Eu sei que existe, mas não gosto de misturar política e futebol. O esporte deve ser sempre um espaço democrático.
No Corinthians, no Palmeiras ou no São Paulo, há gente de Direita, de Esquerda, de Centro… há negros, brancos, amarelos… heterossexuais ou LGBT’s… católicos, evangélicos, judeus, muçulmanos, umbandistas ou ateus.
Está causando muita polêmica a coluna do Juca Kfouri, cujo título sugere felicidade por “times simpáticos ao bolsonarismo” terem sido rebaixados. Em especial, um termo chamado “ogronegócio”.
Eu respeito demais o Juca e sua história de luta pela moralidade no esporte. Mas entendendo uma infelicidade a rotulação (e, até certo ponto, torcida pelo insucesso) de clubes de futebol com ideologias políticas.
Eu tenho “asco” das classificações popularizadas extremistas (D ou E, Bolsonaro ou Lula, e por aí vai). Sou apartidário, mas como cidadão, não devo (e não sou) despolitizado. Insisto que busco (e não encontro) um candidato honesto, competente e que transmita credibilidade.
Assim como se ligou clubes ao bolsonarismo, houve alguma coluna sobre isso ao lulismo, no auge do Petrolão e Mensalão? Não, e não deveria mesmo para o Jair ou para o Luiz Inácio – justamente por se correr o risco de injustiças com os torcedores generalizados.
Se eu pudesse (quem sou eu) dar um conselho ao Juca Kfouri, humildemente lhe diria: “Amigo, te admiro, mas não deixe uma paixão política interferir no seu trabalho esportivo.”
Não estou dizendo que ele não pode falar de Política. É óbvio que pode e vivemos na democracia! Mas enviesar, aí é complicado… E outra coisa: acho que a repercussão (as críticas e xingamentos) estão na mesma desmedida proporção (até porque “despertou-se” o ódio de muitos…).
Para quem não viu, extraído de: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/juca-kfouri/2024/12/08/a-satisfacao-pelas-quedas-de-clubes-identificados-com-o-bolsonarismo.htm
A SATISFAÇÃO PELAS QUEDAS DE CLUBES IDENTIFICADOS COM O BOLSONARISMO
Há uma festa nas redes pelo fato de os quatro rebaixados no Brasileirão serem identificados como de times cujas torcidas são identificadas com maioria bolsonarista.
De fato, atleticanos paranaenses e goianos, cuiabanos do ogronegócio e catarinenses de Criciúma têm-se caracterizado pelo obscurantismo.
Mas seria tão diferente se os clubes rebaixados fossem gaúchos, paulistas, mineiros ou cariocas?
Desde suas diretorias até seus adeptos?
Realística e, infelizmente, não.
Melhor seria saudar os cinco clubes do Nordeste que disputarão a Série A, dois baianos, dois cearenses e um pernambucano.
