As aventuras brasileiras nas empreitadas para a Copa do Mundo em 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016 envergonham o cidadão sério. Ao menos, é o que parece, pois para aqueles que gostam de falcatruas, o cenário é perfeito.
Fato claro é a gastança e atraso nas obras, além do não cumprimento de muitas das promessas de legado.
Observe: das 27 grandes obras prometidas para a Olimpíada, 24 estão orçadas e custarão R$ 36,7 bilhões! Deste valor, 57% será de dinheiro público, de acordo com a Autoridade Pública Olímpica.
Pior: há 2 anos do seu início, somente 10% das instalações estão prontas. Na última edição em Londres, também com 2 anos de antecedência, 60% das instalações estavam terminadas.
A Baía da Guanabara teve um projeto de R$ 1 bilhão de reais para a sua despoluição, que iniciada em 2007, não alcançou nem metade da meta alcançada. Outro problema: o Complexo Esportivo de Deodoro, que deverá receber 11 modalidades (a um custo de R$ 900 milhões), ainda não iniciou as obras. Estará pronto até lá?
O Vice Presidente do Comitê Olímpico Internacional, John Coates, assustado com tudo o que está vendo, declarou que “sem dúvida é a pior preparação da história”.
Vale a pena concorrer a sede de tantos eventos gigantescos se não conseguimos otimizá-los a contento?
Fico em dúvida: a nossa capacidade em receber tantos acontecimentos importantes é prejudicada puramente pela incompetência, pela burocracia ou pelo desejo de atrasá-las propositalmente para que surjam os contratos emergenciais sem concorrência alguma (somente para beneficiar os corruptos)?

