Robert J. Samuelson, Colunista da Newsweek, escreveu em sua coluna mensal (reproduzida no Brasil pela Editora Globo – clique aqui para a citação) a respeito dos motivos da queda na qualidade de ensino dos EUA.
Talvez o motivo seja o mesmo dos estudantes brasileiros: falta motivação ao estudante! Nada em relação à formatação dos cursos acadêmicos ou à estrutura das universidades. Muito menos quanto a qualidade dos professores e seus salários (um professor que trabalhe em tempo integral pode ganhar até 100,000.00 dólares anuais – o docente lá é valorizado!). O problema é incentivar os discentes.
Compartilho, abaixo:
O FIASCO DAS REFORMAS
Arne Duncan, ministro da Educação, anunciou a concessão de US$ 4 bilhões em subsídios aos estados dispostos a estimular “graus elevados de excelência” na escola. Para isso, terão de apresentar propostas, segundo Duncan, que demonstrem um “compromisso ousado com a reforma da educação”, além de “criatividade e inovação surpreendentes”. Isso mostra, de fato, que poucos assuntos inspiram mais desonestidade intelectual e extravagância política do que a “reforma da educação”. Desde os anos 60, as sucessivas ondas de “reforma” jamais produziram ganhos significativos de desempenho. Não há dúvida de que houve avanços nas escolas de nível elementar. Mas de que serve isso se o ensino médio anula esse ganho? Melhorou também – pouco, é verdade – a diferença de desempenho entre brancos, negros e hispânicos no ensino médio. Infelizmente essa melhora não foi muito além do final dos anos 80. As teorias convencionais não explicam esse avanço sofrível. Será que há poucos professores? De jeito nenhum. De 1970 a 2008, a população estudantil cresceu 8%, e o número de professores, 61%. Será que os professores ganham pouco? Talvez, mas a coisa não é tão simples assim. Em 2008, um professor comum ganhava US$ 53,2 mil ao ano; dois professores em tempo integral que se casassem e recebessem dentro da média salarial da categoria estariam na faixa de 20% dos lares com maior renda do país (em 2008, esse referencial de renda era de US$ 100,2 mil).
A principal causa de fracasso do ensino quase nunca
é mencionada: motivação escassa dos estudantes
As “reformas” são uma decepção por dois motivos. Primeiro: ninguém descobriu ainda que mudanças realmente fariam diferença no currículo ou na pedagogia. Em 2009, as escolas particulares arregimentaram 3% dos alunos, mas não houve ganhos uniformes de desempenho. A principal causa de fracasso do ensino quase nunca é mencionada: motivação escassa. Afinal, os alunos é que têm de estudar. Se eles não estiverem motivados, nem mesmo os melhores professores serão capazes de mudar alguma coisa. A motivação tem várias fontes: curiosidade e ambição; expectativas dos pais; o desejo de entrar em uma “boa” faculdade; professores que inspiram ou intimidam; pressão dos colegas. Boa parte das propostas de “reforma” pressupõe que se os alunos não têm motivação, a culpa, sem dúvida, é das escolas e dos professores. Na verdade, como o ensino médio tem hoje um público maior, e a cultura adolescente ganhou força, a autoridade dos professores e das escolas entrou em colapso.
A motivação é pífia porque um número maior de estudantes não gosta da escola, não estuda como deveria e por isso seu desempenho é ruim. Em um levantamento feito em 2008 entre professores do ensino médio, 21% apontaram que o absenteísmo era um problema grave entre os alunos; para 29%, o problema era a “apatia dos alunos”. Michael Kirst, pedagogo de Stanford, calcula que 30% dos calouros das faculdades tradicionais precisam de cursos de aperfeiçoamento em leitura e matemática.
* Robert J. Samuelson, jornalista americano, é colunista da Revista Newsweek

Eu concordo plenamente que está faltando motivação e quando vivenciamos um acontecimento como a prova do ENEM, eu acredito que os estudantes ficam ainda mais desmotivados são erros grosseiros. trocar a ordem das respostas é simplismente um caos e o pior é ver e ouvir um diretor dizer que foi um sucesso; eu fico muito preocupado.
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