A FIFA está cada vez mais rigorosa com seus testes físicos aos árbitros internacionais. E os brasileiros tem sofrido na mesma proporção de aumento da dificuldade.
Nesta 3a feira, duas baixas: Wilson Luís Seneme, que seria o árbitro brasileiro para a Copa de 2014 mas foi substituído no ano passado, além de Francisco Carlos Nascimento, o conhecido “Chicão de Alagoas”, que por dois anos pertenceu ao quadro internacional sem ter apitado uma partida sequer fora do Brasil, reprovaram nas provas oficiais e devem perder seus escudos. Guilherme Ceretta de Lima, aspirante-FIFA, também falhou.
Duas observações a serem feitas:
- 1- A FIFA despreza a experiência dos árbitros e quer cada vez mais corredores em campo. Um árbitro já corre mais do que um jogador em campo há tempos (sem ter a mesma preparação que os clubes dão aos seus atletas, tampouco disponibilidade para treinos). Prefiro um árbitro veterano, que conhece os atalhos do campo e as manhas dos boleiros, do que um velocista iniciante. Quanto mais velho na carreira, mais competente é!
- 2- São Paulo possuía 3 árbitros respeitados na FIFA (dos 10 que compõe a lista): Sálvio Spínola, Wilson Seneme e Paulo César Oliveira. Com o abandono de carreira do Sálvio, a região Nordeste herdou o escudo. Com a reprovação de Seneme (e do aspirante Ceretta), a Federação Paulista de Futebol passará por um vexame, pois terá um único representante: PC. Um ineditismo ruim da arbitragem do estado de São Paulo, desde que a lista internacional permitia 10 nomes.
Fico pensando: será que o Sindicato dos Árbitros de SP e a Cooperativa dos Árbitros, entidades irmãs e dirigidas por pessoas que trabalham na Federação Paulista de Futebol (mesmo entendendo que, particularmente, isso seja uma incompatibilidade de cargos gritante), lutarão por essas vagas perdidas?
Meu grande medo é: independente quais árbitros que assumam a vaga, que a escolha não seja por meritocracia, mas sim por interesse político e instrumento de barganha e agrado às federações no processo eleitoral que a CBF passará.
Aliás… será que não corremos o risco da FIFA reduzir o quadro brasileiro, cortando essas vagas?
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Abaixo, matéria extraída de: http://www.espn.com.br/noticia/347166_dois-arbitros-brasileiros-falham-em-teste-fisico-e-perderao-escudo-da-fifa?timestamp=1375813708576
DOIS ÁRBITROS BRASILEIROS FALHAM EM TESTE FÍSICO E PERDERÃO ESCUDO DA FIFA
Esta terça-feira foi de teste físico para os árbitros e assistentes da lista FIFA, além dos aspirantes. Os principais árbitros do país se reuniram no Estádio Ícaro de Castro Mello, no Ibirapuera, em São Paulo, para avaliarem o condicionamento físico necessário aos que desejam fazer parte do quadro de arbitragem do principal órgão que controla o futebol.
O teste físico é apenas uma etapa para os árbitros e assistentes, que também passarão por uma avaliação técnica e teórica. A carga é intensa com seis tiros de 40m e 24 tiros de 150m. Aqueles que não conseguem finalizar os exercícios estão automaticamente eliminados. Foram os casos de Wilson Luiz Seneme e Francisco Carlos Nascimento, que deixarão a lista da Fifa na próxima atualização, além de Guilherme Ceretta de Lima e Márcio Chagas da Silva, que não conseguiram entrar para a seleta lista. No feminino, Daniela Coutinho Pinto, que já esteve como árbitra da Fifa, também não resistiu aos tiros de 150m.
Francisco Carlos Nascimento mal começou as atividades e abandonou a avaliação logo nos primeiros tiros de velocidade, em que os árbitros devem correr 40m. Ele sentiu um problema na coxa e não pode continuar os testes. “Foi a primeira vez que isso aconteceu comigo. Eu nunca tive problemas nos testes físicos. Eu venho me preparando, mas tive um estiramento”, declarou o juiz de futebol. “Agora tem que ver com os médicos”, encerrou.
O treinamento é dado pelo Programa de Assistência a Arbitragem da Fifa (RAP). O argentino Cristian Rosen foi o representante da entidade e responsável pela avaliação dos brasileiros.
O paulista Paulo Cesar de Oliveira avançou na etapa física, mas teve que suar a camisa. “Foi difícil como sempre”, resumiu. “Tem que estar bastante preparado, principalmente com o Campeonato Brasileiro em andamento. Fica apertado o treinamento, ainda mais no Brasil, que tem a extensão de um continente e estamos sempre viajando”, acrescentou.
O árbitro de São Paulo enfrentou dificuldades na preparação, mas conseguiu superar os testes. “Eu esperava esse teste mais para o final do mês ou começo de setembro. Tive que fazer um trabalho forte de recuperação durante a Copa das Confederações, porque tive uma lesão. Por isso, essa aprovação é motivo de muita felicidade”, explicou.
“Tudo que a gente faz, na parte física, técnica, teórica e na parte emocional, é para ter um bom resultado no campo de jogo. O futebol brasileiro merece”, afirmou Oliveira, que também passa por duas avaliações com a Federação Paulista de Futebol (FPF) e com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “O preparo do árbitro é muito similar ao que os jogadores fazem”, encerrou.
