A Crise Grega que pode contaminar o mundo inteiro tem dia decisivo hoje: continua com o Euro ou abandona?
Minha opinião: o Euro arrebentou com economias frágeis como a grega; e a Grécia arrebentou com as contas européias em geral. Portanto…
E tudo isso começou com a gastança desenfreada das Olimpíadas de Atenas!
Abaixo, extraído de:
EUROPA DÁ ULTIMATO À GRÉCIA
Os principais dirigentes europeus deram um ultimato à Grécia nesta quarta-feira para que o país decida se fica ou se deixa a Eurozona, sendo que esta última alternativa implicaria no imediato bloqueio da ajuda financeira, tida como essencial para sua recuperação econômica.
“Esperamos prosseguir na Europa com nossos amigos gregos”, disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em uma coletiva de imprensa conjunta com a chefe do governo alemão, Angela Merkel, realizada após o término de uma reunião com o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreu, em Cannes (sul da França).
Contudo, segundo o presidente francês, caso a Grécia queira continuar na Eurozona, “precisa respeitar as regras”. “Se as regras do jogo não forem aceitas, nem a União Europeia (UE) nem o FMI irão entregar nem mais um centavo à Grécia”, completou.
Sarkozy e Merkel convocaram Papandreu para que este desse explicações sobre a surpreendente decisão sobre o referendo que pode derrubar o pacote de medidas adotado com muitas dificuldades na quinta-feira passada em Bruxelas.
Antes do encontro, Sarkozy e Merkel se reuniram com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e as máximas autoridades europeias, Herman Van Rompuy e José Manuel Barroso, assim como o chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
A Grécia esperava receber nos próximos dias os 8 bilhões de euros correspondentes ao sexto e último lote de crédito de 110 bilhões de euros concedidos pela UE e pelo FMI em maio do ano passado, vitais para o pagamento de pensões e salários antes do final do ano.
Segundo Lagarde, sua opinião sobre a continuidade do empréstimo à Grécia está vinculada ao resultado do referendo que esse país planeja organizar sobre o plano anticrise da Eurozona.
“Quando for realizado o referendo, e se forem tiradas todas as incertezas, farei uma recomendação ao conselho de administração do FMI sobre o sexto lote de ajuda para sustentar o programa econômico da Grécia”, afirmou Lagarde em um comunicado divulgado em Washington
O FMI e a Grécia concluíram em 11 de outubro um acordo sobre as condições de entrega deste lote, que ainda deve ser validado pelo conselho de administração.
Papandreu, que anunciou o referendo na segunda-feira à noite sem ter consultado os credores internacionais de Atenas, disse nesta quarta-feira que a consulta popular deve acontecer no dia 4 de dezembro e que tratará justamente da continuidade (ou não) da adesão da Grécia à Eurozona.
“O essencial não é a questão do plano de resgate unicamente, mas sim se queremos permanecer na Eurozona”, declarou à imprensa o primeiro-ministro grego após a reunião convocada em Cannes, às vésperas do encontro do G20.
Lagarde afirmou que é preciso que a Grécia tome uma posição o quanto antes “para que se decida sobre a execução do acordo da reunião do dia 27 de outubro”, realizada em Bruxelas.
O acordo em questão prevê entre outras coisas o perdão de 100 bilhões de euros da dívida da Grécia por meio de credores privados.
O FMI acordou em maio de 2010 um empréstimo de 30 bilhões de euros ao país, a ser entregue ao longo de três anos, e dos quais até o momento foram desembolsados 17,400 bilhões.
O anúncio do referendo caiu como uma bomba nos mercados, que sofreram enormes perdas na terça-feira. Nesta quarta-feira, no entanto, houve uma tímida recuperação.
O fundo de resgate europeu, no entanto, se viu obrigado a anular uma emissão de bônus pela qual previa captar 3 bilhões de euros (4,1 bilhões de dólares) para Irlanda, devido ao “deterioramento das condições nos mercados”, disse Christof Roche, porta-voz do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF)
A chanceler alemã afirmou por suz vez que, apesar de a situação ser “extremamente séria”, nem Paris nem Berlim “abandonarão o euro”.
“Se o povo grego disser que não deseja permanecer na Eurozona, nós respeitaremos essa decisão, mas não abandonaremos o euro”, disse Merkel, após indicar que tanto Alemanha quanto França querem continuar ajudando a Grécia.
