– Bairro Medeiros: Crescer sem Planejamento é Perigoso…

Fiz uma compilação de alguns pensamentos escritos nos debates aos quais participei em redes sociais sobre o crescimento desordenado do bairro onde, juntamente com meus primos, nasci, cresci e vivo até hoje – o Medeiros. Um vilarejo aprazível no qual aqui vive meu pai, viveu meu avô (e seus parentes), desbravou meu bisavô (e seus irmãos), terra onde aportou meu trisavô.

Fiz esse “lenga-lenga” inicial só para dizer que há quase 100 anos minha família aqui se instalou e viu o bairro de sítio crescer e hoje, sem piedade do plano diretor, “explodir no mercado imobiliário”.

Qualquer corretor que se preze quer vender terras no Medeiros. O bairro está sendo preparado para esse “boom”?

Não, É VISÍVEL! A avenida de terra (outrora Estrada de Itupeva e hoje chamada Reynaldo Porcari) onde jogávamos taco e fazíamos trave de chinelo (há apenas 30 anos) hoje anda congestionada no horário de pico por carros, carretas e ônibus (circulares, intermunicipais e fretados).

Não existe RIT (Relatório de impacto de trânsito) para prever isso, quando se aprova um novo empreendimento?

E estudos sobre barulho, sobre carência de escolas, creches e outras coisas mais?

O que dizer da vizinhança de sítios que ficam, de uma hora para outra, com torres de prédios ao seu redor?

QUEREMOS MAIS GENTE,

QUEREMOS AUMENTAR O COMÉRCIO,

QUEREMOS CLIENTES!

MAS QUEREMOS PRESERVAR A QUALIDADE DE VIDA E

ORGANIZAR NOSSO BAIRRO.

Em um certo momento, a tendência é que viraríamos Itaici (um distrito de condomínios em Indaiatuba que se harmonizam com chácaras de veraneio e plantadores de uva). Parece que não…

O bairro tem preparo suficiente para “crescer para cima”?

Eu, por exemplo, não tenho rede de esgotos na frente da minha casa! E isso incomoda…

Outro incômodo: atravesse os 3.200 metros da Avenida Reynaldo Porcari e conte quantos bueiros há nela! Você perceberá a falta deles na primeira chuva.

Todos os moradores mais antigos estão se adaptando com a nova “condição de crescimento do bairro”. Os condomínios horizontais são sempre bem vindos, pois permitem a manutenção do verde e da característica tranquila do bairro. Os condomínios verticais já construídos conseguiram essa simbiose positiva. O problema é: mais do que já foram erguidos, não dá! É loucura imaginar tanto prédio nas ruas de um bairro que até pouco tempo era de sítios agrícolas e propriedades de descanso.

Os diversos loteamentos que surgiram foram positivos para o desenvolvimento e comércio do bairro. Mas essa SANHA (ou ganância) de grupos imobiliários em construir prédios e mais prédios, sem infraestrutura alguma, assusta!

Fico impressionado como se está fazendo vistas grossas ao desmatamento do bairro e ao crescimento desordenado. Não temos avenidas para escoar esse trânsito que virá, nem vagas nas escolas ou creches.

Acho que o debate, e aí o vereador Rafael Purgato, morador no nosso bairro, pode coordenar bem a discussão, é sobre o PLANO DIRETOR do bairro.

Está mudando? Foi mudado? Houve benefício específico a determinados grupos? A população do bairro foi ouvida nesse plano diretor?

Confidencio aqui um bate-papo: quando se estudou derrubar algumas casas no bairro para modificar algumas vias aqui, o Panizza, então diretor responsável por essa área na Prefeitura, disse sobre o plano diretor: ”Primeiramente temos que ouvir os moradores; se eles não querem alguma mudança no bairro, não ocorrerão“.

Sendo assim, fica a questão: os moradores do bairro Medeiros querem mudanças? Quais mudanças? De que forma serão as mudanças?

Creio que a maioria da comunidade quer: creche, escola, saúde, asfalto, segurança e tranquilidade. E não quer um local de intensa especulação imobiliária.

Penso que os novos moradores do bairro, que compraram apartamentos em busca da qualidade de vida, se incomodam ao ver e sentir essa desejada qualidade de vida se perdendo com uma superpopulação iminente.

Sejamos sensatos: não é hora de “travar” esses novos negócios? Se já estão aprovados, que tal EXIGIR primeiramente a contrapartida?

Tudo isso me parece como “estrada a ser pedagiada”: primeiro se faz o pedágio e depois se arruma (e as vezes, nem se arruma) o trecho a ser duplicado/ consertado. Assim, até eu faço rodovia… Igualmente ao nosso bairro: primeiro se dê a infraestrutura e melhoria do bairro com as contrapartidas; depois se permita o empreendimento imobiliário.

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