– O Paulista e a McMillan: tempo para pensar, desistência ou golpe?

Uma brincadeira que parecia virar realidade e se tornou um grande engodo. É essa a impressão que eu tenho sobre a história da parceria que se sonhou há pouco tempo e, de repente… PUF!

Sumiu.

No dia 1o de abril, fiz uma inocente postagem alusiva a data do “Dia da Mentira”, sobre um endinheirado sheik que viria do Oriente Médio e bancaria o Tricolor Jundiaiense, salvando desde as categorias de base, passando pelo profissional e administrando até o estádio Jayme Cintra. Citei que desejaria que tudo isso fosse verdade.

De repente… um susto! Surgiram as primeiras informações de que o sonho utópico poderia se concretizar. Dizem (e de gente confiável) que as negociações com Elton, que um dia foi jogador do Sub17 do Paulista, começaram há muito tempo. Acredito nas pessoas que iniciaram as conversas. Acredito também nas que fizeram os últimos contatos.

Seria um grupo formado por árabes e investidores da Grã Bretanha em um fundo internacional, sediado em Londres, chamado McMillan. Aplicariam o dinheiro em imóveis, na indústria, em prestação de serviço e agora no futebol. O próprio Elton (que diz morar em na capital inglesa), se dizia formado pela respeitável F.A. em gestão esportiva, e ele seria o administrador por 10 anos representando o parceiro.

Depois do golpe que o Galo sofreu ao aceitar como parceiro o grupo de Mônaco que teria como treinador o português Paulo Fernandes (e que era uma tremenda picaretagem comprovada, um conto do vigário aplicado em diversos clubes mundo afora), tal novo parceiro sempre me pareceu suspeito.

Sabe o ditado de que “quando a esmola é muita o santo desconfia”? Ou outro dito: “cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça?”. Pois é. Era bom demais para ser verdade…

Já tivemos a Lousano que ajudou o Paulista. Também vimos a Parmalat turbinar o time como Etti Jundiaí. Teríamos outro endinheirado gastando a vontade? E a grande pergunta: por que gastar tanto dinheiro em um time da Terceirona Estadual, sem calendário nacional, e com a deficitária Copa Paulista em vias de começar?

Elton sumiu. Não atende as chamadas telefônicas dos cartolas, nem dos dirigentes, nem da imprensa. E confesso algo que sempre me perturba: não gosto de quem não atende telefonema, não responde e-mail ou foge do contato. Neste mundo contemporâneo de inúmeras redes sociais e formas de comunicação instantâneas proporcionadas pela tecnologia, só há duas respostas para tal ato: ou está com problemas sérios e não quer ser importunado, ou foge da raia para não ser achado e resolver pendências.

Qual seria, então, o motivo do sumiço de Elton?

Se o problema era o Paulista FC, qual o trauma dele externar? Diga que os dirigentes do clube não chegaram a um acordo. Se a culpa foi da desistência do negócio por parte do fundo, que diga sem remorso de que a tentativa frustrou. Mas por que o desaparecimento sem notícia? Fica a impressão de um ôba-ôba de Elton, iludindo a todos.

O pessoal do marketing, que tanto se esforçou nos últimos meses, não está mais para responder sobre o futuro do clube. Dr Franklin e Pitico, do Novo Paulista, foram até onde conseguiram ir. O Dr Marco Antonio, que estava trabalhando como abnegado, saiu. O presidente Djair Bocanella renunciou. Pepe Verdugo, ex-presidente dos anos 90 (além do Dr Levada, de Milton Demarchi e demais apaixonados) terão a árdua missão de decidir o rumo do mais que centenário Paulista Futebol Clube.

Não adianta crer que a comunidade jundiaiense colabore. Os pedidos de ajuda foram feitos nos últimos dois anos, e a verdade é: o empresariado não pode colaborar mais do que já fez (o país está em crise), o futebol deixou de ser um produto atrativo no Brasil, há outras opções de lazeres que roubam o público, a Prefeitura tem (e deve ter mesmo) outras prioridades com a sociedade e a torcida é aquela que sempre vemos: os presentes torcedores organizados, somados aos tradicionais torcedores que faça chuva ou faça sol sempre vão, os proprietários de cativa que aceitam limpar suas cadeiras sujas pelos excrementos de pombo e outros anônimos que somam os 800 a 1300 pagantes, variando para mais ou para menos, dependendo da campanha.

Sejamos realistas: o Galo está falido. Só não fechou a porta pois essas pessoas que citei ainda resistem em coro nas redes sociais, na esperança de dias melhores e na lembrança das glórias conquistadas.

A saída a curto prazo é arrendar o clube para algum empresário. Sabemos, logicamente, que não é a melhor solução. O verdadeiro (e difícil) remédio é alguém profissionalizar o Paulista e colocar dinheiro em um time da 3a divisão regional (sem divisão nacional), convivendo com os oficiais de justiça, com penhoras judiciais e cobranças diversas.

Que não estejamos vendo a morte de um tradicional clube de futebol. Embora, cá entre nós, esteja há tempos na UTI.

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