Árbitro de Futebol, em geral, detesta Luiz Felipe Scolari. Calma, separe o sentimento pessoal do profissionalismo da categoria, nada a ver com perseguição deliberada. Mas é Felipão, nos anos 90, quem foi um dos grandes incentivadores (junto com Vanderlei Luxemburgo) da estratégia de culpar os árbitros por suas poucas derrotas em campo, em meio suas campanhas vitoriosas.
Normalmente, após uma derrota, Felipão criticava (e critica) os árbitros responsabilizando-os. O Pós-Jogo destes técnicos se resumia à critica para a arbitragem. O Pré-Jogo, entretanto, era da imprensa, onde se iludia e criava um clima de teoria conspiratória dos jornalistas para com suas equipes.
Em suma, a estratégia era a mesma: a busca de um inimigo comum formado pelo congraçamento entre torcida, jogadores e comissão técnica, a fim de buscar motivação. E esse inimigo invariavelmente sempre foi a categoria dos árbitros ou as dos jornalistas.
Como treinador, Felipão sempre teve um esquema de jogo contestado. É mais um vitorioso pseudo-psicólogo do que técnico. Sim, pseudo, pois não creio que a honrada categoria dos psicólogos busque covardemente a eleição de inimigos entre profissionais que respeitosamente estão trabalhando.
O ano de 2010 pode ser marcado pelo mico de técnicos consagrados: Luxemburgo lutou para não cair; Felipão parece que perdeu a mão no ofício; Leão pagou mico no Goiás; Dunga elegeu a antipatia como sua bandeira; Jorginho demonizou a imprensa…
O que esses treinadores têm em comum? Talvez a brutalidade na relação com as pessoas que trabalham fora do seu cercadinho. Nisso, árbitros e jornalistas são sempre os eleitos para suas desforras.
Na noite desta quarta-feira, Felipão assumiu a responsabilidade pela vexatória eliminação da Sulamericana (torneio, aliás, em que os adversários do Palmeiras eram os candidatos ao rebaixamento no Brasileirão). Nada mais do que justo, pois não dava para culpar os outros. Me lembrou Ronaldo, que certa vez disse quando a coisa complicou: “eu tenho costas largas”…
E agora, José? Se o Palmeiras ganhar do Fluminense (para amenizar a crise), ajuda o Corinthians e a Torcida Organizada (que no Palmeiras tem peso) fica fula. Se perder o jogo do Campeonato Brasileiro, o vexame continua. O que o guia-mestre Felipão planejará?
E você, se fosse o Scolari, o que faria a partir de agora? Deixe seu comentário:
