Debatendo com amigos, consegui formar uma opinião sobre os árbitros adicionais. A boa experiência, testada a algum tempo na Europa e também no Brasil, deveria sempre se utilizar de árbitros mais experientes e calejados do que o árbitro principal.
Explico: percebam que nos jogos em que há mais participação dos árbitros assistentes adicionais (AAA), estes são geralmente do mesmo nível ou mais rodados que o árbitro central? E se fizermos uma discussão sobre o tema, levantamos as seguintes reais hipóteses:
– um árbitro adicional jovem, em um lance duvidoso, se sentiria mais intimidado a dirimir uma dúvida de um árbitro experiente. E, por lógica, dificilmente um árbitro experiente, em dúvida, acataria uma opinião duvidosa de um novato.
– em dúvida, o árbitro central experiente, entre a sua própria opinião e a do novato, ficará com a dele mesmo.
– um AAA experiente poderia ser mais contundente, incisivo e preciso na hora de informar a um árbitro central do que um novato, e justamente a contundência adquirida pelos anos de carreira faz com que a decisão seja mais precisa e melhor tomada.
– imaginaram o lance em que um AAA jovem informe o árbitro experiente e ele não tome a decisão baseada na informação? O time que se sentir prejudicado irá infernizar a atuação daquele AAA pelo resto da partida.
– uma decisão do árbitro central tomada por ajuda do AAA experiente, claramente será acatada com maior aceite.
– imaginaram a segurança de um árbitro novato em seu primeiro clássico, tendo como AAA os veteranos Seneme e Paulo César de Oliveira? Para uns, exagero na escala. Para o árbitro, respaldo para o seu debute. Para o jogo, segurança garantida.
Vou além. Penso na autorização da FIFA para árbitros que deixem o quadro por idade-limite de 45 anos, possam trabalhar por mais tempo na função de AAA. Já imaginaram um clássico nacional de grande apelo (Fla-Flu, por exemplo), com os AAA como Cléber Abade e Carlos Eugênio Simon?
Utopia para você? Talvez para mim também. Mas é inegável que esses árbitros, com experiência maior do que os demais, salvariam o árbitro central e o jogo de muitas situações de erro. A propósito, quando o árbitro tem maior experiência, já viveu de tudo no campo e sabe dos atalhos para não precisar correr tanto, tem que parar de apitar por culpa da idade… Não é curioso?
Quem sabe o tema não seja interessante para ser discutido pelas instituições que cuidam dos árbitros? Já que o uso dos AAA é em caráter experimental, as Federações, Sindicatos e Associações poderiam solicitar a permissão do uso de árbitros com até 50 anos de idade para essa função.
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