Nos confrontos de times paulistas apitados por cariocas, sim.
Há coisas que impressionam. Em 10 jogos do Brasileirão ontem, 4 partidas envolviam cariocas (portanto, excluam-se árbitros do RJ nessas partidas). Dos 6 jogos que sobraram para árbitros do resto do Brasil, mais da metade foram sorteados para os fluminenses. E dos 4 cariocas escalados por sorteio, 3 foram nos 3 jogos paulistas de ontem.
Coincidências da conspiração dos astros na sorte do globinho deixadas de lado (e não queiramos fazer associação com a curiosa relação do fato ocorrer após as denúncias da TV Record sobre manipulação da arbitragem do RJ), vamos a alguns detalhes:
– No jogo Avaí X Santos, Gutemberg de Paula enxergou demais. Jogador avaiano desabou sozinho e ganhou um tiro penal ao seu favor, mostrando que tais erros são costumeiros do árbitro. Me recordo que pela Copa do Brasil, em Santa Cruz X São Paulo, achou uma cotovelada de Lucas que custou o cartão vermelho ao sãopaulino. E só ele viu. Ontem, a imagem marcante foi a de Edu Dracena, parado, incrédulo, não acreditando no erro. Revejam o pênalti e o rosto do zagueiro santista. É surreal!
– Na partida Atlético Paranaense X Palmeiras, um claro exemplo de plano de trabalho mal feito. Normalmente, no vestiário, os árbitros costumam orientar seus bandeiras sobre procedimentos que devem ou não estar mais atentos. Quando um assistente vê uma agressão fora do lance de jogo e julga que o árbitro não viu, deve chamá-lo. Lances de discussão são desnecessários, o próprio bandeira deve resolver o problema chamando a atenção dos atletas. Ontem, palmeirense e atleticano trocaram cotoveladas (e nem importa se atingiram ou não), o árbitro assistente viu, parou o jogo, chamou Marcelo de Lima Henrique, que ao invés de expulsar… bateu papo. De duas, uma: ou o árbitro vacilou (não teve coragem), ou o bandeira não contou direito o que viu.
Recordo aos leitores: normalmente um plano de trabalho bem feito tem como premissa: “se você, bandeira, parar o jogo para chamar o árbitro, é para lance de expulsão. Se for para dar bronca, dê você!”
Se faltou rigor ou coragem no lance das cotoveladas, sobrou no campo disciplinar. Cleber Santana esbravejou após receber o cartão amarelo e aplaudiu ironicamente o juizão. Protestar ou reclamar com a arbitragem é amarelo… como já tinha, cumpriu-se a regra. Mas o excesso disciplinar contrasta com a tolerância na pancada, é a situação perfeita para o dirigente reclamar: “falar não pode, mas bater está liberado!”
Aí que mora o perigo: no segundo tempo, Kleber Gladiador levou cartão por reclamação. Também o reserva João Vitor, no banco, levou! Estaria querendo compensar? Creio que não… afinal, ele é FIFA (ou isso não quer dizer mais nada?)
– Por fim, no Morumbi, Péricles Bassols teve a oportunidade de apitar o jogo 1000 de Rogério Ceni. Esse cara é iluminado! Foi um dia da FIFA e acabou sorteado para um jogo histórico como esse. Agradeça a Deus!
Perceberam que esses 3 cariocas foram ou são da FIFA? Parece que o quadro FIFA está como a Seleção Brasileira Doméstica convocada por Mano Menezes: estamos cheios de jogadores que levaram um susto ao saberem que vestiriam a Amarelinha… Joga qualquer um. Ou melhor, apita qualquer um.
Será que eles representam o que de melhor existe no RJ? Não creio. Há árbitros melhores por lá. Uma pena o momento político conturbado que vivem.
E você, o que achou da rodada? Deixe seu comentário:

Quatro do Rio de Janeiro nesta rodada e o paulista reclama. Na semana passada que foram três de São Paulo (Paulo César, Sálvio e Seneme). Se somar todos da B, C e D, serão 12 do estado de SP, o paulista não reclamou.
Deixa de ser bairrista. Os três são bons árbitros porque atuam na primeira divisão do futebol carioca (todos premiados) e na Série A do Brasileirão.
(…) Às vezes leio aqui o Anselmo da Costa falando de forma arrogante. O que ele fez para falar sobre o salto? (…)
Caro sr Antonio Carlos Vernon, as partes mais ofensivas foram retiradas, ok? Não existe bairrismo, apenas lucidez. E, sobre o Anselmo, o conheço e asseguro que é uma digníssima pessoa, além de competente árbitro que foi. Att Porcari
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Não ofenderia o Anselmo da Costa mesmo porque não o conheço, mas ele é que os posts dele são arrogantes e a sua lucidez é muito bairrista mesmo. O que o sr tem contra os árbitros cariocas?
Os que eles fizeram de tao ruim que não é feito em SP e em outros estados.
O sr disse que foi árbitro e sempre coloca em dúvida os árbitros e toda a estrutura.
Se o sr entendeu que foi ofensa minhas desculpas pois não tenho nenhuma intenção de ofender ninguém. Apenas defendo minha opinião, não concordo com a sua de maneira alguma, mas tenho qeu respeitá-la.
O Rio de Janeiro pode não ter os melhores, mas também não tem os piores.
Se o Marcelo, Péricles, Gutemberg, Felipe e outros são ruins, pelo menos foram revelados pela atual administração. Me diga que são os reveleados em SP nos últimos 5 anos?
Sálvio, Seneme, Paulo César? Ora, nós sabemos que eles estão na estrada a muitos anos e erram como os cariocas erram.
Vou indo pedindo escusas para o caso do sr entender errado novamente.
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Antonio, não há nada contra nenhum estado, nem a favor há algum também.
As críticas se referem à necessidade da meritocracia e independência das comissões. Nada de Comissão ligada a Sindicato ou de apadrinhamentos. Se na rodada passada foram 4 cariocas num momento político delicado, o que dizer da próxima que não teremos nenhum?
Não coloco em dúvida a estrutura, tenho certeza da ineficiência dela. Há ótimos árbitros sem chances e péssimos árbitros com n oportunidades.
Por fim, concordo com você: SP não revela mais ninguém. Os árbitros que surgem são de comissões antigas, pois, a atual, insistiu num ranking que nunca teve credibilidade dos árbitros. Os que aparecem são fruto do próprio acaso do futebol, não de planejamento. Surgirão corredores, mas não árbitros.
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