Um episódio lamentável, condenável e repugnante no futebol carioca: na última rodada, no “Clássico dos Milhões” (Vasco da Gama X Flamengo), Wagner dos Santos Rosa expulsou 5 jogadores vascaínos após o término da partida. Pelas brigas e confusões naquele momento, não pode mostrar o Cartão Vermelho e relatou na súmula. Tudo ok.
O árbitro pode expulsar atletas antes, durante, no intervalo e após o término de um jogo. Mostrar o cartão vermelho é uma sinalização/convenção para que todos entendam o ocorrido. Quando acontece a impossibilidade de mostrar o cartão (seja ele amarelo ou vermelho) por um fator complicador (tumulto generalizado), o árbitro deve relatar na súmula o acontecido, e a equipe informada na Comunicação de Penalidades (é o documento que contém o relato dos cartões do jogo, assinado pelo árbitro e pelos capitães após a partida).
Sendo assim, se houve uma briga no término da partida e o árbitro não pode mostrar o Cartão Vermelho, deve proceder como acima relatado: ou seja, comunicar a penalidade no documento.
Fico pasmo ao saber que no Rio de Janeiro os documentos ainda são manuais, e as penalidades / súmulas / demais documentos estão marcados em papel, não-informatizados.
Assusto mais ainda ao saber que, após a discussão das expulsões, a FERJ rasurou por conta própria a súmula e apagou com corretivo as marcações do árbitro!
Para quem não viu, eis a súmula entregue pelo árbitro (no site da FERJ):
E a mesma súmula “corrigida” pela FERJ: (Repare que os cartões veremlhos foram apagados!)
O que dá para dizer? Se a súmula estava lá dentro da FERJ, quem a adulterou?
No modelo original, vê-se que os atletas foram expulsos e que devem cumprir a suspensão automática. Se o adulterador foi membro da CEAF-RJ, diretor, supervisor, seja lá quem for, deve ser punido seriamente!
Triste. Justo na Capital da Copa 2014!


