– Operação Tabajara: Marcos do Val e a fumaça!

Agente duplo?

O senador Marcos do Val denunciou que teria acordado com Bolsonaro e Daniel Silveira para tentar “grampear” Alexandre de Moraes, o gravando em conversa informal e tentando fazer ele dizer coisas condenáveis. Está sendo chamada jocosamente de “Operação Tabajara”.

Depois, negou o envolvimento de Bolsonaro e agora sugeriu até abrir mão do seu mandato.

Como em político não se deve acreditar piamente… não acredito, mas não duvido!

Saiba quem é Marcos do Val, senador que participou de reunião com Bolsonaro  sobre golpe

Imagem extraída de: Marcos Oliveira/Agência Senado

– Política e Ética.

A democracia requer: 1. diálogo, e não violência; 2. liberdade de pensamento e expressão, e não censura; 3. igualdade de tratamento para tod@s os …

Continua em: Política e Ética

– Desconfie de quem condena os atos golpistas mas diz “apesar de”…

Quando alguém escrever: “Sou contra os atos violentos do protesto de domingo, ‘APESAR DE’ que…”, desconfie. Não existe “apesar” nesse episódio.

Brasileiro sensato que tenha votado em Bolsonaro, Lula, Padre Kelmon, Marronzinho ou quem quer que seja, deve sempre ir contra a violência.

Para que não paire dúvidas, abordei aqui: https://professorrafaelporcari.com/2023/01/09/todo-radicalismo-e-toda-violencia-deve-ser-criticada-seja-de-quem-for

Imagem extraída do UOL.com.br (print de tela).

– Todo radicalismo e toda violência devem ser criticados, seja de quem for.

Não podemos ter memória curta, nem cair no “canto da sereia dos políticos”. Sendo assim, vamos discutir sobre as “manifestações antidemocráticas” travestidas de “atos pela democracia”?

Para que não se iluda achando que “um lado ideológico é bonzinho” e “outro é malvadinho”: os radicais de ambos são vândalos, baderneiros e cegos pelo fanatismo.

IMPORTANTE: aqui, não estou me referindo ao cidadão comum, eleitor de Bolsonaro ou de Lula. Estou falando de radicais de Bolsonaro e de Lula. Se você se considera uma pessoa sensata e equilibrada, entenderá tudo:

Sao dois momentos distintos:

1) Em 2017, black blocs esquerdistas invadiram a Esplanada dos Ministérios e causaram um enorme prejuízo em Brasília. Fomentados pelas Centrais Sindicais, esses supostos guardiões dos direitos trabalhistas foram protestar contra Michel Temer e causaram prejuízos milionários, quebrando equipamentos do Governo, incendiando bens públicos, vandalizando prédios, pichando símbolos comunistas e ditos como “morte à burguesia. Houve grande repercussão na época, pois pedia-se a renúncia de Michel Temer, que era vice da Dilma Rousseff, que sofreu impeachment.

Você pode acessar uma das matérias aqui: https://veja.abril.com.br/brasil/esplanada-tem-prejuizo-milionario-com-depredacao-e-ate-furto/ . Veja a foto daquela oportunidade:

Foto: WILTON JUNIOR/Estadão Conteúdo

2) Em 2023, extremistas direitistas invadiram a Praça dos Três Poderes, e fizeram algo parecido: vandalizaram o Congresso, destruiram bens públicos, pediram intervenção militar e praticaram outros atos condenáveis. Não reconheceram a vitória de Lula e, nos mesmos moldes dos “contrapontos de 2017”, acham-se os paladinos da Justiça e do Brasil, com o auto-título de “patriotas”.

Uma matéria sobre isso aqui: https://g1.globo.com/df/noticia/2023/01/08/vandalos-radicais-invadem-congresso-stf-e-planalto-em-brasilia-fotos.ghtml

Foto: UESLEI MARCELINO/Reuters

Sabe qual a verossimilhança dos dois episódios? Ambos os grupos acham que estavam certos; ambos alegam defender a Democracia (mesmo não a praticando); ambos alegam que foram infiltrados que produziram baderna (puxa, haja infiltrados…); e, por fim, ambos acabaram punidos: meia dúzia de presos + multas para os manifestantes de 2017, e prisão para os de 2023.

Sabe qual a diferença dos dois episódios? Em 2017, representavam a Esquerda e usavam o Vermelho. Ontem, representavam a Direita e usavam Verde e Amarelo.

Alguém perguntará: “ei, mas repercutiu muito mais agora!“.

Pois é: temos a popularização dos celulares e das Redes Sociais, além de Intenet de melhor qualidade. E por esses instrumentos tecnológicos, vândalos publicavam on-line a quebradeira na Web e se orgulhavam disso. Decerto, se assim fosse em 2017, também assistiríamos ao show de horrores.

Não se consegue justificar nenhum dos episódios, por mais que alguém tente. Alguém também me disse: “a culpa é do STE e suas urnas eletrônicas“. Ué, mas algo foi provado nos últimos 4 anos? NÃO! O próprio pessoal das Forças Armadas não conseguiu comprovar fraude, oficialmente falando. Alguém ainda me disse: “mas os juízes estão se achando deuses!” Pode ser, mas a esse reclamante, fica o lembrete: os senadores podem pedir o impeachment de um juiz do Supremo… e por quê não o fazem? Se o seu Senador de Direita (ou de Esquerda) acha que os juízes são injustos, por quê não agem? Se nada devem, é permitido usar os instrumentos democráticos.

Eu estou muito a vontade para escrever: eu gostaria de um presidente honesto, competente, democrático e que transmita credibilidade – e não encontro um sequer! Portanto, respeitemos as leis, gostando ou não delas, e usemos dos instrumentos disponíveis para protestar PACIFICAMENTE.

Em tempo: esses caras, que se dizem contra o Lula, foram tão burros, que deram um fato relevante ao atual presidente para usar contra Bolsonaro, a partir do momento que usaram de violência e pediram intervenção militar. Era tudo o que Lula queria, e foi entregue de bandeja… o que não faz o fanatismo, não?

Ops: Não vale dizer que foi um movimento pacífico – não foi, e a quebradeira foi registrada. Não vale dizer também que foram infiltrados, pois dos identificados, há gente que militou em campanha, e que fez questão de se fotografar / filmar. Aliás, as redes sociais são boas para isso: https://tecnoblog.net/noticias/2023/01/09/redes-sociais-ajudam-a-identificar-terroristas-de-brasilia-mas-e-preciso-cuidado/

Pobre Brasil… um país dividido por dois extremos que têm políticos de estimação. E aqui reitero: as pessoas equilibradas (mesmo as que votaram em Bolsonaro e Lula) não têm nada a ver com essa balbúrdia

– Manifestar é uma coisa; vandalizar é outra.

15h30 – Radicais de Extrema Direita (Direitistas e Esquerdistas – ou isentos – respeitam as leis, mas fanáticos não) invadem o Congresso Nacional. Tentarão o Palácio do Planalto?

Lamentável…

Curiosidade: há dois anos, algo semelhante acontecia com Trumpistas no Congresso dos EUA. Coincidência?

Imagem extraída do UOL.com.br (print de tela).

– Eu tenho medo de quem se diz “dono da verdade”…

Leio que o Deputado Federal Guilherme Boulos, líder do MTST, defendeu a criação de uma Procuradoria em Defesa da Democracia, que visa denunciar crimes contra desinformação e levar a pessoa a julgamento (foi à CNN Brasil, em reportagem de Marcelo Sappio).

Apesar do nome bonito, isso é um perigo… afinal, quem é dono da informação verdadeira?

Explico: ditaduras criam nomes pomposos como “Tribunais de defesa do povo” ou “Juntas da democracia popular”, e nada disso exerce a função proposta, mas se tornam instrumentos de censura à oposição (e os exemplos existem: Cuba e China, por exemplo). Não sejamos ingênuos…

Como avaliar informação real e diferenciar de opinião, que pode ser certa ou errada? Vemos no Brasil alguns excessos disso nos dias de hoje, e de vários lados ideológicos.

Reflita o expoente maior: se estou em um culto / missa / cerimônia religiosa, e defendo um conjunto de crenças que vão ao contrário de algum interesse, isso pode ser criminalizado! Traga ao âmbito político: os radicalismos de Lula e de Bolsonaro, tornariam-se um prato cheio à causa, dependendo do interesse.

A liberdade de expressão ainda é o melhor caminho, e o mau uso dela (como a ofensa a outrem) deve render responsabilização. Mas crime de “opinião”, travestido de fake news ou algo semelhante, é assustador.

Guilherme Boulos (PSOL-SP), deputado federal eleito

Imagem extraída de https://www.cnnbrasil.com.br/politica/boulos-defende-criacao-de-procuradoria-contra-desinformacao-e-diz-que-fake-news-influenciaram-eleicao/?utm_source=social&utm_medium=twitter-feed&utm_campaign=politica-cnn-brasil&utm_content=link

– Não consigo entender paixões políticas, de Direita ou de Esquerda.

Respeito todas as ideologias políticas e seus eleitores, mas não me obrigue a aplaudir demagogo populista, seja de direita ou de esquerda.

“Torcida”, como no futebol? Piorou!

A corrupção de Lula fez com que Bolsonaro se elegesse. A inabilidade de Bolsonaro trouxe Lula de volta.

Pobre país. De novo, não temos um Chefe de Estado honesto, competente e que traga credibilidade.

Imagem extraída da Web, autoria desconhecida. Quem souber, informar para crédito.

– 31 anos do fim da União Soviética.

Há exatamente 31 anos, um monstrengo chamado União Soviética – felizmente – deixou de existir. Uma ditadura (não importa se foi comunista, capitalista, ou o que tivesse sido – a censura e a ausência de democracia é sempre algo condenável) que enganou muita gente e que ilude pessoas com uma história mentirosa até hoje.

Uma matéria interessante sobre o acontecido (eu me recordo muito bem desse dia) aqui: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/12/26/5-razoes-pelas-quais-a-uniao-sovietica-entrou-em-colapso-ha-30-anos.ghtml

5 RAZÕES PELAS QUAIS A URSS ENTROU EM COLAPSO

Em dezembro de 1991, o maior país do mundo — e o primeiro Estado comunista — oficialmente deixou de existir. E isso teve efeitos profundos sobre como a Rússia hoje enxerga a si mesma e interage com o resto do mundo.

Em 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachev renunciou formalmente ao cargo de presidente da União Soviética (URSS). No dia seguinte, em 26 de dezembro, o Parlamento do país — o Soviete Supremo — reconheceu formalmente a independência de 15 novos Estados, encerrando assim a existência da União Soviética.

Gorbachev havia chegado ao poder em 1985, aos 54 anos. Ele iniciou uma série de reformas para dar um novo fôlego ao país, que estava estagnado.

Muitos argumentam que essas reformas, conhecidas como Perestroika (reconstrução e reestruturação) e Glasnost (abertura e liberdade de expressão), provocaram o fim do bloco soviético. Outros dizem que não havia salvação para a União Soviética, dada sua estrutura rígida.

Neste texto, a BBC examina as razões subjacentes a um colapso que teve efeitos profundos sobre como a Rússia hoje enxerga a si mesma e interage com o resto do mundo.

Uma economia em colapso era o maior de todos os problemas da União Soviética. O país tinha uma economia planificada, ao contrário da economia de mercado da maioria dos outros países.

Na URSS, o estado decidia quanto iria produzir em cada setor (quantos carros ou pares de sapatos ou pães, por exemplo).

Também decidia o quanto desses produtos cada cidadão precisava, quanto tudo deveria custar e quanto deveria ser pago às pessoas.

A teoria era que esse sistema seria eficiente e justo, mas na realidade ele teve dificuldades para funcionar.

A oferta sempre ficou atrás da demanda, e o dinheiro não rendia na mão da população.

Muitas pessoas na União Soviética não eram exatamente pobres, mas simplesmente não conseguiam comprar itens básicos porque nunca havia dinheiro o suficiente.

Na União Soviética, as pessoas não falavam em comprar algo (kupit), mas em conseguir (dostat).

O que piorou a situação foram os gastos com a exploração espacial e a corrida armamentista entre a União Soviética e os Estados Unidos, que começou no final dos anos 1950.

A URSS foi o primeiro país do mundo a colocar um homem em órbita e possuía um arsenal de armas nucleares e mísseis balísticos altamente avançados, mas produzir tudo isso custou muito caro ao país.

A União Soviética dependia de seus recursos naturais, como petróleo e gás, para pagar por essa corrida, mas, no início da década de 1980, os preços do petróleo despencaram, atingindo duramente a economia já debilitada do bloco.

A política da Perestroika de Gorbachev introduziu alguns princípios de mercado, mas a gigantesca economia soviética era pesada demais para ser reformada rapidamente.

Os bens de consumo permaneceram escassos, e a inflação disparou.

Em 1990, as autoridades introduziram uma reforma monetária que eliminou as poupanças, por mais parcas que fossem, de milhões de pessoas.

A frustração com o governo cresceu.

Por que isso importa hoje?

A escassez de bens de consumo teve um efeito duradouro no pensamento da população depois da queda do bloco soviético.

Mesmo agora — uma geração depois —, o medo de ficar sem produtos básicos ainda persiste.

Esse é um temor poderoso que pode ser facilmente manipulado durante as campanhas eleitorais.

A política de Glasnost de Gorbachev visava permitir maior liberdade de expressão em um país que passou décadas sob um regime opressor, onde as pessoas tinham muito medo de dizer o que pensavam, fazer perguntas ou reclamar.

Gorbachev começou a abrir arquivos históricos que mostravam a verdadeira escala da repressão sob Joseph Stalin (líder soviético entre 1924 e 1953), que resultou na morte de milhões de pessoas.

Ele encorajou um debate sobre o futuro da União Soviética e suas estruturas de poder, sobre como elas deveriam ser reformadas para seguir em frente.

O político até contemplou a ideia de um sistema multipartidário, desafiando o domínio do Partido Comunista.

Em vez de apenas ajustar a ideia soviética, essas revelações levaram muitos na URSS a acreditar que o sistema governado pelo Partido Comunista — onde todos os funcionários do governo eram nomeados ou eleitos por meio de eleições não contestadas — era ineficaz, repressivo e aberto à corrupção.

O governo de Gorbachev tentou apressadamente introduzir alguns elementos de liberdade e justiça no processo eleitoral, mas era tarde demais.

Por que isso importa hoje?

O atual presidente da Rússia, Vladimir Putin, percebeu desde cedo a importância da ideia de uma nação forte, especialmente para um governo que não é totalmente transparente e democrático.

Ele utilizou um ideário de várias épocas do passado russo e soviético para promover um sentimento nacional de reverência ao seu governo: a riqueza e o glamour da Rússia Imperial, o heroísmo e o sacrifício da vitória na Segunda Guerra Mundial sob Stalin e a calma estabilidade dos anos 1970. A era soviética é ecleticamente misturada para inspirar orgulho e patriotismo, deixando em segundo plano os numerosos problemas da Rússia atual.

A União Soviética era um estado multinacional, sucessor do Império Russo.

Consistia em 15 repúblicas, cada uma teoricamente igual em seus direitos como nações irmãs.

Na realidade, a Rússia era de longe a maior e mais poderosa, e a língua e a cultura russas dominavam muitas áreas.

A Glasnost revelou a extensão da repressão na época de Stálin — Foto: Getty Images.

A Glasnost revelou a extensão da repressão na época de Stálin — Foto: Getty Images.

– Na sociedade em geral, o não aceite de críticas leva muitas vezes à demagogia.

Vivemos tempos difíceis, onde as pessoas não aceitam críticas. E a primeira contestação delas é imputar a quem observa problemas e tece comentários, os mesmos termos do que ele, criticado, faz. Como, por exemplo, chamar alguém de “dono da verdade“. 

O erro é visto; a abordagem pontual é feita; a correção é mostrada; mas… surge o VITIMISMO! Ao invés do aceite humilde do conselho, vem o discurso demagogo de perseguição.

Vide as falas de extremistas políticos. A Direita Radical acusa o mundo de perseguir as “pessoas de bem” (auto-intitulando-se). A Esquerda Radical fala de ditadura contra os “marginalizados e sofredores” (se auto-rotulando). E a sensatez fica esquecida…

A verdade é: poucos aceitam críticas, preferem criar discursos demagógicos para agradar a parcela que lhes segue cegamente. E aqui é um problema não só da política, mas da sociedade em geral. Nos Clubes de Futebol (falamos disso em: https://wp.me/p4RTuC-rZA), nas Igrejas, nas Associações diversas…

Quando iremos ser mais pro-ativos, receptivos e respeitosos com o próximo, aceitando a opinião diferente sem justificar o injustificável? Ou evitando tergiversar dos assuntos (tirando o foco do erro, mudando discursos e enrolando o próximo)?

O grande defeito daqueles que não aceitam críticas é: desqualificar o crítico, mesmo que isso seja algo não possível, dependendo do tema.

Imagem extraída de: https://www.alingua.com.br/petrolina-macaco-que-nao-olha-o-rabo-e-o-cachorro-morto/

– Saiba discutir e respeite seu próximo.

Como se portar num debate? Com educação e ideias propositivas.

Cansa ver pessoas desqualificando o seu oponente com críticas à sua honra. O argumento em discussão fica esquecido pelo vício de alguém se achar acima do bem e do mal, impondo sua opinião como verdade. O país não precisa disso.

– O direito de ter opinião.

É obvio que todos nós temos direito à liberdade de expressão. Igualmente temos que levar em conta a educação e o respeito no que escrevemos para não ofender alguém com injustiças ou calúnias.

Leio esse artigo, abaixo, e observo algo interessante: a necessidade da RESPONSABILIDADE do que se fala! E isso é importantíssimo para uma sociedade mais cidadã!

Criar fake news, promover movimentos controversos e que podem prejudicar alguém, ou ainda, levantar bandeiras sem embasamento e/ou de comprovada cientificidade adversa, não seria usar o direito de expressão de maneira perniciosa?

Compartilho, extraído de: https://www.unicamp.br/unicamp/ju/artigos/daniel-martins-de-souza/o-direito-de-ter-opiniao

O DIREITO DE TER OPINIÃO

Por Daniel Martins de Souza

É possível afirmar que uma das maiores conquistas da humanidade é o direto de expressar suas opiniões. Direito este que é parte da tão apreciada liberdade de expressão, garantida por lei, a todos os cidadãos brasileiros. Expressar nossa opinião tem sido ainda mais frequente na era das redes sociais, onde encontramos canais totalmente abertos às mais diversas opiniões, sem nenhuma barreira ou limite.

Algumas décadas atrás, os fóruns para expressão de opiniões que atingissem uma quantidade significativa de pessoas eram muito restritos. Alguns poucos membros da sociedade opinavam: aqueles muitíssimo poucos indivíduos que podiam escrever uma coluna de jornal ou comentar num telejornal. A grande maioria das opiniões das pessoas eram emitidas a um número muito limitado de ouvintes, numa conversa de bar, ou na mesa de jantar. Talvez num jornal local.

Em meados da década de 1990, os grandes meios de comunicação passaram a tornar a participação popular mais presente em suas programações (no caso das rádios e TVs) ou publicações (no caso dos jornais e revistas). Esta popularização passou a possibilitar que a quantidade de opiniões nos grandes meios de comunicação se ampliasse cada vez mais.

E as redes sociais, já no século XXI, vieram para coroar o direto que cada individuo tem de expressar sua opinião a milhares, milhões de pessoas potencialmente, assim como o apresentador de um grande telejornal diariamente. Este é um feito maravilhoso para a humanidade. Cada indivíduo da sociedade teria direto e é livre para expressar o que pensa (teria, pois, infelizmente, ainda não há uma inclusão digital que propicie isso de verdade à grande parte da população brasileira).

À medida que a humanidade conquista um feito, reflexos deste aparecem e temos de ir sintonizando finamente como a conquista deve ser usufruída. Creio estarmos justamente neste momento de necessidade de ajuste, pois ao passo que temos direito de ter e expressar nossa opinião, temos também de exercer maior responsabilidade sobre ela. E hoje em dia, a responsabilidade sobre o que se fala e escreve, praticamente não existe.

O que temos visto e vivenciado diariamente é um aumento no número de canais que garantem o direito da expressão de opiniões, mas muito pouca, ou nenhuma cobrança de responsabilidade sobre elas. Cada um fala e escreve o que quer e bem entende, da forma que acha mais adequado. E quando isso acontece por trás de uma tela, de um teclado, de uma webcam ou até por trás de um microfone, parece que inclusive a simpatia e cordialidade se perdem.

Algumas pessoas defendem que podem dizer e escrever o que bem entender, mesmo sem assumir qualquer responsabilidade, pois aquela é a opinião pessoal dela. Opinião esta que é parte do direito garantido pela constituição da liberdade de se expressar. Assim, ninguém tem o direto de questionar o que é dito por outrem.

Mas está justamente aí um enorme equívoco. Ao passo que temos o direito de opinar, temos o dever de nos responsabilizar pelo que dizemos. É justamente da liberdade de expressar sem responsabilidade que nascem as famigeradas “fake news”: conceitos, fatos ou notícias expressas, sem nenhuma responsabilidade com a verdade, mas fortemente tendenciosas à opinião ou intenção do interlocutor. E a partir daí, especialmente dado o infinito alcance que os meios de comunicação e redes sociais têm, temos visto enxurradas de opiniões deletérias que desmontam, com muito poder e do dia para a noite, o trabalho conceitual de séculos da ciência e da justiça social.

Tanto esta afirmação é verdadeira que hoje temos visto questões superadas pela ciência há décadas (eventualmente há séculos!) voltarem como forma de explicação para conceitos da natureza. A crença de que a terra é plana é uma das maiores evidências deste argumento. E é bem aí que está o que me fez escrever este texto: conceitos comprovados cientificamente baseiam-se em dados. Não em opinião.

Se alguém diz “na minha opinião, a terra é plana”, esta não é uma opinião aceitável. Porque a terra é comprovadamente redonda. Temos aqui então um dilema, pois, numa sociedade democrática, todos têm direito a sua própria opinião. Mas tenho eu direito a uma opinião que é comprovadamente não verdadeira? Ou ainda tenho eu direito a uma opinião não aceitável socialmente? É justamente sob a luz de exercer o direito à opinião que as pessoas praticam atitudes homofóbicas, racistas e até neofascistas nas redes sociais diariamente.

Uma opinião sólida e com poder agregador perante a sociedade e não tendenciosa à formação de uma notícia falsa é aquela baseada em dados. Dados verdadeiros, sólidos e apropriadamente interpretados. Para ilustrar este ponto, temos diversos exemplos atualmente: a última eleição presidencial nos EUA tem sido posta em xeque por alguns quanto à sua validade; o uso de urnas eletrônicas na eleição para prefeitos aqui no Brasil foi também questionado por alguns. Mas quais são os dados que comprovam – ou ao menos indicam – que as eleições nos EUA foram fraudadas ou que as urnas eletrônicas não funcionam no Brasil? Até agora, nenhum. As alegações são somente opiniões pessoais, sem base em dados. As alegações baseiam-se em sentimentos de um apoio popular não quantificado. Assim, são opiniões que tendem a gerar notícias falsas, que se espalham com grande força e rapidez, ainda mais dependendo do interlocutor que as traz.

Durante a pandemia, é acalorado o debate sobre o tratamento da COVID-19. Uma das perguntas que permeiam a discussão cotidiana é: Há algum medicamento eficaz para tratar a COVID-19? É comum ler e ouvir respostas como “na opinião do Doutor Fulano, o medicamento XYZ funciona”. Mas a questão aqui é que em termos de tratamento de uma doença, não existe opinião: ou o medicamento funciona ou não funciona, baseado em dados científicos. De maneira muito genérica, para o tratamento efetivo de uma doença, existe a necessidade de estudar em diversas fases e em diferentes modelos biológicos (células, animais até chegar em humanos) os efeitos de um composto químico (um medicamento) sobre a doença. Os dados destas investigações, conduzidas com rigor e apropriada cadência científica, é que vão definir se um tratamento é efetivo ou não. Assim, a opinião do “Doutor Fulano” só é válida se houver dados que comprovem sua afirmação. Do contrário, não importa a opinião dele. A opinião sobre um remédio só é válida se houver comprovação científica. Voltando a pergunta então: Há algum medicamento eficaz para tratar a COVID-19? A resposta é “não”, pois até hoje, não há estudo científico que comprove a eficácia de um medicamento sobre a COVID-19. E isso independe da opinião de qualquer pessoa.

Você pode ler este parágrafo acima e se contrapor, dizendo que teve COVID-19 e que se curou, por exemplo, tomando 3 copos de água a cada 1 hora. Ao passo que, na sua opinião, este seja o caminho da cura da COVID-19, esta é uma observação isolada, baseada na sua experiência, única e individual. Logo, não é uma opinião que vale como verdade. Provavelmente nem seja uma opinião segura e responsável. Para comprovarmos se 3 copos de água a cada 1 hora tem a capacidade de curar a COVID-19, um estudo sistemático e com rigor e design científico deve ser conduzido em centenas de milhares de pessoas. As observações clínicas e sintomatológicas serão coletadas por cientistas capacitados para interpretá-los e somente a partir destes resultados poderíamos afirmar se esta seria uma maneira de curar a COVID-19. Assim, será que alguém tem direito de ter a opinião que 3 copos de água a cada hora curam a COVID-19? Frente a responsabilidade envolvida neste caso, talvez esta não seja uma opinião que tenhamos direito de ter. É uma situação na qual a responsabilidade pela opinião impacta o seu direito constitucionalmente garantido de expô-la.

Nós vivemos em uma era na qual nunca tanta informação esteve tão disponível. Todas as enciclopédias do mundo e as experiências pessoais da humanidade estão nas palmas de nossas mãos. Na era da informação, a maneira com a qual se usa o conhecimento determina se é bom ou ruim ter tanta informação disponível. Dentre os tópicos mais discutidos da humanidade nas últimas semanas estão as vacinas para preveção da COVID-19. E o assunto vacina nos traz novamente para a discussão sobre como o obscurantismo pode ser cultivado, mesmo em tempos de tanta luz. Há uma crença, posta justamente por pessoas que expõe opiniões de forma irresponsável, de que vacinas fazem mal às pessoas. Este é um argumento insustentável cientificamente. Assim, não deve ser uma opinião válida. Grande parte da “opinião” sobre o eventual mal que as vacinas fazem vem de crenças pessoais ou do fato de dados científicos serem interpretados equivocadamente.

Certa vez li um blog anti-vacina que explicava o porquê uma vacina faz mal. Ao ler o texto, pude perceber que o autor, apoiado num texto científico legítimo, interpretou-o de maneira escandalosamente equivocada. E assim espalhou pela web sua interpretação: estudo científico mostra que vacinas causam doenças. O autor do texto era um advogado. Em posse de dados que esta pessoa não tem preparo técnico para interpretar – afinal, o estudo científico havia sido conduzido por imunologistas, cuja formação é muito distinta – gerou um entendimento incorreto e perigosíssimo, pois sua interpretação apoiava-se justamente em um texto científico. E tudo que clamo aqui é “confie na ciência”. E quando alguém usa a ciência pra justamente sustentar um argumento errado? Especialmente para defendê-lo a outras pessoas que também não tem as melhores condições para interpretá-lo? Este é um exemplo de como o acesso a muita informação pode ser deletério. É importantíssimo, portanto, que usemos filtros adequados no acesso a informação. Eu como bioquímico, por exemplo, não tenho a menor condição de ler um texto jurídico e interpretá-lo. Assim, devo procurar um canal, certificado e conduzido por especialistas no assunto, que o façam. Do contrário, as pessoas podem até se apoiar em dados científicos, mas para conclusões equivocadas. E pior, difundindo estes equívocos nas redes sociais, por exemplo, gerando uma falsa sensação de confiança em quem lê.

Abro um parênteses: o que discuto aqui versa sobre o conceito de vacina. Isso não tem a ver com a preocupação sobre a segurança e eficácia das vacinas que estão sendo produzidas para COVID-19. Sem sombra de dúvidas, as vacinas que estão sendo aceleradamente produzidas precisam ter sua eficácia comprovada, com estudos científicos robustos e rigorosos, seguindo o ritmo da ciência. Preocupar-se e cobrar das autoridades a eficácia e segurança das vacinas para COVID-19 é importantíssimo e até um ato de cidadania de cada um de nós. Com isso, a ciência é capaz de nos ajudar. E tem nos ajudado. Veja o quanto descobrimos sobre esta doença todos os dias.

Depois de argumentar que a falta de formação para a compreensão de determinada pauta é a causa pela qual conceitos errados se espalham, é necessário lembrar que o ser humano, inteligente como é, pode manipular a informação em prol de seu próprio benefício. É comum ver indivíduos cientificamente letrados defendendo causas que não têm embasamento científico, usando justamente suas credenciais como cientista para dar força a seus argumentos. Lembrem-se sempre que o uso da informação para promover desinformação nem sempre é ignorância, mas uma estratégia, ainda mais em tempos de acirradas e polarizadas discussões de cunho político.

Voltando a atenção ao direto à opinião e o incrível alcance das redes sociais, é observável como conceitos incrustados na sociedade brasileira como o racismo e o preconceito contra as classes menos favorecidas emergem em tempos de crise. Quando tudo vai bem – especialmente em termos econômicos – há menor polarização de opiniões e maior paz social. Quando a economia sucumbe ou situações como a atual pandemia emergem, há sempre a busca por culpados para aquelas situações. E é neste momento que invariavelmente estes conceitos reaparecem com muita força. O grande alcance das redes sociais une as opiniões, aumentando o eco significativamente. O eco é tamanho que a sinceridade daquele individuo que exprime uma opinião – que deveria ser socialmente inaceitável – é taxada como autêntica e não desprezível, como se esperaria ser. E esta bizarra espécie de selo de autenticidade é que mostra as entranhas preconceituosas do povo, eclodidas violentamente nas redes sociais. Quando a economia brasileira vai mal, as políticas governamentais integrativas – chamadas sarcasticamente de populistas – são culpadas. E por conseguinte, as classes desfavorecidas são culpadas pelo fracasso econômico daquele momento. Isso demonstra não só preconceito, mas a falta de conceitos das pessoas ao ignorar que promover maior igualdade de classes é necessário para a saúde da sociedade em todos os aspectos. Quando a diferença social é grande, não há paz e equilíbrio econômico. Para diminuir a desigualdade social, é natural que deva haver políticas promotoras desta noção. Momentos de crise, somadas a uma sociedade preconceituosa com ferramentas de alcance em massa pode realmente polarizar opiniões de forma deletéria.

Mas como resolver isso tudo? Como eliminar o obscurantismo, representados recentemente por conceitos como os de terra plana e movimento antivacinas? Como levar aos cidadãos o conceito do opinar responsável, baseado em dados e não em crenças? Como mostrar aos cidadãos que a ciência é confiável, dado seu rigor e imparcialidade? A resposta é sempre a mesma: educação. A educação é a resposta para todos os nossos problemas, inclusive os tantos outros que transcendem esta discussão. Além de uma educação que preze por dados e comprovações sólidas, é necessária uma educação que cultive o respeito à opinião do próximo e à diversidade de ideias. Com educação de qualidade e pautadas à luz da ciência e de conhecimento sólido, a população terá discernimento sobre manobras de desinformação.

Temos o direito a uma opinião? Claro! O ideal é que cada um de nós expresse sua opinião para um indivíduo, a um grupo ou ao mundo, usando a potência de alcance das redes sociais. Mas a responsabilidade de uma opinião, munida de dados confiáveis, é algo central para um mundo justo. O direito à opinião é um legado que deve ser perpetuado na humanidade. Mas com sempre com respeito e responsabilidade.

Cuidado com opiniões e relatos de caso - Ortodontia Descomplicada

Imagem extraída de: http://ortodontiadescomplicada.com.br/cuidado-com-opinioes-e-relatos-de-caso/

– Cada Xarope nesse Brasil…

Alguns querem parar o país entendendo que o relatório das Forças Armadas alegou fraude nas Eleições. Confesso que ao ler, não interpretei isso…

Outros, querem colocar busto para Alexandre de Moraes em praças. É mole?

Enlouquecemos? Ou só são os extremistas (independente de lado)?

Veja só: https://olivre.com.br/deputado-do-pt-quer-construir-bustos-de-alexandre-de-moraes-em-pracas-publicas?amp=1

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

– Teorias conspiratórias da “não-posse” de Lula.

As eleições se realizaram, gostemos ou não, com a vitória de Lula. Eu ainda acho que não temos uma pessoa honesta, competente e que transmita credibilidade no Brasil, e lamento a polarização de Luís Inácio e Bolsonaro.

Porém, num país civilizado, não se pode forçar situações. E vejo um monte de teorias alucinadas na Web… que Alexandre de Moraes está com a prisão decretada, que houve a interferência da CIA no processo eleitoral, que Bolsonaro venceu com 65% dos votos já no 1o turno, e que segunda-feira os militares tomarão o poder após uma greve geral.

Para com isso… não se leve a sério essas coisas.

Preocupemo-nos em coisas mais reais: ao invés de golpe ou fraude, a fiscalização de um presidente corrupto que voltou ao poder. Veja José Guimarães (do inesquecível episódio do Dólar na Cueca) logo no primeiro discurso após a vitória. Ou o apoio de Geddel Vieira Lima, o homem da mala de dinheiro!

Gastemos tempo com o que é verdade (e temível), não com delírios. Afinal, negou-se tanta coisa e agora acredita-se em tantas outras…

Negacionismo Científico e Teorias da Conspiração

Imagem extraída de: https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/negacionismo-cientifico-e-teorias-da-conspiracao

– Sem extremismos!

Meses atrás, surgiu um vídeo de pessoas chutando algo, representando “a cabeça de Bolsonaro” como uma bola.

Ridículo.

Agora, Nelson Piquet aparece sugerindo Lula morto. Igualmente ridículo.

É esse país odioso que queremos ensinar para os nossos filhos?

Lamentável…

– No fundo, trocamos seis por meia dúzia.

O Brasil trocou uma “lunaticocracia”, formada por um bando de radicais, pela volta de uma “cleptocracia“, formada por um bando de corruptos.

Geddel Vieira Lima, o da mala de dinheiro vivo, estava ao lado de Lula no discurso da vitória. Mas quem é Bolsonaro para falar sobre dinheiro vivo?

A corrupção de Lula no Mensalão, Petrolão, Máfia dos Sanguessugas, conluio de Construtoras e Bancos (e por mais que alguns se esforcem em negar esses fatos, o dinheiro não “criou pernas e foi para o estrangeiro sozinho”, já que foi repatriado pela Lava-Jato), proporcionou o surgimento de Bolsonaro. E Bolsonaro, com a cloroquina, a teimosia e birra na pandemia, recriou Lula (somado ao fato de brigar com o STF que, evidentemente, “descondenou” Luís Inácio para concorrer nas Eleições).

Em suma: trocamos o populismo de Esquerda pelo da Direita, e agora voltamos no mesmo lugar de antes. Passamos por corrupção, intolerância e incompetência, e ainda… festejamos!

O Brasil está perdendo desde que nos polarizamos. Simples.

Eu desejo um nome honesto, competente e que tenha credibilidade para 2026. Não vi em 2022. Vou torcer para que Lula não faça cáca e nem remonte o esquema de corrupção, da mesma foram que torci para Bolsonaro não fanatizar o Brasil e criar uma teocracia à moda dele. Afinal, precisamos torcer para que o país dê certo (apesar desses senhores políticos).

Os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) disputam o segundo turno neste domingo (30) - Ricardo Stuckert e Divulgação/Palácio do PlanaltoImagem extraída de: https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/10/29/atlas-pesquisa-segundo-turno-lula-bolsonaro.htm, por Ricardo Stuckert e Divulgação/Palácio do Planalto.

– Teremos 4 tristes anos para o Brasil (independente de quem for o novo presidente)

Agora: 19h12. Tudo indefinido na apuração para Presidente da República. Mas uma coisa é certa: o país se dividiu.

Diz-se que toda a unanimidade é burra, e isso é uma verdade popular. Entretanto, a divisão 50-50 como vemos, torna o país ingovernável. Não sei quem ganhará para presidente, mas é lógico que quem já perdeu foi o país.

De novo, 4 anos de “eles contra nós”, de Esquerda contra Direita (e vice-versa).

No mundo imaginário, seria ótimo quem quiser Lula ou Bolsonaro como seu líder, que o tenha – assim não teríamos briga. Mas é ilusório isso…

Em tempo: o vencedor terá a maioria dos votos válidos, mas matematicamente, a sua votação será menor do que o desejo da maioria dos eleitores (pois se conta os votos adversários, dos “tanto-faz” que não escolheram e/ou dos que anularam, além dos faltosos).

Imagem extraída de: https://qualidadeonline.wordpress.com/2014/06/04/os-requisitos-para-a-bandeira-brasileira/

– O debate entre Lula e Bolsonaro no 2º turno na Globo.

E o Debate dos candidatos a Presidente do Brasil?

Uma afronta à inteligência, com horas de populismo, demagogia, acusações e falta de propostas.

Uma vergonha que tenham sobrado dois homens sem conteúdo e com tantas reticências (e resistências). Será que eles pensam que todos os brasileiros são bobos?

Um dos piores embates já vistos. Aliás, no primeiro bloco, pareceu que não sairia do lugar um contra o outro na mesma temática insistente.

Pobre democracia brasileira… parece que vivemos na Suíça hoje. Igualmente a ontem.

Para quem não assistiu, em: https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/noticia/2022/10/28/debate-da-globo-do-2o-turno-para-presidente-veja-integra-em-videos.ghtml?UTM_SOURCE=copiar-url&UTM_MEDIUM=share-bar-app&UTM_CAMPAIGN=materias

– Para mim, é censura. E pra você?

Rapaz… a decisão contra a JP de senhores togados em proibir algumas reportagens (como o assunto “condenação de Lula”) e outros que remetam a críticas e até a termos / vocábulos, é algo preocupante.

  • O cara não gosta da Folha e a chama de “esquerdista”? Não a leia.
  • O sujeito não gosta da Jovem Pan por ser “direitista”? Não a escute.
  • O cidadão acha que a Globo está “fazendo campanha” para alguém? Não a assista.

O que não pode, simplesmente, é censurar! Ainda mais no século XXI…

Ditadura militar: confira 8 casos de censura em novelas - Mega Curioso

Imagem extraída de: https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119441-ditadura-militar-confira-8-casos-de-censura-em-novelas.htm

– O plano de Educação Familiar do Governo Chinês.

Do ano passado, mas nada mais se soube… abaixo:

Limitação de tempo de jogos pela Internet, fim do culto às celebridades da mídia, cuidados para a adoração de pessoas como se fosse “ópio espiritual”, aumento de tempo de recreação com atividades físicas e mais masculinização dos homens: eis alguns pontos da nova lei de Educação Familiar na China, que pode levar os pais à punição, caso os filhos não os cumpram.

Diante disso, uma questão, independente da lei: até onde um Governo pode ou deve regular a relação íntima de pai, mãe e filhos?

Abaixo, extraído de: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/china-elabora-lei-para-punir-pais-por-mau-comportamento-dos-filhos/

CHINA ELABORA LEI PARA PUNIR PAIS PRO MAU COMPORTAMENTO DOS FILHOS

O parlamento da China vai analisar uma legislação para punir os pais se seus filhos pequenos exibirem “comportamento muito ruim” ou cometerem crimes.

No projeto de lei de promoção da educação da família, os tutores serão repreendidos e obrigados a passar por programas de orientação de educação da família se os promotores encontrarem um comportamento considerado “muito ruim ou criminoso” nas crianças sob seus cuidados.

“Há muitas razões para os adolescentes se comportarem mal, e a falta de educação familiar inadequada é a principal causa”, disse Zang Tiewei, porta-voz da Comissão de Assuntos Legislativos do Congresso Nacional do Povo (NPC).

O projeto de lei de promoção da educação familiar, que será analisado do Comitê Permanente do NPC nesta semana, também pede aos pais que providenciem tempos para descanso, brincadeiras e exercícios para seus filhos.

Pequim tem conduzido a China com uma mão paternal mais assertiva neste ano, combatendo o vício dos jovens nos jogos online, que são considerados uma forma de “ópio espiritual”, até reprimir a adoração “cega” de celebridades da internet.

Nos últimos meses, o Ministério da Educação chinês limitou as horas de jogo para menores de idade, permitindo-lhes jogar online por uma hora apenas às sextas, sábados e domingos.

O país também proibiu aulas de reforço depois de aulas para matérias importantes durante o fim de semana e feriados. A decisão demonstra uma preocupação com a pesada carga acadêmica sobre as crianças do país.

A China tem pedido aos jovens para serem menos “femininos” e mais “masculinos”. Em uma das medidas adotadas pelo país, o Ministério da Educação instou as escolas a promoverem esportes presenciais, como o futebol.

China: governo, economia, aspectos naturais - Brasil Escola

Imagem extraída de: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/china-1.htm

– Você acredita que os eleitores que votaram em Lula ou em Bolsonaro no 1º turno, mudarão o voto?

Eu não! Nesse extremismo político, o cara é Lula ou é Bolsonaro de verdade. Portanto, nos debates, se os candidatos ficarem na mesma estratégia de sempre, estarão falando para quem já são seus eleitores e agradando somente a eles.

Para conquistar os indecisos e/ou quem votou em Tebet, Ciro ou Soraya, há de se mudar o discurso. “Falar para quem já é convertido, é chover no molhado.”

Arte e Imagem: Ricardo Stucker e Alan Santos/PR, extraído de: https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/10/01/ultimo-datafolha-ipec-o-que-pesquisas-apontaram-em-2018.htm

– O debate do 2º turno na Band: deu Lula ou deu Bolsonaro?

Muitos ataques e poucas propostas no Debate da TV Bandeirantes, com os 2 candidatos se criticando bastante e criando suas narrativas.

Lulistas dirão que Luís Inácio venceu. Bolsonaristas dirão que Jair Messias foi o vencedor. E pra você, quem ganhou?

Para mim, o ponto alto foi a pergunta do Josías de Souza, que questionou sobre os métodos de Lula e Bolsonaro na hora de “comprar apoio do Centrão”!

Para quem não assistiu o debate, aqui: https://youtu.be/iYVk1CeIs60

– Sobre Martelos e Pregos!

Sábio Barack Obama… os EUA (e em especial o mundo) eram melhor articulados com ele do que com Trump!

Olha só a frase:

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– O futuro presidente será o escolhido pela minoria da população.

O último dado oficial brasileiro mostra: nossa população é de aproximadamente 215 milhões de habitantes.

Desse total, são 156.454.011 eleitores (segundo o IBGE, 72% da população).

No último pleito,
57.259.504 votaram em Lula.
51.702.345 votaram em Bolsonaro.
32.672.798 (20,89 % dos habilitados) não foram votar.
9.316.711 votaram em Tebet , Ciro, Soraya, D’ Ávila, Kelmon, Péricles, Manzano, Vera Lúcia e Eymael.
5.452.653 votaram em Branco ou Nulo.

Ou seja: o eleito será escolhido pela maior parte das pessoas (das diversas partes possíveis), mas não pela maioria delas. Só teremos um presidente eleito pela maioria dos eleitores habilitados brasileiros se receber 78.202.006 votos.

Portanto, pela lógica, a maioria dos brasileiros terá escolhido (vejam só) outras opções do que o eleito (o adversário perdedor, somando os brancos e nulos, mais os eleitores que não forem votar).

Em resumo: o eleito (qualquer que seja) será um presidente da minoria da população.

História das eleições no Brasil - Brasil Escola

Imagem extraída de: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/historia-das-eleicoes-no-brasil.htm

– Enfim chegou o dia!

Certamente teremos candidatos que não dormiram de ontem para hoje. E eleitores também!

O aguardado dia das Eleições chegou! Não se esqueça: exerça o seu direito ao voto com cidadania.

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Imagem extraída da Web, autoria desconhecida.

– O Debate dos Candidatos à Presidência na Globo.

A democracia pede que ouçamos a todos. Assim, os diversos candidatos ao cargo de Presidente da República estiveram na Rede Globo, desde os mais polêmicos aos mais folclóricos.

Se você não assistiu, está em: Debate da Globo para presidente; veja íntegra em VÍDEOS | Eleições 2022 | G1 https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/noticia/2022/09/30/debate-da-globo-para-presidente-veja-integra-em-videos.ghtml

Eu quero um candidato honesto, competente e que tenha credibilidade. Mas não consigo achar…

– Defendamos sempre a Democracia, mas com coerência.

Defender a democracia é importante. Isso foi feito na Faculdade de Direito da USP na última 5a feira.

Entretanto… que não seja um movimento demagógico. E me causa espanto dizer que a pessoa “apoia a democracia, e louva ditaduras como Cuba, Venezuela ou Nicarágua”.

Sejamos coerente, né? E defendamos realmente a democracia, em qualquer momento.

Bandeira do Brasil: origem, significado e história - Toda Matéria

Imagem extraída da Web.

– Por quê a Política exige dois lados no Brasil?

Nunca tivemos uma dualidade política tão tomada pelo fanatismo no Brasil quanto agora. A Direita e a Esquerda radicais obrigam a pessoa responder “na lata”: Bolsonaro ou Lula?

Se você critica um, automaticamente te rotulam como “simpático a outro”. Nada disso, existem inúmeras outras correntes e formas de se pensar e viver – sem extremismo ou, por incrível que possa parecer, com maior ainda em alguns casos.

O certo é: não se rotule o próximo e respeite quem pensa diferente de você. O grande problema em nosso país tem sido a discordância de opiniões (que deve ser válida) baseada no ódio (ao invés do respeito).

Resultado de imagem para Extrema Direita ou Extrema Esquerda

Imagem extraída da Internet, autoria desconhecida.

– Seminário sobre Fé e Democracia em Araçatuba.

Muito bom! Compartilho:

– Fanatismo de Esquerda e de Direita, Paola Carosella e outros generalistas.

A masterchef Paola Carosella disse que é “difícil se relacionar com bolsonaristas, pois o sujeito que defende o presidente ou é escroto, ou é burro”.

Felipe Neto, youtuber, complementou que deveria ter dito “colossalmente” escroto ou “colossalmente” burro. 

Essa lógica é muito ruim. Não sou bolsonarista, nem apaixonado por político algum. O que é correto merece aplausos e o errado merece críticas. Mas confundir o Chefe de Estado com o eleitor, é condenável. Afinal, a pessoa pode estar iludida. 

Conheço inúmeros eleitores do Bolsonaro que não conseguem enxergar erros em sua gestão. Não é por isso que são escrotos ou burros, apenas enxergam a administração dele positiva. 

Conheço também inúmeros eleitores do Lula, que de maneira incompreensível insistem na honestidade dele e de seus pares (alguns alegam até que foi traído por José Dirceu, Delúbio, entre outros). Creem piamente que ele foi vítima de uma conspiração internacional! Nem por isso, são escrotos ou burros. Apenas têm nessa narrativa a verdade deles. 

Por fim: critique o candidato, mas se respeite o eleitor, por mais incompreensível que possa ser o voto dele. É a democracia!

A era do fanatismo - Blog do Ari Cunha

– REPOST: Taiwan: como surgiram duas Chinas?

De 23.05.2020, mas pertinente, devido ao aumento da tensão entre China e Taiwan
Na semana, a presidente de Taiwan Tsai Ing-wen se reelegeu e novamente afirmou que não existe nenhuma chance do território aceitar ser administrado pela China Comunista, nos moldes que faz com Hong Kong.

Aliás, duas observações:

1. A população de Formosa (ou Taiwan, como é chamada lá) não quer fazer parte da China Continental. Pra quê insistir, depois de tantos anos? Demonstração de poder?

2. Hong Kong vive reclamando da forte repressão democrática. Se espelhar nesse modelo é algo impensável para eles.

Entenda como surgiram “duas Chinas”,

Extraído de: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/taiwan-uma-nacao-ou-uma-provincia-chinesa.htm

TAIWAN: UMA NAÇÃO OU UMA PROVÍNCIA CHINESA?

A questão de Taiwan teve origem com a vitória da Revolução Chinesa em 1949, a derrubada do governo de Chiang Kai-shek e a instauração do governo socialista de Mao-Tsé Tung. Chiang Kai-shek, que governou a China desde 1927, refugiou-se com seu Estado Maior e cerca de 2 milhões de chineses na ilha de Taiwan ou Formosa, situada a 130 km do litoral da parte continental da China e separada desta pelo estreito do mesmo nome. Formou-se na ilha um governo autônomo com o apoio dos Estados Unidos.

A partir desse período, a China seguiu dividida em duas: República Popular da China (a parte continental) e a China Nacionalista ou Taiwan (parte insular). Elas representavam os dois lados da Guerra Fria. A China Popular aliou-se à URSS até 1960 e depois seguiu seu próprio caminho.

Desde então, as duas Chinas vivem numa situação de hostilidade, ocorrendo, inclusive, conflitos armados nos primeiros anos de sua divisão. A China Nacionalista, porém, assegurou sua existência através do estreitamento das relações com os Estados Unidos. Em 1954, os EUA e Taiwan assinaram um acordo de defesa mútua, após o intenso bombardeio do estreito de Formosa pela República Popular da China, nesse mesmo ano.

Desde a década de 1970, Taiwan tem se destacado no cenário econômico mundial pelo desempenho invejável. Formava, ao lado de outros três países do Pacífico – Coréia do Sul, Hong Kong e Cingapura – o bloco dos primeiros “tigres asiáticos”, assim chamados por terem dado um salto no desempenho econômico, com taxas de crescimento excepcionais, além de uma política agressiva de disputa no mercado externo. Os taiwaneses conquistaram padrões de vida bem próximos aos dos países desenvolvidos, contrastando com a dura realidade vivida pela população da China continental.

Do ponto de vista geopolítico, porém, Taiwan acumulava derrotas. Em 1971 foi substituída pela República Popular da China na ONU e, em 1979, os Estados Unidos transferiram a sua embaixada de Taipé (capital de Taiwan) para Pequim (capital da China Popular), devido ao restabelecimento de relações diplomáticas com o país socialista. Nesse mesmo ano, os Estados Unidos anularam o Tratado da Defesa que mantinham com a ilha e desativaram a sua base militar. Apesar disso, o governo de Taiwan continuou contando com o compromisso de apoio e proteção militar norte-americana.

Nação ou província chinesa?

Chinag Kai-Shek, líder do Partido Nacionalista (Kuomintang), governou Taiwan até 1975, com poderes ditatoriais. Mesmo após a sua morte, nesse mesmo ano, a ilha continuou a ser controlada pelo Kuomintang. Somente na década de 1990 o país passou por um processo de democratização, abrindo espaço para outras agremiações políticas. Em 2000, o Partido Democrático Progressista (PDP) conquistou o poder através de eleições livres, sob o comando de Chen Shui-bian. O PDP sempre manifestou posição favorável à independência em relação à China Popular, que lhe rendeu os votos da maioria da população taiwanesa e assegurou a reeleição de Chen, em 2004.

Taiwan tem governo próprio, eleito democraticamente, instituições independentes, moeda nacional, forças armadas, participa ativamente do comércio internacional e é membro da APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico). Para efeitos práticos, é um Estado soberano, mas apesar disso não é reconhecido pela ONU e pelas principais organizações internacionais. Mantém relações diplomáticas com 26 países apenas.

A China Popular considera Taiwan uma província rebelde, uma parte inalienável do seu território. Nos últimos anos, tem se empenhado ostensivamente no projeto de reunificação, inclusive recorrendo ao uso da força, caso isso seja inevitável. Desde a década de 1990, tem realizado manobras militares no estreito de Taiwan, no sentido de reforçar a sua disposição de impedir qualquer tentativa de independência.

Em busca de uma solução pacífica, contudo, Pequim propõe o conceito de “um país, dois sistemas”: o socialista no continente e o capitalista em Taiwan. Em tese, isso permitiria a Taiwan adotar as suas políticas econômicas e manter as suas instituições, com relativa autonomia.

Do outro lado do estreito, o atual presidente taiwanês não ousa declarar publicamente a independência ou tomar qualquer decisão contra a reunificação com a parte continental. No entanto, tem manifestado que qualquer atitude a esse respeito dependerá de um processo livre e democrático, cuja deliberação cabe a 23 milhões de pessoas que vivem em Taiwan, em sua maioria simpática à causa separatista. A perspectiva de uma só China no futuro, declara Chen, deverá ser fruto de negociações em bases iguais.

Taiwan conta, ainda, com o apoio dos Estados Unidos que consideram a ilha estratégica para sua influência na região da Ásia-Pacífico. Além disso, é determinação do Congresso norte-americano defender a ilha de qualquer ameaça militar externa.

Em março de 2005, um novo agravante tem colocado em risco as delicadas relações entre as duas Chinas. A Assembléia Nacional Popular, parlamento da China Continental, aprovou uma lei anti-secessão. Essa lei autoriza o uso da força contra Taiwan, caso esta declare a sua independência formal.

A iniciativa reforça as hostilidades entre os dois governos e coloca os Estados Unidos em situação delicada. Não está nos planos dos americanos um conflito direto com a China, que, por outro lado, não deverão ficar impassíveis a China invada Taiwan e busque a reunificação por meios bélicos.

Desde 2004, o governo norte-americano vem fortalecendo a cooperação militar com Taiwan e tem feito pressões sobre a União Européia para que não suspendam o embargo à venda de armas à China continental, imposto desde o massacre da Praça da Paz Celestial, ocorrido em 1989, quando a população chinesa saiu às ruas para exigir liberdades democráticas. O governo de Washington procurou, também, envolver e comprometer o Japão na defesa de uma Taiwan independente: os japoneses têm interesses estratégicos no estreito, por onde circula boa parte das mercadorias negociadas por este país no mercado internacional.

A maioria dos analistas acredita que a Lei Anti-Secessão é mais um jogo de cena da China Popular. Essa lei não acrescenta nada além do que o governo chinês sempre declarou neste pouco mais de meio século de tensão entre as duas China. Existe ainda um outro componente que funciona como bloqueador de ações beligerantes: as intensas relações e interesses econômicos existentes entre todos os países que poderiam ser envolvidos pelo agravamento da questão taiwanesa.

Tsai Ing-wen foi reeleita como presidente de Taiwan neste sábado (11) — Foto: Tyrone Siu/Reuters

Tsai Ing-wen foi reeleita como presidente de Taiwan neste sábado (11) — Foto: Tyrone Siu/Reuters

– Liberdade de Expressão, por Barroso.

O ministro Barroso, do STF, disse que “a Liberdade de Expressão sem limites é perigosa”. Acho que foi uma frase confusa…

Sempre aprendi que todos temos direitos e liberdade, e que o bom senso determina que tudo isso esbarra quando fere o próximo.

Em suma: gozemos da liberdade com responsabilidade, respeitando as pessoas. Caso contrário, assuma as responsabilidades e processos. Porém, “censurar” é algo (aí sim) perigoso.

– O que é um “amigo virtual”? E até que ponto ele é um amigo? Sobre: valer a pena ter amizades no Facebook.

Amigos (amigos pra valer) temos muito poucos na vida. É fato! Temos muitos conhecidos, colegas e pessoas que se relacionam com a gente. Mas amigos de verdade, não são muitos.

E amigos virtuais? 

Essa categoria criada pelo Facebook (que se estendeu para Twitter, Instagram e outras Redes Sociais) engloba os amigos, colegas, conhecidos, famosos, anônimos, admiradores e até haters. “Cabe todo mundo”.

Mas deveria caber?

Talvez sim, talvez não. Se a pessoa te incomoda, reclama de tudo o que você posta, por quê está inserida na sua Rede Social? Não faz sentido!

Facebook e seus semelhantes são: entretenimento, ferramenta de trabalho ou as duas coisas concomitantemente. Mas pense: vale a pena aguentar trolls?

Nunca haverá bloqueio, desfazer amizade ou retaliação por argumentar diferente por minha parte. Não fui educado para isso… o debate inteligente, respeitoso e cordial sempre fará parte. Mas se ele ocorre somente por um dos lados que discute, pra quê insistir nessa “amizade virtual”?

Aqui vale uma lembrança sobre discordar em Redes Sociais e seus limites de respeito: https://professorrafaelporcari.com/2020/04/26/discordar-com-educacao-pode/

Na questão da educação necessária neste mundo virtual: https://professorrafaelporcari.com/2020/03/25/a-cultura-de-ofender-sem-sentir-vergonha-nas-redes-sociais-por-politica-um-apelo/

Sobre o Fanatismo desse ambiente: https://professorrafaelporcari.com/2020/04/05/por-que-uma-pessoa-rotula-a-outra-anti-lulista-anti-bolsonarista-ou-isentao/

Por fim, um importante lembrete sobre radicalização: https://professorrafaelporcari.com/2020/04/03/saudade-do-orkut-faca-o-teste-e-comprove-lula-bolsonaro-coronavirus-e-outros-temas-espinhosos-ganham-corpo-com-os-algoritmos-do-facebook/

O que é Educação 4.0 e como ela vai mudar o modo como se aprende ...

Imagem extraída da Internet, autor desconhecido.

– Os áudios da ditadura: que horror!

Rapaz… e os áudios da Ditadura? Que triste verdade, que só confirma o quanto o país sofreu com a falta de Democracia, numa nação onde radicais de Direita e de Esquerda se enfrentavam, e que muitas pessoas que não faziam parte dos movimentos revolucionários acabavam sofrendo com tortura…

E há quem negue tudo isso, não? Inegáveis os excessos de ambos os lados.

A matéria completa sobre isso, em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2022/04/19/stm-audios-confissao.htm

ÁUDIOS DO STM NA DITADURA TÊM CONFISSÕES SOBRE MARTELADAS E ABORTO APÓS CHOQUE

Os ministros do STM (Superior Tribunal Militar) tinham conhecimento sobre as torturas cometidas no período da ditadura militar no Brasil. O fato é comprovado por áudios gravados nas sessões —tanto as secretas, quanto as públicas —, disponibilizados ao público em 2017, e que vieram à tona no último domingo (17).

Entre as violências que chegaram às mesas dos ministros, há tortura de grávidas, violência contra a mulher, uso de martelos para obter confissões e um sólido entendimento de que as polícias eram violentas com os presos.

As gravações foram divulgadas pela jornalista Miriam Leitão, no jornal O Globo, a partir de análise do historiador Carlos Fico, especialista do período e professor de História do Brasil na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O UOL separou trechos dos áudios divulgados até agora, que reúnem elementos e detalhes da tortura praticada no período da ditadura militar:

Tortura de grávidas e aborto após choque

Em um dos áudios, o general Rodrigo Octávio descreve denúncias de torturas em instalações militares. Em 24 de junho de 1977, um áudio de 3 minutos e 48 segundos expõe como mulheres grávidas foram violentadas, o que levou até a um aborto.

O general Rodrigo Octávio narra, durante sessão para a apelação 41.048, que José Roberto Monteiro denuncia que fora torturado — e, por isso, negou confissões que havia feito sob aquelas condições — e que o mesmo também aconteceu com sua mulher, Nádia Lúcia do Nascimento.

Na voz do general, descreve-se o que aconteceu com Nádia: “(…) sofreu um aborto no próprio Codi-Doi em virtude de choques elétricos em seu aparelho genital, fato ocorrido no dia 8 de abril de 1974”.

A sequência do áudio traz a defesa de Nádia, a partir de uma leitura.

“Não participou de qualquer ação delituosa, nem mesmo estava ligada ao MR8, e que se por acaso for considerada responsável por aquilo que disse, pede que seja tomada em consideração o fato, como salientou, não aguentava mais a pressão à qual fora submetida e até mesmo coação. Deseja ainda esclarecer suas atitudes, pois estava grávida de três meses ao ser presa, tinha receio de perder o filho, o que veio a acontecer no dia 7 de abril nas dependências da Oban [Operação Bandeirante]”.
Defesa de vítima na tortura em leitura do general Rodrigo Octávio em 1977

Confissão a marteladas

Os áudios também expõem uma série de detalhes das torturas praticadas. No dia 15 de junho de 1976, o ministro togado Amarílio Lopes Salgado expõe um desses casos. O áudio tem 2 minutos e 33 segundos e trata da apelação 41.027, referente a um assalto a banco. O crime não teve causa política, mas os assaltos do tipo também eram julgados pelo STM de acordo com as regras da época.

O acusado confessa ter assaltado dois bancos, mas destaca que, no assalto em questão, não teve culpa. O ministro afirma que há dois policiais citados pela vítima da tortura, que recebeu marteladas para confessar o crime.

“É o seguinte é que ele alega que para fazer essa confissão na polícia – ele assaltou dois bancos – mas esse ele não podia porque estava preso”, diz Lopes Salgado.

Na sequência, o ministro continua: “Faz uma diligência e vê isso aí. Vou dar uma cópia para o procurador geral porque esse moço apanhou um bocado, baixou hospital, e citou o nome das duas pessoas que martelaram ele”, explicitando o tipo de tortura.

Sangue pelo nariz, capuz e fome

Em outro áudio, do dia 15 de fevereiro de 1978, o brigadeiro Faber Cintra descreve exemplos de tortura. O áudio de 5 minutos e 47 segundos está no âmbito da apelação 41.648.

Cintra coloca em dúvida alguns relatos de torturados, mas os descreve, apesar de ponderações:

  • Ana Maria Mandim, que sofreu coações;
  • Sergio (?) Simões, que sofreu muitas “sevícias” (maus-tratos) e coações;
  • Antônio Viana Sad, que sangrava pelo nariz “três ou quatro anos” após sair da prisão, em decorrência da tortura;
  • Romeiro Passos, que ficou oito dias sem comer na Vila Militar

Cintra lê trecho da sentença que destaca os acusados negando os interrogatórios em juízo por estarem “sob violenta coação”. A sentença ainda diz: “[ficaram presos] em locais que não puderam identificar pelo fato de terem sido aquinhoados entre aspas com um capuz na cabeça e assim levados para prestar depoimento”.

Tortura praticada por policiais

Trechos dos áudios também expõem que os ministros do STM recebiam denúncias e tinham ciência da violência policial na época. Em um trecho de voz não confirmada, um homem afirma que fica “com um pé atrás” quando o inquérito vem da polícia.

O historiador avalia que o autor da frase pode ser o almirante Sampaio Ferraz em um aparte no voto do ministro togado Amarílio Lopes Salgado, na mesma apelação 41.027 já citada, mas agora no dia 16 de junho de 1976. O áudio tem 1 minuto e 22 segundos.

O homem fala sobre um processo do qual é revisor: “eram quatro indiciados no inquérito, todos eles confessaram direitinho na polícia, que tinham tomado parte, uns acusaram os outros, mas na ocasião do sumário ficou provado que um deles não tinha nada a ver com a história”, lembra, indicando que houve coação.

O homem continua, e explica que o acusado disse que ou confessava “ou entrava no pau”.

Eles apanham mesmo. Por isso, quando vejo um inquérito na polícia eu fico logo com um pé atrás. Como revisor, eu tomo muito cuidado, examinando isso, porque o que se sente é que na polícia, no Dops, eles entram no pau. Ou confessam ou então apanham. Então não tem valor quase esse inquérito policial, a não ser um inquérito policial militar. Então estou de pleno acordo que é preciso acabar com isso.
Ministro do STM, com identidade não confirmada, em sessão em 1976

Em 13 de outubro de 1976, o ministro togado Waldemar Torres da Costa diz haver precedente na tortura cometida por policiais. Em um áudio de 3 minutos e 50 segundos, na apelação 41.229, ele defende as Forças Armadas, mas se coloca contra as polícias.

Quando as torturas são alegadas e às vezes impossíveis de ser provadas, mas atribuídas a autoridades policiais, eu confesso que começo a acreditar nessas torturas porque já há precedente.
Ministro togado Waldemar Torres da Costa, em sessão em 1976

O mesmo discurso é proferido pelo almirante Julio de Sá Bierrenbach, em sessão do dia 19 de outubro de 1976. Ele também defende as Forças Armadas, mas corrobora que policiais são “sádicos” para obter confissões.

Senhores ministros, já é tempo de acabarmos de uma vez por todas com os métodos adotados por certos setores policiais de fabricarem indiciados, extraindo-lhes depoimentos perversamente pelos meios mais torpes, fazendo com que eles declarem delitos que nunca cometeram, obrigando-os a assinar declarações que nunca prestaram e tudo isso é realizado por policiais sádicos, a fim de manterem elevadas as suas estatísticas de eficiência no esclarecimento de crimes.”
Almirante Julio de Sá Bierrenbach, em sessão do dia 19 de outubro de 1976

Defesa do Exército e busca por provas

Ao mesmo tempo em que criticavam as polícias, os ministros defendiam o Exército. Os trechos de áudios mostram que uma das principais críticas era às torturas praticadas por policiais, que poderiam impactar a imagem das Forças Armadas.

Bierrenbach, na sessão do dia 19 de outubro de 1976, continuou sua fala preocupando-se com a imagem do Brasil no exterior:

Essa ação sinistra de poucos é que extravasa além das nossas fronteiras repercutindo no exterior, como se todos nós fôssemos uns infratores dos direitos humanos, sei o que pensa o nosso preclaro presidente da República sobre o assunto. Tenho contatos com os oficiais generais das três forças Armadas que em sua totalidade deploram tais fatos.
Almirante Julio de Sá Bierrenbach, em sessão do dia 19 de outubro de 1976

O ministro togado Waldemar Torres da Costa também expõe a mesma preocupação, e cita que o Exército, sim, apurava crimes “contra a segurança nacional”.

Mas eu fico nessa preocupação de atribuir o que constituiria uma desmoralização a prática de tortura por oficiais do Exército que estão apurando crimes contra a segurança nacional. Eu não me recuso a me convencer dessas torturas, mas exijo que essas torturas tragam uma prova e não fiquem apenas no terreno da alegação.
Ministro togado Waldemar Torres da Costa, em sessão em 1976

Na sequência de dúvidas sobre os relatos dos torturados, há ministros que pedem provas sobre os maus-tratos e práticas relatadas pelas vítimas.

As alegações dos acusados em juízo, no sentido de que sofreram coações morais e físicas, não podem ser consideradas, pois desprovidas de qualquer elemento probatório por mais simplório que fosse um laudo médico particular que à época constatasse qualquer lesão, mesmo superficial do acusado.”
Brigadeiro Faber Cintra, em sessão do STM em 1978

Também Cintra disse que acusações “desde que procedentes, devem ser apuradas”, mas que “simples alegações (…) visam denegrir a prova colhida e afrontar autoridade constituída, pois em última análise trata-se de palavra contra palavra”.

O ministro insinua que as alegações de maus tratos, “sem qualquer elemento de convicção”, estavam sendo usadas como estratégia primeira de defesa dos acusados, e que acatar tais alegações serviriam de “incentivo” a essa suposta tática.

O que são os áudios?

Os áudios divulgados no último domingo (17), das sessões secretas e públicas, abrangem o período entre 1975 e 1985.

Em entrevista ao UOL News, o historiador Carlos Fico explicou que tem analisado os áudios nos últimos quatro anos, mas que decidiu entregá-los à jornalista Miriam Leitão após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) duvidar da tortura sofrida por ela no período da ditadura militar.

O material é uma pequena parte das mais de 10 mil horas disponibilizadas pelo STM após uma extensa luta judicial travada pelo advogado Fernando Augusto Fernandes, que obteve no STF (Supremo Tribunal Federal) o direito de ter acesso a todas as gravações do STM entre 1975 e 2004.

  • O historiador Carlos Fico foi entrevistado ao vivo pela apresentadora do UOL Fabíola Cidral, no UOL News, sobre os áudios do STM:

Manifestação estudantil contra a Ditadura Militar em 1968 - Arquivo Nacional/Domínio Público

Manifestação estudantil contra a Ditadura Militar em 1968 Imagem: Arquivo Nacional/Domínio Público

– Eleições na França: Análise.

Eleições na França 2022: Macron ou Le Pen? O post Eleições na França: Análise apareceu primeiro em DricaRibas – Vida Europa.

Texto em: Eleições na França: Análise

– Pérolas da Internet: a entrevista de Lula à Playboy em 1979!

O tempo faz com que amadureçamos e nos arrependamos de algumas falas. Acontece com todos!

E perdida na web, um trecho de Lula falando sobre à admiração a homens que derrubam governos (inclua-se Fidel, Hitler…)!

Abaixo (público na Internet):

PLAYBOY (EDIÇÃO 1979 E LULA)

Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?

Lula [pensa um pouco]- Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.

Playboy – A ação e a ideologia?

Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)

Playboy – Alguém mais que você admira?

Lula [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.

Playboy – Diga mais…

Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.

Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?

Lula – [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.

Playboy – E entre os vivos?

Lula [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.

Playboy – Mais.

Lula – Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do Xá foi um negócio sério.

Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?

Lula [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.

Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?

Lula – É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gente, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes.

Imagem extraída de: https://twitter.com/izzynobre/status/1094301593166536705?lang=hr