Campinas seria uma Metrópole? São Paulo uma Megalópole?
E Jundiaí?
A partir de ontem à noite, somos Aglomeração Urbana, a primeira reconhecida pelo estado de São Paulo.
Extraído de: http://www.redebomdia.com.br/noticias/politica/64348/assembleia+legislativa+aprova+nova+regiao+com+7+cidades
UM AGLOMERADO DE DÚVIDAS A SER EXPLICADO
Assembleia Legislativa aprova nova região de Jundiaí com 7 cidades mas ainda falta mostrar as vantagens aos cidadãos
Por José Arnaldo de Oliveira
A comerciária Adriana Paula Agostinho, 28 anos, diz estar surpresa com a notícia da criação da AUJ (Aglomeração Urbana de Jundiaí), aprovada nesta quarta-feira (17) à noite pela Assembleia Legislativa. Moradora em Várzea Paulista, diz ignorar o significado da mudança. “Mas com certeza a união por melhoras é importante”, afirma.
É a situação mais comum sobre esse novo tipo de região metropolitana (é o primeiro no Estado) que abrange cerca de 700 mil habitantes em Jundiaí, Cabreúva, Itupeva, Louveira, Jarinu, Várzea Paulista e Campo Limpo. A previsão é que, juntas, tenham mais recursos para suas prioridades no governo do Estado e até de fontes federais e internacionais.
“Acho que não vai melhorar nada. Falta aos políticos estarem mais presentes o tempo todo, não apenas para a eleição. Precisa de mais infraestrutura e saneamento e menos corrupção”, reclama o atendente Marcos Miranda, 20, morador de Jarinu.
Sem tanta radicalidade a professora Giselda Valles, 32, moradora de Campo Limpo Paulista, acha que pode melhorar. “Não estava sabendo disso, mas as cidades já são unidas, todo mundo geralmente conhece todas”, diz.
Para ela, que como outros há a justificativa d a correria cotidiana como motivo para não acompanhar a política, vai ser preciso ouvir mais os moradores da região e buscar espaço para projetos institucionais, culturais ou de ONGs (organizações não-governamentais).
Em Itupeva o designer Leandro Basílio, 29, também não estava sabendo da novidade, mas defende que traga reforços de gestão pública.
“Minha cidade cresceu muito rápido e não tem estrutura. Além do trânsito, hoje há fila em todo lugar, nos correios, nos mercados”, afirma.
Outra moradora com um pé atrás é a estudante Karina Rodrigues, 27, que mora em Louveira. Para ela, o assunto é totalmente novo mas diz que as melhorias não dependem de mais dinheiro.
“Depende mais das pessoas mesmo. É preciso mais estrutura, educação e o povo indo atrás das leis funcionarem para verem o que acontece”, afirma sobre a região.
Em Cabreúva, a comerciante Arminda Pinheiro, 57, também ignorava a conquista desta quarta-feira (17) e diz não saber como pode funcionar. Mas é otimista.
“Tudo que é unido sempre é bom, é mais forte. Talvez isso coloque mais áreas de lazer para os jovens e mais casas de respouso públicas para quem precisa deixar seus idosos para trabalhar”, comenta.
Mesmo em Jundiaí, que é a base dos dois deputados estaduais que mais trabalharam no assunto, a Aglomeração Urbana ainda é desconhecida.
“Não estou sabendo do que se trata. Se for unir as cidades por coisas boas, pode ser bom. Mas tem que haver recursos extras, sem confundir com as verbas que cada cidade tem”, analisa o atendente de restaurante Leonardo Chagas, 20.
Para os moradores das sete cidades da região, com a Aglomeração Urbana, os municípios terão mais força política para buscar recursos para bens comuns, como transporte e saude. Ou ainda para pleitear junto aos governos estadual e federal a implantação de uma universidade pública (veja na página 9).
Mesmo tramitando há dez anos, desde 2001, o assunto segue inédito para a maior parte dos eleitores. Parece que a primeira medida a ser tomada pela nova instância regional será explicar aos cidadãos como serão beneficiados por ela.
O que é aglomeração
Novo formato reúne as 7 cidades da região
O projeto de lei complementar 13/2011, de autoria do governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi aprovado pela Assembleia Legislativa em sessão extraordinária à noite e aprovou a AUJ (Aglomeração Urbana de Jundiaí).
Como vai funcionar e quais os benefícios
O prazo agora é de 60 dias para a criação do Conselho de Desenvolvimento, com o governo estadual e mais os prefeitos de Jundiaí, Cabreúva, Itupeva, Louveira, Várzea Paulista, Campo Limpo e Jarinu. As prioridades comuns chegam ao Estado com a força da região conjunta de 700 mil habitantes.
Projeto mudou para prever participação
A pressão de vereadores das cidades levou à criação de um conselho consultivo, que além dos parlamentares também deve contar com entidades da sociedade civil. Outro elemento, diz o deputado Pedro Bigardi (PCdoB), são as câmaras temáticas sobre cada eixo legal que podem reunir técnicos e impedir a solução isolada em cada município.
700
mil habitantes em 7 municípios da Aglomeração
Eixos são abrangentes
O projeto contava inicialmente com os temas comuns de planejamento e uso do solo, transportes, saneamento básico, meio ambiente, habitação e desenvolvimento econômico. Foi aprovado incorporando também a saúde e a educação.
Cada um desses temas poderá contar com uma câmara formada por técnicos de todas as sete cidades, buscando projetos comuns que possam resolver alguns “gargalos” atuais.
Se a oposição, crítica de Bigardi, fala de duas décadas de atraso no planejamento estadual e a situação governista de Ary destaca o papel pioneiro da região de Jundiaí a partir de agora, a importância do fato está por ser construída no cotidiano.
Segundo estudos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Metropolitano a nova instância com sete cidades tem um PIB estimado em R$ 25 bilhões, contrastando um forte parque industrial com áreas agrícolas e ecológicas. Agora o projeto vai a sanção do governo.
Políticos comemoram o evento pioneiro de metropolização no Estado de São Paulo
Em seu terceiro mandato, o deputado estadual Ary Fossen (PSDB) defendeu a proposta nas duas legislaturas de 1999 a 2003. Mas um estudo da Emplasa (empresa estadual de planejamento) mostrou que sua origem deveria ser o Executivo.
De acordo com sua assessoria, Ary estava coincidentemente afônico nesta quarta-feira (17) mas tem comentado que a estruturação da nova instância de governo deve reforçar o potencial de Jundiaí e região para conquistarem um “campus” de universidade pública. Ele também garantiu uma audiência local sobre prioridades para o orçamento estadual de 2012.
Para o prefeito Miguel Haddad (PSDB) o fato tem uma importância nacional.
“Nos cabe agora o desafio como pioneiros de apontar caminhos de desenvolvimento nacional. Vamos começar a desenvolver ações em conjunto com os prefeitos da região, discutindo soluções concretas para melhorar a vida da população como fizemos com o Consórcio Intermunicipal da Serra do Japi”, afirma Miguel.
O deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB) explica que a força do aglomerado, como também é chamada a Aglomeração Urbana, vai depender da qualidade dos debates que levem ao consenso na região.
E o que isso muda para você?