– Análise dos Gols de Brasil 4 x 2 Itália. Como foi a Arbitragem?

Num duelo entre potências como Brasil x Itália, você escalaria quem para apitar? O melhor árbitro da UEFA ou da Conmebol? Um inglês? Um argentino? Talvez. Mas a FIFA escalou Ravsham Irmatov, árbitro de 35 anos e há 10 no quadro internacional.

O detalhe curioso: Irmatov, apesar de ser de um país de pouca representatividade no futebol, o Uzbequistão (e que apitou diversos jogos com Luís Felipe Scolari, treinador da Seleção Brasileira que um dia se gabou de nunca ter sido expulso por lá), seu curriculum é invejável: trabalhou na Copa do Mundo de 2010 e em duas finais mundiais interclubes (incluindo Santos 0 x 4 Barcelona).

Porém, fora essas competições, quais jogos de expressão Irmatov apita durante a temporada?

Nenhum!

Assim, erros ocorreram na partida de hoje – sendo um deles ERRO DE DIREITO (que pode anular uma partida caso o clube que se sinta prejudicado reclame).

Vamos aos gols:

  1. Brasil 1 x 0 Itália: Dante 45’ (gol irregular, média dificuldade à arbitragem) – Neymar cruza a bola para Fred, que cabeceia para o gol. Buffon espalma e Dante pega o rebote, estando em condição de impedimento. O lance foi rápido, e Dante estava 23 cm a frente do penúltimo adversário quando Fred cabeceia (é esse o parâmetro para avaliar o impedimento: o último toque do próprio companheiro). Não importa se a bola veio de um rebote do goleiro, da trave ou resvalada por um zagueiro italiano; aquela situação é impedimento “por tirar vantagem de uma posição de outrora”. Mas veja a curiosidade: mesmo se Buffon tivesse dado o rebote e vários jogadores italianos tivessem se posicionado entre Dante e o goleiro, o lance deveria ser impugnado pois o que vale (a referência) é o toque de Fred. Entenda a cabeçada de Fred como “um passe a Dante, tabelando com o adversário”. E outra curiosidade: se o zagueiro da Itália tivesse se antecipado a Fred e cabeceado erroneamente para o próprio gol, após o rebote de Buffon, o jogador brasileiro Dante estaria em condição legal, já que a bola teoricamente veio da própria zaga. Portanto, erro do bandeira (do Quirguistão…).
  2. Brasil 1 x 1 Itália: Giaccherini 50’ (gol legal, sem dificuldade). Sem polêmica alguma, apenas a observação do belo lançamento de calcanhar de Balotelli ao seu companheiro, num contra-ataque.
  3. Brasil 2 x 1 Itália: Neymar 54’ (gol legal, de jogada duvidosa). Neymar disputa a bola com Maggio, que abre os braços e tenta buscar a bola. Tanto por baixo como por cima fica a dúvida: Maggio toca a bola legalmente ou desequilibra Neymar ilegalmente? O braço do italiano foi suficiente para obstruir o brasileiro? Talvez sim, talvez não. Mas a falta questionável foi marcada e Neymar marcou um belíssimo gol na cobrança.
  4. Brasil 3 x 1 Itália: Fred 65’ (gol legal, sem dificuldade). Fred disputa com Chiellini em velocidade; o adversário cai por disputa normal da bola e com um belo chute amplia.
  5. Brasil 3 x 2 Itália: Chiellini 69’ (gol irregular, pouca dificuldade à arbitragem). Um erro bisonho, de várzea e incomum. Balotelli sofre pênalti de Luís Gustavo. Irmatov estava muito bem posicionado, apita o pênalti e aponta a marca do tiro penal, mas alguns atletas não param ao som do apito e Chiellini toca para as redes. Não é gol, afinal, o jogo estava parado com o apito do árbitro. Para surpresa de todos, não é que o árbitro confirma o gol? Apesar das reclamações dos brasileiros, ele gesticula tentando justificar algo incompreensível: uma vantagem no pênalti! E fica o alerta: existe vantagem no pênalti, mas quase nenhum árbitro marca, já que na maior parte das vezes a vantagem é ter o tiro penal ao seu favor, ao invés da posse de bola. Sempre, claro, sem apitar a infração e abrindo os braços sinalizando a vantagem. Apitar o pênalti e depois desmarcá-lo porque a bola entrou não existe, já que os jogadores brasileiros podem alegar que desistiram da jogada ao ouvir o som do apito. Além disso, é erro de direito (o típico erro de não-cumprimento da regra, que rende anulação do jogo, caso a equipe prejudicada reclame).
  6. Brasil 4 x 2 Itália: Fred 87’ (gol regular, média dificuldade). Bernard toca para Marcelo, que chuta para o gol. Buffon defende e Fred (na mesma linha do penúltimo adversário) fica com o rebote, marcando seu segundo gol. Apesar da rapidez da jogada e do posicionamento difícil, acertou a arbitragem.

Irmatov correu muito na partida, mas tecnicamente não estava a altura de tal confronto. Errou quem o escalou.

Um detalhe importante: quantas faltas “técnicas” o Brasil faz! Típicas faltinhas “feliponescas”, para matar o jogo no meio campo. Neymar, por exemplo, que não sabe marcar (como a maioria dos atacantes, que além de não saberem, não gostam dessa função) tomou amarelo por isso.

E você, o que achou do jogo? Deixe seu comentário:

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– Análise dos Gols de Brasil 4 x 2 Itália. Como foi a Arbitragem?

Num duelo entre potências como Brasil x Itália, você escalaria quem para apitar? O melhor árbitro da UEFA ou da Conmebol? Um inglês? Um argentino? Talvez. Mas a FIFA escalou Ravsham Irmatov, árbitro de 35 anos e há 10 no quadro internacional.

O detalhe curioso: Irmatov, apesar de ser de um país de pouca representatividade no futebol, o Uzbequistão (e que apitou diversos jogos com Luís Felipe Scolari, treinador da Seleção Brasileira que um dia se gabou de nunca ter sido expulso por lá), seu curriculum é invejável: trabalhou na Copa do Mundo de 2010 e em duas finais mundiais interclubes (incluindo Santos 0 x 4 Barcelona).

Porém, fora essas competições, quais jogos de expressão Irmatov apita durante a temporada?

Nenhum!

Assim, erros ocorreram na partida de hoje – sendo um deles ERRO DE DIREITO (que pode anular uma partida caso o clube que se sinta prejudicado reclame).

Vamos aos gols:

  1. Brasil 1 x 0 Itália: Dante 45’ (gol irregular, média dificuldade à arbitragem) – Neymar cruza a bola para Fred, que cabeceia para o gol. Buffon espalma e Dante pega o rebote, estando em condição de impedimento. O lance foi rápido, e Dante estava 23 cm a frente do penúltimo adversário quando Fred cabeceia (é esse o parâmetro para avaliar o impedimento: o último toque do próprio companheiro). Não importa se a bola veio de um rebote do goleiro, da trave ou resvalada por um zagueiro italiano; aquela situação é impedimento “por tirar vantagem de uma posição de outrora”. Mas veja a curiosidade: mesmo se Buffon tivesse dado o rebote e vários jogadores italianos tivessem se posicionado entre Dante e o goleiro, o lance deveria ser impugnado pois o que vale (a referência) é o toque de Fred. Entenda a cabeçada de Fred como “um passe a Dante, tabelando com o adversário”. E outra curiosidade: se o zagueiro da Itália tivesse se antecipado a Fred e cabeceado erroneamente para o próprio gol, após o rebote de Buffon, o jogador brasileiro Dante estaria em condição legal, já que a bola teoricamente veio da própria zaga. Portanto, erro do bandeira (do Quirguistão…).
  2. Brasil 1 x 1 Itália: Giaccherini 50’ (gol legal, sem dificuldade). Sem polêmica alguma, apenas a observação do belo lançamento de calcanhar de Balotelli ao seu companheiro, num contra-ataque.
  3. Brasil 2 x 1 Itália: Neymar 54’ (gol legal, de jogada duvidosa). Neymar disputa a bola com Maggio, que abre os braços e tenta buscar a bola. Tanto por baixo como por cima fica a dúvida: Maggio toca a bola legalmente ou desequilibra Neymar ilegalmente? O braço do italiano foi suficiente para obstruir o brasileiro? Talvez sim, talvez não. Mas a falta questionável foi marcada e Neymar marcou um belíssimo gol na cobrança.
  4. Brasil 3 x 1 Itália: Fred 65’ (gol legal, sem dificuldade). Fred disputa com Chiellini em velocidade; o adversário cai por disputa normal da bola e com um belo chute amplia.
  5. Brasil 3 x 2 Itália: Chiellini 69’ (gol irregular, pouca dificuldade à arbitragem). Um erro bisonho, de várzea e incomum. Balotelli sofre pênalti de Luís Gustavo. Irmatov estava muito bem posicionado, apita o pênalti e aponta a marca do tiro penal, mas alguns atletas não param ao som do apito e Chiellini toca para as redes. Não é gol, afinal, o jogo estava parado com o apito do árbitro. Para surpresa de todos, não é que o árbitro confirma o gol? Apesar das reclamações dos brasileiros, ele gesticula tentando justificar algo incompreensível: uma vantagem no pênalti! E fica o alerta: existe vantagem no pênalti, mas quase nenhum árbitro marca, já que na maior parte das vezes a vantagem é ter o tiro penal ao seu favor, ao invés da posse de bola. Sempre, claro, sem apitar a infração e abrindo os braços sinalizando a vantagem. Apitar o pênalti e depois desmarcá-lo porque a bola entrou não existe, já que os jogadores brasileiros podem alegar que desistiram da jogada ao ouvir o som do apito. Além disso, é erro de direito (o típico erro de não-cumprimento da regra, que rende anulação do jogo, caso a equipe prejudicada reclame).
  6. Brasil 4 x 2 Itália: Fred 87’ (gol regular, média dificuldade). Bernard toca para Marcelo, que chuta para o gol. Buffon defende e Fred (na mesma linha do penúltimo adversário) fica com o rebote, marcando seu segundo gol. Apesar da rapidez da jogada e do posicionamento difícil, acertou a arbitragem.

Irmatov correu muito na partida, mas tecnicamente não estava a altura de tal confronto. Errou quem o escalou.

Um detalhe importante: quantas faltas “técnicas” o Brasil faz! Típicas faltinhas “feliponescas”, para matar o jogo no meio campo. Neymar, por exemplo, que não sabe marcar (como a maioria dos atacantes, que além de não saberem, não gostam dessa função) tomou amarelo por isso.

E você, o que achou do jogo? Deixe seu comentário:

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– Que tal crismar?

Amigos, muitos, infelizmente, não dão importância em confirmar o Batismo recebido pela vontade de seus pais. Fica o convite para participar dos encontros de catequese da Crisma! Abaixo:

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– E a Copa das Confederações chegou na Rodada 3!

Para findar a primeira fase da Copa das Confederações, teremos 4 jogos com placares a serem discutidos em casas de apostas. Vamos aos jogos?

Uruguai x Taiti: aqui, se questiona: os uruguaios vão ganhar de quanto? Se a Nigéria desceu do avião e sem treinar enfiou 6, se a Espanha com time reserva (e que time!) marcou 10, o que esperar do Uruguai que quer mostrar serviço e vai com sua força máxima? Eu arrisco 12 x 1, com pênalti mandrake para os taitianos.

– Japão x México: mesmo perdendo para a Itália após ótimo primeiro tempo, o Japão foi uma decepção para mim, já que seus jogadores eram melhores tecnicamente e mais experientes do que em outros momentos da história. Talvez, a melhor seleção japonesa já montada. Porém, o México se mostrou horrível até agora. O que fez o badalado Chicharito? Para mim, o primeiro OXO da competição.

– Espanha x Nigéria: Não dá para não jogar na Coluna 1. Mas em ritmo de treino de luxo, palpiteco de 3 x 0.

– Brasil x Itália: aí o chute deve ser mais cauteloso… Não me convenci em nenhum jogo de que o Brasil está bem; jogamos bem em alguns momentos apenas; e a Itália é sempre a Itália (que chavão novo, talvez desde o bicampeonato mundial de 34 e 38!). Aqui não arrisco muito: 1 x 1, torcendo para que os gols sejam de Neymar e Balotelli.

E aí, o que você espera dos jogos? Deixe seu palpite:

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– O Facebook e o Twitter mudaram o Brasil?

Sempre ouvimos falar que o brasileiro era um povo acomodado e não se mexia nem organizava protestos. Agora, o país está parando todas as tardes com manifestações.

Mas algo importante: com o mesmo cenário político-econômico, elas ocorreriam há 10 anos atrás?

Eu creio que não! As redes sociais ajudam e muito. Vide o Twitter com a hastag #vemprarua, verdadeiro convite objetivo dos manifestantes. Mas talvez a força maior venha do Facebook, com suas postagens e diversos fotos e frases de incentivo, além da organização de marchas e envio de convites.

Quer queiramos ou não, as redes sociais (e neste caso o Facebook) estão sendo determinantes para todo esse processo.

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– E se a Copa do Mundo não fosse mais no Brasil?

Se eu me tornasse presidente da FIFA, ficaria extremamente preocupado com a Copa do Mundo no Brasil. Afinal, a entidade se tornou uma vilã instantânea nos protestos.

Antes, qualquer boa partida de futebol e/ou amistoso da Seleção calava críticos, desde que em suas praças. Hoje, aqueles que antes estavam quietos, resolveram falar e o brasileiro parece mais resistente ao pão-e-circo.

Para a Copa da Colômbia em 1986, o presidente da época alegou dificuldades econômicas e a Copa foi para o México. Mas se isso acontecesse com o Brasil?

Os “elefantes-brancos” se tornariam mais deficitários; o prejuízo institucional, de imagem e turístico, seria monstruoso. E tudo o que foi gasto, dito como investimento em infraestrutura e legado, seria ainda mais desmascarado. Afinal, onde estão as obras deixadas em favor do povo, independente do futebol (como hospitais, mobilidade urbana, entre outras)?

Talvez para a FIFA mudar o país-sede não seja tão difícil do que parece: ou alguém duvida que a Inglaterra ou a Alemanha estejam prontas para uma mudança emergencial? Até os EUA estariam preparados.

No ritmo que vai, tal hipótese não poderia ser desprezada. Feliz ou infelizmente.

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– Argentina ou Itália?

Leio que Jairzinho, tricampeão mundial com a Seleção de 70, declarou que o maior rival do Brasil no futebol é a Itália, e não a Argentina.

Será mesmo?

Aqui no nosso pedaço sulamericano, a rivalidade com os hermanos é incontestável. Mas o “Furacão da Copa” lembrou bem: os jogos mais importantes da história da Seleção Brasileira sempre envolveram a Squadra Azurra!

E pra você: quem é o maior rival da Seleção Brasileira? Itália, Argentina., Alemanha, Uruguai…

Deixe seu comentário:

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– O Decepcionante Discurso de Dilma

A Presidente da República Dilma Rousseff deu uma satisfação em cadeia nacional de rádio e tv nesta sexta-feira, em relação aos protestos. Seu discurso foi básico; nada além do esperado e, talvez por isso, decepcionou.

Aliás: a Logo do Governo Federal, há 10 anos colorido com forte destaque para o vermelho (com o nome BRASIL), agora virou verde-amarelo! A própria Dilma, que sempre aparece de vermelho (não posso deixar passar batido: ela deve ter mais roupa dessa cor do que o armário criado pelo Maurício de Sousa à Mônica), resolveu falar vestindo um amarelo-claro.

Seria pelo fato do movimento das ruas ser apartidário e ela não querer fazer menção ao PT? Evidentemente que sim.

Mas em sua fala, algumas coisas que incomodaram e o brasileiro mais ingênuo pode ter acreditado: entre elas, que o Estado não está gastando dinheiro com a Copa do Mundo, mas que empresta recursos que vai receber.

Ora, a transação é feita pelo BNDES a juros extremamente baixos. Ou vai construir estádio com os juros do Bradesco, Itau ou qualquer outro banco? É subsídio do Governo Federal sim, e, pior, a maior parte aos Governos Estaduais – e estes são principalmente os grandes construtores de arenas da Copa do Mundo, gastando sem limites. Veja o estádio de Brasília, que, segundo o Tribunal de Contas da União, chegou a incrível marca de 1,7 bilhão de reais.

Em tempo, insisto com algo que critico: tivemos quase 7 anos para protestar contra a Copa, e agora que tudo está pronto, vamos sair às ruas? Se fará o quê: destruirá as obras e jogar fora o dinheiro que já foi mal gasto? Aí o prejuízo é maior…

No discurso, Dilma disse que conversará com prefeitos e governadores sobre mobilidade urbana. Ué, mas há 10 anos de Governo do PT e isso não era uma das prioridades, junto com Reforma Agrária, Saúde, Educação?

O pior foi Dilma pedir para que os Governantes sejam transparentes na administração do dinheiro público. Mas não foi a própria presidente que, dias atrás, resolveu tornar sigilosos os gastos de viagens internacionais?

Parece que estamos perdendo o rumo – do Governo e também da Sociedade, pois afinal, os assustados políticos se defrontam a uma massa que outrora formada por manifestantes pacíficos se converteu em grupo de vândalos que destroem bens públicos e privados, querendo invadir prédios a todo custo, num clima de anarquismo total. E, logicamente, maculam e tiram espaço das pessoas de bens e que querem mudar o Brasil.

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Aliás, o sorriso desses dois seria do quê, há meses atrás?

– A Infelicidade de Ronaldo

Depois que parou de jogar, o fenômeno dos gramados Ronaldo se tornou um empresário de sucesso. Associou-se a políticos, realizou grandes empreendimentos e continuou a ganhar dinheiro.

Está na dele. Vida que segue. Mas, muitas vezes, fala coisas que não devia.

Recentemente, uma frase de dois anos foi relembrada. Na época, ele discutiu sobre a importância em construir estádios para a Copa do Mundo, contra argumentos contrários. Numa ato infeliz, disse:

“Com hospitais não se faz Copa do Mundo”.

Claro, se naquele contexto já trazia polêmica, imagine agora. Dias atrás, se desculpou da frase mas insistiu na importância do torneio. Lógico, ele é interessado… afinal, trabalha no COL, na Globo, para os patrocinadores, empresaria alguns jogadores…

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– A Crise do Interior por Culpa do Etanol

A prosperidade do Interior Paulista com o agronegócio parece ter sido freada. A região de Ribeirão Preto, chamada antes de “Califórnia brasileira” e atualmente de “Vale do Silício do Etanol” sofre com o baque econômico.

Veja abaixo, extraído de Revista Exame, pg 40-42, ed 1042

COLHEITA DE PREJUÍZOS

Por Alexa Salomão e Daniel Barros

Se você quiser ser dono de uma usina, pegue um talão de cheques e passe o dia em Sertãozinho. É com essa frase que os empresários do setor de açúcar e álcool gostam de explicar a importância desse município no interior paulista. Apesar de estar a 350 quilômetros da capital e ter pouco mais de 100 000 habitantes, Sertãozinho ficou conhecida como o Vale do Silício do etanol. Lá estão usinas, canaviais e, especialmente, as principais indústrias de equipamentos para a montagem e a manutenção do parque sucroalcooleiro nacional. Quando o setor vai bem, Sertãozinho vai ainda melhor. Mas, se vai mal, a cidade se torna um retrato bem definido dos problemas. E o que ocorre neste momento.

”Chegamos a crescer mais do que a China”, diz Nerio Costa, ex-prefeito que se candidatou à reeleição e perdeu, segundo sua própria avaliação, por causa da retração econômica que se abateu durante sua gestão. “Mal sentei na cadeira de prefeito e veio a crise – um a um, cada segmento da cadeia foi pisando no freio, até que todo o setor ficasse em compasso de espera.”

Poucos setores no país tiveram tanto glamour na década passada quanto o de etanol. O combustível verde (para alguns entusiastas, verde e amarelo) foi apontado como o substituto do petróleo. Dispostos a participar de sua produção no Brasil, investidores de todo o mundo compraram usinas aqui. A participação de estrangeiros subiu de 3%, em 2006, para 33%, hoje. A petroleira anglo-holandesa Shell, o grupo agrícola francês Louis Dreyfus e a produtora de açúcar indiana Shree Renuka são apenas algumas das empresas de outros países presentes na produção nacional.

Em 2008, no auge da euforia etílica, o setor recebeu 10 bilhões de dólares em investimentos. De lá para cá, 41 usinas fecharam as portas. Já foram para o ralo 45 000 postos de trabalho no setor – o equivalente a 5% dos empregos. Um estudo do banco Itaú BBA sinaliza que as perdas podem estar só no começo: 90 dos 147 grupos empresariais em operação no Centro-Sul do país têm dívidas elevadas e metade corre o risco de fechar as portas. São negócios que já foram referência, como o grupo João Lyra, do deputado de mesmo nome, que tem usinas em Alagoas e Minas Gerais em recuperação judicial. Alexandre Figliolino, diretor do Itaú BBA para etanol e cana-de-açúcar, tem uma analogia particular para explicar a situação: “Os usineiros são como antílopes fugindo de um leão”, diz Figliolino. “O leão pegou os antílopes mais frágeis. Agora, começa a alcançar os fortes, e isso coloca em risco a saúde do setor.”

É o que se vê em Sertãozinho. No campo, o panorama é de queda na produtividade. “As pessoas reclamam que o agricultor chora demais, mas a situação aqui é dramática”, diz Luiz Carlos Tasso Júnior, produtor em Sertãozinho. Tasso caminha pelo canavial queixando-se de que não tem dinheiro nem para tratar direito o solo, muito menos para investir na aquisição de veículos. Usa tratores emprestados de um amigo e o ajuda a pagar o financiamento. A colheita é feita pela usina que comprar a cana. Em 2007, seus 120 hectares produziram 92 toneladas de cana por hectare. Na última safra, o resultado caiu para 74 toneladas. “Fiz dívida para refinanciar dívidas”, diz Tasso. “Hoje, só quitaria todas se vendesse tudo que tenho, até a casa onde moro.” Dados globais da produção mostram que essa é a realidade de boa parte de médios e pequenos agricultores de cana.

Em 2008, o setor colhia 85 toneladas por hectare. Na safra passada, a média estava em 68 toneladas por hectare – uma queda de 20%. “O valor da cana caiu, mas o preço dos insumos aumentou e as usinas cobram mais pela colheita”, diz Manoel Ortolan, presidente da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil. Os associados da entidade representam quase um terço da produção nacional. No ano passado, as margens passaram a ser negativas. O custo de produção fechou em 68 reais por tonelada de cana, mas o preço da cana ficou em 64 reais por tonelada.

O aperto na indústria sucroalcooleira começou recentemente. De 2008 a 2012,81 projetos de usinas foram postos de pé no país. Para dar conta da demanda, a indústria de Sertãozinho cresceu. O número de empresas passou de 500 para 700. A cidade absorveu mais de 3 000 profissionais e chegou a empregar 47 000 trabalhadores. Nos últimos dois anos. o número de postos retrocedeu aos níveis de 2008. Na região, que compreende sete cidades, o emprego acumula queda de 2% nos últimos 12 meses. Na indústria, o faturamento caiu até 70%.

A Smar, especializada na produção de sistemas de automação, perdeu 100 funcionários no último ano e não repôs nenhum. Nos meses mais críticos, paga os operários, mas pede aos executivos que esperem um pouco mais para receber os salários. Tem feito um esforço para manter os 120 engenheiros, responsáveis por criar novas tecnologias. Foram eles que garantiram nos Estados Unidos o registro de mais de 50 patentes, expostas como troféus em quadros nos escritórios da empresa. Entre seus orgulhos está um sistema de injeção que movimenta os motores do porta-aviões USS John F. Kennedy, da Marinha americana. Em 2009, a Smar trabalhava em três turnos, mas há meses opera com ociosidade de 30% da capacidade. “Cerca de 20% de meus clientes faliram”, diz o chileno Eduardo Munhoz, diretor comercial da divisão de açúcar e etanol da Smar. “Não dá para substituí-los da noite para o dia.”

Lucros no exterior

Para contornar as perdas, as empresas lutam por um espaço no concorrido e minguado mercado externo. É o caso da TGM. Especializada na fabricação de turbinas, neste momento tem 92% do faturamento garantido por exportações para Ásia, América Central e União Europeia. Waldemar Manfrin, sócio-diretor da TGM, tem orgulho em mostrar as estruturas gigantescas que produz para o mundo. “Em Brasília, dão incentivos para fogões, geladeiras e carros”, diz Manfrin. “Já o nosso setor foi esquecido. Se não exportássemos, estaríamos encrencados.” Em 2003, a TGM faturou 80 milhões de reais. No auge da euforia com o etanol, o resultado bateu quase em 700 milhões. Em 2012, ficou perto de 200 milhões graças às exportações.

Os efeitos negativos começaram a chegar ao comércio. Na Barão do Rio Branco, uma rua aprazível com árvores e canteiros de flores, que concentra o varejo de Sertãozinho, as lojas têm mais funcionários do que clientes. As vendas esfriaram desde a virada do ano. A Paulmem, loja tradicional de vestuário prestes a completar 40 anos, passou a década registrando aumentos de dois dígitos nas vendas, ano a ano. Em 2012, teve o primeiro Natal com alta de apenas um dígito: 6%.

Desde então, as vendas esfriaram mais. Para complicar, o novo empreendimento da família Ribeiro, dona da Paulmem, vai mal das pernas. O Shopping da Moda, inaugurado em outubro, ainda opera no vermelho. No fim de abril, a família desativou o estacionamento coberto para transformá-lo numa área de saldões. “O Dia das Mães foi bem fraquinho”, diz Erika Ribeiro, sócia do Shopping da Moda. “Agora, esperamos que os produtos mais baratos atraiam os clientes e melhorem as vendas.”

Como Sertãozinho depende da retomada do setor de etanol no resto do país, o comércio local pode ter de esperar. “Não há encomendas para a construção de usinas”, diz Antônio Eduardo Tonielo Filho, presidente da associação que reúne fabricantes de equipamentos para o setor de etanol. “São elas que impulsionam os elos da cadeia.” O mau humor que impera no setor espalhou-se pelo Brasil. O estado de Goiás, por exemplo, foi tomado pela euforia dos investidores a partir de meados dos anos 2000.

Inaugurou 11 usinas em 2008. Hoje, há mais de 40 projetos aprovados no estado, com incentivo fiscal garantido. Quinze deles contam até com licenciamento ambiental e podem iniciar o plantio da cana. Todos, porém, estão engavetados. Já a cidade de Rolândia, vizinha a Londrina, no Paraná, entr
ou numa crise severa. A usina da cooperativa Corol foi um símbolo do progresso da cidade de 58 000 habitantes. Chegou a empregar 6% da força de trabalho local e a responder por 5% da receita da prefeitura. Em 2011, a usina foi à falência com uma dívida de 600 milhões de reais. Apenas 20% de seus empregados foram absorvidos em usinas da região. “No Paraná e em boa parte do Brasil, a indústria do etanol está localizada em pequenos municípios, que dependem fortemente da atividade”, diz Miguel Tranin, presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná. “Quando a usina se vai, boa parte da riqueza local se perde.”

O governo piorou a crise

O inferno astral do setor de etanol tem muitas razões. A crise financeira internacional cortou o crédito das usinas no momento em que estavam endividadas e comprometidas com fusões e expansões. O preço do petróleo caiu e a promessa de aumento das exportações de etanol para substituir o combustível fóssil não vingou. Problemas climáticos comprometeram a produção de cana. O tempo, a mãe natureza e as leis de mercado cuidariam de resolver questões como essas. Mas o que realmente jogou o setor de joelhos foi a política. Ao assumir a Presidência, Dilma Rousseff decidiu segurar o preço da gasolina e, assim, combater a inflação. A estratégia corroeu os resultados da Petrobras e, de quebra, tirou a competitividade do etanol. Em 2008, metade da frota nacional rodava com etanol. Hoje, só 20% dos veículos são abastecidos com álcool.

No fim de abril, o governo anunciou um pacote de ajuda ao setor, com a redução de tributos e a criação de novas linhas de financiamento. A UNICA, entidade que congrega as usinas, emitiu uma nota agradecendo a iniciativa, mas reivindicou ações de longo prazo. Segundo um político ligado ao setor, o governo ameaçou suspender o pacote se não tivesse o apoio oficial da UNICA. Uma semana depois, a entidade soltou uma nova nota, apoiando o pacote – e sem nenhuma menção a eventuais problemas. Não há, porém, como aplacar o descontentamento de quem sofre com a nova realidade do etanol. “As medidas não fazem cócegas nas empresas”, afirma Carlos Liboni, secretário de Indústria e Comércio de Sertãozinho. “O que está em jogo é maior do que vender álcool no posto: precisamos de uma política clara e de longo prazo para dar segurança aos investidores.”

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– Fred, Damião e Jô: acabaram os centroavantes?

A camisa 9 da Seleção Brasileira está em baixa. Sem marcar gols e com a sombra de Jô, Fred é contestado por muitos. Mas a posição de finalizador (nem sempre com a 9) está em fase ruim no Brasil. Trazendo à memória, tínhamos Reinaldo do Atlético-MG nos anos 70; depois Careca, Evair, Romário, Ronaldo e agora… Fred, Damião ou Jô?

Que os fãs deste jogadores me desculpem, mas o contraste é muito grande!

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