– Aprendendo com os Detalhes: o Polêmico cartão de Heber sobre Casemiro.

Adilson Baptista, treinador sãopaulino, ficou bravo com a arbitragem de Heber Roberto Lopez no último domingo, na partida Grêmio X São Paulo, válida pelo Brasileirão. Rogério Ceni, goleiro e capitão da equipe, irritado, ironizou a atuação do juizão. Dois motivos motivaram as queixas: um cartão amarelo ao jogador Casemiro por simulação e a anulação de um gol também pelo próprio Casemiro.

Vamos primeiro ao cartão amarelo numa situação incomum no futebol: Casemiro entra na área, tenta passar pelo seu adversário e cai. Não foi derrubado pelo gremista, então, não foi pênalti (tempo de jogo: 31m). Portanto, você deve analisar o seguinte:

A- caiu por força da jogada, ou seja, ao perder a bola se desequilibrou durante a disputa? Se sim, segue o jogo sem paralisação nem advertência verbal ou por cartão. Lance normal.

B- caiu propositalmente, tentando enganar o árbitro e iludindo a torcida, criando indisposição da torcida contra o árbitro? Se sim, o jogo deve ser paralisado, marca-se tiro livre indireto contra a equipe do jogador e aplica o cartão amarelo.

Ontem, Herber mandou o jogo seguir ao ver Casemiro cair. Pode ter interpretado lance normal. Porém, os jogadores do Grêmio pediram cartão amarelo alegando simulação e pressionaram muito o árbitro. O jogo prosseguiu. Porém, aos 34m, Heber resolve advertir Casemiro com o cartão amarelo em relação a este lance.

Se Heber considerou que Casemiro simulou um pênalti, por quê não paralisou o lance e aplicou prontamente o cartão? (lembrete importante: aos 29m, o gremista Marquinhos simulou ter recebido uma infração, jogando-se na área e Heber, acertadamente, paralisou a partida e deu o cartão).

Aparentemente, dois foram os erros observados:

1 – Se foi simulação, ao invés dele proceder como feito contra o Grêmio, errou em dar uma suposta vantagem ao time gaúcho, já que ali a posse de bola não queria dizer nada. Na beira da linha de meta, era prudente parar o jogo e marcar o lance, até mesmo para mostrar o tratamento equitativo a ambas equipes. O erro foi: mandar seguir o lance com a posse de bola supostamente se tornando uma vantagem, para a posterior punição disciplinar.

2 – Se não deu o cartão amarelo naquele instante, após quase 3 minutos de bola rolando o fazer, e depois do aceite de tanta reclamação dos gremistas, possibilitou a impressão de que aceitou passivamente a pressão dentro do Estádio Olímpico. Se Heber quisesse mostrar que não deixou que os gremistas “ganhassem o cartão” para Casemiro, por que não aplicou cartão amarelo a um dos atletas que reclamaram excessivamente? Demonstraria que o amarelo ao sãopaulino era por decisão do árbitro, não pela pressão, e puniria àquele que o pressionou (poderia escolher, tamanho o número de reclamantes).

Tal situação permitiu que o árbitro fosse taxado de caseiro. Ou não?

*Importante: o cartão só pode ser aplicado na primeira paralisação da partida quando um árbitro dá vantagem ao adversário. Se entre o lance e a primeira paralisação a bola rolasse por 10 minutos, paciência. Porém, nesse caso, o erro foi a não paralisação e o ambiente criado pelo Grêmio, aceito pelo árbitro (crendo que o árbitro entendeu ter sido simulação).

Por fim, sobre o gol de cabeça anulado de Casemiro: o atleta divide com um adversário que cai no chão, durante sua corrida em direção à área; avança e sobe de cabeça junto com outro adversário, conseguindo fazer o gol que vem de uma bola cruzada. Herber anula o gol.

No lance do primeiro adversário, a imagem não mostra empurrão, agarrão, pontapé… lance limpo. No lance do segundo adversário, quando Casemiro está cabeceando a bola, o lance é paralisado. Heber aponta o local onde o primeiro adversário caiu, numa suposta marcação de falta de ataque.

Eu não marcaria esta falta. Pareceu-me lance onde o árbitro quer “estar de bem” com o time da casa em seu lotado estádio. Uma pena. Herber fez em 2009 e 2010 uma boa temporada. Neste Brasileirão não está bem.

*Uma dica: em TVs convencionais, o lance está no canto da tela, é rápido e deixa dúvidas. Numa TV digital, onde a imagem é mais “larga” aparece um emaranhado e a queda do atleta. Nesta, me convenço de ter sido uma disputa normal, não-faltosa.

– Lacoste em Maus Lencóis por culpa do Atirador Norueguês

Lembram-se daquele fanático neonazista que atirou em jovens e matou 77 pessoas recentemente na Noruega?

Pois bem: Anders Behring, toda vez que vai ao Tribunal ou quando aparece em fotos públicas, está vestindo camisas da grife Lacoste (aquela conhecida marca francesa, caríssima e famosa pelo seu jacarezinho). Entretanto, a empresa se sente incomodada com tal fato, e pediu à Polícia da Noruega que impeça o uso da sua marca.

Claro, a idéia é que a empresa não quer ser lembrada por vestir um assassino. Mas ela teria esse direito de solicitar tal impedimento? Me parece aqui um ônus a ser assimilado pela Lacoste… Nenhuma empresa quer ter a sua marca associada a fatos e/ou pessoas que possam denegrir sua imagem.

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– Análise da Arbitragem de Fluminense X Corinthians, 11/09, Engenhão. Como foi o árbitro?

Fraco. Leandro Pedro Vuaden apitou FLU X SCCP. Jogo chato, com bom árbitro em má fase (ou tentando se reencontrar em novo estilo).

Àqueles que um dia viram surgiu um árbitro com estilo mais europeizado, esqueçam. Este jaz. Vuaden apitou quase tudo que viu e o que não viu. Na dúvida se era ou não falta, optava por marcar. O jogo por si só foi truncado, e a opção em picar o jogo fez com que o espetáculo não fosse bom. Claramente o árbitro mudou o estilo que lhe marcou nacionalmente, de deixar o jogo correr e marcar as faltas relevantes, ao invés das duvidosas. 

Nada que pudesse alterar ou influir decisivamente no jogo, mas a quantidade de equívocos foi muito acima da média deste bom árbitro. Nunca se sabia quando os carrinhos iriam ser punidos com amarelo ou não. Um pecado aos jovens árbitros que querem se espelhar nele.

Vamos aos lances: 

3m – Liedson e Gum disputam a bola, Liedson cai e Vuaden dá falta. Não foi nada, errou.

5m – Ramon é atingido no peito, após disputa da bola. Ação temerária ou Força excessiva? Wright, na Globo, expulsaria. Respeitosamente, não vi maldade. Daria amarelo. Vuaden nada deu.  

16m- Mariano dá carrinho em Jorge Henrique, carrinho perigoso. Deu amarelo, acertou.

19m- Ainda no campo de defesa, Lanzini recebeu o amarelo por puxar seu adversário. Foi rigoroso… Entendeu que era um contraataque. Critério duvidoso. 

27m- Alex se joga no corpo de Diogo, deixando se cair sobre o adversário para ganhar uma falta. E ganhou. Errou Vuaden.

Aos 27m, o Corinthians matou um contraataque no meio de campo. Ali sim era para amarelo! Mas marcou a falta sem cartão. Errou. 

Obs: Hoje, Vuaden apita tudo, com lampejos do antigo “estilo Vuaden” de deixar o jogo correr. Tornou-se um árbitro sem critério. O que fizeram com ele, hein?

José Roberto Wright, ex-árbitro e comentarista da Globo, em sua penúltima coluna pelo Diário lance assegurou que Sérgio Correia da Silva, presidente da CA-CBF, ordenou que se deve apitar todas as faltas duvidosas e não deixar o jogo correr solto. Talvez seja isso mesmo…

Aos 29m, carrinho do atleta do Fluminense marcado contra Alex, atingiu o atleta e era amarelo. Errou novamente… 

Aos 39m, Fred reclama de puxão de Ramon. Não foi nada e Vuaden deu. Que primeiro tempo horrível do árbitro!

55m: Diogo segura Alex no meio do campo, em contraataque. Aplicou bem o amarelo (veja lances idênticos acima cuja decisão foi diferente). 

60m: Paulo André faz falta no meio de campo, Vuaden dá vantagem ao Flu e na primeira paralisação dá amarelo.

61m: Carlinhos dá carrinho e vai para acertar Willian (no primeiro tempo, 2 lances fortes de Willian em Carlinhos e Vuaden não deu – o último valia o amarelo pela persistência da falta). Nitidamente, era uma desforra. Willian pula para não ser atingido. Ali, pela situação de jogo, valia o tiro livre indireto por jogo perigoso (ou, se entendesse ação temerária, amarelo para o lateral – mesmo que não tenha atingido – não nos esqueçamos do lembrete da regra de “dar ou tentar dar um pontapé” será punido…blablablá). 

Jogo muitíssimo faltoso.

Dos 65m aos 70m, a bola não rolou. Falta aqui, falta acolá… 

76m: Digão e Liedson disputam a bola, Digão por trás, chega forte, atinge só a bola e dá uma verdadeira encoxada no Levezinho. Vuaden dá falta e Amarelo. Eu não marcaria nem falta (fugiu por completo do seu estilo…).

Ao longo do jogo, muitos impedimentos difíceis. Mas aos 74m, errou o bandeira num lance fácil. Lanzini recebeu sozinho um primoroso passe, não estava impedido. 

Jogo chato, nada significativo mas com inúmeros erros. Pouco vi de Santos X Cruzeiro, mas certamente, do pouco que vi, sei que na Vila a coisa foi feia.

Sobre os gandulas: demoraram para o visitante e aceleram quando precisavam. Normal, em TODOS os estádios eles fazem isso. Não estava na hora de serem neutros, levados pela Federação Organizadora e/ou Confederação?