Sou contra certas datas festivas: Todo dia é dia das mães; dos pais; das mulheres; dos homens ou dos negros.
Muitas vezes, temos datas comerciais: o dia dos namorados, por exemplo. Ou outras demagógicas: não seria a de hoje um exemplo disso?
Detesto rotulações: raça branca, negra, amarela… Ora, somos todos uma única raça, a RAÇA HUMANA! Não importa a cor da pele, a preferência sexual ou a religião: todos somos iguais em direitos e deveres.
Perceberam que o “dia de reflexão” virou descanso para uns e aproveitamento político para outros? Pior: o fato das cidades determinarem feriado municipal ou não acaba desacreditando no dia como feriado em si. Ou é para todos os municípios, nacionalizando a data, ou não.
Mais grave do que isso é tratar o dia como se fossem os negros gente inferior que precisassem de piedade. Nada disso. A história de cotas ou privilégios não pode ser uma caridade de gente subestimada, pois para ser inteligente ou competente não há cor (diferente das cotas sociais – por pobreza – as quais defendo).
Que o Dia da Consciência Negra sirva para refletir a igualdade, não aumentar discussões discriminatórias ou comparações de raças; coisas que são bobagens abomináveis nos dias atuais.
DISCUTINDO CONTEMPORANEIDADES 
Por que tem dia da consciência negra e não um dia da consciência branca ou da consciência humana?”
Porque segundo pesquisas do Ipea, o índice entre desemprego entre homens e mulheres negros é maior que entre brancos.
Porque o Brasil só teve um presidente negro na sua história (Nilo Peçanha).
Porque a taxa de analfabetismo é duas vezes maior entre os negros.
Porque a renda média de negros é 40% menor que a dos brancos.
Porque segundo o IBGE as mulheres negras são as que mais declaram se sentir inseguras em todos os ambientes sociais (inclusive em sua própria casa).
Porque tivemos o maior período de escravidão do mundo (quarto quintos da nossa história, de 1459 até 1888).
Porque tentando acabar ou minimizar um dia de afirmação é sugerir que todo esse passado de violência contra os povos negros seja esquecido, como se nada tivesse acontecido e como se hoje tivesse tudo e bem e todos vivêssemos em um ambiente de oportunidades e condições igualitárias.
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Consciência Humana
Cezar de Mercês 19/11/2003 19:13
Estava procurando um meio de manifestar minha opinião sobre o racismo que está tão enraigado sa sociedade brasileira, quando encontrei este site sobre a conciência negra.
Fiquei mais surpreso ainda ao ver que algumas pessoas se utilizam desse espaço, não para ajudar na reflexão sobre a trágica história de exploração e escravidão a que foi submetida toda uma raça ao longo de mais de trezentos anos, mas para demonstrar, além do preconceito, a mais profunda ignorância sobre a profundidade deste assunto. Alguém chegou a sugerir a criação do “Dia da Consciência Verde”. Seria cômico se não revelasse o grau de desrespeito com o sofrimento de milhões de criaturas humanas.
“Consciência Negra”, meu caro amigo, não se refere apenas a afirmação de um grupo étnico caracterizado por sua cor, significa lutar para que a importância dessa gente seja reconhecida como vital para a construção dessa nação. Não foi apenas o seu trabalho braçal, obtido sob a chibata do colonizador, mas foi a sua grandeza cultural, a sua índole pacífica, a sua beleza física e interior que coloriram e tornaram mais humano este país que apenas servia de colonia penal e fonte de extração de riquezas para os europeus.
Seria muito bom que fossem criados “dias” como esses para todas as raças. Assim, quem sabe no “Dia da Consciêcia Branca” os euro-descendentes pudessem se reunir e orar pelas almas daqueles que tanto sofreram e pelos deserdados ainda sofrem em suas mãos. Ou, pelo menos poderia ajudar na mudança de visão distorcida que a sociedade ainda hoje tem sobre os negros.
Como o “Dia da Consciência Negra” só é comemorado uma vez por ano, talvez levemos séculos para re-educar a sociedade. Então, que tal nos apropriarmos da idéia da canção e todo dia ser dia de Negros, de Indios, de Brancos e de todos os seres humanos que não se sintam superiores aos seus iguais.
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