– Fogo para todo lado em ano de Eleições

Estava demorando muito para os primeiros “podres” de Eduardo Campos aparecerem. Na capa do Estadão, o presidenciável é acusado de assistir ao Carnaval carioca com a família bancado pelo dinheiro público de Pernambuco.

Enquanto a briga se polarizava entre PT e PSDB, as denúncias eram de um contra o outro. Foi o PSB deixar a base aliada e Eduardo assumir a candidatura, que as coisas aparecem.

Será assim em SP também com Alckmin e Padilha, até Skaff entrar na disputa. A Política é essa e nos mostra algo cristalino: no fundo, todos rasgam dinheiro público em algum momento, infelizmente.

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– Análise Pré-Jogo da Arbitragem de Comercial x Paulista

O sexteto de arbitragem para o importante jogo entre o Leão da Califórnia Brasileira e o Galo da Terra da Uva será capitaneado por Vinícius Gonçalves Dias Araújo, tendo como bandeiras Vicente Romano Neto e Tatiane Sacilotti Camargo, sendo os adicionais de meta Flávio Rodrigues Guerra e Camilo Moraes Zarpelão. O quarto-árbitro será Eduardo Pereira de Araújo.

E o que esperar deles?

Vinícius é jovem, tem 35 anos, e há pouco tempo começou apitar a série A1. Tem sido extremamente discreto. Você não vê reclamações ou erros de arbitragem chamativos. Seu principal jogo até aqui foi apitar Santos x XV de Piracicaba. No último domingo foi AAA no clássico Corinthians x Palmeiras.

Vicente Romano Neto por anos foi assistente aspirante à FIFA. De baixa estatura mas de gigante experiência, é bem técnico / preciso nas marcações.

Tatiane Sacilotti é muito capacitada. Tenho na mente um lance dificílimo e polêmico que ela acertou (e muitos criticaram e entenderam como erro) na Vila Belmiro num Santos x São Paulo, envolvendo Luís Fabiano x Neto. A considero a melhor assistente paulista hoje.

Flávio Guerra é “velho de guerra” (desculpem-me, o trocadilho foi inevitável) e será o adicional de luxo, já que é bem mais experiente que o árbitro. Camilo Zarpelão é experiente o suficiente para o jogo, bem rodado nas outras divisões. Eduardo Pereira de Araújo, confesso, não o conheço e tenho poucas informações.

Espero que tenhamos uma boa arbitragem para a dificílima partida, já que o jogo promete ser nervoso pela posição das equipes na tabela.

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– O Direito Entre Aspas dos Árbitros

Fiquei atônito.

Semprei pensei que “direito conquistado” era “direito prá valer”, independente de questionamentos e autorizações dependentes de alguém. Ao menos, é assim que povos civilizados vivem em países democráticos.

Vamos ao fato espantoso: navegando na Web, vi um link destacado na página pessoal do ex-árbitro assistente (meu xará e amigo) Rafael Ferreira da Silva. Nele, uma ilustração com a chamada: “Safesp orienta a utilização da carteira do associado”.

Para grande surpresa, nada mais era do que uma aviso do presidente do Sindicato dos Árbitros, Arthur Alves Júnior (ou “Arthurzinho”, como gosta de ser chamado), impondo que o árbitro de futebol deve pedir a ele autorização para assistir partidas de futebol em estádios usando o benefício da gratuidade conquistado pela categoria e assegurado outrora pela FPF (e registrado pela mesma).

Pessoas esclarecidas e com boa formação intelectual/ cidadã devem ter caído da cadeira. Faço minhas as palavras do próprio Rafael Ferreira, que é advogado e tem excepcional instrução acadêmica, profissional e social, que disse, ao reparar muitos árbitros ‘curtindo tal aviso no Facebook’:

exceto por uma questão de amizade ou para agradar o atual presidente do Sindicato dos Árbitros do Estado de São Paulo, não vejo porque promover/apoiar algo que representa um retrocesso para a categoria”.

Pois é. Lhes tiram um direito e os árbitros ainda curtem? Lógica não há…

A situação portanto é essa: o árbitro atuante na FPF, CBF ou FIFA tem o direito adquirido de ir assistir a qualquer jogo de futebol, desde que esteja com as mensalidades em dia com o Sindicato (não pense que o árbitro vai ao estádio para torcer, nem que vai em grupo de 20, 30 ou 50 juízes – ele vai para aprender, assistir a arbitragem de alguém que admira, com frequência diminuta, irrelevante perto das carteiradas frequentes por aí).

A partir de agora, o árbitro vai ter que mandar um email ao presidente 48 horas antes pedindo autorização para ir ao jogo e usar seu benefício; espera por email uma resposta e COM LIMITE DE ENTRADAS. Ou seja, se o presidente achar que o árbitro usa muito do seu direito, pode vetar.

Ridículo… Bola nas costas do associado. E o que me surpreende é que tudo isso parece discurso de bilheteiro querendo evitar evasão de renda; atitude de patrão, não de empregado.

Imagino que o presidente da FPF deve ficar feliz ao ver o SAFESP agir em colaboração com a casa. Mas o Safesp não deveria lutar pelo árbitro, e não contra?

Críticas virão. É isso que dá o presidente do Sindicato dos Árbitros ser tesoureiro da Cooperativa, secretário da Associação e ao mesmo tempo ser funcionário da CEAF-FPF: acúmulo de cargos, e, certamente, incompatíveis.

Nada contra a pessoa do sr Arthur. É honesto, trabalhador… mas falando pelo ponto de vista de gestão profissional de uma entidade, tal fato é discutível e crítico.

Fico pensando: ele foi eleito com 260 votos a Zero há 4 anos. Será que hoje se reelegeria?

Não sei por quê, mas meu feeling diz que se elegeria sim.

Abaixo, a reprodução do aviso:

Extraído de: http://www.safesp.org.br/pt/noticias/pg_view_noticias.php?id=545

O Presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo, Arthur Alves Junior, esclarece aos associados adimplentes que desejarem assistir as partidas organizadas pela Federação Paulista de Futebol, de maneira gratuita deverão seguir os seguintes procedimentos;

1º Enviar e-mail ao presidente (dirarbitros@hotmail.com) com 48 horas de antecedência mencionando a data e a partida que deseja assistir;

2º Aguardar a resposta do presidente através do mesmo e-mail;

3º Caso positivo, comparecer munido da CARTEIRA DE SÓCIO SAFESP/2014, sem acompanhantes, veículos e pelo portão que será determinado no estádio;

Atenção: Teremos um limite de inscrições por partida para atender, as chamadas “CARTEIRADAS”  não existem, temos um direito concedido pelo presidente da Federação Paulista de Futebol, que consta no Regulamento Geral das Competições, porém não nos dá o direito de entrarmos nas partidas ministradas pela CBF, CONMENBOL e/ou FIFA, entrarmos com veiculo, com acompanhantes, escolhermos o local no estádio, utilizando essa carteira.

Contamos com a compreensão dos nossos companheiros.

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– A Necessidade dos Chatos nas Empresas

Um chato incomoda muita gente? Claro que sim.

E dois chatos? Muito mais!

Mas tem um detalhe: muitas vezes, são os chatos que nos abrem os olhos sobre alguns aspectos organizacionais, e é por isso que muitas empresas estão abrindo espaço para questionadores com total liberdade para “chatear”.

Veja, extraído de: Revista EXAME, ed 1042, pg 94,  29/05/13.

ODE AO CHATO

O chato é um chato, Não é o tipo de companhia que se quer para tomar um vinho, ir ao cinema ou chamar para compartilhar um jantar. O chato tem a insuportável mania de apontar o dedo para as coisas, enxergar os problemas que não queremos ver, fazer comentários desconcertantes. Por isso, é pouco recomendável ter um deles por perto nos momentos nos quais tudo o que você não quer fazer é tomar decisões. Para todos os outros – e isso envolve o dia a dia dos negócios, a hora de escolher entre um caminho e outro caminho, de fazer isso ou aquilo – é bom ter um desses cada vez mais raros e discriminados exemplares da fauna empresarial por perto.

Conselho dado por alguém que entende muito de ganhar dinheiro, Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo: “Ouça alguém que discorde de você”. No início de maio, Buffett convidou um sujeito chamado Doug Kass para participar de um dos painéis que compuseram a reunião anual de investidores de sua empresa, a Berkshire Hathaway. Como executivo de um fundo de hedge, ele havia apostado contra as ações da Berkshire. Buffett queria entender o porquê. Kass foi o chato escolhido para alertá-lo sobre eventuais erros que ninguém havia enxergado.

Buffett conhece o valor deste tipo de pessoa. O chato é o sujeito que ainda acha que as perguntas simples são o melhor caminho para chegar às melhores respostas. Ele não tem medo. Não se importa de ser tachado de inábil no trato com as pessoas ou de ser politicamente incorreto. Questiona. Coloca o dedo na ferida. Insiste em ser o animal pensante, quando todo mundo sabe que dá menos dor de cabeça deixar tudo como está. Acha ridículo ver o rei passar no por ai enquanto todo ao redor fingem que nada está acontecendo. O chato não se rende ao cinismo que, quase sempre, domina as relações nas grandes empresas. Ele não se conforma com a mediocridade (inclusive a própria), com as desculpas esfarrapadas, com as demonstrações de autopiedade diante de erros. E o pior: quase sempre, as coisas que o chato diz fazem um tremendo sentido. Nada pode ser mais devastador para seus críticos do que o chato, feitas as contas, tem razão.

Pobre do chefe que não reconhece, não escuta e não tolera os chatos que cruzam no caminho dele. Ele – o chefe, que frequentemente prefere ser chamado de líder – acredita que está seguro em um mundo de certezas próprias, de verdades absolutas. Ora, qualquer dono de botequim sabe que o controle total de um negócio é uma miragem. Coisas boas e ruins acontecem o tempo todo nas empresas sem que ele se dê conta. Achar que é possível estar no comando de tudo, o tempo todo, ó vai torna-lo mais vulnerável como chefe – e o mais ridículo aos olhos dos outros. E vai, mais dia menos dia, afastar definitivamente os chatos, os questionadores, aqueles que fazem as perguntas incômodas e necessárias. Sobrarão os ineptos, aqueles que, não tendo opção de pensar, ficam ali mesmo, fingindo que acreditam nas ordens que recebem e que são capazes de produzir algo que valha a pena.

Por isso, só existem chatos em lugares onde há alguma perspectiva de futuro. Essa espécime de profissional só prolifera em ambientes onde liberdade de pensamento e expressão é respeitada (não estou falando de democracia total ou decisão por consenso), onde a dúvida não é um mal em si, onde existe disposição, coragem e humildade para mudar de trajetória quando se parece a melhor opção. Olhe para as companhias de sucesso espalhadas pelo mundo e conte quantos questionadores há nelas –  e como são tratados pelos chefes e pelo grupo. São companhias eternamente insatisfeitas, que se questionam, mas que tem a coragem de ir em frente em suas decisões quando tem convicção. Os muitos chatos que fazem parte delas questionam, ajudam a encontrar respostas e vão em frente – ainda que enxerguem os riscos onipresentes em qualquer tipo de negócio. Em seu discurso aos formandos da Universidade Stanford, Steve Jobs – o ídolo supremo dos chatos empresariais – deu a sua definição do caminho para o sucesso. Seu último conselho: “Continuem famintos. Continuem ingênuos”. Ser chato é ser ingênuo. Ser chato é ser livre.

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