O Papa Francisco se reuniu com o presidente da FIFA Joseph Blatter nesta semana. E ao dirigente maior do futebol, pediu que:
“O futebol deve enfatizar o papel de agente transformador na educação dos jovens e na promoção da paz mundial”.
Me recordei do Papa João Paulo II, que as vésperas da Copa do Mundo de 1990, recebeu o grupo de árbitros que se preparavam para o torneio e disse:
“O esporte deve servir para inspirar os valores éticos e cristãos“.
Digo isso pois tudo o que não se viu nesta semana foi o futebol promovendo esses 4 pilares defendidos pelos Pontífices: nem educação, nem paz, nem ética e muito menos valores cristãos. Quer prova desses 4 itens?
- 1- Tivemos uma acirrada disputa política envolvendo o mando de campo da semifinal da Copa Sulamericana. Dirigentes esportivos usando diversos artifícios para burlar ou tentar cumprir regulamentos. Vence-se ou convence-se aquele clube que for mais forte. Com isso, o torcedor mais apaixonado fica na bronca e os atos de violência se afloram. Na última semana, a Polícia Rodoviária já registrou casos de torcedores sãopaulinos e pontepretanos se enfrentando na Rodovia dos Bandeirantes. Imagine na quarta-feira, independente de onde for o jogo… Cadê a educação que o esporte deve trazer?
- 2- A FPF divulgou a tabela completa do Campeonato Paulista de 2014, com os jogos e datas pré-determinados. No evento, falou-se muito da luta contra a violência nos estádios. Porém, os 4 grandes clubes de São Paulo se negaram a assinar um acordo que não fomentasse ajuda financeira e logística às torcidas organizadas (que hoje são as principais causadoras de brigas e confrontos). Onde está o princípio da busca da paz?
- 3- Mais um episódio antiético e de péssimo exemplo de política: a CBF realizou o amistoso da Seleção Brasileira nos EUA, e levou dirigentes de diversos estados, eleitores no próximo pleito, para acompanharem José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. E por lá permaneceram, fazendo tour pela América com dinheiro às custas da entidade. Uma mostra de que valerá tudo para 2014: e aqui incluo os jantares, as negociações de escudos do quadro de árbitros da FIFA, as vagas em torneios internacionais para equipes de menor expressão, a luta por poder e outras mazelas que a patota do futebol adora. E isso são ações éticas do futebol?
- 4- O último tópico: os valores cristãos! O que dizer do Valdívia provocando gratuitamente Vicente, que revida odiosamente, no jogo entre Palmeiras x Ceará? Ou de Júlio Baptista supostamente falando para o adversário “fazer logo o gol” em sua equipe (e tanto faz se ironicamente como desprezo, ou seriamente como favorecimento)? As equipes escalando times reservas, mistos, abandonando o Campeonato Brasileiro, favorecendo ou prejudicando direta ou indiretamente as outras equipes? Pior ainda: os jogadores em corrente, rezando e orando conforme suas crenças e durante o jogo ofendendo a arbitragem, dando odiosos pontapés e carrinhos em seus adversários (viram o que fez Pará, do Grêmio, rodadas passadas?) ou simulando jogadas.
O futebol profissional não pode ser recalcado ao ponto de ser carola. É uma disputa, vale título, taça, dinheiro ou rebaixamento. Mas também não pode ser guerra e luta desenfreada por objetivos pragmáticos. E aí reforço os 4 itens citados: para você, torcedor, o futebol tem promovido a educação, a paz, os valores éticos e cristãos?
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