E após dispensar Ricardo Gomes, o São Paulo Futebol Clube vai à busca de um novo nome para treinador da sua equipe. Aqui, enfim, um acerto da gestão, se foi o caso de que a demissão do último técnico seja para a entrada de um nome que implante um filosofia nova no clube. Afinal, a diretoria contratou Osório, Doriva, Bauza e Gomes, sem nenhuma coerência ou planejamento real (ambos diferentes em seus trabalhos).
A expectativa é que Rogério Ceni seja contratado. Caso isso se concretize, alguns pontos negativos e positivos:
FRAQUEZAS:
- Ceni nunca foi treinador. Estaria pronto para a equipe profissional logo no seu primeiro desafio?
- É ídolo da torcida. Se precisar demiti-lo por maus resultados, o que fazer?
- Tem personalidade forte. Se receber sugestões de outros treinadores durante o seu ofício (como de Murici Ramalho, especulado pela boataria como um futuro Diretor) as acataria?
- Trabalhará com um elenco limitado.
POTENCIALIDADES:
- Ceni, por ter trabalhado tanto tempo como jogador, passou por vários técnicos e sempre teve grande visão de jogo, já atuando como “treinador dentro de campo”. Conhece e tem experiência no futebol. Além disso, tem estudado com os melhores do mundo no Exterior.
- É ídolo da torcida. A tolerância com ele (chamado de M1TO) seria muito maior e a paciência (tão pouca no futebol) seria praticada desde as arquibancadas até a diretoria.
- Tem personalidade forte. Se o jogador se agrupar e fazer panelinha, a corda estourará do lado dele. É diferente de um nome emergente, como Milton Mendes, Fernando Diniz ou Eduardo Baptista, que apesar de serem bons tecnicamente, carecem de respeitabilidade no meio da boleirada.
- Trabalhará com reforços que Ricardo Gomes não teve.
Eu sempre fui a favor de que ídolo não deveria ser treinador de futebol. Já imaginaram Zico dirigindo o Fluminense? Ou o goleiro Marcos como técnico do Corinthians? Claro, no caso de Rogério Ceni, ele irá trabalhar no clube onde viveu boa parte de sua vida e é idolatrado. Será, talvez, o maior desafio de sua carreira: ser considerado “novamente craque indiscutível” (agora, fora das 4 linhas). E ciente de que, provavelmente, não terá mercado no Brasil a não ser no próprio Tricolor do Morumbi. Ou seria crível de que um dia veremos Ceni como técnico dos arquirrivais e co-irmãos Palmeiras ou Corinthians?

