Procurando ser politicamente correta, a Disney prepara sua animação cuja protagonista será uma princesa negra.
Entretanto, nem assim os críticos deixam de emitir comentários negativos…
Extraído de: http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2009/06/01/a-polemica-sobre-a-primeira-princesa-negra-da-disney-o-principe-e-brasileiro/
A polêmica sobre a primeira princesa negra da Disney. O príncipe é brasileiro.
O novo desenho animado “A Princesa e o sapo” da Disney está com estreia prevista para dezembro nos cinemas dos Estados Unidos, mas a polêmica em torno da protagonista já começou. Em 75 anos de existência, é a primeira vez que a Disney tem uma princesa negra. Sabe-se lá se é influência da primeira-dama americana Michelle Obama. Linda, inteligente, negra e uma das mulheres mais bem vestidas do planeta, Michelle pode muito bem ter inspirado a criação da princesa Tiana que se veste elegantemente e usa uma tiara de diamantes.
O fato de Tiana ser negra está gerando todos os tipos de comentários dentro e fora da comunidade de Afro descendentes dos Estados Unidos. Alguns acham que Tiana é o estereótipo dos negros e que se realmente fosse uma heroína não deveria passar a maior parte do filme como uma rã. Outros acreditam que é importante para as crianças negras ter uma heroína da mesma cor que elas. Afinal, as outras princesas como Branca de Neve, Cinderela e Bela Adormecida são alvas como a neve.
A animação dos cineastas Ron Clements e John Musker (que dirigiram A Pequena Sereia e Aladim) se passa nos anos 20, em Nova Orleans. Tiana é uma jovem garçonete que sonha em ter seu próprio restaurante até beijar um sapo e se transformar em uma anfíbia. Quem dubla Tiana é a Anika Noni Rose, uma premiada atriz negra que canta como um pássaro. A dublagem em inglês do príncipe Naveen é do ator brasileiro Bruno Campos (ele fez o filme brasileiro Quatrilho).
“A Disney não acredita que valeria a pena ter um homem negro com o título de príncipe”, escreveu a internauta Angela Helm no site Black Voices dedicado à cultura negra americana. Outra internauta escreveu que ele não tem os cabelos nem a pele dos membros de sua comunidade. E o ator não tem mesmo.
A Disney já foi acusada de racismo em outras animações, como no filme “Dumbo” de 1941, em que foi criticada por apresentar os palhaços negros como mal-educados. Desta vez, ela quer acertar. A companhia cinematográfica chamou uma equipe de consultores, entre eles a apresentadora Oprah Winfrey, para dar sua opinião. Oprah disse ter gostado do filme. O professor de antropologia da Universidade de Harvard, Michael D. Bran, estudioso de casos sobre como as crianças aprendem sobre raças, afirma:”as pessoas pensam que as crianças não são capazes de entender as mensagens subliminares sobre raça e gênero nos filmes. Mas ocorre exatamente o contrário”.
