– 2 Treinadores em Campo. Pode?

 

Leio no Bom Dia Jundiaí desta segunda que no bom jogo Vila Marlene 2 X 0 Palmeiras, tivemos 4 treinadores em campo! Uma dupla de técnicos (Dú Pícolo & Carioca) pelo Vila Marlene e outra dupla (Rodrigo Alves & Abner Júnior) pelo Palmeirinha.

 

Ambos são pessoas de bem e ótimos treinadores. Mas pode tanta gente à beira do campo?

 

Vamos lá: quem determina as pessoas que podem ficar no banco, além dos jogadores reservas, é o regulamento da competição. Normalmente são 4 elementos permitidos que devem apresentar a documentação obrigatória: Treinador (RG), Preparador Físico (CREF), Médico (CRM) e Massagista (RG). Nos campeonatos da FPF são assim (determinados pelo RGC – Regulamento Geral das Competições, para todos os torneios em que ela supervisiona, incluindo-se o Amador de Jundiaí).

 

Nos campeonatos da CBF, a partir da 4ª rodada este ano, permitiu-se que um 5º elemento figurasse em campo: o assistente técnico. Na FIFA e CONMEBOL, permite-se também um supervisor/representante legal de uma das equipes, que normalmente é um cartola.

 

Quando vi a manchete de dois treinadores por equipe, pensei: estão fazendo como Luiz Felipe Scolari fazia com o Murtosa, seu eterno assistente técnico. Flávio Murtosa era relacionado como preparador físico (afinal é profissional em Educação Física e possui CREF), mas atuava na prática como assistente técnico (hoje Murtosa pode ser relacionado como assistente técnico na CBF, mas não nos campeonatos da FPF).

 

Ter 2 treinadores não é o problema maior, já que vimos a possibilidade de que alguém da dupla seja relacionado com outra função na súmula e assim estar no jogo dentro do regulamento. O que não pode é a dupla TRABALHAR COMO TREINADORES DURANTE UMA PARTIDA.

 

Explico: está nas Regras do Jogo que deve existir um espaço nos bancos denominado “Área Técnica”, estendendo-se 1 metro a cada lado do banco até 1 metro de distância da linha lateral (isso explica pequenas e grandes áreas técnicas nos estádios). Ela serve para que o espaço de trabalho do treinador seja demarcado, evitando sair do banco e andar até a metade do campo ou invadir o espaço adversário.

E na mesma regulamentação da área técnica existia a norma de que: “O treinador pode se levantar do banco de reservas, passar a orientação à sua equipe e voltar ao banco”. Na Europa, isso era respeitado. No Brasil, não. Então a norma mudou: “O treinador pode se levantar do banco, passar a orientação à sua equipe e permanecer de pé na área técnica, desde que comportadamente”. E acrescente-se: “não poderá permanecer outro elemento de pé a não ser o treinador”.

 

Assim, se a ‘dupla de treinadores’ permaneceu de pé, ela está errada. Um só pode permanecer à beira do campo orientando a equipe. Poderia qualquer outra pessoa do banco (sem ser o técnico oficial) levantar-se, passar orientação e voltar, desde que o técnico esteja sentado. De pé, só 1 elemento: o técnico.

 

Coitado do juizão… Se já não bastassem dois, agora quatro por jogo? Vale lembrar: é ele, árbitro, quem fiscalizará o comportamento do técnico oficial e advertir / punir quem esteja de pé de maneira irregular.

 

E você, o que acha disso? Dois treinadores em pé é muita gente numa única área técnica ou não? Deixe seu comentário:

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