A pergunta vem do internauta Dênis Garcia, mas poderia ser de qualquer torcedor, jogador ou árbitro. Vale a pena por ser interessante:
“No jogo da Argentina aconteceu um lance difícil. O jogador Colombiano iria fazer o gol e foi derrubado (pênalti), mas a bola sobrou livre-livre para o outro atacante da Colômbia marcar. Pergunto: tem ou não tem vantagem neste caso a penalidade?
E pra não causar confusão, não importa se alguém achou que foi ou não falta. Vamos supor que a falta foi ABSURDA, dentro da área. Um lance onde ninguém tivesse dúvida. E a bola teria sobrado livre, pingando dentro da pequena área. O árbitro tem que marcar neste caso ou vale a ética de “gol feito”? Vamos aproveitar esse lance da Argentina, inclusive imaginando um gol mais feito ainda..rss…até pq o atacante errou!!!!!!..rss Queria muito te ouvir a esse respeito.”
Dênis, bela pergunta e vamos lá:
Derrubar um adversário é cometer infração. Seja no meio do campo, na lateral ou na frente do gol, é falta. E se estiver dentro da grande área, logicamente é pênalti. E toda infração PODE DEIXAR DE SER MARCADA caso exista alguma vantagem para quem sofra a infração.
Se o jogador colombiano fosse bater no gol, sofresse o pênalti e a bola pingasse sozinha na cara do gol para ser chutada por um companheiro, deve-se dar a vantagem.
O árbitro, para tomar a decisão, deve pensar (claro que em fração de segundos): o que dará maior vantagem à equipe que sofre a infração: bater um pênalti (onde há o risco de chutar para fora ou o goleiro defender; mas com maior chance de marcar um gol), ou deixar o jogo seguir, já que o gol está aberto e haverá maior possibilidade de gol?
Você já deve ter ouvido a máxima: “Pênalti não tem vantagem”. Mentira. Tem sim. Mas é que normalmente, na maioria dos lances, a grande vantagem para o atleta é abdicar da posse de bola e cobrar um tiro penal, pois haverá mais chances de um gol acontecer.
Isso vale para qualquer falta. Precisamos desmistificar a idéia de que vantagem é posse de bola. Se um jogador do São Paulo ou Palmeiras está na entrada da área tentando lançar uma bola para o atacante e sofre uma falta, a vantagem seria deixar seu companheiro ficar com a posse da bola e terminar o lançamento ou marcar a falta para o Rogério Ceni ou o Marcos Assunção cobrar?
Percebeu como “dar vantagem” é subjetivo? A Regra diz que você deve avaliar as seguintes condições para deixar de marcar uma falta e deixar o jogo seguir:
– O local da falta (se a bola está na defesa, o zagueiro sofre uma falta e seu companheiro, rodeado por muitos atacantes, fica com a posse de bola, não deve dar vantagem).
– O local onde se encontrava a bola no momento da falta (nem sempre a bola está na jogada em que ocorre a falta. Por exemplo: a bola está pingando, pingando, pingando na pequena área, não tem goleiro, ela está pedindo para ser chutada e um jogador da equipe que ataca sofre falta no bico da grande área. Entretanto, havia um atacante próximo da bola com chance de chutá-la. Tem que dar a vantagem!)
– A intensidade da falta (A bola sobrou livre para o companheiro do jogador que sofreu a falta, mas ele levou um chute tão forte que precisa de atendimento médico urgente; não é prudente parar o lance?)
– O clima do Jogo no momento da falta (tá todo mundo batendo em todo mundo? Cuidado ao não marcar faltas…)
Mas não se esqueça: se você der uma vantagem, na primeira paralisação tem que aplicar o cartão caso o infrator mereça. Você pode deixar de marcar a falta, mas não pode deixar de puní-la.
Abraços, e qualquer dúvida, escreva novamente.
