Mesmo sendo feriado escolar, papai fazendo homeschool com a filhota.
Trabalhando o calendário, recitando o alfabeto e digitando palavras no computador de brinquedo!
Aprender e ensinar são coisas boas demais…
#EstudarÉpreciso
Mesmo sendo feriado escolar, papai fazendo homeschool com a filhota.
Trabalhando o calendário, recitando o alfabeto e digitando palavras no computador de brinquedo!
Aprender e ensinar são coisas boas demais…
#EstudarÉpreciso
Tem como não se sentir pimpão por ensinar as letrinhas do Alfabeto para a filhotinha?
Mais do que isso: vê-la aprendendo!
Ô coisa boa da vida…
#educação #ensino #escola #homeschooling #dever
A alegria da minha filha em fazer dever de maneira interativa com a escola: ver o sorriso na atividade do jogo da memória é algo prazeroso!
Gostaria de registrar: a professora fica on-line, conversando via celular, e a escola é Municipal (Maria das Graças Palombello, Bragança Paulista / SP). No mesmo horário de aula, ela fica 100% a disposição, enviando os conteúdos e nós os realizando.
É só dar condições aos professores, que eles mostram sua competência e superação! Aliás: palmas para a Prô Carol!
Em tempo: obviamente, há o sacrifício da disponibilidade e paciência dos pais (não é fácil arranjar esse tempo conciliando com o trabalho), além da estrutura tecnológica (internet de bom sinal, ambiente adequado e outras coisas).
Apesar de tudo isso… precisamos que as coisas voltem ao normal logo, não? Afinal, nada disso substitui o relacionamento presencial e a interação com os amiguinhos da mesma idade.
Ser professor é fácil. Ser um bom professor, não.
Nestes tempos de pandemia, os docentes precisam se virar. Tornaram-se “apresentadores-didáticos” gravando aulas por EAD (Ensino a Distância), mostraram toda a sua paciência no Ensino Remoto (Aulas por Vídeo ao Vivo, cobrando interação dos alunos) ou sofrendo para ter jogo de cintura no Ensino Híbrido (dando atenção aos poucos presenciais e simultaneamente às câmeras).
Complicado. Mas vejo pelos professores das minhas crianças: dispostos, carinhosos e vocacionados, mesmo nas dificuldades.
Sempre foi difícil ser mestre em nosso país, mas nestes períodos incomuns, mais ainda!
Uma questão que não deveria ser discutida, mas enfim…
O que vale mais na busca por emprego: a habilidade ou o diploma?
Em: https://www.youtube.com/watch?v=gxS1zXKU71k
Um número bom, mas que pode ser alarmante também: as instituições de ensino estão recebendo alunos mais velhos, que quando jovens não tiveram oportunidade para estudar. Por outro lado, fica a questão: os jovens de hoje estão priorizando o Estudo (ou só o farão quando mais idosos)?
Abaixo, extraído de: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/faculdades-do-pais-recebem-cada-vez-mais-alunos-acima-dos-50-anos.shtml
FACULDADES DO PAÍS RECEBEM CADA VEZ MAIS ALUNOS ACIMA DOS 50 ANOS
Em 2017, 73 mil estudantes nessa faixa etária entraram no primeiro ano do ensino superior
Por Elaine Granconato
Universidade não é lugar só para jovens, mas também para a turma dos cinquentões para cima. Em 2017, 73.048 alunos com 50 anos ou mais ingressaram no primeiro ano do ensino superior no país, dos quais, 62% optaram pelo ensino a distância, modalidade que tem despertado interesse dos estudantes nos últimos anos.
O levantamento é do Quero Bolsa, plataforma na internet para inclusão de estudantes no ensino superior. A empresa se baseou no Censo de Educação Superior 2017, realizado anualmente pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão ligado ao Ministério da Educação, e divulgado recentemente.
De 2010 a 2017, o número de alunos com 50 anos ou mais que entraram em faculdades cresceu 73,6%. Se observadas as modalidades de ensino, o a distância registrou alta de 162% entre este público no período, contra 9,82% do presencial.
Desde 2014, ano em que o governo federal reduziu a oferta de vagas no Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante), tem caído o número de alunos nessa faixa etária em cursos presenciais. Dos 73.048 universitários acima de 50 anos inscritos no primeiro ano no ano passado, 37,5% representaram essa modalidade.
MAIS FLEXÍVEL
Para Marcelo Lima, diretor de relações institucionais do Quero Bolsa, o ensino a distância, realizado pela internet, tem despertado o interesse do público acima de 50 anos por vários motivos, entre os quais, a flexibilidade do tempo e o preço mais baixo. “O aluno pode escolher o melhor horário para estudar em sua casa, além do que, em média, o valor cai 65% no valor da mensalidade”, afirma Lima.
Afrânio Mendes Catani, professor da Faculdade de Educação da USP, diz que, a rigor, não é favorável ao ensino a distância. “Se for como primeira graduação, então, acho condenável”, afirma. Mas, para os estudantes acima de 50 anos, pode ser uma opção aceitável. “Nos casos daqueles que já têm outras graduações ou mesmo visam uma aposentadoria com valor mensal melhor. Até por satisfação pessoal.”
O MEC afirmou que apoia a educação a distância e diz que a ideia é democratizá-la. Disse que ela é inclusiva e propicia a inserção de tecnologia e novas ferramentas de aprendizagem.
SONHO DE JUVENTUDE
O fim de ano será para lá de especial para Jucineide Farias da Cruz, 54 anos, moradora no Jardim Helena (zona leste). Após décadas de luta, realizará finalmente o sonho da conquista do diploma em pedagogia.
Nascida em Tucano, distante 252 km de Salvador (BA), a ex-funcionária do Mappin, entre outros empregos, concluirá a graduação presencial na Universidade Cruzeiro do Sul em São Miguel Paulista (zona leste).
Seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) será sobre dificuldades de aprendizagem. Mãe de quatro filhos, entre 18 e 26 anos, ela conciliou trabalho e estudo, incluindo um estágio obrigatório em escola municipal, ao longo dos últimos três anos.
“Sempre tive uma vida difícil financeiramente, com pais de origem humilde”, diz Jucineide, ao contar que, aos 19 anos, se viu obrigada a trancar o curso de economia, ainda no segundo semestre.
Mais velha da turma de pedagogia, Jucineide já tem planos futuros. “Quero dar aulas para crianças de educação infantil”, afirma a futura pedagoga, que acaba de ter a notícia que será avó em junho de 2019.
DIREITO A DISTÂNCIA
Ao longo da vida foram 19 profissões, entre marceneiro, torneiro mecânico, soldador e pintor, mas, futuramente, o hoje aposentado Vanderlei Sasso, 72 anos, morador na Vila Esperança, na Penha (zona leste), terá uma mais que especial: advogado.
Para isso, basta concluir o curso de direito na Unip, onde está matriculado no ensino a distância. Ele faz o quinto semestre, ou o terceiro ano de graduação.
O gosto pela área de direito entrou em sua vida quando teve de provar – e provou – a união estável, ao longo de 26 anos, de sua mãe, América Leandro Sasso, com seu padrasto. Foram idas e vindas na Defensoria Pública, segundo Sasso, pai de quatro filhos e avô de sete netos.
Já a opção pelo ensino a distância foi por conta da mãe, hoje com 91 anos. “De casa, consigo cuidar dela e estudar com as aulas que recebo e vejo pelo computador”, diz o mais experiente da turma, que, pelo menos uma vez por semana vai até o campus da faculdade.
Ser professor em nosso país é uma árdua missão. E sabe quais os desincentivos?
Abaixo, extraído de: https://g1.globo.com/google/amp/educacao/noticia/2018/11/08/brasil-cai-para-ultimo-lugar-no-ranking-de-status-do-professor.ghtml
BRASIL CAI PARA ÚLTIMO LUGAR NO RANKING DE STATUS DO PROFESSOR
Menos de 1 em cada dez brasileiros acha que professor é respeitado em sala de aula
Por Fabrício Vitorino
Muito trabalho, salários menores do que se imagina, falta de respeito dos alunos e um dos piores sistemas educacionais do mundo. É assim que o brasileiro vê a profissão de professor, o que fez o Brasil cair para a última posição do ranking de prestígio de docentes. A pesquisa, realizada em 35 países, foi divulgada na noite desta quarta-feira (7) pela Varkey Foundation, entidade dedicada à melhoria da educação mundial.
O resultado do Brasil se torna ainda mais alarmante se comparado ao do cenário global, que registrou uma melhora na percepção do status dos professores. Vale lembrar que, na última edição da pesquisa, em 2013, o país ocupava a penúltima posição dentre os 21 pesquisados. A avaliação de 2018, por sua vez, foi realizada em 35 países – acompanhando as avaliações do PISA –, e foram entrevistadas mil pessoas entre 16 e 64 anos.
E se no ranking de prestígio geral o resultado não é bom para o Brasil, nos recortes específicos os dados também são muito desanimadores. Menos de 1 em cada 10 brasileiros (9%) acha que os alunos respeitam seus professores em sala de aula – também o último lugar do ranking. Para efeito de comparação, a China é país com a melhor avaliação: lá, 81% das pessoas acreditam que os docentes são respeitados pelos alunos.
Para Sunny Varkey, fundador da Varkey Foundation, o índice fornece provas de que o status dos professores na sociedade, seu prestígio e a forma como são enxergados, tem influência decisiva no desempenho dos alunos na escola.
Vale lembrar que a Varkey promove anualmente o Global Teacher Prize, o “Nobel da Educação”, que premia os melhores educadores do ano. A última edição, realizada em março, em Dubai, Emirados Árabes, foi vencida pela britânica Andria Zafirakou, e teve o professor brasileiro Diego Mahfouz Faria Lima entre os dez finalistas.
A pesquisa também mostra que há pouca compreensão do trabalho e da remuneração dos professores. Enquanto os entrevistados acreditam que os docentes trabalham, em média, 39,2 horas por semana, os profissionais relatam 47,7 horas dedicadas semanalmente ao ofício de ensinar – quase 20% a mais. Por outro lado, as pessoas estimam que os professores têm salário médio inicial de US$ 15 mil, enquanto, na verdade, a remuneração é de US$ 13 mil, em média. Há ainda a percepção de que os salários não sejam justos: os brasileiros defendem que um docente em início de carreira deva ganhar o equivalente a US$ 20 mil por ano – um aumento de US$ 7 mil.
O levantamento mostra ainda que 88% dos brasileiros consideram a profissão de professor como sendo de “baixo status” – o segundo pior lugar do ranking mundial, perdendo apenas para Israel, onde 90% dos cidadãos pensam da mesma forma. Talvez por isso, apenas 1 em cada cinco brasileiros incentivariam o filho a ser professor, a sétima pior posição global. Em comparação, na Índia, 54% dos pais dizem que encorajariam o filho a ensinar.
Diante do cenário caótico, é natural que os brasileiros classifiquem seu sistema de ensino como ruim – melhor apenas que o egípcio: enquanto o Brasil leva nota 4,2, o país africano é avaliado em 3,8 por seus cidadãos. Nossa vizinha Argentina ganhou nota 5,4 e a Finlândia, líder do ranking, foi avaliada com 8 na escala que vai de zero a dez.
Mas, afinal, o que faz com que os brasileiros tenham essa percepção negativa sobre a educação no país e seus professores? Para Pilar Lacerda, diretora da Fundação SM e ex-secretária de educação básica do Ministério da Educação, a falta de respeito para com os docentes é um sintoma de vários problemas. O primeiro deles é que o modelo da escola é obsoleto.
“Temos um modelo educacional marcado pelo modelo das escolas no início do século 20, com um desenho completamente diferente. As crianças recebiam as informações na escola, e, hoje, recebem milhares de informações fora da escola. Se você tem uma educação que não prioriza a interpretação, a reflexão, não é à toa que tenha uma campanha presidencial feita com Fake News. As crianças recebem essa montanha de informações, do YouTube, WhatsApp… E quando chegam na escola, ela ainda é analógica. Os professores escrevem no quadro e as crianças copiam. É um livro em texto, ainda monodimensional, sendo que as crianças enxergam tudo de forma multidimensional. O professor foi formado para trabalhar dessa maneira tradicional, arcaica, obsoleta. Muitas vezes ele sente que tem que mudar, mas não tem a formação para mudar”, explica Pilar.
A educadora lembra ainda a desigualdade econômica e a violência urbana como fatores que prejudicam o ensino e afetam o professor, tanto no desenvolvimento da sua profissão quanto no cotidiano do trabalho. A educação em áreas vulneráveis será tema de seu painel selecionado para o South by Southwest EDU, festival realizado em março nos EUA que discute novas iniciativas educacionais.
“Muitas vezes o professor para o projeto no meio por conta de alunos assassinados, abandono de bairro por brigas de facções. É um cenário com uma indecente desigualdade socioeconômica. Os professores encontram situações de alunos de 8 a 10 anos em situação de extrema miséria. E quando a gente pensa na educação para todos, temos que pensar em educação para crianças cujos pais e avós não estudaram, que não têm acesso à literatura, cinema, teatro”, lembra.
Um outro fator a ser considerado é a mudança radical que a profissão de professor sofre a partir dos anos 1980 e 1990, após a Constituição de 1988 e a inclusão digital. “Quando você pergunta a essas crianças o que elas querem fazer quando crescerem, grande parte cita profissões que não existiam cinco anos atrás: youtuber, influenciadora digital… Mesmo professores na faixa dos 40 anos sequer sabem como se ganha dinheiro sendo youtuber, influenciadora digital. Isso não faz parte do desenho mental. Temos que ressignificar isso com os alunos, trabalhar com projeto de vida, qual o sonho profissional, aprofundar o diálogo”.
Para Mozart Neves Ramos, diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, a crise na percepção do status dos professores – e consequentes falta de respeito e má remuneração – passa diretamente pela falta de atratividade do magistério no Brasil.
Ainda para Mozart, é necessária uma atuação mais adequada das universidades na formação dos professores. Para ele, os cursos são extremamente teóricos e pouco práticos, o que contribui para que os profissionais estejam pouco conectados com a escola. “Se a universidade não melhorar sua formação, não vamos ter uma qualidade na base para atingirmos a meta do ensino superior. Enquanto o mundo está se preparando para a revolução 4.0, nossos professores estão lidando com problemas do século 19, do século 20. O professor tem que ser um tutor, indutor de qualidade, que promova o trabalho em equipe, ele tem que ser formado em educação integral, coisa que as universidades não fazem.”
Por fim, Mozart lembra dos inúmeros casos de violência contra professores registrados nos últimos anos. Para ele, o problema é maior que apenas o campo da educação. “Essa pesquisa retrata um grave problema do Brasil, não só da educação brasileira. Quando a gente vê essas inúmeras reportagens de violência dos alunos contra professores, isso passa por um ponto central: é dever do estado e da família prover essa educação. O que hoje observamos é que as famílias estão delegando às escolas o seu papel, que é educar seus filhos. E quando falta essa educação familiar, ela se manifesta no ambiente escolar. E quem é a vítima desse processo? O professor”.

O Brasil (números oficiais) possui 6,6% da sua população composta por analfabetos acima de 15 anos, ou, se preferir, 11 milhões de brasileiros. É muita gente! A taxa de analfabetismo salta para 13,9% da população no Nordeste.
Mas um número mais assustador ainda pode ser o de analfabetos funcionais. O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (INAF) mostrou que 30% da população não consegue interpretar textos simples! É quase 1/3 da população e que, sabemos, boa parte está na escola e não consegue melhorar seus conhecimentos.
Aí vem outra observação: o que se tem feito para acabar com esse problema? Nos diversos últimos governos (sabidamente, de ideologias diferentes entre si) não tivemos nenhuma medida drástica / prioritária. Seria, portanto, má gestão da Educação, falta de recursos para investimentos ou, na pior das hipóteses, manter o povo ignorante?
Triste o país que não se preocupa com o ensino.

Olhe que bacana: a “Escola Estadual de São Paulo”, localizada no Brás, na Capital, é de 1894. Ela é a mais antiga em atividade e exemplo de multidisciplinaridade e consolidação de culturas diversas.
Quem disse que não é possível ter Ensino Público de boa qualidade?
Veja que interessante, em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/educacao/noticia/2019/10/01/diario-de-escola-colegio-publico-mais-antigo-do-estado-atrai-alunos-de-todas-as-partes-de-sao-paulo.ghtml (matéria antes da pandemia).
Não é um estudo qualquer feito por entidade duvidosa: a Fundação Getúlio Vargas fez um árduo trabalho para mensurar o quanto caem de rendimento os alunos que usam o telefone celular durante as aulas. E o resultado tem muito impacto negativo…
Abaixo, extraído de: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/09/uso-de-celular-em-sala-de-aula-dobra-efeito-negativo-nas-notas-aponta-estudo.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=twfolha
USO DE CELULAR EM SALA DE AULA DOBRA EFEITO NEGATIVO NAS NOTAS, APONTA ESTUDO
Pesquisa da FGV mediu impacto da utilização em excesso dos aparelhos
O uso excessivo de telefones celulares tem prejudicado o desempenho acadêmico de estudantes universitários brasileiros sem que eles percebam, já que a maioria tende a subestimar o tempo que dedica, diariamente, a seus aparelhos.
Essas conclusões são de uma pesquisa feita com alunos da FGV (Fundação Getulio Vargas) de São Paulo e publicada recentemente pela “Computers & Education”, revista especializada britânica.
A piora na aprendizagem associada à utilização intensa de smartphones leva a uma queda significativa dos alunos em um ranking que a FGV elabora para classificá-los —considerando suas notas, mas também fatores como o grau de dificuldade das provas.
Cada cem minutos diários dedicados ao celular fazem com que um estudante recue 6,3 pontos na escala, que vai de 0 a 100. Segundo os pesquisadores Daniel Darghan Felisoni e Alexandra Strommer Godoi, isso pode ser suficiente para tirá-los da lista dos 5% melhores da turma, impedir que alcancem pontuação para cursar determinadas eletivas ou prejudicá-los em avaliação dos critérios para obtenção e manutenção de bolsa de estudos.
O uso de smartphones no horário das aulas é ainda mais nocivo: faz com que a queda de desempenho quase dobre. Ou seja, se os cem minutos forem concentrados no período em que os alunos deveriam prestar atenção nas aulas ou em rotinas da universidade, o recuo no ranking vai para cerca de 12 pontos.
O problema é agravado pelo fato de que o tempo dedicado aos aparelhos é alto e bem maior do que a maioria estima. Em média, os participantes do estudo passaram quase quatro horas por dia (230 minutos) mexendo em seus celulares, 48,5% a mais do que eles disseram imaginar.
Entre os 43 alunos acompanhados, o que ficou mais tempo no celular gastou 6,5 horas diárias no aparelho, e a menor marca foi de 38 minutos.
O resultado surpreendeu Daniel, que estudava o tema para seu trabalho de conclusão da graduação na FGV, e Alexandra, professora que o orientava. “Eu mesma testei o tempo que passava no celular na época e foi o dobro do que imaginava”, diz Alexandra.
Para Daniel, a surpresa maior veio com a mensuração do impacto do celular sobre a aprendizagem dos alunos. A hipótese dele era que, acostumados desde cedo com a tecnologia, os jovens tinham capacidade de realizar tarefas concomitantes sem prejudicar sua capacidade cognitiva.
“Percebia que o uso do celular nos deixava momentaneamente ausentes, mas que o conteúdo perdido poderia ser recuperado em seguida com a volta da atenção”, diz Daniel.
Não foi o que ele e Alexandra descobriram ao analisar os resultados do experimento, que monitorou 43 alunos de administração de empresas por 14 dias consecutivos, em abril de 2016. O grupo aceitou instalar nos seus celulares aplicativos que medem o tempo gasto trocando mensagens, navegando em redes sociais, fazendo pesquisas e ligações.
Um desafio em pesquisas assim é garantir que o efeito que se busca mensurar seja consequência da hipótese levantada e não de outros fatores. Nesse caso, era preciso eliminar o risco de que as diferenças de desempenho fossem causadas por habilidades e conhecimentos acumulados pelos alunos anteriormente.
O impacto dessas aptidões foi, então, descontado com base nos resultados do vestibular e em um questionário utilizado internacionalmente sobre seu autocontrole (capacidade de se organizar, concentrar, realizar tarefas etc). A partir daí, eles estimaram o desempenho esperado dos alunos e os compararam com os resultados que eles, de fato, alcançaram.
Concluíram que o uso do celular é capaz de alterar a rota esperada. Sua utilização por cem minutos diários é suficiente para fazer com que um aluno ou aluna que tenha se classificado em 5º lugar no vestibular atinja na faculdade o desempenho esperado daquele que ficou em 100º.
“Essa queda na pontuação pode ter consequências graves para o estudante, afetando até sua vida profissional, já que as vagas para cursar determinadas disciplinas preparatórias para o mercado de trabalho são preenchidas conforme a posição no ranking da faculdade”, diz Daniel.
“O ideal seria repetir o experimento, expandindo-o para um grupo mais diverso, mas, estaticamente, nossos resultados se mostraram significativos”, afirma Alexandra.
PROIBIÇÃO EM ESCOLAS FRANCESAS DEU NOVO IMPULSO AO DEBATE
O debate sobre celulares na educação tem ganhado fôlego. Em julho, o governo da França proibiu a utilização dos telefones em escolas. No Reino Unido, algumas escolas tomaram a mesma decisão.
No Brasil, não há uma regra única. Em 2017, o Governo do Estado de São Paulo liberou o uso dentro de sala de aula sob supervisão (leia abaixo).
“Acho importante que o tema seja discutido porque o que notamos é que o efeito da distração é inconsciente e significativo”, diz Alexandra.
Um trabalho recente feito por quatro pesquisadores de universidades norte-americanas e publicado por um periódico da Universidade de Chicago com 800 usuários de smartphones concluiu que a proximidade física do celular reduz tanto a memória quanto a fluidez de ideias, provocando uma espécie de drenagem de recursos do cérebro (“brain drain”, em inglês).
Segundo os pesquisadores, mesmo quando os participantes conseguiam evitar mexer ou pensar nos seus celulares, a simples presença dos aparelhos diminuía sua atenção.
Táticas como deixar o aparelho com a tela para baixo ou silenciar as notificações não foram suficientes. A única estratégia eficaz foi a separação física do celular.
“Não tenho dúvida de que o celular atrapalha os estudos. Tenho notado piora na minha concentração, perda de memória e me sinto mais cansado”. O relato é de Renan Baleeiro Costa, 20, estudante de direito da USP. “Existe o lado positivo. Em um instante, tenho acesso a textos acadêmicos, leis. Mas, quando uso o celular em excesso, me sinto menos produtivo”, completa.
Outro estudo de acadêmicos turcos, recém-publicado na revista “Computers in Human Behavior”, apontou efeitos negativos sobre o desempenho escolar. No artigo, os autores concluem que a tecnologia pode ser positiva para a aprendizagem, mas ressaltam que os alunos não parecem estar usando os recursos disponíveis de forma benéfica à aprendizagem e que devem ser melhor orientados.
Ser professor é ter vocação! O carinho desta cartinha da “tia Lívia” para minha Estelinha é algo incrível!
Vale a pena ler:

EDUCAÇÃO – A dificuldade em aprender quando não se tem conexão / internet!
A triste realidade que assombra boa parte das crianças brasileiras: como como concluir o ano letivo, se “ou o material não chega, ou o aluno não tem como entendê-lo“.
Em: https://youtu.be/Tixy23xed3M
Puxa, que matéria sensível, espetacular e pertinente da jornalista Nathália Sousa do Jornal de Jundiaí! Ela abordou todas as dificuldades envolvendo as crianças em idade escolar nos tempos de pandemia. E, infelizmente, os problemas da conectividade.
Talvez a sociedade não esteja tão atenta a esse problema, mas muitos alunos da Rede Pública, provavelmente, perderam o aprendizado em 2020…
Abaixo, extraído de: https://www.jj.com.br/jundiai/educacao-remota-nao-existe-para-criancas-sem-acesso-a-internet/
EDUCAÇÃO REMOTA NÃO EXISTE PARA CRIANÇAS SEM ACESSO À INTERNET
Por Nathália Sousa
Com as aulas suspensas em todo o Brasil, por conta da pandemia de coronavírus, teve início o ensino a distância, desde março, tanto na rede pública estadual quanto na municipal de Jundiaí. No entanto, há dificuldades no ensino a distância que afetam majoritariamente as famílias mais pobres. Vão desde o acesso à internet até o desconhecimento de muitos pais dos conteúdos abordados na escola, dificultando assim a ajuda aos filhos, principalmente os menores, neste momento. E, se o ensino a distância pode ser deficitário para algumas pessoas com plenas condições financeiras, a quem tem falta é impossível.
Patrícia de Góes Moraes mora no Jardim Vitória e conta que a rotina das aulas on-line não existe por lá. “As crianças ficam na rua da hora que acordam até a hora de dormir. Minha vizinha tem cinco crianças e não tem internet, eles ficam na rua brincando o dia todo, não dá para segurar em casa. Nenhuma vizinha minha tem internet.”
“Eu tenho internet, porque consegui colocar, mas minha filha entra no site que a escola mandou e só copia o que tem lá, não aprende nada. Eu não consigo ensinar. Se eles falam que não entendem, imagina a gente que não estudou mais”, diz ela sobre os estudos da filha Emanuela, de 12 anos, e a impossibilidade de oferecer uma tutoria, como era realizada na escola.
Patrícia também é mãe de Julia, de 15 anos, e Gabriel, de 4. Gabriel ainda não vai à escola porque não conseguiu vaga. Mas Julia e Emanuela, que estudavam, não têm mais a rotina de aulas. Emanuela, como dito, tem em seus estudos a cópia do conteúdo, sem absorção. Já Julia mora em Cabreúva com o marido e o filho, que teve recentemente. Neste ano ela não chegou a frequentar a escola por conta da gravidez.
Julia explica que a irmã pegou uma apostila na escola em abril e avisariam quando fosse preciso buscar outra, mas, de lá para cá, o aviso ainda não chegou. “Eu precisaria de reforço e ela precisaria também. Ela fala que não entende e não consegue tirar dúvida com a professora”, diz Julia sobre a irmã.
Além da falta de conhecimento para conduzirem sós as aulas on-line, os estudantes também têm o entrave da conexão. Este é o caso na casa de Marinalva Della Coleta, moradora do Vista Alegre e mãe de Kauany, de 15 anos, e Ketylen, de 7. “Não tem internet e não tem computador. Também não consegui ver na TV. Para a pequena eu busco a atividade na escola, de 15 em 15 dias. A mais velha, no começo eu levava na casa do meu tio, no São Camilo, para fazer as atividades, mas é ruim de ir e é muito gasto para pagar a passagem”, conta ela, que também depende dos ônibus para buscar as atividades na escola de Ketylen, no Bairro Corrupira.
Tanto Marinalva quanto o marido estão sem emprego e hoje dependem do auxílio emergencial. “É o que está me salvando e é o que uso para conseguir pagar passagem.”
Kauany não está estudando no momento e diz que será importante ter aulas mais intensivas no retorno presencial. “Eu não vou saber as coisas que os outros estão estudando agora. Elas pedem para acessar a internet para consultar as coisas. As professoras só atendem pela internet, tem que enviar as atividades por e-mail, mas não tem internet. Para mim é melhor estudar mais um ano ou fazer revisão e saber o conteúdo do que passar direto. Espero que esse período sem aula não me atrapalhe mais tarde”, diz ela.
“A mais velha que ajuda a menor. No meu tempo era diferente e tem coisa que a gente não sabe mais. Criança menor precisa pegar mais no pé”, conta Marinalva, acreditando que há necessidade de as filhas terem reforço escolar na volta às aulas. Marinalva também conta que é complicado ensinar algumas disciplinas à Ketylen sem estar on-line. “Inglês dá trabalho, é a mais complicada”, conta, por não conhecer o conteúdo. Uma resposta entre uma risada acusa a maior saudade que Ketylen sente da escola. “Estudar.”
Compartilhando da dificuldade de Marinalva, Katia Aparecida Dias Lopes, que mora no Parque dos Ingás, conta que é complicado ensinar os filhos em casa. “Eu tenho dificuldade porque estudei faz tempo. O inglês mesmo, eu não sei fazer. Não consigo acessar o dicionário de inglês, porque não tenho internet. Tento explicar, mas minha filha não entende as contas, como pode fazer três menos quatro”, diz Katia, que mora com o marido e seis filhos, mas apenas dois frequentam a escola, Kauanne, de 8 anos, e Samuel, de 7. Além deles, Katia também tem a Laurinha, de 2 anos, que precisa de atenção.
Na casa de Katia não há internet, ela usa a rede wi-fi de um vizinho, mas não é sempre que funciona. “Para quem não tem internet, eles mandam as atividades impressas, para quem tem, eles mandam no WhatsApp para a pessoa imprimir em casa.”
“Eu acho que melhoraria se tivesse acesso on-line, para falar com a professora. Ela está no terceiro ano e ele no primeiro, não consigo ensinar os dois juntos”, diz Katia sobre Kauanne e Samuel. Katia acredita que um reforço será muito importante para os filhos. “Eu espero que ofereçam um reforço, acho que vai ser muito importante para eles”, afirma.
OFERTA
Segundo a gestora da Unidade de Gestão de Educação (UGE) de Jundiaí, Vastí Ferrari Marques, há acompanhamento e entrega de tarefas para todos alunos da rede municipal. “No caso dos alunos que não têm acesso à internet ou que têm dúvidas, os professores ofertam suporte presencial. Atendimento individual, com hora marcada e com todas as medidas preventivas”, diz ela.
Sobre as compensações no retorno às aulas presenciais, Vastí diz que haverá reposição aos alunos que precisarem. “Serão repostas as possíveis perdas com uma reposição paralela em todo o ano de 2021, para os alunos que tiverem dificuldade de aprendizagem. Existe a possibilidade de, quando ocorrer o retorno das aulas, o ensino ser híbrido, ou seja, parte na escola e parte em casa. A UGE está trabalhando nesse processo”, conta Vastí sobre uma possível adoção do ensino on-line permanente na rede municipal.
Vastí reconhece que pode haver evasão, mas conta que há um empenho para que o saldo não seja negativo após a quarentena. “Pode ocorrer evasão. Contudo, é importante salientar que a UGE tem implementado o Programa de Busca Ativa, que tem como premissa a organização de uma rede de proteção à criança. As equipes escolares estão sempre atentas e quando ocorre a ausência do aluno sem aviso, as famílias são procuradas e, inclusive, é feita visita na residência.”
Na rede estadual, o subsecretário de articulação regional da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Henrique Pimentel, afirma que o acesso ao aplicativo do Centro de Mídias da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (CMSP) fica garantido por todos que têm um celular. “O aplicativo não é tarifado, basta ter o celular para conseguir acessar.” Ele conta ainda que os professores ficam disponíveis no aplicativo para sanar dúvidas referentes às aulas, mas somente no período da aula. Apenas os que lecionam em escolas de período integral têm dedicação exclusiva à turma.
“A recuperação é para todos os estudantes. Mesmo o estudante que acompanha o CMSP está um pouco defasado, mas obviamente alguns alunos precisarão mais que outros. Haverá uma avaliação e uma recuperação das aprendizagens perdidas. Começará em 2020 e vai até 2021”, conta Pimentel. Ele fala também sobre o projeto de 4º ano do ensino médio. “O 4º ano é opcional. Os alunos que estão na reta final do ensino médio e não se sentem preparados podem ter essa opção.” Pimentel conta também que há uma monitoria a fim de que não haja evasão escolar após a pandemia. “Hoje a gente sabe que os alunos que acompanham as aulas pelo aplicativo e pela televisão são 74% dos estudantes no estado de São Paulo. Para os estudantes que têm maior vulnerabilidade ou não tem notas no primeiro bimestre, a gente faz uma monitoria nas diretorias de ensino e nas escolas.” Pimentel explica que é difícil falar de evasão neste momento, pois é na volta às aulas presenciais que haverá uma avaliação da situação.
Para pais de crianças com deficiência, nesta pandemia, além da monitoria na educação escolar, ainda há uma série de outras atividades que devem ser realizadas em casa. E, se para muitas pessoas já é difícil manter a rotina de exercícios escolares, ensinar terapia ocupacional, fonoaudiologia, entre outros, representa um esforço extra.
Este é o caso de Adriana Andrade Benjamin, mãe do Eduardo, ou Dudu, de 4 anos, que tem Síndrome de Down. “O Eduardo tem sete terapias por semana, todos os dias, então os pais sempre acabam fazendo em casa, mas agora está mais puxado, porque algumas ele fazia lá e agora não tem. Eu recebo o material e passo os exercícios. Faço fotos dele e envio, então me mandam as devolutivas me orientando. São exercícios mais simples, porque na Bem-Te-Vi há aparelhos que não tenho em casa”, conta ela referindo-se ao Centro de Atendimento a Síndrome de Down Bem-Te-Vi.
“Temo pelo déficit. Amigos falaram que os filhos tiveram um retrocesso no tratamento. Por mais que eu tente, não é igual.” Mesmo assim, Adriana consegue observar algo positivo. “Ele sempre teve muitos compromissos e eu percebia ele cansadinho, mas agora ele está podendo ser criança ‘de verdade’, pode brincar mais e eu percebo ele com outra disposição.”
Psicopedagoga do Bem-Te-Vi, Márcia Parreira explica a importância da terapia para crianças com Síndrome de Down. “O processo de aprendizagem da criança com Down é mais lento. Ela não deixa de aprender, mas precisa de cuidados especiais. Eu gravo atividades práticas para as mães e coloco em grupos.” Além dos vídeos, Márcia prepara atividades individuais que os pais retiram no local.
A psicopedagoga conta que o período sem práticas presenciais pode estagnar o desenvolvimento de uma criança. “Acredito que em maior ou menor grau vão ter alguma perda. Certamente as intervenções terapêuticas estão fazendo falta para eles. Estamos nos preparando para o retorno”, diz ela.
Thainá Castillo Salin é mãe do Pedro, de 7 anos. Pedro tem uma síndrome rara, chamada GLH, e autismo e, para ela, o momento é de desafio. “Certamente para todos os casos este momento é um desafio. Para nós, que temos a ajuda desses profissionais, assumo isso sozinha agora. A gente não consegue oferecer tudo, eles precisam de uma rede de apoio”, conta ela sobre a falta dos terapeutas presencialmente para o tratamento de crianças como Pedro.
“Meu filho vem de uma pedagogia diferente, que precisa de presença. A gente precisa buscar recursos em um espaço de tempo curto, mas acaba sendo um aprendizado, mas mostra o quanto a sociedade precisa de adaptações. Eu falo isso porque sei que toca numa ferida para muitos pais que estão nessa situação.” Ainda assim, Thainá conta que o contato maior com o filho foi algo recompensador, pois ela pôde descobrir que Pedro tem habilidades, as quais ela não conhecia.
Com dificuldade na aprendizagem e na fala, Ana Clara, de 9 anos, está fazendo atividades em casa com a mãe, Daiane da Silva, que avalia o momento difícil para o desenvolvimento da filha. “Estão passando atividades mais simples, mas a gente não tem a prática que a professora tem. É um ano sem evolução. Ela já tem dificuldade na escola, e é totalmente diferente.
Coordenadora Educação da Apae de Jundiaí, Tatiana Massaroni Cruz conta que as famílias são muito importantes neste momento. “Estamos vivenciando o fortalecimento dessa parceria.” Ela diz que, embora haja resultados positivos neste momento de terapia domiciliar, a evolução das crianças vai ficar comprometida.
O número de analfabetos do Brasil nunca será real, crendo que aquele que “sabe assinar o seu nome” não deve ser contabilizado (como é agora).
Mas um problema tão grande quanto esse é: o de Analfabetos Funcionais! Como é difícil para alguns a interpretação de textos…
Sobre isso, abordamos em: https://youtu.be/SU5cX72Ho14
Como é difícil escolher um nome que não seja polêmico para a pasta da Educação no Governo Bolsonaro, não?
Há diversos professores sendo ventilados para o cargo, e me assusto quando vejo matérias mostrando outras características dos candidatos que não sejam suas realizações, dispensando o curriculum dos mesmos e destacando outras coisas. Por exemplo: o jornal Globo lembrou que Anderson Ribeiro Correia, do respeitadíssimo ITA, é sugestão da bancada evangélica. Outrora o Estadão lembrou que o presidente da Capes (cotado na saída de Weintraub) Benedito Guimarães Aguiar Neto, que trabalhou no Mackenzie, era presbiteriano e defensor do Design Inteligente. O UOL aponta, hoje, que Gilberto Gonçalves Garcia (outro grande acadêmico) é frei franciscano e foi reitor da Universidade São Francisco. Já a Revista Veja aponta o educador Carlos Nadalim (que tem uma vasta obra) como alguém que levou um padre para consagrar o MEC à Nossa Senhora de Fátima.
Não está faltando discussão sobre o projeto educacional do país, ao invés da preocupação com a religião do novo Ministro da Educação? Há nomes competentes, outros não. A crença (ou descrença, caso seja ateu) é uma particularidade da pessoa que deve ser respeitada.
Abaixo, os candidatos citados pelo “Gazeta do Povo” com suas realizações (enfim, sem se preocupar com a fé dos mesmos).
BOLSONARO ANALISA CURRÍCULOS PARA ESCOLHER O NOVO MINISTRO DA EDUCAÇÃO
1- Anderson Ribeiro Correia
Correia é reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e já foi presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Ele também ocupou os cargos de superintendente de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e de presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo.
É graduado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestre em Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Ele também fez doutorado em Engenharia de Transportes na University of Calgary, no Canadá.
2 – Gilberto Gonçalves Garcia
Garcia atualmente é reitor da Universidade São Francisco (USF) e professor adjunto do Programa Stricto Sensu em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Ele é doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ (2007). Na mesma instituição, fez mestrado e graduação. De acordo com o currículo Lattes, também foi reitor da FAE Centro Universitário (1998-2007), da Universidade São Francisco (2002-2009) e da Universidade Católica de Brasília (2014-2018).
Ele também exerceu as funções de presidente da Associação Brasileira de Universidades Comunitárias ABRUC (2007-2009), presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras CRUB (2008-2009), e conselheiro da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (2010 a 2018). Ocupou a presidência da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), de 2012 a 2014, e foi presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), de 2014 a 2016.
3 – Ilona Becskeházy
Consultora em educação, Ilona Becskeházy atualmente é secretária de Educação Básica do MEC. Ela é mestre e doutora em política educacional, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), respectivamente, e já trabalhou na Fundação Lemann.
No início do governo de Jair Bolsonaro, ela chegou a ser cotada para o cargo de chefia da pasta. No ano passado, participou do grupo de especialistas da 1ª Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Conabe), do MEC, por sua experiência e estudos sobre o modelo de ensino de Sobral (CE).
4 – Sergio Sant’ana
Sergio Henrique Cabral Sant’ana é advogado e foi assessor especial do ex-titular da pasta, Abraham Weintraub, no MEC. Ele teria sido indicado por Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.
5 – Marcus Vinícius Carvalho Rodrigues
Rodrigues é ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Ele presidiu o instituto entre 22 de janeiro e 26 de março de 2019.
É doutor em Engenharia da Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), especialista (MBA) em Formação de Executivos pela Universidade dos Correios, e bacharel em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Segundo informações de seu currículo, ele também atuou como executivo, consultor organizacional, palestrante e professor em cursos de MBA, mestrado e doutorado. Além disso, escreveu 11 livros sobre gestão e análise organizacional, qualidade e produtividade.
6 – Stravos Xanthopoylos
Xanthopoylos é ex-diretor da área de cursos on-line da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e atualmente trabalha como consultor na área de educação a distância. Formado em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo e doutor em Administração de Empresas pela FGV-Eaesp, Xanthopoylos participou da equipe de transição do presidente Jair Bolsonaro, no fim de 2018.
Antes da escolha de Abraham Weintraub, ele chegou a ser cotado para o cargo. Na época, mencionou-se que poderia existir conflito de interesses entre a sua atuação no mercado de educação particular e a adoção de políticas públicas, o que ele negou.
Xanthopoylos também já se posicionou contra cotas, a favor do homeschooling e contra o ensino de “ideologia” nas escolas.
7 – Carlos Nadalim
O secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, é seguidor do filósofo Olavo de Carvalho, entusiasta do ensino domiciliar – hoomeschooling -, e esteve à frente da formulação da nova Política Nacional de Alfabetização (PNA). O secretário já recebeu, da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o prêmio Darcy Ribeiro.
Ele é formado em Direito e é mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Também tem especializações em História e Teorias da Arte e em Filosofia Moderna e Contemporânea. Já lecionou no ensino básico e no superior e foi coordenador-pedagógico em Londrina.
O projeto mais ambicioso de Nadalim no MEC é o “Programa de Alfabetização Escolar”, cujo objetivo é dar aos professores a formação necessária e adequada para que ensinem as crianças a ler e a escrever por meio de ações mais eficazes – o Brasil tem hoje 11,3 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever. A adesão dos municípios é voluntária. O programa, criado no ano passado e anunciado no fim de janeiro, é calcado em evidências científicas e recebeu a contribuição de pesquisadores em neurociência em outubro do ano passado, com a 1.ª Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Conabe), organizada pelo MEC.
8 – Renato Feder
Feder é secretário de Estado da Educação do Paraná. Tem carreira no setor privado e define-se como empreendedor e liberal. É administrador de empresas e mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP).
Ele tem experiência como docente na Educação de Jovens e Adultos, e passou pela direção de uma escola em São Paulo. Também assessorou a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Ele e Alexandre Ostrowiecki são sócios da empresa de tecnologia Multilaser, que atingiu faturamento acima de R$ 2 bilhões em 2017. Confira o perfil completo de Feder.
Crianças não esquecem seus professores por esse motivo: o carinho para com elas.
A tia Lívia (a professora da minha filha), na aula virtual, se vestiu de… Girassol!
Como não aplaudir a professorinha querida? É gente que faz a diferença.
Dias atrás, abordamos sobre a situação caótica das universidades e seus alunos. Com salários reduzidos e muitos alunos desempregados, as mensalidades acabam não sendo honradas. Com custos a menos em água e luz (que têm sua discussão sobre a grande relevância ou não na composição dos salários dos professores), as faculdades também vivem problemas.
Como explicar ao universitário que os bares estão retomando as atividades, mas que ele, estudante, não pode ir presencialmente na sala de aula?
Mas o mais difícil e tenebroso é o cenário da Educação Infantil. Veja o caos, abaixo:
(Extraído de: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2020/06/30/escolas-de-educacao-infantil-comecam-a-desaparecer.htm)
ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL COMEÇAM A DESAPERECER
Por Paula Adamo Idoeta e Ligia Guimarães
Na Planeta Azul, porém, elas (as aulas) não irão retornar. Pereira conseguiu renegociar seu aluguel, mas a perda de mais da metade dos alunos e os descontos nas mensalidades dos que permaneceram fizeram a diretora perceber que, quando chegasse setembro, não conseguiria mais pagar suas 12 funcionárias fixas e cinco adicionais.
“Usei o dinheiro que eu tinha guardado para demiti-las. Algumas tinham mais de 30 anos de casa. Queria tudo menos fechar, porque não sei o que vou fazer da minha vida sem o Planeta.”
Escolas de educação infantil (as que abrigam crianças de zero a seis anos) de pequeno ou médio porte como a de Marli Pereira estão entre as que mais despertam a preocupação nas pesquisas conduzidas pelo professor Tadeu da Ponte, do Insper, com instituições de ensino privado.
Desde o início da pandemia e da suspensão das aulas presenciais, ele é coautor de uma pesquisa para acompanhar a situação financeira de 450 a 500 estabelecimentos de ensino privado do Brasil.
Em média, as escolas de todos os segmentos entrevistadas até maio perderam 52% de suas receitas. Na educação infantil, esse índice é ainda maior: 56%.
A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) diz temer que 80% das instituições privadas de educação infantil sejam forçadas a fechar as portas em definitivo por causa da evasão causada pela pandemia.
“As [escolas] de educação infantil são as que estão em situação mais precária, por vários pontos”, diz Ponte à BBC News Brasil.
“Primeiro, porque até quatro anos não é obrigatório que as crianças estejam matriculadas em uma escola. Mesmo com crianças de 4 a 6 anos, é pouco verossímil que um juiz mande prender um pai durante a pandemia se seu filho não estiver matriculado. Depois, é uma faixa etária mais difícil de se realizar o ensino online, porque as crianças não têm autonomia sem a mediação dos adultos. E, a essa altura, com três meses de pandemia, os pais já deram um jeito de cuidar das crianças em casa, seja como for. O serviço da educação infantil se tornou muito difícil de usufruir, e em um momento de perda de receita das famílias.”
Ponte afirma ainda que toda a receita com serviços extras prestados pela escola – que incluem horas de recreação a aulas de esportes – foi totalmente eliminada durante a pandemia. E esse dinheiro representava, segundo o pesquisador, quase a metade da receita de muitos desses estabelecimentos voltados às crianças pequenas.
Além disso, diz o professor, “geralmente essas são as escolas de bairro, que são o sonho de uma pedagoga apaixonada por crianças, que começam pequeno e crescem, trabalham duro”, mas muitas vezes sem conseguir fazer um colchão de reservas financeiras que dure muito tempo. “Escolas maiores costumam ter mais recursos e mais capacidade para realocar sua equipe.”
Pais desempregados
No Maranhão, a pedagoga Christiane Teixeira Mendes tem enfrentado a tristeza a cada notícia de aluno que não voltará a sua escola quando a pandemia passar. Ela dirige a escola de educação Infantil Porta de Papel, fundada pela própria pedagoga para as crianças de 2 a 5 anos do bairro de Coroadinho, que reúne favelas e comunidades com população estimada entre 59 mil e 100 mil habitantes na capital São Luís. Nas últimas semanas, a professora diz que tem mandado mensagens para melhorar o ânimo dos alunos.
“A gente já mandou áudio, videozinho falando que vai ficar com saudades. E eles mesmo mandam para a gente também”, diz.
Desde que a pandemia começou, o número de alunos da educação infantil caiu de 30 e poucos para 20 na Porta de Papel, e a pedagoga demitiu três de suas seis funcionárias, entre pedagogas e estudantes de pedagogia.
“Os pais já estão falando com as crianças, e algumas já estão cientes de que não vão voltar neste ano. Tive famílias em que ficaram desempregados o pai e a mãe, e nem conseguiram o auxílio (emergencial do governo), ficaram totalmente desassistidos”. “A maioria dos alunos são filhos dos trabalhadores das feiras da região de Coroadinho, comerciantes, profissionais autônomos. Crianças que tinham mais de um irmão, de famílias grandes, crianças que moravam em uma casa com 11, 12 pessoas”, diz.
Christiane tem liderado as campanhas de arrecadação de doações para a favela, e muitas famílias dos alunos da Associação Núcleo de Educação Comunitária têm contado com a ajuda da professora para se alimentar. Projetos ligados ao G-10 das Favelas (grupo de líderes comunitários e empreendedores de impacto social) são o que tem evitado, inclusive, que a escola feche as portas definitivamente.
“Foi uma comoção”, conta a professora sobre a última semana de maio, quando muitos pais receberam a notícia de que estavam desempregados e comunicaram à escola que não poderiam mais pagar os R$ 80 de mensalidade. “Foi muito triste, porque foi praticamente na mesma semana em que fecharam muitas lojas, restaurantes, hotéis, então muitos pais que trabalhavam nessas áreas já foram comunicados da demissão. E daí vieram só para abraçar a gente, querer um colo”, lamenta.
Sem a rotina e os cuidados da escolinha, muitas das crianças voltarão para a realidade que Christiane justamente tentou combater quando fundou a Porta de Papel; rotina que ela mesmo viveu de perto quando criança que crescia em Coroadinho enquanto a mãe trabalhava.
“Geralmente as crianças ficam trancadas em casa e um vizinho dá uma olhada de vez em quando. Acontecia isso comigo quando eu era criança e minha mãe precisava trabalhar. A gente fica em casa trancadinho e daí sempre tem um vizinho que dá um OK, que dá uma ajuda para perguntar se a gente já almoçou, já lanchou. E tem a situação que é extrema, em que o pai sai para trabalhar e deixa a criança brincando”, lembra.
O cenário de demissões já começa a se concretizar em outros Estados. Em Londrina, no Paraná, o Sindicato dos Professores (Sinpro-Londrina) foi acionado depois que um colégio da cidade anunciou, no dia 15 de junho, a demissão de todos os 20 professores e o encerramento das atividades de educação infantil. Em Belo Horizonte, no começo de junho, nove escolas particulares de educação infantil já comunicaram o encerramento de suas atividades à Secretaria Municipal de Educação, de acordo com o portal G1. De acordo com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), a média de cancelamento de contratos no Estado está entre 30% e 40%.
Beatriz Abuchaim, gerente de conhecimento aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, voltada à primeira infância, destaca que ainda é cedo para avaliar que impacto a suspensão das atividades de educação infantil terá sobre o desenvolvimento das crianças – por tratar-se de uma situação inédita. Mas o que já se sabe é que a ausência das creches e escolinhas será mais sentida pelas crianças que moram em lares com maior vulnerabilidade social, que durante a pandemia podem estar submetidas a situações de insegurança alimentar e outras dificuldades.
“A pandemia trouxe uma situação de fragilização e mais vulnerabilidade a muitas famílias. Muitas crianças recebiam, inclusive, suas principais alimentações do dia das escolas de alimentação infantil”, diz ela.
“O que a gente pode dizer com certeza é que crianças que estão em lares que estejam, recebendo afeto, carinho, atenção, estímulos adequados, essas crianças vão continuar a se desenvolver bem. Ao passo que talvez crianças que estejam em famílias que não possam estimular o seu desenvolvimento talvez tenham algum prejuízo”, diz, citando, por exemplo, a falta de livros e brinquedos, ou um estresse tão grande dos pais em garantir a sobrevivência da família que não possam dar atenção direcionada às crianças. “A gente acaba tendo o aumento dessa desigualdade social no nosso país.”
Empregos ameaçados
Em São Paulo, o sindicato que representa os professores da educação privada no Estado (Sinpro-SP) explica que, embora ainda não haja um quadro claro sobre a quantidade de demissões de professores na crise, é na educação infantil que está a maior parte de pedidos para a suspensão de contratos de trabalho – modalidade prevista na Medida Provisória 936, em vigor desde abril por conta da pandemia e que permite que se suspendam por até 60 dias os contratos trabalhistas, sem que haja pagamento de salário por parte do empregador.
“Pode ser que em muitas escolas o processo de demissão esteja sendo retardado por essa possibilidade de suspensão”, explica Silvia Celeste Bárbara, primeira-secretária do Sinpro-SP.
Mas, caso se concretize o fechamento de uma grande quantidade de turmas ou de escolas, as perspectivas de desemprego são bastante preocupantes, diz Tadeu da Ponte, do Insper.
Considerando-se um universo (segundo o Censo Escolar 2019) de 556 mil professores na educação privada, fazendo uma conta conservadora de fechamento de 20% das turmas dessas escolas, “se 20% dos professores da educação básica privada perderem o emprego, são mais de 100 mil pessoas”, afirma.
Ponte é parte de uma iniciativa chamada União Pelas Escolas, que está elaborando projetos de contingenciamento para o setor de educação privada – uma das ideias em gestação é a de se propor um voucher, semelhante ao auxílio emergencial sendo concedido pelo governo, para garantir que famílias consigam pagar as mensalidades de suas escolas. A proposta, porém, está em discussão para ser formalizada. Outra demanda é pela criação de políticas de crédito do governo voltado às escolas de pequeno e médio porte.
“O risco é que, se a escola fecha, o aluno não tem para onde voltar” quando as aulas presenciais forem retomadas, diz Ponte.
Ao mesmo tempo, em São Paulo, alguns grupos têm defendido a volta do ensino privado antes do ensino público – previsto para iniciar sua reabertura a partir de 8 de setembro, segundo o plano anunciado pelo governador João Doria.
Esses grupos defendem que muitas escolas privadas já têm protocolos de higiene prontos para voltar a receber os alunos, mas críticos afirmam que o retorno do ensino particular antes do público pode aprofundar ainda mais as desigualdades entre os dois setores.
Imprevisibilidade na educação pública
Para a presidente do conselho do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Anna Helena Altenfelder, um dos grandes riscos que o fechamento de escolas de educação infantil pode causar é um inchaço das escolas e creches públicas, sem que haja capacidade de financiamento.
Na distribuição dos recursos do Fundeb, fundo estatal de educação básica que financia grande parte da educação pública brasileira, são consideradas as matrículas nas escolas públicas e conveniadas apuradas no último Censo Escolar, que retratam um período anterior à pandemia.
“Então essas crianças não estão contadas. As escolas vão ter que se adaptar a alunos novos que vêm de outra escola. O financiamento agora é uma preocupação séria. A gente fala tanto em colapso no sistema de saúde, mas corremos o corre o risco de ter um colapso no sistema de ensino”.
Visão parecida tem o presidente nacional da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Martins Garcia.
“O grande problema que se coloca é a imprevisibilidade. É um aluno que chega e a gente não tem previsão de receber por ele”, diz Garcia, que acrescenta que os alunos podem se matricular na rede pública a qualquer momento do ano. “A rede pública não pode se recusar a fazer matrícula”.
Garcia, no entanto, defende que, especialmente na educação infantil, em que as atividades em sala envolvem engatinhar, dividir brinquedos e comida e ficar no colo das professoras, a volta ocorra provavelmente só no ano que vem, quando as condições sanitárias estiverem mais seguras, de preferência com uma vacina contra o novo coronavírus.
“A educação infantil é feita por meio de brincadeiras e interações, o que praticamente impossibilita (o distanciamento social)”, diz. Há outras questões, alerta o presidente da Undime, sobre as quais as redes começam agora a se debruçar para buscar soluções. “Máscaras em crianças causam o risco de asfixia, as crianças muito pequenas (ficam) o tempo todo um encostando umas nas outras, você não tem carteiras na sala de aula de educação infantil, não tem isolamento”, diz.
“O retorno às aulas na educação infantil é ainda mais complicado (que nas demais etapas de ensino) e vai exigir muita criatividade, discussão, reflexão. Achamos que deve ser a última área a retornar (às aulas presenciais). Se a gente pensar, sobretudo (na faixa etária) de zero a 1 ano, o ideal é voltar só quando houver vacina. Talvez a gente não tenha condição de retorno neste ano”.

Escola Planeta Azul, em SP, não resistiu à evasão de alunos e precisou fechar as portas em definitivo Imagem: Arquivo Pessoal
Sempre uma demissão é um processo desagradável. Minimizar tal fato é importante por parte do empregador.
Nesta época do ano (de virada de semestre) costuma-se ter alguns desligamentos nas Universidades. “COMO fazê-lo” é uma questão a se discutir. Já vi “telegrama de desligamento” às vésperas de confraternização da instituição (em final de ano) redigido sem cerimônia e de maneira bem informal – com total falta de acesso aos coordenadores. Hoje, ele vem na forma de e-mail com “jeitão de mala direta”. É o chamado “facão”, onde se demite “de baciada”, sendo o professor um mero número.
Ora se demite os mais jovens, sem filhos, pois supostamente o impacto a um solteiro é menor do que o impacto a um casado com crianças. Ora se demite os mais velhos de casa, pois “custam caro à empresa”.
O que não pega nada bem (pois demitir e indenizar é direito e obrigação, como citado acima) é a demissão de muitos profissionais seguida de demonstração de gastança com eventos e promoções. Aí, não dá para configurar mudança de filosofia, redução de custos ou saída de docentes que estavam a desejar, mas sim de desumanidade!
Boa sorte aos professores que perdem o emprego em meio a pandemia (mesmo sabendo que o esforço de muitos colegas, principalmente neste momento de reinvenção, foi gigantesco).
Com a pandemia, a Rede Pública de Ensino virou um caos! Professores tendo que se desdobrar, alunos tentando aprender (alguns com muito esforço, outros sem interesse algum) e as mídias sendo o canal condutor entre mestres aprendizes.
Pais queixando-se da qualidade de ensino, já que Prefeituras e Estado tiveram muita dificuldade nessa adaptação (melhor sucedida nas escolas particulares, devido a rapazes de readequação).
Agora, o MEC “bate o martelo” e autoriza: as horas remotas serão consideradas “aulas dadas”.
MEC AUTORIZA QUE ATIVIDADES REMOTAS PASSEM A VALER COMO CARGA HORÁRIA
Aulas estão suspensas em todo o Brasil desde março; MEC homologou parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) com a supressão de um trecho: o que trata de avaliações e exames.
O Ministério da Educação (MEC) homologou parcialmente o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) com regras sobre a educação na pandemia, suspendendo o trecho que falava sobre avaliações e exames, e mantendo a autorização para que as atividades remotas passem a valer como carga horária.
Com isso, as escolas têm mais um recurso para cumprir o mínimo de horas letivas exigidos por lei. Em 1º de abril, uma medida provisória estipulou que em 2020 as escolas deverão cumprir o mínimo da carga horária, mas não o de dias letivos.
Desde março, as aulas estão suspensas em todo o Brasil. Um levantamento do G1 apontou que 16 estados planejam considerar atividades remotas como carga horária do ano letivo – equivalendo-as às aulas presenciais: AC, AP, AM, CE, GO, MA, MG, MS, PB, PR, PI, RN, RS, RR, SP e SC. A medida é criticada por especialistas, que avaliam que a qualidade do ensino remoto organizado às pressas não é a mesma do ensino presencial (leia mais abaixo).
O documento do CNE havia sido aprovado em 28 de abril, mas a validação ocorreu mais de um mês depois. O despacho está no “Diário Oficial da União” de segunda-feira (1º).
O documento homologado pede que as escolas levem em consideração a situação de cada estudante e da família, para evitar o aumento da desigualdade e da evasão escolar. Mas com a suspensão do trecho de avaliações e exames, as redes de ensino seguem sem definição sobre como vão mensurar a aprendizagem dos alunos durante e depois da quarentena. O trecho suspenso foi submetido a nova avaliação do CNE.
Para repor a carga horária no retorno às aulas, o documento homologado pelo MEC sugere o uso de períodos como férias, sábados e também o aumento do horário de atividade escolar. Para a educação infantil, são recomendadas atividades educativas para que as famílias e as crianças não percam o contato com a escola. Já nos primeiros anos do ensino fundamental, foi recomendado o acompanhamento da família, e atividades que não pressuponham a substituição dos professores pelos responsáveis pelo estudante.
A decisão de suspender as aulas presenciais foi tomada pelas redes de ensino entre 11 e 23 de março. Desde então, cada estado e município tem se organizado para oferecer atividades remotas aos estudantes, mas sem que haja uma coordenação nacional que garanta isonomia de aprendizagem.
Alguns estados e municípios adquiriram conteúdo de empresas privadas que fornecem educação a distância, seja por meio de plataformas online, ou até televisão e via rádio. Em outros casos os próprios professores viraram youtubers e passaram a produzir aulas online, sem que antes recebessem treinamento.
Um levantamento nacional feito pelo G1 e publicado em 21 de maio aponta o cenário da educação do Brasil durante a pandemia. Apesar dos esforços das redes e dos docentes para manter o ensino e a aprendizagem, estudantes relatam falta de acesso a computadores, internet, falta de espaço adequado para estudar em casa e, mesmo quando há toda a estrutura, eles dizem ter dificuldade de acompanhar as aulas. Graciela Fell, que tem uma filha matriculada na rede estadual de Santa Catarina, relatou à reportagem que “está sendo uma educação de faz de conta.” Já a professora Tassiane Barreto, de Sergipe, avalia: “A rede pública parou”.
Em meio ao cenário de incertezas, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) segue sem data para ser aplicado – a prova é usada como critério de seleção em diversas universidades públicas e particulares. O cronograma deverá ser definido em uma enquete com os candidatos inscritos através da página do participante.

Um alerta para os pais: como o bullying está cada vez mais frequente nas escolas e como isso reflete no rendimento dos pequenos.
Extraído de Revista Veja, ed 2516, pg 84-85.
ALERTA: O BULLYING PROVOCA NOTA BAIXA
Estudo realizado ao longo de 25 anos comprova que agressões sofridas na escola prejudicam o rendimento acadêmico das vítimas
Por Filipe Vilicic, Talissa Monteiro
O bullying já foi apontado como causa de depressão, ansiedade, obesidade e sentimento de solidão em crianças. Ainda que o termo, cunhado nos anos 70 pelo psicólogo sueco Dan Olweus, descreva qualquer ataque que use a força ou a coerção para intimidar e ameaçar alguém, ele é frequentemente associado aos “valentões” que humilham meninos e meninas na escola. Gagueira, uso de óculos com lentes grossas, características físicas ou mesmo (ironia que a inveja pode explicar) um desempenho escolar acima da média costumam motivar as agressões — verbais em 77% das situações, físicas no restante. Estudos realizados pela Associação Americana de Medicina chegaram a revelar que o trauma pode ser tão grave que as vítimas têm até três vezes mais risco de pensar em suicídio. Uma nova pesquisa, da Associação Americana de Psicologia, divulgada na última semana, descobriu outro efeito preocupante do bullying: as vítimas tendem a se sair pior em provas escolares e a odiar experiências acadêmicas. A conclusão veio de um estudo conduzido ao longo de 25 anos por psicólogos da Universidade do Estado do Arizona.
Desde 1992 os cientistas têm seguido a vida de 190 meninos e 193 meninas, do jardim de infância ao ingresso em um curso superior ou ao abandono dos estudos. A cada ano, os participantes respondiam a questionários e realizavam entrevistas, por meio das quais os pesquisadores conseguiam detectar experiências de abusos verbais e físicos. A frequência do bullying era, então, medida em uma escala que ia de 1 (quando a prática “quase nunca” ocorria) a 5 (“sempre”). Cerca de metade das crianças nesse ranking ficou nos níveis mais baixos de incidência. Contudo, o trabalho identificou que 20% dos alunos estudados em algum momento se viram vítimas de ataques crônicos e severos. Ao final, chegou-se a um resultado alarmante: um em cada quatro jovens que foram alvo de bullying apresentou desempenho acadêmico decrescente e se revelou menos engajado nasatividades escolares. Pelos relatos das crianças aos pesquisadores, evidenciou-se a relação direta entre os ataques e a desmotivação com o aprendizado.
Disse a VEJA a psicóloga americana Becky Kochenderfer-Ladd, a principal autora do estudo: “Já tínhamos indícios da ligação entre o bullying e a perda de motivação acadêmica. Faltava, porém, um acompanhamento prolongado da vida desses jovens.” Segundo os psicólogos por trás da
pesquisa, ao contrário do que aponta o senso comum, o problema é recorrente entre os que estão na idade de frequentar o que no Brasil se chama ensino fundamental, e não no ensino médio. A porcentagem de casos severos caiu de 20% em crianças para 7% entre adolescentes. “Isso nos traz esperança, pois indica que alguns conseguem enfrentar e vencer esse mal ao longo da vida”, afirmou o psicólogo americano Gary Ladd, também autor da pesquisa.
Sim, a maldade, direcionada ao próximo — em geral alguém “diferente” do agressor e da maioria —, existe desde sempre, em todos os lugares.
Mas a internet serviu tanto para escancarar a questão como para fazer surgir uma modalidade nova e de enorme potencial: o cyberbullying.
Em 2011, por exemplo, um vídeo postado no YouTube deixou clara a dimensão que o assunto havia tomado. Nele, o estudante australiano Casey Heynes, então com 15 anos, aparecia sendo atacado pelos colegas de colégio por causa de sua obesidade. Naquele dia, ele resolveu reagir e agrediu os que o atacavam. Desde então, o vídeo foi visto quase 30 milhões de vezes e o caso se transformou em símbolo do problema. A história de Heynes, apesar de ter sido exposta na rede, ainda se enquadra na categoria mais comum de bullying: aquele cometido no colégio. Mesmo na era digital, é duas vezes maior o risco de uma criança ser agredida na escola do que na Web – por exemplo, por comentários maldosos no Facebook.

Por mais que os problemas enfrentados pelas instituições de ensino (de todos os níveis) durante a pandemia sejam grandes – afinal, ela é algo inédito na nossa sociedade – boa parte das escolas está conseguindo usar a tecnologia para aulas virtuais ao vivo (diferente de EADs gravados) e criando novas metodologias.
Mas talvez a maior perturbação seja nas universidades privadas. O aluno paga e, logicamente, quer desconto por não ter um ensino presencial naquele momento. Nesses lugares, os coordenadores de curso estão vivendo muito pressionados, isso é óbvio. No entanto, estão conseguindo direcionar os esforços para os professores que merecem os aplausos; afinal, se reinventaram!
Me questiono – e vejo muita crítica quanto a isso (embora o burburinho seja menor pois não existe mensalidade) sobre a passividade nas Universidades Públicas. Aparentemente, estariam elas menos pressionadas para canalizar as aulas no método virtual, esperando a volta presencial.
Aguardemos!
Em tempo: não estamos citando “qualidade e pesquisa” das públicas e privadas, pois é outra discussão. Falamos de reinvenção prática e ágil!

Nesta 4a feira, 13 de Maio (Festa da Virgem de Fátima), o Papa Francisco rezou com intenção especial aos estudantes e mestres:
“Rezemos hoje pelos estudantes, os jovens que estudam, e os professores que devem encontrar novas modalidades para seguir adiante no ensino: que o Senhor os ajude neste caminho, lhes dê coragem e também sucesso.”
De fato, em um período tão difícil de reinvenção dos profissionais de ensino, de adaptação dos alunos (de todos os níveis educacionais) e da busca das metodologias ideais, se faz necessário pedir a Graça da Iluminação do Espírito Santo!

Proteção é tudo 👊🏻!
Incluindo para receber flores na escola em época de Covid (e lá, todo mundo bem protegido)!
Fomos no Drive-Thru de recolhimento de atividades para fazermos em casa (que ideia genial). Parabéns à direção.
Falamos sobre esse assunto tempos atrás. Mas com tanta gente em casa, precisando lidar com as crianças fora da sala de aula presencial, o tema volta à tona. Abaixo:
Nos EUA, os pais podem tirar os filhos da escola e ensiná-los em casa. Isso se chama Homeschooling. Aqui em nosso país, existe o Unschooling, que é algo bem diferente e polêmico.
Conheça (extraído de Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano, Pg B8, 12/02/2017)
FAMÍLIAS ADEPTAS DA ‘DESESCOLARIZAÇÃO’ TIRAM FILHOS DO COLÉGIO EM SÃO PAULO
Por Ângela Pinho
Elas estão em bairros paulistanos como Aclimação ou Vila Madalena. Em cidades do interior como Joanópolis e Piracaia, ou do litoral, como Ubatuba. São filhos de artista, médica, economista, cabeleireiro, entre outras profissões. Em 2017, não vão tirar férias, matar aula, repetir ou passar de ano.
Mais de cinco séculos após o surgimento de escolas nos moldes atuais, pais de classe média e alta optam por tirar os filhos do colégio ou nem sequer matriculá-los.
São adeptos da chamada “desescolarização”, ou “unschooling”. Diferente do que ocorre na educação domiciliar, ou “homeschooling”, essas famílias não ensinam em casa a grade curricular. A ideia é, justamente, fugir de objetivos e regras da vida da escola.
As duas práticas costumam ser rejeitadas quando questionadas nos tribunais, por causa de artigo do Estatuto da Criança e do Adolescente que diz: “os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”.
A interpretação jurídica do tema, porém, está sob análise do STF (Supremo Tribunal Federal), que julga ação sobre o ensino domiciliar e suspendeu a tramitação de processos em 2016.
PRECURSORA
A “desescolarização” não era um assunto para a educadora Ana Thomaz, 49, quando, nove anos atrás, seu filho, aos 13, pediu para sair do colégio. “Ele disse que sentia ter algo dentro dele que ele queria fazer, mas não tinha tempo”, diz ela. Um ano depois, Ana aceitou o pedido.
Na época, era a única entre seus conhecidos. Hoje, isso está longe de ser verdade. Na última quarta (8), mais de uma dezena de pais que tiraram ou pensam em tirar os filhos do colégio pegaram 7 km de estrada de terra para um encontro no sítio onde ela vive, em Piracaia (a 88 km de SP).
Ali, além de Ana, moram seu marido, suas duas meninas caçulas (o mais velho virou mágico e foi viajar) e outra família com dois filhos. Com idades de 5 a 10 anos, as quatro crianças nunca foram a uma escola. Aprenderam sozinhas a ler e escrever.
Com exceção de alguns compromissos fixos, como uma refeição no fim da tarde, não têm rotina pré estabelecida. A expectativa é desenvolver o potencial de criação e o que ela chama de “auto-responsabilidade”. Algo como um contraponto à atitude de esperar que outro pessoa –um professor ou chefe– determine a sua atuação. Isso, diz, vale para adultos e crianças.
NA CIDADE
Para ela, sair da escola é consequência da busca por outro modo de vida. Talvez por isso, quando o filme “Capitão Fantástico”, em cartaz, foi lançado, amigos lhe escreveram. A história mostra um pai que educa os filhos em uma floresta nos EUA. Ela rejeita a comparação com o personagem. “Ele é um escravo na luta contra o sistema. Não acho que meus filhos são melhores do que os que vão à escola. Não sou ativista”.
A realidade das famílias que praticam a “desescolarização” em São Paulo também é diferente da que mostra o filme. Exemplo é um grupo de crianças que se encontra semanalmente na Aclimação, na capital. Ele reúne 10 meninos e meninas de 3 a 16 anos, filhos de profissionais como médica, cabeleireiro, empresária e massagista.
Formada pela Faculdade de Educação da USP, Bia Conde faz uma espécie de tutoria para os “unschoolers”. Chegou a viver a experiência como mãe. Conta que tirou as filhas da escola quando tinham 4 e 6 anos, mas matriculou-as novamente sob risco de perder a guarda, após seu ex-marido entrar com uma ação.
No grupo que atende, ela dá orientações a partir dos interesses das crianças. Observa dimensões emocionais e intelectuais, diz, mas não segue um currículo escolar.
Uma das mães que a procurou é a médica Maria (nome fictício), que não quer ser identificada por medo das consequências judiciais. “Sempre fui boa aluna e gostava disso. Por isso, para mim, foi uma grande novidade quando vi que meus filhos não gostavam de ir à escola”, diz.
Quando ofereceu a eles a possibilidade de sair do colégio, o mais velho, adolescente, recusou. Está agora na faculdade. O mais novo, então com 8 anos, aceitou.
Faz aulas de música, programação e, a seu pedido, português e matemática com professor particular. Se quiser seguir o exemplo do irmão, precisará de um diploma de ensino médio. Para isso, ou terá de fazer supletivo, ou estudar para obter certificado.
Até o ano passado, uma nota mínima no Enem servia como certificação para maiores de 18 anos. Mas, para este ano, o governo vai retirar essa função do exame e criar uma prova específica para isso.
Se o conteúdo curricular até pode ser aprendido depois, a experiência de socialização da escola é única, dizem educadores contrários ao “unschooling”. “A grande vantagem da escola é a possibilidade de sair da família”, diz o filósofo e ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro.
O convívio, porém, pode levar a conclusão diferente. A artista Leila Garcia, 53, tirou o filho da escola, em São Paulo, após episódios de bullying. “Não acho que a escola socialize. É um grupo de crianças juntadas aleatoriamente. Você sofre e no dia seguinte tem que estar de novo com o agressor.” Hoje, ela vive com o garoto, de 12 anos, em Ubatuba.
Os dois seguem uma programação de estudos, na qual ele escolhe o que vai aprender. Seu caso ilustra um consenso entre adeptos da “desescolarização” e críticos à prática: a necessidade de adulto por perto e de um ambiente que possibilite o desenvolvimento das crianças.
“Para recusar a escola e seguir no meu modo de criação, eu tenho que trabalhar menos e ganhar menos”, diz Leila. “Não é o mundo da fantasia.”
JUSTIÇA
Desde novembro do ano passado, todas as ações judiciais sobre educação domiciliar no país estão suspensas por determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A medida é válida até o julgamento de um processo na corte, do qual ele é relator. A ação opõe o município de Canelas (RS) a pais que querem ensinar os filhos em casa.
Embora não trate do “unschooling”, a decisão pode dar uma sinalização jurídica para a prática. Os ministros do STF irão decidir se a educação pelas famílias pode ser tida como meio lícito para garantir o direito à educação. Diz o artigo 205 da Constituição: “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade”.
Muitos dos pais que optam por tirar os filhos da escola dizem que a decisão tem mais a ver com a opção por um modo de vida diferente do que com a discordância em relação ao modelo tradicional de ensino.
“Minhas escolhas sempre tiveram o pressuposto da liberdade e, de repente, minha filha entrou em uma cadeia de comportamento em massa”, diz Dúnia La Luna, que prefere ser identificada pelo nome artístico, ao explicar por que desmatriculou a filha, com quem vive em Joanópolis, interior de SP.
De fato, o ensino formal molda uma socialização que ultrapassa a instituição escolar, diz a professora Carlota Boto, da Faculdade de Educação da USP. “Por exemplo, a ideia de colocar as pessoas em fila é um procedimento do qual a escola se vale e que organiza outras instâncias da vida social.”
“A escola se coloca como o anteparo entre a família e a vida social”, afirma. “Trata-se de uma instituição de transição entre a vida privada familiar e o mundo público.”

Passou batido pelo excesso de notícias dos últimos dias, mas a CAPES iniciou o novo processo de distribuição de bolsas de ensino para Mestrado e Doutorado, baseando-se no IDHM da cidade onde o curso é ofertado e no desempenho do candidato.
Compartilho abaixo, extraído de: https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/03/06/capes-inicia-hoje-novo-modelo-de-concessao-de-bolsas-de-pos-graduacao.htm
CAPES INICIA NOVO MODELO DE CONCESSÃO DE BOLSAS
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) inicia hoje o novo modelo de concessão de bolsas de pós-graduação para mais de 350 instituições de ensino superior públicas e privadas do país. A distribuição será com base no desempenho acadêmico e no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) da cidade onde o curso é ofertado.
A relação das bolsas de mestrado e doutorado será divulgada no site da autarquia. Elas estarão disponíveis para serem distribuídas pelos cursos aos estudantes em março. Essa é a primeira vez que a Capes define regras unificadas para a concessão do benefício. Serão redistribuídas 84,1 mil bolsas.
Não se tratam de novas bolsas, mas de bolsas existentes que serão redistribuídas de forma gradual de acordo com os critérios estabelecidos pela Capes. Os estudantes que já têm bolsas de estudo não serão atingidos. As regras valem apenas para as vagas que estão desocupadas ou cuja previsão de conclusão de pesquisa seja este ano.
Cursos que perderem bolsas pelo novo cálculo, mas que estiverem com as bolsas ocupadas, permanecem com as bolsas até a conclusão das pesquisas, mas não poderão ofertar o benefício a novos estudantes.
Atualmente, as universidades e os programas de pós-graduação têm uma determinada quantidade de bolsas de estudos. Se um bolsista conclui a pesquisa, a bolsa é repassada para um novo bolsista do mesmo programa.
Agora, as bolsas não permanecerão, necessariamente, no mesmo programa. Um curso de mestrado ou doutorado poderá perder ou ganhar bolsas de acordo com os critérios estabelecidos. Haverá uma transição para que os cursos não sejam prejudicados. Eles poderão perder, no máximo, 10% das bolsas ou ganhar até 30% das bolsas atuais.
Segundo a Capes, o modelo foi pensado para corrigir distorções. “O modelo revê, por exemplo, a distribuição de bolsas de estudos para cursos que possuem a mesma nota, estão na mesma área de conhecimento e localização geográfica, mas contam com quantitativos de bolsas muito diferentes. Também entram nesse contexto cursos de excelência com número de bolsas inferior ao de cursos com nota mínima permitida”, informou a autarquia.
Os critérios valem até fevereiro de 2021 e poderão ser revistos após esse período. As regras valem para o Programa de Demanda Social (DS), o Programa de Excelência Acadêmica (Proex), o Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (Prosup) e o Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições Comunitárias de Ensino Superior (Prosuc).
Atualmente, os bolsistas de mestrado recebem, por mês, R$ 1,5 mil e os de doutorado, R$ 2,2 mil.
*Colaborou Mariana Tokarnia, repórter da Agência Brasil.
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Sabemos que o bullying é uma triste realidade nas instituições de ensino do Brasil (e logicamente, em todos os setores da sociedade). E o que fazer para eliminá-lo definitivamente, a fim de que não cause efeitos tão nocivos como estão causando?
Extraído de: https://istoe.com.br/as-escolas-que-venceram-o-bullying/
AS ESCOLAS QUE VENCERAM O BULLYING
Na contramão da maior parte das instituições de ensino do País, que ainda não possuem práticas para coibir a discriminação, alguns colégios já adotam modelos bem-sucedidos para assegurar a boa convivência entre os alunos
Por Fabíola Perez
A imagem de um jovem cabisbaixo, isolado em um dos cantos do pátio, ou de uma criança acuada após ter sido vítima de provocações começa a se tornar rara em algumas escolas do País. Apesar de numericamente ainda serem poucas, instituições de ensino têm desenvolvido metodologias específicas para combater a intimidação e se transformado em exemplos na batalha contra a discriminação e a propagação do ódio no ambiente escolar. O caminho não é simples, mas os resultados das iniciativas mostram que é possível coibir a prática.
“Os programas anti-bullying vão desde grupos
de jovens que aprendem a auxiliar as vítimas até
palestras para capacitar pais e professores”
Um desses colégios é o Bandeirantes, um dos mais tradicionais de São Paulo. Lá, as estudantes Mariana Avelar, 14 anos, e Isabela Cristante, de 12, fazem parte dos grupos de ajuda do Programa de Combate ao Bullying. Elas foram escolhidas pelos demais alunos para participar de dois dias de capacitação com uma equipe de professores universitários e psicólogos.
Por meio de situações hipotéticas, o treinamento deixou claro o que é bullying e como elas deveriam agir em diferentes casos. “As pessoas mais isoladas são aquelas com gostos diferentes da maioria. Tentamos nos aproximar até que o colega se sinta confiante para conversar”, diz Mariana, estudante do 9º ano. “Aprendemos que, às vezes, o problema é maior do que parece, e precisamos levá-lo aos orientadores”, conta Isabela, da 6ª série. Os estudantes também conversam com quem presencia ou pratica o bullying. “O agressor se conscientiza mais rapidamente” , afirma Isabela.
Com pulseiras para identificação, os participantes percorrem a escola auxiliando nos casos em que percebem o isolamento. A estratégia está funcionando. “Observamos a redução de casos”, afirma Marina Schwarz, orientadora da escola. “Hoje temos mais acesso aos episódios de provocação, que normalmente ocorrem por trás das autoridades.”
Outro colégio que adotou medidas para coibir o bullying é o Soka, também de São Paulo. Há dois anos, a escola organiza palestras com advogados e psicólogos. “Conversamos com os pais sobre a responsabilidade deles em verificar os celulares dos filhos. É preciso identificar se há indícios de bullying nas conversas em grupos de redes sociais”, afirma o diretor James Jun Yamauti.
A instituição também capacitou orientadores para dar assistência a alunos que chegam de outras escolas. “Trabalhamos com jovens que tiveram dificuldade de adaptação para que tenham um entrosamento melhor”, afirma Edna Zeferino Menezes, assistente de orientação educacional. Na sexta-feira 27, a escola deu início à semana do “Preconceito Não”, com palestras sobre direitos da população negra, questões de gênero e indígenas e a trajetória da população LGBT. “A ideia é que os alunos reflitam sobre questões que interferem diretamente no bullying e identifiquem se já vivenciaram situações semelhantes”, explica Yamauti. “Os constrangimentos diminuíram bastante. Se uma brincadeira passa dos limites, deixa de ser brincadeira”, afirma Igor Seiji Ando Bomfim, 15 anos, que relata ter ajudado colegas que sofreram discriminação.
DESCONTROLE
Em um momento no qual o tema vem à tona mais uma vez após o bullying ter sido apontado pela polícia como um dos fatores que levaram um adolescente de 14 anos a atirar contra colegas em uma escola de Goiânia na sexta-feira 20, é fundamental que iniciativas como essas deixem de ser fatos isolados.
Os colégios devem começar a colocar em prática ações determinadas pela lei contra os atos de perseguição, em vigor desde abril do ano passado. Uma delas é a produção de relatórios bimestrais com eventuais casos. “O bullying não é controlado pelas autoridades pela falta de dados, o que dificulta o diagnóstico da extensão do problema”, afirma advogada Ana Paula Siqueira Lazzareschi, especialista em direito digital. Outro aspecto importante é que, além do suporte à vítima, as instituições devem oferecer assistência ao agressor.
A ocorrência ainda diária das intimidações mostra, no entanto, um descompasso muito grande entre o que faz a maioria das escolas e o que manda a legislação. Casos extremos, como o de Goiânia, evidenciam, porém, a urgência na adoção de medidas efetivas. “O bullying não pode ter sua gravidade subestimada e ser tratado como uma brincadeira de criança”, diz a advogada Ana Paula. “A cultura da vingança ainda é muito presente na sociedade e é esse desejo que está por trás do comportamento do agressor”, diz.
Terminando em tragédias ou não, casos de bullying têm efeitos indeléveis para a vítima, o agressor e toda a escola. “Ocasionam rachas nas salas de aula, colocam metade dos alunos contra o agressor e a outra parte a favor da vítima”, diz Ana Paula. Por isso, os programas de combate a práticas tão cruéis são fundamentais para reverter o aumento da intolerância em ambientes de aprendizado. Não de destruição.
DISPOSIÇÃO PARA AJUDAR
Satisfação em ver os colegas enturmados é o que move as alunas Mariana Avelar e Isabela Cristante, do 9º e do 6º ano, respectivamente, do Bandeirantes, em São Paulo. Há um ano, elas foram escolhidas para fazer um treinamento de capacitação e saber como atuar em casos de bullying. Desde então, as estudantes percorrem os espaços da escola e sempre que percebem situações de isolamento ou provocação se aproximam da vítima ou dos que testemunharam a ação. “Saber que consegui ajudar é muito bom”, diz Isabela.

O respeito à fé, às convicções políticas e à sexualidade deve ser sempre preservado. Muitas vezes nos deparamos com assuntos polêmicos, que podem fazer proselitismo ou determinar preconceito contra uma crença religiosa (ou descrença).
Nos dias atuais, o radicalismo a favor ou contra alguma religião, partido político ou causas sociais (como LGBTQ+) acaba entrando no noticiário por seus manifestantes e defensores – em algumas ocasiões, de maneira ofensiva.
Procurar a neutralidade e preservar o direito ao exercício da cidadania (sem fazer apologia ou repulsa) é fundamental. E, apesar de muitas críticas que se possa fazer em alguns setores do Governo, ao ler sobre a criação de um canal de denúncias para que se tenha a possibilidade de reclamar de conteúdos inapropriados (que critiquem a fé desde o cristianismo até as de raízes africanas; de promoção de campanha partidária / política de Esquerda ou Direita; ou ainda de erotização precoce ao invés de educação sexual) penso ser uma acerto muito grande!
A questão não é censurar (censura nunca deve ser feita), mas a necessidade de mostrar a pluralidade de ideias e manifestações (não de um lado apenas, para que não seja um ensino doutrinário) é indiscutível.
Compartilho, extraído de: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/11/damares-anuncia-canal-de-denuncias-para-questoes-contra-moral-religiao-e-etica-nas-escolas.shtml
DAMARES ANUNCIA CANAL DE DENÚNCIAS PARA QUESTÕES CONTRA MORAL, RELIGIÃO E ÉTICA NAS ESCOLAS
Segundo a ministra, canal está sendo formatado em parceria com o MEC e será anunciado em breve
A ministra Damares Alves (Direitos Humanos) disse nesta terça-feira (19) que um canal de denúncias está sendo formatado em parceria com o MEC (Ministério da educação) para receber queixas de conteúdos que possam ser considerados inadequados nas escolas.
“O que nós queremos é tão somente o cumprimento da lei”, afirmou ela a jornalistas, fazendo referência a Convenção Americana de Direitos Humanos, o Pacto de San José da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário.
“Lá está dizendo que a escola não pode ensinar nada que atente contra a moral, a religião e a ética da família. A família precisa ser ouvida.”
Segundo Damares, o canal será anunciado em breve e será conduzido pelo Ministério da Educação. Questionada sobre o papel da sua pasta, ela disse que será o de conversar com as famílias, sem entrar em detalhes de como isso será feito.
Ela também não explicou em que formato funcionará o canal —se pela internet, via telefone ou outra forma— e não citou previsão para a implementação, mas disse que deve ocorrer ainda este ano. O MEC não retornou o contato da reportagem para comentar sobre o tema.
A ministra havia falado sobre o canal de denúncias na segunda-feira, ao compartilhar, no Twitter, uma reportagem do site Metrópoles sobre o caso de um professor de Brasília que teria ensinado sobre sexo anal e oral a alunos do sexto ano e pedido uma redação a respeito do tema.
“Tudo o que nós queremos: bom senso. Foi um episódio de um educador, esse rapaz pode estar doente, perturbado, não está bem orientado, foi um episódio isolado. O que nós queremos é que episódios como esse não aconteçam mais”, disse em Belo Horizonte.
Segundo Damares, o objetivo é trabalhar uma parceria entre escola e família, onde cada um esteja ciente de seu “dever e papel”. Ela garantiu que o objetivo não é punir educadores e que não será instaurada “uma guerra contra a escola”.
“Não existe aqui nenhum governo radical, opressor, que vai proibir falar desses temas, obedecendo o material didático certo, a idade certa e a forma certa de falar”, explicou.
A ministra defendeu que é importante falar de educação sexual nas escolas para “empoderar a criança”.
Damares citou sua própria história de abuso, ocorrida quando tinha 6 anos. Ela conta que não sabia que poderia denunciar o que aconteceu e que, se tivesse sido orientada, estaria empoderada para se proteger.
Em setembro, o ministro da educação, Abraham Weintraub, enviou ofício para as secretarias de educação do país com orientações sobre respeito a crenças religiosas, pluralismo de ideias e sobre o veto de propagandas partidárias em sala de aula. Temas que remetem ao que é preconizado pelo movimento Escola sem Partido.
Na época, Weintraub disse que colocaria os canais de comunicação do MEC à disposição para receber denúncias de casos que fossem considerados extremos.
Em Belo Horizonte, Damares também disse que não estava previsto, mas que irá sugerir que o canal de denúncias seja incluído no Pacto pela Infância —pacto de programas sociais— articulado com outros ministérios.
Ela antecipou outro programa do governo que será anunciado nos próximos dias. O “Creche para todos”, diz ela, tem como meta colocar em dois anos todas as crianças do país, na faixa de 0 a 4 anos, em creches. Os detalhes também serão tratados pelo MEC.
A agenda da ministra na capital mineira incluiu participação em audiências públicas e o recebimento do título de cidadã honorária do estado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Respondendo à pergunta se irá para o novo partido do presidente Jair Bolsonaro, Damares disse que não foi convidada ainda e que irá pensar.

Veja os números percentuais do “quanto aprendemos”, segundo a famosa pirâmide de William Glasser. Ela indica o quanto você absorve, dependendo do método e da atenção.
Diga: com você funciona da forma como é apresentada mesmo?
Na figura abaixo:
Eu tinha 22 anos de idade e recebi um convite: lecionar em Faculdade de Administração!
Apesar da falta de experiência em salas de aula, de saber que eu teria alunos até mesmo mais velhos do que eu, contei com:
1. O histórico de ter trabalhado cedo e aprendido muita coisa, apesar da juventude;
2. A ótima coleção de livros e anotações das minhas aulas enquanto aluno (Internet estava nascendo ainda);
3. O carinho da minha diretora (Prof.a Raquel Pereira) que confiou a mim tantas disciplinas, mesmo tão jovem (o que não é tão corriqueiro para a função), e da Prof.a Silaine Toro, que audaciosamente arriscou me indicar à instituição; e,
4. A fé em Deus e o apoio da família!
Passado tanto tempo, sendo feliz profissionalmente dentro das classes e universidades que pude lecionar, tanto na Capital quanto no Interior, 20 anos depois – mais maduro, com outras e inúmeras experiências, num contexto social bem diferente e globalizado – não é que nas voltas que a vida dá, o “caminho das pedras” me levou onde tudo se iniciou?
Obrigado pelo aceite, Uninove! Retornar à casa onde comecei é um prazer imenso e a satisfação torna-se incomensurável.
Juntos novamente seremos 10!

Veja só que bacana: a conceituada UNESP está oferecendo um curso de inglês SEM CUSTO e ON LINE!
Para quem gosta de estudar e precisa aperfeiçoar a língua estrangeira, uma ótima notícia.
Abaixo, extraído de: https://estagioonline.com/noticias/unesp-oferece-curso-de-ingles-online-e-gratuito?ref=linkedin
UNESP OFERECE CURSO DE INGLÊS ONLINE E GRATUITO
A Universidade Estadual Paulista – UNESP, é uma universidade pública brasileira, com atuação no ensino, na pesquisa e na extensão de serviços à comunidade.
Considerada como uma das maiores universidades do Brasil, disponibilizou uma série de cursos online gratuitos para que qualquer pessoa possa estudar de onde estiver. Dentre eles está o curso de Escrita em Língua Inglesa, que é totalmente realizado através do Ensino a Distância – EAD, e que pode contribuir bastante na formação ou atualização profissional para as mais diversas carreiras existentes no mercado.
EMENTA DO CURSO UNESP
Gêneros do discurso e as situações sociais de uso da língua inglesa. Escrita em língua estrangeira. Aspectos linguísticos do texto escrito. Escrita como processo; criatividade e estratégias envolvidas na produção de textos escritos em língua inglesa.
Os estudantes, têm a opção de mandar um e-mail para o professor que propôs a disciplina para tirar eventuais dúvidas. Enquanto o aluno está online, ele consegue ver quais outras pessoas estão acessando a plataforma naquele momento e é possível trocar mensagens com elas. Quando o aluno se sente apto, ele pode fazer exercícios de múltipla escolha sobre o conteúdo abordado e receber o resultado na hora.
CERTIFICAÇÃO
O curso não fornece certificado do idioma inglês, sendo uma oportunidade para dar um UP nos conhecimentos em uma Universidade reconhecida. Escrevemos uma matéria mostrando como obter certificado de inglês a partir de testes gratuitos online, dá uma conferida: Neste link
COMO SE INSCREVER
Para se inscrever no curso de inglês, basta fazer o cadastro pelo site Unesp aberta, informando os dados. Depois de receber uma mensagem de confirmação, o interessado pode participar de qualquer curso disponível. As inscrições podem ocorrer a qualquer momento. O cadastro pode ser feito aqui, em:
https://unespaberta.ead.unesp.br/index.php/cursos/item/287-eli

Números extraídos da Veja.com:
Vale a pena ou não estudar?

Que história impressionante!
Eu gostaria muito de que tudo o que li fosse mentira ou fake news, mas não é. A outrora respeitável Profa de Química Joana D’Arc Felix de Sousa, uma pobre moça negra considerada um talento precoce que teria vencido as dificuldades da vida humilde, entrado na Unicamp com 14 anos, concluído PhD em Harvard e desenvolvido uma revolucionária pesquisa de Pele Artificial – entre outros feitos meritocráticos – não passa de uma FARSA!
De heroína (que viraria filme inspirador) a uma falastrona que enganou muita gente. Lamentável!
Compartilho, extraído de: https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,professora-que-vai-virar-filme-tem-diploma-falso-de-harvard,70002828826?fbclid=IwAR2faOlGyPs0oXV0DgeC0X4mfXWy4URvxHRnIFjwolfApGVZ2gEJMh5-EGU
PROFESSORA QUE VAI VIRAR FILME TEM DIPLOMA FALSO DE HARVARD
Conhecida por ter saído da pobreza e chegado à universidade mais conceituada do mundo, Joana D´Arc tem várias inconsistências em seu currículo
Na tarde de 28 de novembro de 2017, uma terça-feira, a professora Joana D’Arc Félix de Sousa chegou com 25 minutos de atraso para ministrar uma palestra no Instituto Federal (IF) de Matão, no interior de São Paulo, onde era aguardada por auditório lotado de jovens. “A gente está com uma celebridade aqui, no nosso câmpus, e eu só tenho a agradecer sua presença”, disse uma representante do IF ao apresentá-la.
Na ocasião, Joana aceitara convite para falar sobre como “reduzir o abismo entre alunos e universidade” – tema para o qual ela própria era o exemplo perfeito. Filha de empregada doméstica e de funcionário de curtume, a professora já havia contado na TV, em jornal e na internet sua história de superação por meio da educação. Uma manchete, de maio daquele ano, resume bem: “PhD em Harvard, brasileira supera fome e preconceito e soma 56 prêmios na carreira”.
Segundo Joana contou à plateia, o número de prêmios já havia chegado a 62 (progresso de um por mês), fora outros 15 projetos que ela patenteou. Embora tenha nascido em família pobre e de baixa escolaridade, já sabia ler com 4 anos, ingressou na universidade aos 14, formou-se aos 17, e, mais tarde, foi fazer pesquisa nos Estados Unidos, onde morou e fez pós-doutorado.
A trajetória, narrada passo a passo, impressionou a plateia, que a aplaudiu com entusiasmo ao fim da apresentação de pouco mais de uma hora. Atenciosa, Joana também respondeu perguntas diversas e comentou que, apesar de ter um currículo que a credenciaria a dar aula em grandes universidades, era feliz por poder ensinar a alunos na Etec de Franca, localizada na zona rural da cidade. “Hoje, tenho certeza que estou no lugar certo.”
Para a palestra em Matão, a professora Joana havia, generosamente, reservado tempo na agenda cada vez mais apertada, conforme lembraram os organizadores. Pedidos de entrevista já eram comuns, assim como convites para eventos e homenagens. Entre as mais importantes, ela havia sido retratada em uma exposição no Museu do Amanhã, no Rio.
No mês anterior, também fora recebida pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Ele aproveitou a oportunidade para gravar um vídeo: “A professora Joana é graduada pela Unicamp. Tem mestrado, doutorado, pós graduação em Harvard, nos Estados Unidos, e tem feito um belíssimo trabalho”.
Foi com intuito de contar a história de superação de Joana que o Estado viajou para o interior de São Paulo. Simpática, a professora concedeu entrevista por mais de 2 horas e permitiu que a reportagem a acompanhasse por dois dias.
Ciência
Na Etec, Joana orienta uma serie de projetos de iniciação científica, em que se propõe a criar de pele artificial para transplante humano a roupas mais seguras para bombeiros. “Pesquisa de ponta”, é como a professora costuma classificar, embora ela e os estudantes só dispunham de um laboratório precário com oito bancadas e até instrumentos improvisados de garrafa pet.
Joana é vista com admiração pelos alunos e costuma estimulá-los a apresentar projetos em feiras e congressos. Em 2014, um dos seus grupos chegou a ir aos Estados Unidos para expor a pesquisa sobre pele artificial. “A professora Joana é minha maior inspiração”, disse uma estudante, na época com 18 anos. “Eu cheguei na escola sem propósito, mas a partir dela comecei a ter esperança.”
Parte dos alunos também afirmou que se reconhecia na história da professora que, de origem humilde, teria se tornado uma cientista notável. Em entrevista ao Estado na ocasião, Joana recontou passagens da infância e chorou ao falar do dia em que foi alvo de chacotas pelos colegas de classe, após ser flagrada na escola usando um sapato furado. “A professora dizia que na sala ninguém ia ser nada na vida.”
Ela também confirmou que entrou na Unicamp aos 14 anos e falou do pós-doutorado no exterior e disse que passou dois anos em Harvard, nos Estados Unidos. Questionada sobre o período e as diferenças de estrutura da universidade e métodos de pesquisa em relação ao Brasil, Joana respondeu que “lá as pessoas são mais compromissadas” e que “aqui, dá muita coisa de mão beijada na sala de aula”.
A entrevista seguiu sem nenhuma revelação ou passagem que não havia sido contada por ela em ocasiões anteriores. Isso até o momento, já perto do fim, em que a reportagem perguntou a idade da professora. “Trinta e sete anos”, Joana mentiu. Nascida em outubro de 1963, ela tinha acabado de completar 54.
Inconsistências
Ao retornar de viagem, o Estado voltou a questionar a professora sobre a idade. Também perguntou por que o PhD em Harvard não constava no currículo Lattes dela – a plataforma havia sido atualizada pela última vez em 2015, portanto após a viagem aos Estados Unidos. Só depois de questionada, a professora alterou o currículo para incluir seu título acadêmico mais importante.
Sobre a idade, Joana justificou que a entrevista havia sido feita na presença de uma aluna e que ficara constrangida de informar quantos anos tinha. Já sobre Harvard ela disse que o currículo Lattes estava desatualizado e enviou um diploma com o brasão da instituição que informava ter concluído o pós doutorado em 1999.
Por causa das inconsistências, o Estado optou por não publicar matéria sobre a vida da professora. A reportagem não conseguiu confirmar outras passagens narradas por ela, por não localizar outros envolvidos. Dois orientadores informados por ela, por exemplo, já morreram. Outro professor não respondeu.
A apuração foi retomada após notícia de que a biografia seria retratada em um filme. Escalada para interpretar Joana, a atriz Taís Araújo anunciou na semana passada que desistiu do papel porque sua cor da pele é mais clara do que da professora.
O Estado conseguiu confirmar que o diploma era falso e fez nova entrevista com Joana. Desta vez, ela afirmou que não concluiu o pós-doutorado e que só entrou na universidade após atingir maioridade.
Entre os prêmios recebidos pela professora, destaca-se o de melhor pesquisadora, dado em 2014 pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), por sua pesquisa com pele artificial. Na ocasião, foi divulgado que a professora submeteria amostras do resultado a uma especialista da USP, que testaria a compatibilidade com a pele humana.
A reportagem procurou a especialista para saber se a pesquisa de Joana tinha bons resultados. “Ela nunca me mandou as amostras”, disse pesquisadora da USP, ao Estado. “Não posso emitir parecer.”

Fico pasmo como o radicalismo (de esquerda e de direita) impera nesse país, calando as pessoas sensatas e prejudicando a nação.
Digo isso após a declaração do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que iria “acabar com a balbúrdia” nas universidades. Claro, é necessário colocar ordem nas instituições e não permitir que universidade seja local de descalabro social.
Entretanto, há um grande problema: a generalização! Se existe problemas em uma sala de aula, por exemplo, não se pode punir todos os alunos, porque há os bons estudantes que querem adquirir e replicar o conhecimento – e que dividem espaço com os baderneiros que existam. Da mesma forma, em uma faculdade não existe 100% de alunos bons e 100% de alunos ruins. Punir, simplesmente, como se todos fossem anarquistas, está errado.
Compartilho a triste constatação de que o corte de verbas chamado pelo nome disfarçado de “contingenciamento”, reduz importantes áreas de pesquisas, afetando mestrandos e doutorandos sérios que lutam para o desenvolvimento da pesquisa e ciência do país – e que muitos não estão nem aí para os fanatismos políticos das diversas ideologias que contaminam o Brasil.
Extraído de: https://istoe.com.br/bloqueio-do-mec-atinge-mestrado-e-doutorado/
BLOQUEIO DO MEC ATINGE MESTRADO E DOUTORADO
Os reflexos do contingenciamento de R$ 7,4 bilhões do Ministério da Educação já começam a ser sentidos nos cursos de mestrado e doutorado. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) vai congelar neste semestre bolsas que estão ociosas e reduzir aquelas que são concedidas em instituições mal avaliadas. Associações das áreas de ciência e educação devem começar hoje a se mobilizar para reverter bloqueios no Congresso.
Além do aperto na oferta de bolsas, a Capes vai encerrar o programa Idiomas Sem Fronteiras, que havia sido criado na esteira do Ciência sem Fronteiras. A coordenação não informou quantas bolsas serão atingidas com as medidas, mas a conta é reduzir inicialmente R$ 150 milhões dos R$ 3,4 bi destinados para a atividade.
Será preservado neste primeiro momento o pagamento de bolsas para formação de professores de educação básica. Atualmente, são 107.260 bolsistas. Nos registros da Capes, havia em fevereiro deste ano 92.253 bolsistas na pós-graduação. Os auxílios repassados estão há anos sem reajuste. Para mestrado, o valor mensal é de R$ 1,5 mil; para doutorado, é de R$ 2,2 mil.
Diante dos cortes, pesquisadores vão iniciar uma movimentação no Congresso, com o objetivo de tentar blindar a área e obter, por meio de emendas parlamentares, recursos para o setor. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Academia Brasileira de Ciência e Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) pretendem a partir de hoje fazer um trabalho de convencimento entre parlamentares, para mostrar o risco que envolve a redução de investimentos em pesquisas no País. “A ciência está com a corda no pescoço”, resumiu o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu Castro Moreira.
Apreensão
Os cortes na Capes eram esperados com apreensão por pesquisadores. Helena Nader, do Conselho da Capes, afirmou que, na última reunião do grupo, em abril, integrantes já haviam sido informados de que era certa a redução de investimentos. “Os prejuízos a médio e longo prazo são incalculáveis. Mais do que isso, vêm na contramão do que ocorre em outros países”, completou a pesquisadora. Ela citou como exemplo a África do Sul. “Um país que há pouco tempo lutava contra o apartheid investe de forma expressiva na educação e na ciência”. “Estamos diante não da estagnação, mas do retrocesso.”
A pesquisadora diz haver um consenso de que investimentos em bolsas pós-doutorado são indispensáveis para impulsionar a economia do País e melhorar a balança comercial. “Escolas de agricultura, como Embrapa, são essenciais para o agronegócio.” Outro exemplo citado por ela foi a Embraer. “Ela nasceu do Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Outra mostra de que a pesquisa não é um custo, mas um investimento.”
Castro Moreira observa que os cortes ocorrem em um momento em que a produção científica vivia uma boa fase. “Todas as instituições publicando, com bons trabalhos, com referência”, completou. “Os cortes não se resumem à Capes. Também foram registrados em agências como CNPq e Finep. No CNPq, os recursos para pagamento de bolsas são suficientes somente até setembro.”
“Nessa situação, começa a haver canibalismo nas pesquisas”, explica Moreira. Diante de recursos minguados, pesquisadores começam a pagar do próprio bolso alguns insumos. “E recursos que eram de uma pesquisa eventualmente são deslocados para outra, já em andamento. Tudo para não parar as atividades.” A interrupção de uma pesquisa pode representar perda de parte dos recursos até então investidos. “Em muitas análises, o tempo é essencial.”
Linear
Em nota, o MEC informou que todos os órgãos e instituições da pasta serão atingidos pelo contingenciamento do governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Há aqueles que são vocacionados em disciplinas Humanas. Outros em Exatas. Outros na Saúde. Portanto, se a pessoa tiver a condição de estudar e trabalhar no que tem aptidão, os profissionais resultantes dessa graduação farão bem para o país. Em especial na diversidade de profissões dos novos tempos.
Leio que o novo Ministro da Educação, o economista Abraham Weintraub, foi indicado por Olavo de Carvalho (não se esqueça: ele é um ex-astrólogo; que foi esotérico e depois muçulmano; se converteu para o Cristianismo em determinado período e se intitulou filósofo – mesmo tendo estudado até a 6a série – e que nas entrevistas se autoproclama o maior escritor brasileiro contemporâneo). Já é um ponto a se questionar…
O problema maior é: o presidente Jair Bolsonaro, em seu tuíte, declarou que:
“O Ministro da Educação @abrahamWeinT estuda descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas). Alunos já matriculados não serão afetados. O objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina.”
Eu respeito todas as profissões. Todas são necessárias! Mas imagine o susto que um aluno de Humanas deve ter ao ler essa mensagem!
Não consigo entender para onde esse país vai… em tese, de maneira irônica, teremos menos Professores de História para resgatar nossa identidade, comparar com o presente e olhar o futuro; em compensação, muito mais veterinários para cuidar dos nossos animais.
Pobres estudantes… terão que escolher o que o suposto “Olavete” acha mais importante, não o que é mais necessário à nação.

Os sites de compra coletiva / descontos, como Peixe Urbano e Groupon, inspiraram outros empreendedores. A moda agora é: a venda ociosa de vagas em Universidades!
Veja só, extraído de: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/08/1911057-sites-ganham-dinheiro-com-a-venda-de-vagas-ociosas-em-universidades.shtml
SITES GANHAM DINHEIRO COM A VENDA DE VAGAS OCIOSAS EM UNIVERSIDADES
por Ana Luiz Tieghi
Com o financiamento público educacional em baixa –o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) atendeu 192,5 mil novos alunos em 2016, contra 731,7 mil em 2014 –, negócios que ajudam os estudantes a encaixarem as mensalidades no orçamento estão ganhando mercado.
Os sites Quero Bolsa, Neora e Educa Mais Brasil são alguns deles. As plataformas trabalham de forma parecida: fazem parcerias com instituições de ensino e oferecem descontos que chegam a 70% do valor da mensalidade. As universidades ganham ao preencher vagas ociosas. Em troca, as universidades abrem mão do valor da matrícula (leia abaixo).
O diretor-executivo da Quero Educação, dona do Quero Bolsa, Bernardo de Pádua, compara a empresa com um site de busca de passagens aéreas. “O aluno diz o quanto pode pagar e se prefere alguma instituição.”
A start-up, que surgiu em 2011, já atendeu mais de 200 mil estudantes e, segundo Pádua, espera crescer 50 vezes, chegar aos milhões de alunos e estar na bolsa de valores.
“Queremos estar no nível de Airbnb e Dropbox“, afirma.
Já a paulistana Neora quer se distanciar da imagem de site de descontos. A empresa também oferece testes vocacionais gratuitos e faz orientação financeira.
“Percebemos que colocar o aluno na faculdade não era suficiente”, diz o sócio-diretor Marcus Zillo. Segundo ele, ao verem o desconto, muitos estudantes não pensam se podem assumir as mensalidades a longo prazo ou se aquele é o curso ideal.
Com mais de 500 mil estudantes atendidos desde 2008, a empresa agora desenvolve uma ferramenta que combina vagas de trabalho e candidatos. O software vai avaliar o currículo de um candidato e o perfil da vaga.
O desenvolvimento de novas tecnologias também é um dos objetivos da Educa Mais Brasil, que atua desde 2003 e tem sede em Lauro de Freitas (BA). A empresa relançou em março seu software Creduc, que organiza o parcelamento de mensalidades para universidades privadas.
“O aluno paga parte das parcelas enquanto estuda e parte depois”, diz a diretora comercial Andreia Torres.
Segundo ela, o objetivo da Educa Mais Brasil é atender quem não pensava que poderia cursar uma faculdade. “Para ter o desconto, o aluno precisa estar fora do ensino superior há seis meses.”
O faturamento das plataformas varia de R$ 10 milhões, na Neora, a R$ 70 milhões ao ano, caso da Educa Mais Brasil.
Formada em filosofia, Ingrid Pereira, 21, é professora temporária da rede pública estadual, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Ela também faz pós-graduação a distância em educação especial inclusiva e conseguiu 30% de desconto com o Quero Bolsa. A mensalidade sai por R$ 181. “Não estaria estudando sem isso.”
Mas sua experiência não foi 100% positiva. Depois de efetuar o pagamento da matrícula para o site, a universidade disse que a bolsa não tinha sido repassada para eles.
O problema foi resolvido quando Pereira fez uma queixa no Reclame Aqui, site em que consumidores relatam dificuldades com prestadores de serviço. “Mesmo assim, recomendo esses sites, os descontos são muito bons.”
Segundo o Quero Bolsa, a matrícula de Pereira já estava validada, e ela recebeu as orientações necessárias para acessá-la após a reclamação.
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UMA MÃO LAVA A OUTRA
Como funcionam as empresas que oferecem descontos para ingresso em instituições de ensino
-Empresas fazem parcerias com essas instituições, que oferecem desconto para as vagas que não são preenchidas
-As universidades se beneficiam com uma maior ocupação das vagas
-As empresas lucram ao receber uma taxa paga pelo estudante, no mesmo valor da matrícula, isenta pela universidade. Não há gasto extra para o aluno
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CONCORRÊNCIA ACIRRADA
Diferenças entre as plataformas de bolsas e os programas públicos
EMPRESAS
Quero bolsa
Oferece descontos parciais para graduação e pós-graduação, mediante uma taxa paga no início do curso, no valor de uma mensalidade
Neora
Tem bolsas parciais para graduação, pós-graduação, cursos técnicos, idiomas e cursos livres. O aluno paga uma taxa no início do curso, no valor da mensalidade
Educa Mais Brasil
Oferece bolsas parciais para educação básica, graduação, pós, cursos técnicos, pré-vestibular, idiomas e preparatório para concursos, mediante pagamento de uma taxa na matrícula e a cada início de semestre
PROGRAMAS PÚBLICOS
Fies
Financiamento para estudantes cursarem graduação e pós-graduação em universidades privadas. A União paga as mensalidades enquanto o aluno estuda e, após um ano e meio de formado, o estudante começa a pagar o valor financiado. A partir de 2018, ele deve começar a pagar quando conseguir emprego formal. É preciso tirar mais que 450 pontos no Enem
Prouni
Programa de bolsas de estudo para graduação em universidades privadas, que vão de 50% a 100% do valor da mensalidade. É preciso ter cursado o ensino médio na rede pública (ou ter sido bolsista em escola particular) e tirar mais que 450 pontos no Enem. Para bolsas integrais, a renda familiar deve ser de até um salário mínimo e meio por pessoa
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2,2 milhões
é o número de vagas ociosas na rede privada, só para os cursos de graduação
Fonte: Sinopse Estatística da Educação Superior 2015, do Inep
| Danilo Verpa/Folhapress | ||
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| A professora Ingrid Pereira, 21, em sua casa em São Bernardo do Campo |