O Ministro da Economia Joaquim Levy não esteve junto com seu colega do Planejamento, Ministro Nelson Barbosa, nos anúncios dos cortes do Governo em investimentos, realizado na semana passada. A boataria surgiu e pensou-se até mesmo num suposto desentendimento e saída de Levy, que na segunda-feira justificou a ausência por culpa de um resfriado, forçando uma tosse nitidamente fingida, levando os jornalistas às gargalhadas.
Só não foi fingida a redução de verbas para as principais áreas de atuação. Vide os cortes, que não repercutiram como deveriam (em reais):
- CIDADES: 17,2 bilhões
- SAÚDE: 11,8 bilhões
- EDUCAÇÃO: 9,4 bilhões
- TRANSPORTES: 5,7 bilhões
- CIÊNCIA E TECNOLOGIA: 1,8 bilhão
- DESENVOLVIMENTO SOCIAL: 1,4 bilhão
Se somarmos as outras áreas (Previdência, Agricultura, Esportes, entre outras) o ajuste totaliza mais de R$ 66.000.000.000,00 !
É “muito zero”, não?
Ficará sempre a pergunta: como o país pode crescer se não há investimento suficiente? E COMO RESOLVER OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DA NAÇÃO, COMO SAÚDE E EDUCAÇÃO, SE O CORTE NESSAS ÁREAS É TÃO GRANDE?
O maior fingimento não foi a tosse de Levy, mas a desculpa de que é necessário cortar gastos, sendo que as mordomias dos parlamentares e a corrupção que assola o país – nos níveis federal, estadual e municipal, apartidariamente e no senso comum – atravancam o Brasil. É, em minha humilde opinião, um falso ajuste monetário.
Aliás, o valor de 66 bilhões de reais é menor que o custo-corrupção dos R$ 80 bi do Petrolão, esquema de desvios da Petrobrás, não? E se esse dinheiro roubado dos cofres da empresa, ao invés de ir para o bolso de importantes políticos e empresários, fosse revertido para o desenvolvimento social?

