Ao ler essa história, você se perguntará: e ninguém chegou se era verdade?
Veja só, extraído do LinkedIn de Willian Fiori:
A ASTRONAUTA QUE NUNCA SAIU DO NADA
A Era dos Especialistas do Nada: a astronauta que nunca saiu da Terra — e o marketing que orbitou a farsa
Ela dizia que era astronauta.
A primeira brasileira a ir ao espaço.
- Aos 22 anos, afirmava trabalhar na NASA, liderar 100 pessoas, ter sido premiada pela Forbes Under 30 e participado de uma missão da Blue Origin.
E sabe o que é mais assustador?
- Muita gente acreditou.
Não só acreditou — investiu.
Marcas pagaram pra ela fazer posts.
Agências contrataram como influenciadora.
Eventos a anunciaram como keynote speaker.
Ela percorreu o país contando uma história que, com cinco minutos de checagem básica, desmoronaria.
Mas ninguém checou.
Ninguém do marketing, das agências ou das instituições públicas parou pra pensar:
“Será mesmo possível uma brasileira de 22 anos liderar na NASA, com tantas credenciais técnicas, sem nunca ter passado por uma base militar, por um curso de engenharia aeroespacial, sem histórico acadêmico sólido?”
São anos de preparação, testes físicos, emocionais, técnicos.
Mesmo os melhores do ITA, com 15, 20 anos de estrada, raramente alcançam esse nível.
Mas essa garota, sem formação comprovada, virou “referência” em aviação espacial — e foi tratada como tal.
A pergunta é: como chegamos nesse ponto?
A resposta é indigesta: viramos uma sociedade que consome narrativas como se fossem fatos.
Não importa se é verdade — importa se rende clique, se viraliza, se emociona.
Estamos premiando quem domina o feed, não o feito.
E nesse ambiente, os especialistas do nada prosperam.
Mentores que nunca mentorearam.
Conselheiros de empresas que nunca empreenderam.
Palestrantes com PowerPoint bonito e conteúdo raso.
O caso da “astronauta de mentiras” não é exceção.
É só mais um sintoma da doença da superficialidade.
A culpa não é só dela.
É de quem aplaude sem perguntar.
De quem contrata sem investigar.
De quem prefere o “uau” ao “como?”.
Enquanto isso, gente séria, com anos de estudo, prática e entrega, é ignorada por não saber se vender tão bem.
Chegou a hora de dar nome aos bois:
– Agências que contratam pela aparência.
– Marcas que terceirizam responsabilidade ao hype.
– Eventos que buscam like em vez de conteúdo.
Querem inspiração? Procurem em quem tem trajetória.
Querem resultado? Conversem com quem construiu.
Querem verdade? Vão atrás de quem não tem medo de mostrar o caminho real, cheio de falhas, aprendizados e suor.
Porque performance sem coerência é só teatro.
E verdade sem palco ainda vale mais do que mil curtidas.
Tá na hora de aterrissar a conversa.

