Fiquei surpreso, assim como a maciça maioria dos árbitros de futebol.
Com exclusividade, o jornalista Wanderley Nogueira noticiou: “Sálvio Spinola renuncia” (link do blog do Wanderley Nogueira, com a informação completa, abaixo).
Mas o que isso representa?
Muita coisa. Muita mesmo!
Primeiro: Sálvio, segundo o jornalista, estava preocupado em perder o seu escudo FIFA, pois a CBF queria repassá-lo a algum árbitro apadrinhado politicamente.
Tal fato impressiona. Sálvio é hoje o árbitro brasileiro mais atuante e respeitado internacionalmente, tendo apitado a final da Copa América. Certamente, se o Santos estivesse fora da Libertadores, também seria o árbitro da final da competição sulmericana. E quem herdaria o escudo? Ora, vide as escalas do Campeonato Brasileiro: há aspirantes da FIFA com péssimas atuações que não saem das escalas. Francisco Carlos Nascimento é um deles. E aqui não é informação, mas levantamento de hipóteses: seria “Chicão” o destinatário desse distintivo? Ou tem algo a ver com uma ‘suposta troca de escudos’ ou luta pela manutenção, alardeada por sites de arbitragem, jornais e demais noticiários entre a vaga de Gutemberg de Paula e Péricles Bassols?
(segue matérias dos sites Voz do Apito – http://is.gd/uCjigA e do Apitonacional – http://is.gd/yFCluV, sobre Gutemberg, FERJ, CBF e FIFA )
Sem reprovação de árbitros em teste físico, dificilmente uma das 10 vagas da FIFA ao Brasil seria disponibilizada a outro oficial fora do quadro atual.
A CBF tiraria uma vaga paulista e a remeteria para Alagoas?
Sálvio teria ainda 2 anos de arbitragem, e como ex-FIFA, ganharia a condição de “especial”. A desculpa da Comissão de Árbitros seria a de que, como ele não poderia ir à Copa do Mundo, daria o escudo dele a alguém mais jovem, para treinar o novo árbitro com mais tempo?
Segundo: Na matéria, Sálvio não aceitou “pedidos e sugestões” da Comissão de Arbitragem.
Uau. Combina com o caráter do Sálvio demonstrar e praticar a honestidade. Mas há algo gravíssimo: quais os pedidos e sugestões? O que seria isso? A outros árbitros isso também ocorreu e/ou ocorre? Será que ninguém aceitou?
Fora as informações com a credibilidade de Wanderley Nogueira, o resto é especulação. Penso que Sálvio deveria vir urgentemente a público se manifestar, pois, afinal, a bola ficou pingando:
–Há pedidos de fabricação de resultados?
–O campeonato perdeu a lisura?
–O que realmente está acontecendo?
Se acontecer algum erro crasso que possa influenciar ou beneficiar equipes, a primeira coisa que se lembrará é: Sálvio deixou no ar que algo estava acontecendo... – Por isso a importância da manifestação, que, particularmente, creio que ocorrerá no momento adequado!
Em tempo: parabenizo a decisão do Sálvio. Nada mais do que a corajosa ação se podia esperar de alguém como ele. E, como disse em sms ao próprio, espero que possa se adaptar rapidamente à nova rotina, coisa que, segundo ele me respondeu, já estava preparado.
Boa sorte ao íntegro homem e cidadão Sálvio Spínola.
Abaixo, extraído de: http://wanderleynogueira.blog.terra.com.br/2011/11/18/
ÁRBITRO SÁLVIO SPÍNOLA RENUNCIA
Depois de 917 jogos, 20 anos de carreira e os 8 últimos anos com o distintivo da Fifa, o árbitro Sálvio Spínola Fagundes Filho renunciou à arbitragem. Uma decisão surpreendente e preocupante.
Logo após o último jogo entre Colômbia e Argentina, vencido pelos argentinos, Sálvio pediu que os árbitros assistentes fizessem um brinde com ele. Os auxiliares pensaram que o árbitro estava comemorando a boa atuação. Não era. Com o rosto entristecido informou naquele momento quase solitário que estava encerrando a carreira.
Sálvio informou à Conmebol da sua irrevogável decisão. A CBF e os chefes da arbitragem brasileira já sabiam que o experiente árbitro “faria alguma coisa”. Ele já estava fora das últimas escalas.
Dentro de alguns dias, Sálvio Spínola promete esclarecer os reais motivos da sua decisão. Mas, já é possível garantir que são vários os componentes. Um deles: a intenção da CBF em tirar o “seu” escudo Fifa para atender o pedido de um influente político a favor de um apadrinhado. Sálvio ainda poderia apitar os dois próximos anos.
Outro fator que serviu de gatilho para a renuncia foi não aceitar, digamos, pedidos e sugestões da comissão de arbitragem. Algo que ele repudia.
Agora, só resta ficar de olho nesse “jogo.”