Cada vez mais o profissionalismo exigido pelo futebol faz com que a busca por resultados seja uma obsessão, e conseqüentemente, a não-obtenção destes faz com que se procure bodes-expiatórios para jogar a culpa pela incompetência.
E, claro, o caminho mais fácil para se justificar derrotas é jogar a culpa no “erro do árbitro”.
Mas aí vem a pergunta: desde quando os “erros” usados pelos dirigentes são “erros de verdade” e desde quando eles influenciam realmente no resultado da partida?
Digo isso pois o Botafogo-RJ há tempos não conquista títulos significativos, e após ser eliminado na Copa do Brasil se intitulou em nota oficial que é o “time mais prejudicado do Brasil nos últimos 3 anos”.
Além disso, pediu a demissão do presidente da Comissão de Árbitros, Sérgio Correia da Silva e criticou duramente o trabalho do dirigente da CBF.
Antes das discussões: algumas considerações:
– Ricardo Marques Ribeiro, FIFA-MG, há tempos está em péssima fase e, sinceramente, o escudo que ostenta no peito da FIFA é muito maior do que sua qualidade no apito. No jogo Avaí X Botafogo, partida eliminatória, errou no pênalti. Lembrando: erro nos minutos finais pode ser decisivo.
– Em pontos corridos, é evidente que os erros podem se contrabalancear ao longo do torneio. Além do que, um erro no início da partida pode ser recuperado caso a equipe tenha boa qualidade e tempo para tal.
– “Erro” do árbitro pode ser algo muito subjetivo. Às vezes, uma falta pode ser interpretada com a aplicação do cartão vermelho ou até mesmo nem marcada é! O relativismo existe no futebol, é fato! Assim, “erros” aos quais os árbitros possam ter cometido, na verdade, podem ser “acertos” injustamente criticados por quem desconhece a regra.
Dito isso, voltemos às lamentações do Botafogo: O São Paulo reclama há tempos de má vontade da arbitragem; já o Palmeiras é acusado de boa vontade. O Corinthians é acusado por Inter e Cruzeiro de favorecimentos sistemáticos por política; e, se formos verificar, há DVDs de erros produzidos por quase todas as equipes.
Sendo assim, responda: o Botafogo realmente é o time mais prejudicado no Brasil nos últimos 3 anos? Deixe seu comentário:
Abaixo, a íntegra da queixa do Botafogo FR:
NOTA OFICIAL (extraído do site do Botafogo)
Nos últimos anos, as arbitragens das competições nacionais têm sido alvo de críticas incontestáveis e justas por parte da grande maioria dos dirigentes dos clubes brasileiros, como reconhecido pelos meios de imprensa esportiva.
Levantamentos efetuados por reportagens especializadas mostram que o Botafogo tem sido nos últimos três anos o clube mais prejudicado quando este assunto é abordado.
Como postura, a Direção do Botafogo tem adotado um discurso de serenidade em relação ao tema. Entretanto, no limite do aceitável e do compreensível, depois do lamentável erro de arbitragem no jogo de volta contra o Avaí pela Copa do Brasil – a não marcação de um escanteio claro a favor do Botafogo e na sequência uma penalidade inexistente -, que decidiu o futuro do Botafogo na competição, algumas perguntas se fazem necessárias:
– O que, afinal, o Sr. Sérgio Corrêa faz no comando da arbitragem brasileira?
– Quais as mudanças na preparação dos árbitros efetuadas pelo Presidente da Comissão que tem qualificado a arbitragem nacional?
– Será que todos os dirigentes esportivos estão equivocados em suas reclamações e apenas o Sr. Sérgio Corrêa tem razão em suas explicações inúteis e pueris?
Transformações profundas na preparação da nossa arbitragem devem ser efetuadas e elas passam obrigatoriamente pela mudança no seu comando. O atual Presidente desta Comissão, Sr. Sérgio Corrêa, tem se mostrado incapaz de ajudar neste processo. Já passou da hora de pessoas capacitadas, preparadas e com experiência comprovada no tema assumirem a responsabilidade por esta transformação.
A arbitragem brasileira não merece ser tratada de forma amadora como tem sido pelo Presidente de sua Comissão Nacional. Efetivamente, não são apenas 30 minutos de uma palestra infrutífera em uma sala de hotel na Barra da Tijuca, antes do inicio do Campeonato Brasileiro, que fará esta transformação.
A Direção do Botafogo lamenta a reincidência de erros grosseiros e mais ainda a forma como a arbitragem nacional tem sido conduzida e coordenada ao longo dos últimos anos.
Conselho Diretor
Botafogo de Futebol e Regatas


