentes / Clubes / Federações.

 

E você, o que acha dos dados acima e das explicações que estão abaixo?

 

FATORES QUE PODEM INTERFERIR NA TOMADA DE DECISÃO DO ÁRBITRO DE FUTEBOL

Por Alberto Inácio da Silva* e Mario Cesar Oliveira**

Os árbitros de futebol são preparados para interpretar as regras do futebol de forma imparcial durante uma partida. Porém, eles podem mostrar um poder discricionário considerável, em particular ao acrescentar tempo extra, marcar penalidades, usar os cartões amarelos ou vermelhos e decidir os tiros livres ou impedimentos. Como consequência, os árbitros têm uma influência muito importante no resultado final de uma partida de futebol.

Vários estudos publicados em revistas científicas demonstraram uma gama de fatores que podem interferir na toma de decisão do árbitro no transcorrer de uma partida. Portanto, o objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento destes estudos e apresentar de forma resumida suas conclusões.

Recentemente o técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo comentou em várias emissoras de televisão que ele havia observado e tinha gravado em uma fita de vídeo uma partida de futebol sem a presença de torcedores. Nesta partida o árbitro apresentou menos cartões e várias faltas sinalizadas pelos árbitros quando o estádio esta cheio de torcedores lá não foram marcadas. Ou seja, na prática ele observou que o comportamento do árbitro durante uma partida sem torcida era totalmente diferente do seu comportamento quando o estádio estava tomado por uma multidão. Esta observação foi objeto de alguns estudos.

A presença do barulho da multidão tem efeito dramático nas decisões tomadas pelos árbitros. Nevill et al. (2002) forneceram evidência experimental de que os árbitros de futebol são afetados pelo barulho da torcida. Eles mostraram algumas disputas de bola ocorridas em jogos da Primeira Liga Inglesa, gravadas em vídeo, para dois grupos de árbitros qualificados que tiveram que decidir se marcariam ou não uma falta. Um grupo assistiu o videoteipe sem o barulho da torcida, enquanto o outro grupo ouviu o barulho. Aqueles que enfrentavam os desafios com o barulho da multidão de fundo ficavam mais inseguros no momento de tomar a decisão e marcaram significativamente menos faltas (15,5%) contra o time da casa, quando comparado com os que assistiram em silêncio. É notável que as decisões tomadas pelo grupo de árbitros que ouviu o barulho estejam significativamente mais de acordo com as decisões tomadas pelo árbitro original da partida do que as decisões tomadas pelo grupo que assistiu as entradas silenciosamente.

Com respeito a um julgamento tendencioso em potencial na tomada de decisão, o árbitro pode colocar importância igual na informação audível da torcida e na informação visual, levando a desequilíbrio de decisões a favor do time da casa. Pesquisas anteriores sugerem que a experiência pode ajudar a reduzir potencialmente efeitos negativos de estresse no desempenho (Janelle et al., 1999; Williams e Elliott, 1999). Árbitros experientes provavelmente teriam maior controle sobre suas emoções (Hardy et al., 1996) e bases de conhecimento de tarefa específica ampliadas que facilitam a tomada de decisão com habilidade em ambientes com alto nível de estresse (Williams et al., 1999).

De forma interessante, o estudo de Nevill et al. (2002) indicou que o efeito dominante do barulho da torcida era para reduzir significativamente o número de infrações marcadas contra o time da casa, em lugar de aumentar o número de infrações contra o time visitante.

Dado que fazer uma marcação ruim e o barulho da torcida elevarão os níveis de tensão nos árbitros do grupo exposto ao barulho, de modo semelhante ao do árbitro da partida (fontes de tensão percebidas como difíceis de controlar), a estratégia para lidar com isso é provavelmente evitá-la. Como é provável que a torcida deixe claro que eles sentem que a decisão foi ‘errada’, evitar isso poderia ser interpretado como simplesmente não tomar a decisão impopular para penalizar o time da casa ao avaliar os desafios menos claros ou contenciosos. Sempre que um jogador da casa comete uma infração, a reação da torcida é capaz de ativar uma tensão potente de fazer marcação ruim, assim aumentando o nível de incerteza ou indecisão dos árbitros, resultando em nenhuma decisão (evitar) e menos infrações contra o time de casa (Nevill et al., 2002).

Observa-se constantemente na imprensa algumas pessoas palpitando que seria prudente interromper o jogo em determinados lances para que uma equipe decidisse o lance. Desta forma, seria prudente que, se os corpos administrativos, como a Fédération Internationale de Football Association (FIFA), considerarem empregar o replay do vídeo para ajudar os árbitros em campo, fosse empregado mais de um árbitro para ajudar a julgar tais replays contenciosos e, mais importante: os árbitros deveriam julgar em uma cabine à prova de som, evitando a influência da torcida.

Nos estudos apresentados acima, houve um desequilíbrio significativo nas decisões tomadas, por árbitros experientes, com e sem barulho da torcida, demonstrando que árbitros mais experientes são menos afetados pelas vaias da torcida. Os anos de experiência tiveram efeito significativo no número de infrações marcadas pelos árbitros contra os jogadores do time da casa, aumentando com os anos de experiência até um pico aos 16 anos de experiência (aproximadamente) e, depois disso, foi observado um declínio (Nevill et al., 2002). O outro efeito principal da experiência do árbitro foi aumentar significativamente o número de decisões incertas pelos árbitros experientes, ou seja, mais velhos.

Dohmen (2008) afirma que sociólogos e psicólogos sociais reconhecem que as decisões dos indivíduos não só são governadas pelos pagamentos materiais (dinheiro), mas também por pagamentos sociais (reconhecimento) não-materiais que surgem no ambiente social dos tomadores de decisão; por exemplo, na forma de aprovação social ou de sanções sociais. Este tipo de pressão social pode fazer com que os árbitros tomem decisões que acomodem as preferências de um grupo social (torcida) até mesmo se eles não estiverem de acordo com os próprios interesses do tomador de decisões (árbitro). Dohmen (2008) se refere a este ponto de vista como a “hipótese da pressão social”.

Em uma partida de futebol, é de interesse particular do árbitro ser imparcial, enquanto os torcedores querem o sucesso de seu time e, portanto, deveriam ter interesse em trabalhar por um objetivo comum, entretanto contestam as decisões do árbitro que não favorecem seu time e aprovando somente as decisões favoráveis, em uma atitude totalmente parcial e irracional.

Dohmen (2008) desenvolveu estudo que forneceu evidência complementar do comportamento tendencioso do árbitro com base nos dados de 3.519 jogos da Primeira Bundesliga (Campeonato Alemão), que apóia a visão de que o ambiente social pode afetar as decisões do árbitro. A análise empírica que confirma que árbitros profissionais que são designados e pagos pela Associação de Futebol Alemão (DFB) e de quem se espera que sejam imparciais, na realidade sistematicamente favorecem o time da casa. O favoritismo é manifestado no tempo de acréscimo, marcação de gols e cobranças de pênalti. Os dados também forneceram evidências de que características da torcida, tais como a composição da torcida e a distância do campo de futebol que esta se posiciona, prejudicam as decisões dos árbitros, de forma que é consistente com a hipótese de pressão social; quer dizer, que as forças sociais influenciam o comportamento do árbitro.

Dohmen (2008) relata que a extensão do comportamento tendencioso depende da composição da torcida: a parcialidade da casa tende a ser menor quando mais partidários do time visitante assistem à partida. Isto é consistente com a ideia de que a aprovação social e as sanções sociais têm efeito de valor contrário em recompensas sociais líquidas. Os partidários de cada time, que têm o interesse comum, que o time preferido deles alcance sucesso, trabalham para este objetivo aclamando decisões favoráveis do árbitro e expressando descontentamento com as decisões desfavoráveis. Os julgamentos dos árbitros evocam a aprovação social dos torcedores do time favorecido e sanções sociais do time oposto. Espera-se que um árbitro que não é influenciado, quer dizer, que não deriva utilidade intrínseca de uma determinada partida e valoriza pagamentos sociais, pense nos custos e benefícios sociais do acontecimento esportivo.

Outro dado importante desta pesquisa foi perceber que o favoritismo do time da casa é mais forte quando a partida acontece em um estádio sem pista de atletismo ao seu redor, ou seja, quando a torcida fica fisicamente mais próxima do campo e do árbitro – nesse caso há uma intensidade da pressão social indiscutivelmente maior. Essa descoberta empresta suporte para a conjetura que forças sociais influenciam a decisão dos árbitros, seja por causa da pressão social da torcida, diretamente acionando o julgamento parcial da arbitragem, ou por um canal mais oblíquo, no qual, por exemplo, a torcida cria uma atmosfera que encoraja os jogadores no campo para exercer pressão sobre o árbitro. Portanto, times da casa que jogam em estádios com uma pista de atletismo são afetados de forma diferente do que os times que jogam em estádios sem uma pista ao redor do campo (Dohmen, 2008).

O árbitro acrescenta mais tempo na partida se o time da casa está perdendo (Dohmen, 2008). De forma interessante, torcedores têm incentivos muito mais fracos para influenciar o árbitro em partidas decididas na qual o último resultado da partida é improvável que mude durante o tempo de acréscimo. Analisando dados de duas temporadas da Primeira Liga de Futebol Espanhol, Garicano, Palacios-Huerta e Prendergast (2005) perceberam que os árbitros espanhóis favoreciam o time da casa prolongando o tempo da partida em quase 2 minutos quando o time da casa estava perdendo por um gol, quando comparado à situação na qual o time da casa está ganhando por um gol. Eles também investigaram se o tamanho da torcida e a proporção de frequência-capacidade fazia diferença e descobriram que o aumento no desvio padrão na frequência aumenta a parcialidade em cerca de 20%, enquanto uma proporção de frequência-capacidade mais alta reduz a tendência à parcialidade. Eles concluíram que incentivos não monetários, em particular a pressão social da multidão, provocam o tratamento preferencial.

Sutter e Kocher (2004) destacam que, como são os árbitros que decidem a quantidade de tempo extra a favor ou não do time da casa, não há nenhuma razão pela qual os árbitros deveriam acrescentar mais tempo extra quando o time da casa está perdendo por um gol depois dos primeiros 45 min, porque ainda há o segundo tempo a ser jogado. Em vez disso, os árbitros poderiam ficar tentados a acrescentar menos tempo extra se o time da casa estiver perdendo por um gol no primeiro tempo para evitar mais danos (o time visitante poderia marcar mais um gol) e dar ao time da casa a oportunidade de se reorganizar o mais rápido possível durante o intervalo.

Outra informação a ser destacada no estudo de Dohmen (2008) diz respeito à marcação de faltas. Este autor observou diferença estatisticamente significativa, que implica que times da casa tiveram mais gols marcados incorretamente ou discutíveis a seu favor, em relação aos times visitantes. Notavelmente, é menos provável que gols concedidos sejam corretamente marcados quando um time está perdendo, especialmente quando o time da casa está perdendo. É particularmente provável que o time da casa receba a marcação de gol com base em uma decisão errada ou discutível se estiver perdendo por um ou dois gols.

Os árbitros também parecem favorecer os times da casa em decisões de cobrança de pênalti. Os dados brutos revelam que uma fração menor de pênaltis para o time da casa é corretamente marcada (65,20% vs 72,57%). Diferenças observadas nas frequências de decisões injustas, corretas e discutíveis foram estatisticamente significativas. Novamente, a fração de decisões erradas ou discutíveis a favor do time da casa é maior quando o time da casa está perdendo. Porém, deve ser notado que os árbitros também tomam mais decisões discutíveis a favor do time visitante, quando o time visitante está perdendo por apenas um gol. Foi constatado que o time da casa recebe significativamente mais gols ilegítimos do que o time visitante. Também foi observado que é mais provável que os times visitantes tenham negados um gol ou uma cobrança de pênalti legítimos ou discutíveis, pois o time visitante teve um pênalti legítimo injustamente negado em 35,75% dos casos; mas com o time da casa isso só aconteceu em 29,59% dos casos. No caso de decisões a respeito de pênaltis discutíveis, a evidência do favoritismo do time da casa é ainda mais pronunciada: os times da casa têm 28,67% dos pênaltis discutíveis marcados, mas os times visitantes têm apenas 20,27%. Portanto, os dados indicaram que é significativamente mais provável que os times da casa recebam uma cobrança de pênalti quando esta deveria objetivamente ser marcada e quando uma marcação de pênalti é discutível. As estimativas também mostram que os árbitros tendem a marcar menos cobranças de pênalti discutíveis e injustificadas quando a torcida está separada do campo por uma pista de atletismo.

Outra diferença ocorre quando a análise envolve situações ambiguas, em que até mesmo a subsequente análise do vídeo não pôde determinar claramente se esta situação deve ser punida com penâlti. Nestas situações ambíguas, a equipe da casa teve frequentemente mais pênaltis marcados do que a equipe adversária (Dohmen, 2008). Esta é uma prova de que o árbitro, em situações ambíguas, não decide casualmente, mas contraditoriamente. No caso da vantagem da equipe da casa, poderiam os gritos da plateia ter estimulado o árbitro a realizar esta sinalização. Askins (1978) sustentou que durante o curso de qualquer competição há muitos incidentes que parecem ambíguos, até mesmo para os árbitros mais veteranos. Quando isto acontece, os árbitros fazem o que todos os humanos fazem, basicamente, em tal situação: eles buscam esclarecer a situação por qualquer meio disponível. A reação da torcida às vezes pode fornecer a dica que incita a decisão.

Dohmen (2008) afirma ter ficado evidenciado que os árbitros mais experientes tendem a ser menos parciais, o que sugere que os indivíduos podem aprender a resistir à pressão social.

Na ampla literatura sobre a vantagem do time da casa em esportes nos quais ocorre o enfretamento entre duas equipes, a pressão social exercida pela torcida mostrou ser de grande importância (Courneya e Carron, 1992; Nevill e Holder, 1999). Há dois canais principais pelos quais o fator torcida se torna efetivo. Primeiro, as torcidas podem estimular o time da casa a se desempenhar melhor. Embora a literatura não seja conclusiva nesse aspecto, um recente estudo realizado por Neave e Wolfson (2003) pôde unir a composição da torcida à reação fisiológica dos jogadores. Mais especificamente, eles mostram que os jogadores têm um nível de testosterona significativamente mais alto nos jogos realizados em casa do que quando jogam fora de casa, o que poderia ser causado por um desejo natural de defender seu próprio território. Em segundo lugar, o barulho criado pela torcida pode influenciar o árbitro para, subconscientemente, favorecer o time da casa. As torcidas liberam sua raiva em grande parte e bastante depressa nos árbitros por causa de decisões que não favorecem seu time (Sutter e Kocher, 2004).

Exames estatísticos de registros de jogo indicam que os times da casa ganham mais frequentemente que os times de fora; os times da casa recebem mais penalidades favoráveis e recebem menos cartões (Nevill et al., 1996). Por exemplo, em um estudo sobre o número de penalidades marcadas a favor dos times da casa nas ligas inglesas e escocesas, os resultados mostraram evidências claras de que os times da casa com grandes torcidas recebem mais penalidades a seu favor, enquanto os times de fora recebem mais penalidades contra, com mais jogadores sendo expulsos (Nevill et al., 1996).

Folkesson et al. (2002) mostraram que a concentração e o desempenho dos árbitros, particularmente dos mais jovens, foram influenciados pelas ameaças e agressões dos jogadores, dos treinadores e do público. Reforçando esta afirmação, McMahon e Ste-Marie (2002) mostraram que as decisões dos árbitros de rúgbi eram tomadas em função da experiência – e não tanto pela descoberta de infrações decorrentes de fatores que não estavam presentes na jogada, ou seja, de informações extracampo.

Coulomb-Cabagno et al. (2005) publicaram um estudo que teve como objetivo examinar a agressão exibida pelos jogadores e analisar as decisões dos árbitros sobre estes comportamentos como uma função do gênero dos jogadores no futebol francês. Foi percebido que os jogadores do sexo masculino praticaram atos agressivos mais violentos que os jogadores do sexo feminino. Não obstante, em relação ao número total de punições aos atos agressivos cometidos, os árbitros penalizaram mais as mulheres do que os homens. Estereótipos de gênero poderiam ser uma explicação pertinente para estes resultados, uma vez que o futebol geralmente é percebido como um esporte do tipo masculino, particularmente na França, e a agressão como uma característica tipicamente masculina, afirmam os autores.

No contexto desportivo, há também uma evidência crescente de que os homens são mais agressivos ou percebem a agressão como sendo mais legítima do que as mulheres o fazem (Conroy et al., 2001; Tucker e Parks, 2001). Este fato poderia justificar o porque das mulheres serem mais penalizadas por infrações às regras em faltas similares cometidas pelos homens durante uma partida de futebol.

Apesar da falta de consenso na definição do que é agressão no esporte, uma que é frequentemente aceita é o comportamento que transgride as regras da atividade considerada com a intenção de prejudicar ou ferir alguém (Tenenbaum et al., 1996). Os árbitros estão diretamente preocupados com a agressão porque eles são responsáveis por fazer com que as regras sejam cumpridas adequadamente, pois o risco de um jogador sofrer ferimento é cerca de 1.000 vezes maior do que o encontrado na maioria de outras profissões (Fuller et al., 2004).

Investigações de atos de agressão do espectador e observações de torcedores demonstram uma relação entre a agressão do torcedor e as atividades dos jogadores no campo. Smith (1983) sugerem que quando o desempenho dos jogadores no campo for percebido como violento, os espectadores e os partidários do esporte tendem a agir ambos violentamente durante e após a partida.

As regras do jogo instruem os árbitros em como eles deveriam responder quando jogadores, substitutos, substituídos ou oficiais de equipe se utilizam de um linguajar abusivo e/ou gestos no sentido de contrariar a sua decisão. Um estudo, que teve como objetivo verificar a relação da aplicação dos cartões amarelo e vermelho, frente a uma agressão verbal, levando em consideração o disposto no item que trata de faltas e incorreção do caderno de regras da FIFA, mostrou que somente 55,7% dos árbitros teriam tomado uma atitude correta relacionada à ofensa verbal ocorrida no transcurso de uma partida (Praschinger et al., 2011), apesar da literatura mostrar que o abuso verbal dos jogadores nos árbitros é percebido como uma das situações mais embaraçosas em um jogo (Kaissidis e Anshel, 1993). Em outras palavras, a regra 12 não estaria sendo cumprida em sua plenitude.

O estudo desenvolvido por Praschinger et al. (2011) demonstrou que os árbitros são inconsistentes em suas aplicações das regras em relação a ofensas verbais, vindas de dentro ou de fora do campo de jogo. A mesma palavra sendo dita para dois árbitros diferentes pode desencadear reações diferentes, embora as regras do jogo sejam idênticas em relação à situação de agressão verbal.

Entretanto, de um lado temos as regras do jogo, as quais os árbitros devem seguir, do outro lado, nós temos uma situação altamente complexa e dinâmica: uma partida de futebol. Os árbitros parecem resolver este dilema aplicando a “administração do jogo” (Praschinger et al., 2011). Eles balanceiam suas decisões através da sua sensibilidade a várias influências, por exemplo: tempo de jogo, nível de agressividade dos jogadores dentro da partida, tamanho da torcida presente no estádio, se a partida está sendo televisionada, se há policiamento no campo de jogo, os antecedentes do jogador etc. A administração do jogo parece ser um pré-requisito necessário para a aplicação das regras do jogo, apesar de, em algumas situações, contrariar o que esta escrito nas regras, sendo aplicada de maneira diferente em situações específicas durante uma partida.

Folkesson et al. (2002) examinaram as circunstâncias pertinentes a ameaças e agressão (físicas ou verbais) durante as partidas de futebol que foram vivenciadas por 107 árbitros da Associação de Futebol da Província de Värmland (região ocidental da Suécia). Foram identificadas três fontes de agressão: (1) jogadores de futebol, (2) técnicos/treinadores e (3) espectadores. A incidência de ameaças e agressão teve efeito na concentração, no desempenho e na motivação, inclusive nas preocupações antes da partida. Além disso, descobriu-se que os resultados foram afetados pela idade, pelo grau de experiência e pela orientação de vida dos árbitros. Percebeu-se que os árbitros mais jovens eram os mais sujeitos a ameaças e agressão. Com relação à motivação para arbitrar uma partida, este estudo concluiu que os árbitros com orientação geralmente pessimista experimentaram menos motivação, desempenho pior e maiores problemas para enfrentarem o comportamento agressivo dos torcedores, quando comparados com árbitros com orientação geralmente otimista.

Rainey (1994, 1995) examinou fontes de tensão entre 782 árbitros qualificados (certificados) de beisebol e de softboll. Foram revelados quatro fatores correlacionados: medo de fracasso, medo de dano físico, pressão do tempo e conflito interpessoal. O estudo sugeriu que esses fatores podem ser fontes comuns de tensão entre os árbitros e que há necessidade de se pesquisar as fontes de tensão em árbitros de outros jogos esportivos.

Andersson (1983) examinou os motivos que levam os árbitros de futebol a continuarem arbitrando partidas de futebol apesar de ser um trabalho aparentemente ingrato. Este estudo incluiu 36 árbitros de futebol da Associação da região de Göteborg, Suécia, para os quais foi pedido que respondessem perguntas organizadas na forma de um questionário. Os resultados indicaram que dois terços dos árbitros tiveram intenção de desistir do seu trabalho como árbitro. A razão mais comum para isto era que arbitrar ocupava muito de seu tempo e que eles tinham se cansado de toda a crítica que eles tiveram que aceitar no papel de árbitro. Geralmente, eles também percebiam as exigências feitas a eles como sendo irracionais. Vinte por cento dos respondentes (7 entre 36) tinham ficado tão chateados por causa das críticas que consideraram a possibilidade de renunciar ao trabalho. Vários árbitros (aproximadamente 30%) queriam que os jogadores e os treinadores recebessem uma formação melhor e ensinamentos a respeito das regras e regulamentos do jogo. A razão principal pela qual os árbitros continuaram arbitrando, apesar de tudo, foi o amor que tinham pelo jogo.

Em um estudo que examinou as razões dos árbitros de futebol e seus motivos para atuar como árbitro (Isberg, 1978); 80 árbitros de associação e de distrito participaram do estudo. Os resultados mostraram que a razão mais importante para se tornar um árbitro de futebol era manter o contato com o esporte depois de uma carreira ativa como um jogador de futebol. Um forte interesse pelo jogo também foi um fator crítico. O desejo contínuo de se tornar um árbitro melhor era um dos motivos para eles continuarem atuando como árbitros de futebol. Foram listadas oportunidades de contato humano e chances de melhoria na função de árbitro entre as experiências positivas deles. Entre as experiências negativas deles figurou o nível elevado de crítica gerada pela mídia e pelos técnicos.

Os resultados do estudo de Friman et al. (2004) descrevem as percepções de ameaças e agressões vivenciadas pelos árbitros. Apesar disto, e de certa forma surpreendentemente, muitos deles declararam que é divertido ser árbitro de futebol. Por exemplo, em comunidades pequenas o valor do sucesso é muito importante. Da mesma forma, uma decisão que não favorece o time da casa foi relacionada a reações emocionais fortes (irritação e agressão) entre o público que assiste ao jogo. Uma possível explicação para as ameaças e as agressões que os espectadores dirigiram ao árbitro pode ser por falta de conhecimento sobre as regras do jogo. Por exemplo, vários participantes validam a raiva que os jogadores, os técnicos e a torcida expressaram em situações quando eles não estavam completamente certos das regras ou da mais recente interpretação das regras (Friman et al., 2004). Segundo Mack (1980), pode-se garantir que menos de um porcento da população brasileira leu uma regra de futebol – e isto, sem dúvida nenhuma, dificulta a atuação do árbitro durante uma partida, tendo em vista os fatos mencionados anteriormente.

A atenção é um aspecto importante do comportamento do árbitro. Quando o árbitro não corre no campo como se espera que faça, os jogadores ficam obviamente aborrecidos. Se o árbitro frequentemente perder situações importantes, os jogadores eventualmente perderão a confiança no árbitro e começarão a agir agressivamente e ameaçadoramente.

Friman et al. (2004) afirmam que há esperança de que um treinamento mais extensivo de jogadores e técnicos sobre as regras e os regulamentos do jogo reduziriam as experiências negativas causadas por ameaças e agressões. Além disso, os resultados realçam a importância de se espaçar as partidas. Muitos jogos por semana parecem afetar a atenção dos árbitros.

Todos estes resultados apóiam a evidência de que atitudes tendenciosas podem estar presentes no processo de tomada de decisão dos árbitros. Este fato também é confirmado por outros estudos que incluíram variáveis como a cor dos uniformes, a reputação dos times ou as decisões anteriores dos árbitros. Assim, Frank e Gilovich (1988) indicaram que os árbitros de futebol e hóquei no gelo percebiam os jogadores com uniformes pretos como sendo mais agressivos. Por conseguinte, eles também tenderam a penalizar mais esses jogadores, talvez porque a cor preta seja associada com agressividade. Jones et al. (2002) estudaram o impacto da reputação agressiva de um time nas decisões tomadas por árbitros de futebol. Cinquenta incidentes, divididos entre cinco categorias – faltas manifestas cometidas pelo time; faltas ambíguas cometidas pelo time; faltas manifestas cometidas contra o time; faltas ambíguas cometidas contra o time. e nenhuma falta cometida –, foram mostrados a 38 árbitros, primeiro com informação explícita sobre reputação agressiva do time, depois sem qualquer informação a respeito da reputação do time. O último grupo apenas teve que julgar cada incidente em seu próprio mérito. Os resultados revelaram que a informação sobre a reputação agressiva do time afetou o número de cartões amarelos e vermelhos (a severidade da sanção), mas não o número total de decisões marcadas. O time com reputação agressiva foi penalizado mais severamente do que o outro time. Finalmente, Plessner e Betsch (2001) informaram que as decisões também podem ser influenciadas por decisões anteriores; era menos provável que os árbitros marcassem uma penalidade para um time se eles tivessem marcado uma penalidade para o mesmo time antes, e era mais provável que marcassem uma penalidade para um time se eles tivessem marcado para o outro time antes. Ou seja, uma vez que o árbitro concedeu um pênalti a uma equipe, ele supostamente muda seu critério de conceder pênalti ao mesmo time para um nível mais alto em situações subsequentes.

Na ótica de Buther (2000), o estado emocional influencia o comportamento de técnicos, atletas, torcedores, árbitro e assistentes durante o desenvolvimento de um jogo. Ninguém tem a noção exata da natureza, extensão e profundidade dos impactos dos fenômenos sociológicos e psicológicos sobre o comportamento dos indivíduos dentro dos estádios de futebol.

Os árbitros mais jovens estão mais expostos e são mais vulneráveis à ameaça e à agressão. Uma possível explicação para esta situação pode ser que os árbitros mais jovens tenham frequentemente menos experiência em arbitragem de partidas de futebol (Folkesson et al., 2002).

Poderia se especular que um tipo diferente de experiência seja relevante, alguma maneira de “experiência de vida” que permite que o árbitro mais velho apresente maior eficácia para desarmar as tendências à ameaça e à agressão em uma fase inicial. Outra explicação pode ser que os jogadores de futebol, os técnicos e o público podem perceber um árbitro mais velho como sendo mais merecedor de respeito que um árbitro mais jovem, i.e., sugerindo a existência de algum mecanismo “patriarcal” (Folkesson et al., 2002).

Por outro lado, o fator idade não parece influenciar a motivação e o desempenho dos árbitros. Ambos os árbitros com orientação pessimista e orientação otimista se sentiram expostos à ameaça e à agressão a um grau equivalente, mas os árbitros pessimistas sofreram mais com os efeitos. Os árbitros com orientação pessimista tiveram maiores problemas de motivação – e o seu desempenho tendeu a se deteriorar quando comparado com árbitro com orientação otimista. Além disso, os árbitros pessimistas tiveram maiores problemas para lidar com o comportamento agressivo dos espectadores. Parece ser o caso de que uma perspectiva de vida otimista pode afetar em grande parte a forma como a pessoa lida com as tensões e as exigências dos jogos esportivos fisicamente e psicologicamente (Folkesson et al., 2002).

Na Suíça existem duas comunidades, divididas em língua francesa e língua alemã (Messner e Schmid (2007). Estes autores desenvolveram um estudo com o intuito de verificar se uma equipe possui alguma vantagem quando se trata da mesma cultura do árbitro. Foram analisados 1.033 jogos do campeonato da primeira divisão de futebol suíço (masculino). Verificou-se que uma equipe tem vantagem quando se trata da mesma cultura do árbitro. O benefício foi evidente no número de vitórias, a quantidade de pontos ganhos, o número de cartões amarelos e o número de expulsões.

Outra característica especial do árbitro é o poder discricionário entre diferentes punições. No uso da advertência verbal ou do cartão amarelo ou do cartão vermelho é necessário o critério do árbitro. Contudo, espera-se que a equipe defensiva seja com mais frequência punida. Uma equipe visitante tem jogo defensivo mais do que uma equipe da casa. Por isso, espera-se que uma equipe visitante seja penalizada com mais frequência do que a equipe da casa (Courneya & Carron, 1992; Pollard, 2006). E, portanto, recebe a equipe da casa menor número de cartões amarelos e menos expulsões do que a equipe visitante (Sutter & Kocher, 2004).

A vantagem de uma equipe numa partida pela proximidadade cultural não é bem clara. Neste ponto a pesquisa difere de um estudo no futebol australiano. Mohr e Larsen (1998) encontraram maior número de jogos do campeonato australiano nos quais os tiros livres diretos eram favoraveis às equipes de regiões tradicionais do futebol australiano do que em comparação com as equipes das regiões em que o esporte foi introduzido mais tarde. Eles explicam este efeito pela condição social do árbitro, pois os árbitros provêm, na maioria das vezes, de áreas tradicionais.

Outros fatores podem influenciar na atenção concentrada, conforme análises resultantes dos estudos de Maughan e Leiper (2006), os quais relatam que houve interferência na performance em testes de função cognitiva quando o nível de desidratação alcançou 2% do peso corporal inicial. A desidratação dos árbitros durante a partida foi estudada no Brasil. No primeiro estudo constatou-se que a perda total de água corporal pelo árbitro durante a partida era equivalente a 2,05% do seu peso corporal (Da Silva e Fernández, 2003). Já, em outro estudo, foi constatado que a perda hídrica estimada do árbitro foi de 2,16% do peso corporal (Roman et al., 2004). Entretanto, estes dois estudos foram desenvolvidos na região sul do Brasil, mais especificamente no Paraná. Na literatura consta que a perda hídrica média do árbitro de futebol atuando no Estado de São Paulo é, de 3,20% do peso corporal (Da Silva et al., 2010).

As regras do jogo constituem a base de cada esporte. Os jogadores poderiam conhecê-las e os árbitros deveriam apenas supervisioná-las durante o jogo, pronunciar julgamentos com o intuito de apenas sancionar as ações permissivas. Contudo, uma vez que o árbitro sofre influência intra e extracampo, o que inclui jogadores, treinadores e torcida, ele deve apresentar um nível de tolerância para a condução de uma partida. A tarefa dos árbitros é de difícil execução, pelo fato de que cada decisão tomada não pode ser explicitada por escrito. Os árbitros devem controlar a partida, a qual inclui interações sociais e psicológicas (fatores como dinâmica de grupo e liderança) (Praschinger et al., 2011). Possivelmente, porque um jogo de futebol requer administração do jogo ao invés de uma simples aplicação das regras pelo árbitro.

Apesar da regra 5 estabelecer que o árbitro fará cumprir a regra do jogo durante uma partida de futebol, Mascarenhas et al. (2002) discutem que os árbitros aplicam certo tipo de administração do jogo. Isto significa que os árbitros em geral estão dispostos a aplicar as regras de jogo, mas durante uma partida eles têm de ser sensíveis para com a fluência do jogo. Isto os leva a situações nas quais não aplicam as regras de acordo com o propósito que estas indicam. Segundo Praschinger et al. (2011), os árbitros se consideram como os administradores do jogo, ao invés de se considerarem como administradores das regras do jogo.

Como foi possível observar nesta revisão, são inúmeros os fatores que podem interferir no momento da formulação da decisão de um árbitro de futebol no instante que ele tem que interferir na partida. Estas informações são importantíssimas para os profissionais que trabalham com psicologia do esporte, pois há necessidade de se desenvolver metodologias de trabalho para minimizar a influência destes fatores, para que as decisões dos árbitros sejam cada vez mais imparciais e, desta forma, se reduzindo a responsabilidade do árbitro no resultado da partida.

Durante este estudo, não foram abordados tema com corrupção, suborno, que envolve constantemente dirigentes de clubes e federações, membros de Comissão de Arbitragem, e árbitros de futebol. Estes temas são encontrados freqüência em jornais, revistas e telejornais. Como inúmeras vezes denunciado, a decisão de um árbitro de futebol pode também sofrer influencia de suborno, recomendações, e interesse de subir na carreira, já que os critérios para que um árbitro de futebol saia do nível regional para o nível internacional são obscuros, sendo constantemente denunciado que para este avanço na carreira alguns árbitros, conduzem uma partida de futebol de acordo com interesses pessoais ou de terceiros. Para uma melhor compreensão sobre o tema corrupção, suborno no meio futebolístico, recomendasse a leitura dos artigos intitulados “Árbitro de futebol e legislação esportiva aplicável” e “Ética no futebol: será possível?”.

*Professor do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, Paraná
**Prof. Universidade Federal de São Paulo, Programa de Pós-Graduação, Centro de Estudos em Medicina da Atividade Física e do Esporte – CEMAFE

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