Antes da Análise: deu coceira nos dedos para digitar o seguinte título: “PC: pede insalubridade e periculosidade à FPF”, em referência ao jogo arbitrado, que, cá entre nós, começou na quarta cedo, quando o ótimo Prósperi publicou no Jornal da Tarde de que ele seria “escalado no sorteio”.
Vamos para o jogo:
Com 10 segundos, falta do Palmeiras. Com 30 segundos, nova falta do Palmeiras. Com 1 minuto, Deola reclama ao Adicional de Cotovelada fora de lance.
Prenúncio de confusão? Claro.
Com 3 minutos, dupla falta do Palmeiras (2 palmeirenses fazem falta em 2 corinthianos simultaneamente). Quer mais? Com 3m30s, Kleber empurra Castan e leva Cartão Amarelo. Parecia nítido de que, com tantas faltas palmeirenses (perceberam que não chegamos aos 4 minutos) a tática do anti jogo estava marcada?
Aos 4 minutos, Kleber (repare o número de citações dele no texto) avança para a grande área e, na aproximação do adversário, antecipa sua queda (repare que ele é tocado sim, mas enquanto começa a cair!). Não é pênalti, é uma simulação descarada. E simular é conduta antidesportiva, punível com Cartão Amarelo. Aí Paulo César de Oliveira errou! Acertou em não dar o pênalti, mas errou ao não dar o Segundo Cartão e consequentemente o Vermelho. Além do que, Kleber jogou um estádio todo contra o árbitro, que, incluindo os corinthianos, estavam pré-dispostos contra o árbitro.
Fica a grande questão: depois de tudo o que precedeu o clássico, imagine Kleber expulso (e seria merecido) aos 4 minutos do primeiro tempo?
Aos 15 minutos, os dois treinadores começaram a bater boca. E o clima dentro de campo também. Só discussão, cada “machadada uma minhoca”. Aos 20 minutos, os atletas reclamavam até do lateral e não havia espírito esportivo algum. E daí…
Era exatamente o minuto 21. De novo Kleber entra na área e dobra os joelhos. Cai descaradamente e o braço do Castán, durante a simulação, involuntariamente bate no seu rosto! Bateu, não há dúvida, mas nada de agressão. Seria o Terceiro Cartão Amarelo a Kleber. PC acerta de novo em não marcar nada e erra de novo em não dar o cartão. Na sequência, Danilo dá um carrinho criminoso em Liedson. Carrinho frontal, campo molhado, zagueiro contra atacante que tenta partir para contra-ataque… não há dúvida: Vermelho! Acertou PC. Palmeirenses reclamaram que Liedson deveria ser expulso junto. Ué, apanhar é crime? Ele foi vítima! Liedson caiu sobre Danilo pois foi atingido – onde ele cair é acidente de trabalho, não importa se Danilo se lesionou ou não, pois o atacante estava desequilibrado.
Até agora, não vemos nada que justifique reclamações do Palmeiras.
Reiniciada a partida, 20 e tantos minutos, aí sim a SEP pode reclamar: Valdívia divide com o Vento, chuta o Vento que revida e o contunde, tirando-o de campo. Falta para Vermelho do Vento. Felipão não reclamou? (desculpem a ironia, é que esse foi o único lance não reclamado…)
26 minutos: Kleber e Ralf disputam a bola, e Kleber, “a lá Jael, o Cruel” (vide São Paulo X Portuguesa na semana passada) solta o braço no rosto do adversário. Seria o Quarto Cartão Amarelo para o palmeirense.
Logo após, Tite e Felipão batendo boca. Na sequência, Felipão faz o típico gesto de roubo contra a arbitragem (na coletiva disse que foi à Tite, mas depois confessou que PC apitou premeditadamente contra seu time – o que é gravíssimo!). Corretamente Paulo César de Oliveira expulsou Scolari. Nesse caso, se expulsa Tite, poderíamos dizer que o árbitro estaria fazendo média. PC não é mediador, é árbitro.
Aos 36 minutos, Alessandro excede e recebe Amarelo. Ok. Jogo Inexistente, somente Unfair-play até então.
42 minutos: Na lateral, Kleber disputa uma bola perdida e empurra com as duas mãos o seu adversário, num lance igual ao seu primeiro cartão aos 3m30s. Foi na frente de Vicente Romano Neto. PC fez vista grossa, pois seria o Quinto Cartão Amarelo! (Não estamos levando em conta a reincidência de faltinhas bobas durante o campo, apenas as que devem ser punidas, conforme a regra, com cartão amarelo).
44 minutos: Tinga, no ataque, disputa uma bola e se joga. Fábio Santos recebe injustamente o Cartão Amarelo. Não foi falta, a imagem foi clara. Embora, justiça seja feita: a simulação foi muito boa, tanto que iludiu o bom bandeira Alex Alexandrino que estava próximo ao lance.
Chegamos aos 45 minutos. Qual erro de Paulo César de Oliveira pode ser observado contra o Palmeiras até então? Até agora, vimos lances justificados por acertos do árbitro e leve prejuízo ao Corinthians, com a permanência de Kleber e do cartão ao Fábio Santos.
Fim do primeiro tempo. Só 3 de acréscimo? Tudo bem. Compreensível.
Segundo tempo: o jogo mudou. Claro, não dava para manter todo mundo pilhado por tanto tempo. O lance mais polêmico só aconteceu no gol de empate, onde o trabalho de equipe envolvendo Antonio Rogério Batista do Prado, Alex Alexandrino e PC não deixaram dúvidas ao tento. Gol legal. Só faltou saber qual elemento da arbitragem foi preponderante para a decisão. Acerto geral.
Aos 68m, Márcio Araújo caiu sozinho. Torcida chiou mas até o jogador ficou com vergonha de pedir pênalti. No minuto 71, Ralf recebe o Amarelo corretamente. Aos 81m, Kleber e Castan dividem, PC dá falta de Castan e Amarelo: discordo, Kleber dividiu no tranco e caiu. Segue o jogo.
Aos 83 minutos e aos 2 m de acréscimo, Kleber caiu. Retardamento (cera) proposital?
Aos 47m30s do segunto Tempo, Kleber (ufa, quanto Kleber citado) empurrou o adversário (deve ter sido o Castan) de novo e com as duas mãos. Seria o Sexto Amarelo? A terceira igual.
Fim de jogo: o que marcou no clássico- pouca bola rolando, falta de espírito desportivo, desequilíbrio emocional e unfair play de Felipão e Kleber.
Erros do Paulo César de Oliveira? O único significativo: não punir Kleber com o segundo amarelo (e a conseqüente expulsão) nas diversas oportunidades que foram proporcionadas. Teria o primeiro cartão cedo intimidado o segundo? Não creio.
Paulo César não apitou um jogo. Ele conduziu uma guerra, onde ele, em muitos momentos, era o único laço que unia palmeirenses e corinthianos. Se ontem vimos a melhor arbitragem do campeonato (pelas situações do jogo), hoje vimos a mais difícil arbitragem do torneio. E, por tudo o que envolveu, Paulo César foi excepcional.
Parabéns. É nele que os jovens árbitros devem se espelhar.
Um pequeno desabafo pós-jogo:
Depois de tudo isso, Paulo César de Oliveira deveria ir à FPF e deixar seu escudo sobre a mesa como gesto simbólico da repulsa à suposta manipulação que envolveu o seu nome. Paulo César é FIFA, apita muito mais jogos do que os outros, assim se expõe mais do que os outros por isso. Pela visibilidade, erra mais em números absolutos; mas em relativos muito menos. Está entre os 3 melhores do Brasil desde os anos 90! Nunca foi a uma Copa. Uma das maiores injustiças da arbitragem brasileira: PC e Dulcídio Wanderley Boschilia não irem a uma Copa do Mundo.
O assédio moral promovido não sobre o árbitro PC, mas ao cidadão PC, foi cruel e covarde. Uma pena que as autoridades públicas se façam surdos e cegos aos desmandos que vemos, principalmente à falta de respeito a um homem honesto.
Lembre-se: quando da Máfia do Apito, em conversas gravadas entre Gibão e Edilson, um dos fraudadores questionou: “Vamos falar com o PC?” E a resposta: “Não, esse é honesto”. Há 2 anos, enquete entre os jogadores de futebol sobre os árbitros determinou: “PC é o mais respeitado entre os jogadores”. Quer mais? Nos jogos em que trabalhei com PC, jogadores de divisões inferiores, após as partidas, pedem autógrafos e fotos! Ele é um dos poucos que vi entrar em campo aplaudido.
Kleber e Felipão estão certos e o resto do mundo errado?
Parabéns PC. Sei que você lê meu blog e digo: Você é o cara.
E você, o que achou da arbitragem de Palmeiras X Corinthians? Deixe seu comentário:
Ops: Felipão me lembrou hoje de um jogo (acho que Copa Ouro), onde, após a Guatemala marcar 2 X 0 contra o Brasil, jogou toda a culpa na arbitragem e foi expulso. Ou seja, completamente desequilibrado… Parece que está trabalhando contrariado!
Ops2: Felipão disse que é tudo é premeditado. Disse que Sálvio foi encomendado também. O TJD o punirá? E se estivesse na Final?
