– O Indevido Perdão às Dívidas dos Clubes

Há certos projetos políticos que, cá entre nós, são claramente para promover benefícios a um grupo específico ao qual o parlamentar é ligado. O melhor e mais triste exemplo disso é o que propõe o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP). Ele simplesmente quer dar anistia de todas as dívidas fiscais dos clubes de futebol.

Eu pago meus impostos. De maneira sacrificante, mas pago. Você, leitor, deve pagar os seus também. E por quê os times de futebol, que recebem milhões de reais em patrocínios, cotas de TV e outras receitas diversas, podem se dar ao luxo de não pagar nada?

Algumas agremiações chegam a pagar R$ 700 mil mensais ao treinador; mas se recusam a recolher INSS e outros tributos.

Não tivemos há pouco tempo o Refis do Futebol e a Timemania para ajudá-los? Por quê se é tão benevolente a essa gente e tão cruel e rigoroso com o contribuinte comum?

Em tempo: Vicente Cândido faz parte da “bancada da bola”, que defende os interesses das entidades do futebol, além de ser vice-presidente da Federação Paulista de Futebol. E Marco Polo Del Nero é o atual presidente da FPF, está em campanha para eleição da CBF em 2014 e precisa dos votos dos clubes… Será que seu vice está o ajudando na conquista dos mesmos?

O consultor economico-tributário Pedro Daniel (da BDO Brasil, empresa que realiza auditorias e uma das mais especializadas no mundo), escreveu um artigo no Jornal Lance no último domingo que me assustou: as dívidas dos 24 maiores clubes de futebol do Brasil atingiu R$ 2,5 bilhões somente em tributos!

Quer dizer que o dinheiro dos meus impostos é “dinheiro que vai para o Governo realizar obras para o povo” (descartando-se o desvio em corrupção), portanto, imprescindível. E o dinheiro dos impostos dos clubes, não é tão ou mais importante do que o meu?

Assim é fácil: gasta-se desregradamente, sonega-se impostos e depois arranja-se um deputado-amigo lá em Brasília para perdoar as dívidas.

A pergunta a ser feita ao Deputado Vicente Cândido é: o que o Brasil ganha perdoando R$ 2.500.000.000,00 dos impostos de times de futebol?

Se alguém tiver uma resposta convincente, por favor, responda. Eu não consigo encontrar nada que justifique tal aberração moral.

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– A Turma do 4:20

Tenho visto alguns bonés com os números 4:20, e confesso ser ignorante sobre a simbologia.

Agora, vejo que a PM apreendeu farto material com esses dizeres em uma cidade mineira, e que ele é uma dupla alusão ao consumo da Maconha. Na década de 70, nos EUA, os viciados marcavam o horário das 4:20 pm para se drogarem, e por isso, o numeral 04/20 virou “April/20”, considerado “Dia Mundial da Maconha”.

Não era muito melhor que esses jovens desocupados usassem palavras como “Paz”, “Tolerância”, “Amor”, “Solidariedade” ou qualquer outra coisa boa, ao invés dessas porcarias?

Abaixo, extraído de: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2013/11/alegando-apologia-drogas-pm-apreende-materiais-com-420-em-mg.html

POLÍCIA APREENDE PRODUTOS COM INSCRIÇÃO 4:20

Uma atitude da Polícia Militar de São Tiago (MG) tem gerado polêmica na cidade. A corporação está apreendendo bonés e camisetas com símbolos que fariam referência ao uso de drogas. Segundo os militares, símbolos como a expressão “4:20” fazem apologia às drogas e não podem ser usados.

A expressão 4:20 foi utilizada na década de 1970 nos Estados Unidos e representava o horário que os estudantes marcavam para usar drogas. O número também faz referência ao dia 20 de abril, Dia Mundial da Maconha. A PM de São Tiago já apreendeu oito bonés, dois deles no comércio, e duas motonetas que tinham um adesivo com o símbolo.

Há menos de um mês, um aluno de 14 anos foi flagrado com duas pedras de crack na Escola Estadual Afonso Pena Júnior. A partir daí, a PM começou a realizar palestras para orientar os adolescentes sobre o trabalho feito na cidade. Segundo a vice diretora, Daniela de Fátima Barbosa do Vale, a ideia de recolher os objetos que fazem apologia às drogas partiu também da escola.

“Tentamos ensinar para eles que isso é apologia. Alguns alunos sabem o que é, mas outros usam esses materiais apenas por modismo. Se eles quiserem usar na rua, eles vão ter que responder à polícia. Agora aqui na escola a obrigação de manter a ordem é nossa”, afirma.

Para o advogado criminalista Luis Henrique Fernandes, a atitude da polícia é incoerente e inconstitucional. “Eu creio que em tese há um crime de abuso de autoridade em recolher os materiais, já que a constituição federal garante a livre expressão. Coagindo os jovens não é uma maneira saudável de mostrar os malefícios da droga”, diz.

No entanto, para a PM, a ação não fere a liberdade de expressão. “Essa liberdade não é só do jovem. Usando esses materiais, ele induz a população a compactar com o erro, que é a apologia. O menor que for encontrado na rua com esse tipo de material é apreendido e levado para a delegacia para a confecção do inquérito”, explica o comandante da PM Ricardo Campos.

Para apreender os bonés, camisetas e outros assessórios, a PM se baseia no código penal brasileiro, no artigo 287, que diz que apologia ao crime é o ato de “fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime”. A pena pode variar de três a seis meses de detenção ou pagamento de multa.

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– O Bicampeonato do Palmeiras é para festejar?

A Band estampou por minutos, “Palmeiras, Bicampeão da Série B”.

Para a grandeza do Palmeiras (e poderia ser o São Paulo, Santos, Corinthians), esse título é humilhante.

Pela campanha honesta e vitoriosa do clube, é para se parabenizar. Não sei se com sorriso amarelo, mas com certa moderação, já que a realidade deve ser a dos desafios para a série A.

Fico imaginando: com a 1a divisão nivelada por baixo, em qual posição o Palmeiras estaria classificado hoje, caso não estivesse caído e disputando com o mesmo elenco?

Difícil prever…

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– Lula, Pizzolato e Cesare

Henrique Pizzolato, dirigente do Banco do Brasil e um dos mensaleiros condenados, fugiu para a Itália. E agora para trazê-lo de volta?

Difícil, já que a Itália não vai extraditá-lo tão facilmente, já que, há pouco tempo, Lula se recusou a devolver o terrorista Cesare Battisti para cumprir a prisão por lá, alegando que ele era “perseguido político”.

É a vez da Itália mostrar a reciprocidade.

O que mais me incomoda: os amigos de Lula, seus companheiros de partido e que trabalhavam com ele no Governo, foram condenados. E o Brasil acreditou que ele nada sabia mesmo?

Nojento o ato de Zé Dirceu e Genoíno com os punhos ao alto alegando injustiça e falta de direito à defesa. O processo rola há 8 anos…

A propósito, ainda falta julgar o Mensalinho Tucano e os desvios de verba da Gestão Kassab. Como se vê, a corrupção contamina todos os partidos e ideologias, infelizmente.

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– Similaridades dos 3 Títulos dos últimos 7 dias

Cruzeiro Campeão Brasileiro da Série A, Palmeiras Campeão Brasileiro da Série B e o Palmeirinha do Medeiros Campeão Jundiaiense da Série A.

O que esses 3 times têm em comum além da origem italiana e a conquista de título em 2013?

Muita coisa!

Vejamos: os 3 treinadores – Marcelo Oliveira, Gilson Kleina e Mauro Peixoto – ganharam o título mais importante de suas carreiras; são considerados baratos e demonstram sempre muita humildade em suas entrevistas.

Os 3 times Cruzeiro, Palmeiras e Palmeirinha – são de baixo custo e com jogadores que antes do campeonato não se apostava muita coisa, como Willian, Juninho e Morato, respectivamente (em que pese, no caso do Verdão, o “fardo Valdívia” que destoa dos salários dos demais).

Os 3 clubes têm dirigentes de destaques pelo seu ótimo trabalho – Alexandre Mattos, que mudou a política de contratação; Paulo Nobre, presidente que conseguiu apaziguar o inferno político que o clube vive; e Vado Segli, que há décadas organiza o clube com um amor paternal.

Financeiramente, os 3 passaram por reestruturações: o Cruzeiro refez o elenco com jogadores menos caros, o Palmeiras vive de empréstimos e redução de custos, e o Palmeirinha sobrevive com doações de beneméritos do bairro e as rifas que o “Vartinho” vende.

O Brasil da primeirona e da segundona está coroada com clubes das cores que homenageiam a Azurra e a Itália. Jundiaí, idem.

O ano do futebol nacional e regional está quase encerrado. E como será 2014?

Até nisso os 3 times são similares, pois viverão provações: o Cruzeiro terá o desafio em mostrar na Libertadores da América (talvez contra o seu arquirrival Atlético) que a regularidade não foi uma falsa impressão de um único ano bom. O Palmeiras terá que provar que voltou pra valer e seu projeto não servia apenas para se livrar da 2a divisão, mas de voltar a conquistar títulos na 1a. E o Palmeirinha do Vado, do Tião, do Zé Preto e de tanta gente, terá a missão de mostrar que Jundiaí ainda conta com os tradicionais times de bairro, históricos, como o Estrela da Ponte, Engordadouro e tantos outros, em meio aos novatos que surgem cada vez mais rápido e com gastos que beiram equipes profissionais, bancados muitas vezes por mecenas desconhecidos.

Parabéns aos campeões!

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