Certa vez, “ganhei” uma tendinite difícil de sarar, conhecida nos meios ortopédicos como “Pata de Ganso”. Felizmente, após um bom tratamento, nunca mais a tive e quero distância dela!
Há dias, li esse artigo publicado e, para aqueles que praticam esporte, vale a pena se prevenir com as boas dicas aqui contidas.
Texto do Fisioterapeuta Marcelo Luiz de Souza, extraído do CartãoVermelho.esp (http://www.cartaovermelho.com.br/modules.php?op=modload&name=Sections&file=index&req=viewarticle&artid=573&page=1)
TENDINITE DA PATA DE GANSO OU ANSERINA
Chamam-se “pata de ganso” os tendões dos músculos que inserem na região medial do joelho no terço proximal da tíbia. São eles: tendão do semitendinoso, grácil e sartório. Cada um tem localização, origem e ação específica, entretanto, todos têm (em tese), a mesma inserção, formando a referida “pata de ganso”.
O semitendinoso origina-se na tuberosidade isquiática, na região posterior da coxa, sendo um dos responsáveis pela flexão e rotação interna do joelho e, acessório na extensão do quadril. O grácil, tem origem no corpo e ramo inferior do púbis e é um dos responsáveis por auxiliar a flexão, rotação interna do joelho e adução da coxa. O sartório origina-se na espinha ilíaca ântero-superior, auxiliando na flexão do quadril, flexão e rotação interna de joelhos.
Como mencionado, estes têm inserção “relativamente” comum, no terço proximal medial da tíbia (região interna do joelho). Juntamente com os tendões da “pata de ganso”, temos a bolsa sinovial, que lubrifica os tendões dando mais funcionalidade ao movimento, evitando atritos. Esta bolsa também pode ser sítio de dores isoladas ou estar associada à tendinite da “pata de ganso”, provocando a bursite da pata de ganso ou anserina.
MECANISMO DA LESÃO
Tendinite comum no meio desportivo, a tendinite da pata de ganso ocorre geralmente por excesso de uso, overuse, sobrecarga e esforço repetitivo. Um estresse biomecânico, provocado por um joelho valgo ou varo, pé pronado ou supinado pode ser um fator preditivo. Pancadas na região também podem provocar a lesão, associando com a bursite da pata de ganso.
Clinicamente, é difícil distinguir qual estrutura está afetada, se é o tendão ou a bursa. A literatura revela que, na maioria dos casos, o problema é de origem bursal. A inflamação da bursa (bursite) pode resultar de um trauma agudo na parte medial do joelho ou por overuse (sobrecarga), na qual há uma fricção repetitiva da bursa entre a tíbia e os tendões devido a estresses em valgo ou uso excessivo dos isquiotibiais, principalmente naqueles que tem um encurtamento dos músculos posteriores da coxa. É comum ocorrer nos esportes que exigem mudanças rápidas e bruscas de direção.
FATORES QUE PODEM DESENCADEAR A LESÃO
-Treinamento excessivo (overtraining);
– Gesto esportivo incorreto;
– Aumento súbito dos treinamentos e corridas em aclives;
– Encurtamento dos isquiotibias;
– Lesão do menisco medial;
– Deformidade em valgo;
-Instabilidade medial.
SINAIS E SINTOMAS
– Dor ao subir e descer escadas na região medial do joelho;
– Dor ao sair da posição sentada para em pé;
– Edema no local (inchaço);
– Dor a palpação da região;
– Dor para caminhar.
TRATAMENTO
• Fase aguda: crioterapia, ultra-som no modo pulsátil, laser e tens, podem ser recursos da eletrotermofoterapia que se aplicam bem ao quadro clínico do paciente. Quando a dor for diminuindo, incluir: exercícios suaves de alongamentos para os referidos músculos (semitendíneo, grácil e sartório), bem como exercícios de fortalecimento, com carga leve e progressiva. Na fase de resolução, incluir exercícios proprioceptivos (sensório-motores) específicos e, exercícios funcionais para retorno breve à prática desportiva. O uso de antiinflamatórios, é um recurso que deve ser utilizado também, de acordo com orientação e critério médico.
• Fase crônica: Calor, ultra-som no modo contínuo, laser como cicatrizante, são recursos benéficos. Entretanto, os exercícios de alongamentos, exercícios de fortalecimento muscular, exercícios proprioceptivos e funcionais são fundamentais no processo de recuperação deste paciente. Bandagens funcionais podem ser utilizadas, bem como palmilhas específicas, caso haja alguma alteração biomecânica que justifique. Em geral, é auto-limitada (melhora com ou sem tratamento), mas o tratamento fisioterapêutico acelera e evita recidivas do quadro clínico.
Até a próxima!
Marcelo Luiz de Souza
Fisioterapeuta – Crefito 2: 74644-F
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