Dar maior remuneração para qualquer atividade trabalhista é sempre bem visto. Mas há certas boas discussões sobre dinheiro e trabalho que valem a pena. Vejam só uma delas: os árbitros de futebol tiveram aumento de salário.
Um árbitro FIFA (ou ex-FIFA) receberá R$ 3.450,00 por jogo na série A do Campeonato Brasileiro. Se a distância de ida e volta for maior do que 100 km, acrescente um reembolso de R$ 100,00. Se fora do estado, R$ 500,00.
Os aspirantes à FIFA e ex-aspirantes receberão R$ 2.650,00. Os árbitros básicos R$ 2.350,00.
Para os que não gostam dos AAA (os adicionais da linha de fundo), isso será motivo de ira: um AAA FIFA ganhará R$ 1.000,00 / jogo. Os bandeiras receberão sempre a metade do árbitro.
Mas algo que me irrita: um delegado da CBF vai embolsar R$ 500,00. E estes são muito mais escalados do que os árbitros e geralmente são os mesmos. E aqui fica a discussão: um árbitro não é escalado toda rodada (um ou outro é); há aqueles que apitam uma vez por mês e olhe lá! Desconte-se impostos, taxas de sindicato, cooperativa, associação. Lembre-se que o árbitro perde o dia de serviço e banca seus gastos com a preparação física e material de treinos. Se machucar, não vai receber nada. Vale a pena?
Sem contar o seguinte: é o árbitro que recebe R$ 3.450,00 quem decidirá se o zagueiro Lúcio (que recebe por volta de R$ 250.000,00) fez ou não pênalti em Emerson Sheik (que recebe R$ 520.000,00).
Justo ou não?
Mas a maior consideração ao árbitro não seria aumento de salário, mas a profissionalização e independência, livre das cooperativas e sindicatos do modelo atual. Isso ainda é utopia.

