– Champions League, Barça X Chelsea, Tecnologia e Arbitragem

Ontem a tarde vimos porque o futebol é um esporte fascinante. O favorito, encantador e melhor do mundo Barcelona sucumbiu ao pragmático, rico e eficaz Chelsea.

Ora, poucos esportes permitem que “o teoricamente mais competente” fracasse. E o futebol é um deles. Não pelo fato do Chelsea ser um time fraco e a classificação uma surpresa, ao contrário: o combate se resumia num Barcelona Fortíssimo e Favoritíssimo X Chelsea Forte; mas pelo momento dos catalães. Enfim: jogo de alto nível e fim de conversa.

Sobre a arbitragem de ontem, dois lances que 20 anos atrás não seriam percebidos: a agressão de Terry e a infração de Drogba.

John Terry atingiu com uma joelhada as costas de seu adversário Alexis Sanches, fora do lance. O árbitro flagrou e o expulsou. Correto. Mas será que em outros tempos (principalmente na Libertadores da América) tais lances não seriam “esquecidos”? Com poucas câmeras, fora do lance, os árbitros costumavam não se comprometer. Como justificar uma expulsão em lance que só ele viu? As mesmas câmeras que dificultam a vida dos árbitros, por serem numerosas e flagrarem além do campo de visão dos árbitros, acabam por ajudá-los, em lances específicos como esses. Basta coragem de aplicar a regra. No Camp Nou, com o mundo vendo, foi fácil. Mas sem TV, no interiorzão…

Drogba tentou um carrinho na bola e atingiu Fábregas. Reparem que o jogador do time londrino atinge o adversário no pé direito, estando do lado direito de ataque da equipe catalã. O que isso significa? Que o corpo do atleta costamarfinense, durante o lance, provavelmente encobriu o toque ocorrido. E observando a posição do árbitro naquele momento, não tenho dúvida de que não viu a infração. É um lado cego, sem possibilidade do árbitro tomar a decisão correta. Ali, só um adicional ou bandeira poderiam ter visto (e foi o que aconteceu).

Assim, fica a reflexão: num jogo de alto nível, de tamanha importância e audiência mundial, por quê não incrementar ainda mais o uso da tecnologia no futebol?

Àqueles que reclamam do conservadorismo do futebol, vale lembrar: a inovação sempre aconteceu no futebol; lenta, mas perene. A introdução dos árbitros, do apito, dos cartões, dos 6 segundos, do impedimento com 2 atletas, das substituições… tudo isso é evolução! Aceitar a tecnologia e maior número de árbitros também é. As Regras do Jogo não são (e nem devem ser) imutáveis; mas devem se inovar como os esquemas táticos, materiais de jogo, equipamentos, e outras tantas coisas. É só comparar as regras e sistemas de jogo de 100 anos e os de hoje, para vermos o quão serão diferentes.

Ficaremos no dilema: se a tecnologia diminuir as injustiças, diminuiriam-se as polêmicas? Talvez. Embora a essência do futebol possa ser a discussão (e os erros dos árbitros são fundamentais para gerar debates), teremos que escolher: jogos mais justos ou jogos mais polêmicos? O que é melhor para os clubes, para os torcedores e para os demais envolvidos (imprensa, patrocinadores, federações)? Junte isso a questão: qual será a dosagem ideal da tecnologia no futebol (como, em que momento, em quais jogos…)?

Por fim: um pitaco sobre a paixão do torcedor – Messi, em Londres, perdeu bisonhamente uma bola no meio de campo e desse lance veio o lançamento a Ramires e a conclusão de Drogba. Em Barcelona, Messi perdeu um pênalti decisivo. Dois jogos e duas falhas… Jogos em que um craque teve momentos de cabeça de bagre. Mas meu funcionário, após o jogo, disse: “sempre falei que esse argentino era um jogador muito bom, mas que nunca dava para compará-lo com Maradona, muito menos com Pelé.”

Lionel Messi cai de número 1 do mundo para o inferno em dois jogos. Como o torcedor não perdoa mesmo…

Um comentário sobre “– Champions League, Barça X Chelsea, Tecnologia e Arbitragem

  1. Rafael
    Bom tempo que eu tenho uma ideia a respeito de substituicao: pq as substituicoes nao serem livres, como no futsal, basquete, etc.
    Daria muito mais dinamica ao jogo, o jogador poderia ser substituido, descansar, ouvir novas instrucoes e retornar ao jogo. Assim como o jogador com cartao amarelo, poderia ficar fora de jogo por algum tempo pre determinado.
    Desde os tempos de FPF em palestras do Gustavo eu defendo punicao disciplinar para jogadores que simulam contusoes. Na regra 12, em decisoes, tem uma parte especifica que m,anda punir por simulacao. Nao especifica que sao simulacoes por jogadas, entao por que nao punir simulacoes de contusoes, que somente irritam quem esta assistindo? uma outra pratica que eu defendo: jogador que sai de campo por simulacao de contusao (ou nao seja simulacao) ficar um tempo pre-determinado fora de jogo, controlado pelo 4 arbitro, e a simulacao para ser substituido, utiliza-se o mesmo criterio, o substituto aguardara um tempoo pre-determinado para concretizar a substituicao. mas ai vc me pergunta e o goleiro? na primeira simulacao ( o cara rola, parece que levou uma porrada de MMA e joga-se a agua magica e ele esta pronto, claramente percebe-se a simulacao, o mesmo tipo de punicao, ou entao, aguarda-se 1 minuto para recuperacao e solicita-se a substituicao. Com certeza acabariam com as espertezas de tecnicos e jogadores meia boca que se acham verdadeiros atores!!! Com relacao ao Messi, quem viu Zico / Falcao ? Socrates / Careca / Maradona… sem falar de Pele / Ademir da Guia / Tostao / Gerson / etc… Ah mas o futebol agora e diferente. Realmente e HOJE QUALQUER CABECA DE BAGRE E CONSIDERADO CRAQUE…. ABRACOS

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