Dias atrás, vimos um levantamento que indicou que 12% de todas as partidas de futebol com resultados manipulados no mundo, eram do Brasil (ou seja: foram 152 partidas, de acordo com a SportRadar, empresa de fiscalização de integridade esportiva que trabalha para FIFA, UEFA, CBF e FPF). Vide aqui: https://cultura.uol.com.br/esporte/noticias/2023/03/22/5208_relatorio-aponta-que-o-brasil-e-o-pais-com-mais-jogos-suspeitos-de-manipulacao-no-mundo.html
Vira e mexe, falamos sobre os perigos de uma estrutura frágil do futebol, com clubes falidos e jogadores suscetíveis às propostas indecorosas.
Nos últimos anos, a 4ª divisão paulista foi vítima desses apostadores que manipulam resultados. Citamos vários exemplos de atletas que foram ou tentaram ser cooptados: Batatais, Olímpia, América de Rio Preto, Paulista de Jundiaí e, pela divisão de juniores, um caso escandaloso de tentativa de “gol contra de calcanhar” com um garoto do Andradina. Vide em: https://professorrafaelporcari.com/2022/06/10/manipulacao-de-resultados-na-4a-divisao-paulista-de-novo/
A preocupação ocorre até com as Ligas mais importantes: vide o recente caso envolvendo o Arsenal-ING, semanas atrás, aqui: https://professorrafaelporcari.com/2023/01/11/as-apostas-influenciaram-um-cartao-combinado-no-jogo-do-arsenal/
Em Janeiro, na Copa SP. vimos a proposta de um apostador “Diego Rodrigues” para um zagueiro do Zumbi-AL, que ofereceu R$ 3.000,00 para o atleta ceder 11 escanteios, sendo 6 no primeiro tempo e 5 no segundo tempo. O menino guardou os prints e os divulgou para as autoridades.
Agora, com a Operação Penalidade Máxima II, vemos atletas da 1ª divisão envolvidos. Falamos aqui: https://professorrafaelporcari.com/2023/04/18/operacao-penalidade-maxima-ii/
A questão é: como é que um jogador como Kevin Lomónaco, do Red Bull Bragantino (que ganha muito bem, recebe em dia e trabalha num clube estruturado) se submete a isso (caso seja comprovado)?
As notícias sugerem valores de R$ 150.000,00 para “cavarem amarelos” nas partidas suspeitas.
Em tempo: nesse final de semana começará o Paulistão Sub 23 – 2ª divisão (na prática, a 4ª divisão), onde os casos ocorrem aos montes (como já falado) e sem a visibilidade que os jogos do Brasileirão tem. Toda atenção será importante!
Insisto num tema: nenhum árbitro ou dirigente esportivo envolvido nas denúncias. Por enquanto, somente jogadores. Será que todos estão blindados mesmo?
Imagem extraída da Web, autoria desconhecida.

