Confesso que me senti o pior pai do mundo. Minha pequena Marina queria assistir pela enésima vez a “Tinker Bell e o Tesouro Perdido”, que passava no Disney Chanel. O maldoso papai queria Brasil X Argentina, no mesmo horário.
Convenci a Marininha a brincarmos de teatrinho da Cinderela enquanto dava olhadelas no jogo. E não é que o Neymar, enquanto ciscava no meio do campo e fazia firulas não-objetivas no meio de campo, tinha ao fundo a voz do Galvão: Neymarrrrrrrrrr…
Aí que está a diferença entre os bons e maus locutores: jogo modorrento e o cara consegue transformar partida enfadonha e sonífera em emoção.
Admiro caras inteligentes. Galvão é amado e odiado pelo mesmo motivo: o carisma. É 8 ou 80, mas inegavelmente, competente.
Mas confesso que não dá: após o gol do Lucas, num Mangueirão em êxtase e com o narrador transformando o caça-níquel numa final de Copa do Mundo, ser levado a crer que os escolhidos de Mano representavam a Pátria é demais! É subestimar a inteligência! Verdadeiro pão-e-circo… Fora o fato da constante lembrança de que 25.000 pessoas compareceram aos treinos.
Me senti um carrasco. Deixar de ver as doces aventuras da fadinha Tinker (que na minha infância era a coadjuvante Sininho das aventuras do Peter Pan), para deixar no ufanista pseudo-embate entre os gigantes da Sulamérica, é demais! Fui dormir.
E você, gosta do Galvão ou não? Deixe o seu comentário:
