Corinthians e São Paulo foram eliminados na Copa Libertadores da América. O Timão justifica mal futebol e alguns dizem que a culpa é no atraso do pagamento dos salários. Já o Tricolor não manteve o ritmo do jogo de ida e sucumbiu nos tiros penais.
E quem classificou? Deu mérito a quem?
O Guaraní paraguaio, algoz corinthiano, creditou ao conjunto e desenho tático do seu treinador espanhol. Mas o Cruzeiro…
Em entrevista à Fox Sports, o goleiro Fábio, capitão da equipe mineira, em toda e qualquer pergunta repetia que a “vitória foi do Senhor”, dizendo incansavelmente “Glória a Deus que me curou” a todo o questionamento. Chegou a ser hilário o repórter perguntar derradeiramente o que ele achava da vitória cruzeirense marcar a despedida do seu colega de ofício Rogério Ceni e ele não responder a questão, entoando um discurso religioso e louvores ao Céu.
RESPEITO TODA E QUALQUER RELIGIÃO, mas se você ouvir a fala de Fábio, se assusta com tamanho fanatismo e se questiona: Quer dizer que “quem rezou mais ganhou”? Esqueça os esquemas táticos, treinos físicos ou capacitações: o que valeu foi a fé?
Repito: respeito toda e qualquer religião, mas tal discurso leva-se a entender que Deus é quem marca gols ou defende os chutes no futebol, em demérito ao “maldito, diabólico e inimigo” adversário.
Ora, esse deus é o Deus do amor ou um deus de conveniência?
O discurso proselitista do goleiro Fábio impressiona pelo fanatismo que cega: se Deus faz um time ganhar o jogo, ele menospreza e faz perder seus filhos que rezaram/ oraram a ele do outro time?
O futebol está ficando chato nas entrevistas. Parece que Deus abençoou Fábio e amaldiçoou Lucão, Luís Fabiano e Souza.
Fiz 4 anos de teologia no Centro Catequético da Diocese de Jundiaí. E um dos nossos professores, Padre Lucas, sempre correlacionava os 10 Mandamentos com o Pai Nosso, trazendo o questionamento:
“Se eu rezo ‘santificado seja o vosso nome’ e sei que ‘não devo tomar o Santo Nome de Deus em vão’, tenho que tomar cuidado para não se atribuir ou proclamar equivocadamente um falso Deus ou um Senhor manipulável, avacalhando a sagrada fé.”.
Será que com tanta guerra, pobreza, discórdia e intolerância, Deus (tão bondoso e generoso), agirá para que um time de futebol perca em campo? Certamente ele se preocupa muito mais com coisas necessárias do que as fúteis como o futebol.
Talvez, na lógica de Fábio, seja por isso que nenhum clube hinduísta, muçulmano, budista ou até mesmo ateu tenha vencido uma importante competição. E viva Salvador /BA, onde todo BaVi (em tese) termina empatado. Ou não termina?


Perfeito o texto!!! Concordo com tudo o que vc disse!!
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