Sempre ouvi o dito eclesial que “quem entra papabili não sai Papa”. Como só vi um Conclave até hoje – o que elegeu Bento XVI – não me parecia tal lógica verdadeira. A eleição do Papa Francisco me fez rever o conceito…
Dom Odilo tinha a torcida por ser brasileiro, embora a proximidade com Dom Tarcísio Bertone me incomodava, já que o cardeal italiano pouco fez contra os casos de pedofilia. Dom Angelo Scola era o outro “bola da vez”, sendo um bom nome.
Surpreendentemente, o Cardeal Jorge Mario Bergoglio (filho de um casal italiano -Mario Bergoglio, trabalhador ferroviário e Regina, dona de casa) foi eleito Papa, sem ter sido cotado nas bolsas de apostas.
Aqui se vê a ação indubitável da ação do Espírito Santo sobre a Igreja. Nesses tempos difíceis, um Papa do povo é escolhido. Quer prova disso?
O Cardeal hermano escolheu o nome de Francisco, fazendo alusão a São Francisco de Assis, humilde servo de Deus que revolucionou a Igreja em um período crítico. Justa homenagem, já que quando ordenado cardeal, Begoglio pediu para que os argentinos não viajassem ao Vaticano para acompanhar a cerimônia, e implorou a eles que doasse o dinheiro do custo da viagem aos pobres.
Jesuíta, o novo Papa é torcedor do San Lorenzo, anda de transporte público e frequentemente fazia visitas surpresas às igrejas de comunidades pobres de Buenos Aires. Nos tempos da ditadura argentina, foi acusado de ser aliado dos generais. Porém, com o tempo foi entendido como “agente duplo” – se relacionava com eles e às escondidas ajudava os perseguidos a se salvarem.
O Papa Francisco tem diversos livros escritos, destacando-se: “O Verdadeiro Poder é o Serviço”. Com um título desses, precisa dizer algo?
Hoje, a Argentina passa por momentos de dificuldade com a presidente Cristina Kirchner, sendo que Bergoglio era considerado um contraponto da mandatária. Agora, mais ainda! Recentemente, pela sua luta contra os desmandos políticos, ganhou o título de “el cardenal que no le teme al poder”.
Por fim: uma de suas virtudes é o diálogo ecumênico. Boa coisa para as relações inter-religiosas cada vez mais presentes.
O destaque negativo foi para a gafe da Globo, durante o anúncio. O que foi a tradução nebulosa da oração do Pai Nosso e da Ave Maria? A moça encarregada de traduzir se perdeu completamente…
O chato é a existência de certo ranço pelo fato do Papa Francisco ser argentino. O Vigário de Comunicações da Arquidiocese de São Paulo diz que “o desconhecia”! Puxa, que deselegância… parece dor de cotovelo para alguém que torcia por Papa Brasileiro.
E as piadinhas que misturam a rivalidade Brasil x Argentina no Futebol? Não gosto disso, mas… eis algumas:

Fala sério: capricharam nessa montagem…
