– Ressuscitando a história do Naming Rights do Itaquerão

Quando o então presidente do Corinthians Andrés Sanches anunciou a construção do seu estádio, ele próprio divulgou que os gastos seriam bancados pela venda dos direitos do nome da arena (os “naming rights”).

Simploria, publica e demagogicamente disse que a empreiteira Odebrecht daria um estádio de aproximadamente 300 milhões de reais, e como contrapartida o Corinthians pagaria esse valor permitindo que a construtora usasse o naming rights do estádio por 15 anos, usando-o como Arena Odebrecht ou revendendo o direito do nome para outra empresa por qualquer valor.

Ora, naquele dia da coletiva (foi em 31 de agosto de 2010), os naming rights das principais praças esportivas do mundo eram:

– Emirates Stadium: 90 milhões de dólares por 15 anos (Estádio do Arsenal – Inglaterra)

– Allianz Arena: 90 milhões de euro por 15 anos (Estádio do Bayern e do Munich 1860 – Alemanha – valores divididos entre as equipes)

– American Airlines Center: 195 milhões de dólares por 30 anos

– Gillete Stadium: 90 milhões de dólares por 15 anos.

Quer dizer que o estádio do Corinthians teria o naming rights mais caro do mundo?

Às vésperas da sua inauguração, o estádio não custou R$ 300 milhões, mas já está em R$ 1,09 bilhão. Os naming rights não foram vendidos pelo valor mínimo de 300 milhões, não são os mais caros do mundo e tampouco ficou de posse da Odebrecht.

Pergunta-se: qual o segredo para que um estádio bilionário seja construído e ainda não esteja pago? A Odebrecht tem garantias de pagamento ou será eternamente a proprietária?

Mistério… o mais curioso é que depois de tudo isso, ainda há aqueles que crêem que alguma autoridade vai interditar as obras. Se até agora os políticos só abençoaram a construção, alguém terá peito para barrar às vésperas da Copa do Mundo?

O certo é: o estádio não será pago com os naming rights de jeito algum. Ponto.

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Um comentário sobre “– Ressuscitando a história do Naming Rights do Itaquerão

  1. Quem será o super herói que assinará o AVCB dessa obra?
    Quem já lidou com a burocracia para se obter um AVCB para edifícios de médio e grande porte, sabe bem do que estou falando. Duvido que em condições normais e seguindo os procedimentos criteriosos do corpo de bombeiros, um a documentação saia em menos de seis meses. E agora??? uma vez a obra pronta, algum coronel atenderá uma ligação de uma patente superior, informando para liberar o documento; este dirá, esqueceram de construir o reservatório do circuito de incêndio. Vc já viu estádio pegar fogo em algum lugar do mundo? Já está liberado documento…

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